A Polícia Federal instaurou nesta sexta-feira (29) inquérito para investigar a responsabilidade do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, na crise da saúde pública no Amazonas, onde dezenas de pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio.
O inquérito contra Pazuello foi aberto por determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. A investigação deve tramitar no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq) porque Pazuello, na condição de ministro, tem foro privilegiado.
O sistema de saúde da capital do Amazonas, Manaus, entrou em colapso no último dia 14 de janeiro. Pacientes com Covid-19 morreram sem oxigênio em hospitais da cidade devido à falta do insumo. Houve necessidade de pessoas internadas serem transferidas para outros estados.
Documentos apontam que o ministério da Saúde sabia do cenário crítico sobre o sistema de saúde em Manaus oito meses antes de ser constatada a falta de oxigênio em hospitais da capital.
Um outro fato chamou a atenção da PGR. No dia 14 de janeiro, portanto oito dias depois de Eduardo Pazuello saber do iminente colapso no sistema de saúde de Manaus, o ministério fez a entrega de 120 mil unidades de hidroxicloroquina, como medicamento para tratar a Covid-19, quase a mesma quantidade de testes do tipo PCR que havia sido entregue ao estado do Amazonas. (Brasil247).