segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Roupas para distanciamento social. Seu uso tornava os contatos físicos quase impossíveis

Por: Einav Rabinovitch-Fox – Historiadora e professora na Case Western Reserve University, EUA.
Fonte: Site theconversation.com
À medida que o mundo lida com o surto de coronavírus, o “distanciamento social” torna-se um chavão destes tempos estranhos. Em vez de estocar alimentos ou correr para o hospital, as autoridades estão dizendo que o distanciamento social – entendido como aumento deliberado do espaço físico entre as pessoas – é a melhor maneira pela qual as pessoas comuns podem ajudar a “achatar a curva” e impedir a propagação do vírus.
Sátira à moda das saias exageradamente amplas
Caricatura satírica da moda das saias imensas, sustentadas por uma armação chamada crinolina.
A moda pode não ser a primeira coisa que vem à mente quando pensamos em estratégias de isolamento. Mas, como historiadora que escreve sobre os significados políticos e culturais da roupa, sei que a moda pode desempenhar um papel importante no projeto de distanciamento social, não importa se o espaço criado sirva para resolver uma crise de saúde ou para afastar pretendentes irritantes.
Máscara de médico europeu nos tempos da peste bubônica
Quando a peste bubônica assolava a Europa, os médicos se protegiam do contágio usando máscaras como a desta ilustração
Fique longe
Há muito que as roupas servem como uma maneira útil de mitigar o contato próximo e a exposição desnecessária. Nesta crise atual, as máscaras se tornaram um acessório de moda que sinaliza “fique longe”. No passado, a moda também se mostrou útil durante epidemias passadas, como a peste bubônica, quando os médicos usavam máscaras pontiagudas, semelhantes a pássaros, como uma maneira de manter distância de pacientes doentes. Alguns leprosos foram forçados a usar um coração em suas roupas e vestir sinos ou portar badalos para avisar os outros de sua presença.
Vestido com anquinhas
Os vestidos com enormes anquinhas, usados nas cortes europeias no século 19, também tinha o objetivo de manter os cortejadores indesejados à distância.
Na maioria das vezes, não é uma pandemia mundial a fazer com que as pessoas queiram manter outras pessoas à distância. No passado, manter distância – especialmente entre gêneros, classes e raças – era um aspecto importante das reuniões sociais e da vida pública. O distanciamento social não tinha nada a ver com isolamento ou saúde; era sobre etiqueta e classe. E a moda era a ferramenta perfeita.
Barreira entre os sexos
Veja a “crinolina” da era vitoriana. Essa armação para saias grandes e volumosas, que ficou na moda em meados do século 19, foi usada para criar uma barreira entre os sexos em ambientes sociais.
Embora as origens dessa tendência possam ser atribuídas à corte espanhola do século 15, essas volumosas saias se tornaram um marcador de classe social no século 18. Somente aqueles privilegiados o suficiente para evitar as tarefas domésticas poderiam usá-las; você precisava de uma casa com espaço suficiente para poder se mover confortavelmente de um cômodo para outro, e era necessário um criado para ajudar as damas a vesti-las. Naqueles anos, quanto maior a saia, maior o status social da mulher.
Para aumentar o traseiro, chegou moda dos bustles.
Depois das crinolinas, vieram os “bustles”, que aumentavam muito o tamanho do traseiro das mulheres.
Nas décadas de 1850 e 1860, muitas mulheres da classe média começaram a usar a crinolina quando as saias “em forma de gaiola” começaram a ser produzidas em massa. Em breve, uma verdadeira “crinolinamania” varreu o mundo da moda. Apesar das críticas dos reformadores da moda, que a consideravam uma outra ferramenta para oprimir a mobilidade e a liberdade das mulheres, a saia larga e exageradamente rodada era uma maneira sofisticada de manter a segurança social das mulheres. A crinolina determinava que um pretendente em potencial – ou, pior ainda, um estranho – manteria uma distância segura do corpo e do decote de uma mulher.
Chapéu de mandarim, na China medieval
Na China, durante a Idade Média, um imperador ordenou aos mandarins o uso de chapéus com longas protuberâncias laterais: era para evitar os cochichos e fofocas ditos em voz baixa ao pé do ouvido.
A moda como arma
Embora essas saias provavelmente tenham ajudado inadvertidamente a atenuar os perigos dos surtos de varíola e cólera da época, as crinolinas podiam ser um risco à saúde: muitas mulheres morreram de queimaduras depois que suas saias pegaram fogo. Na década de 1870, a crinolina deu lugar ao polisson (bustle, em inglês), que enfatizava apenas a plenitude da saia na parte posterior. As mulheres, no entanto, continuaram a usar a moda como uma arma contra a atenção masculina indesejada. À medida que as saias se estreitavam na década de 1890 e no início de 1900, chapéus grandes – e, mais importante, alfinetes, que eram agulhas de metal afiadas usadas para prender os chapéus – ofereceram às mulheres a proteção contra assediadores que as crinolinas costumavam dar.
Estilistas propõem "capas" que funcionam como verdadeiras armaduras, Esta é em madeira rattam. Servem para manter o distanciamento entre as pessoas.
Quanto à manutenção da saúde, a teoria dos germes e uma melhor compreensão da higiene levaram à popularização das máscaras faciais – muito semelhantes às que usamos hoje – durante a gripe espanhola. E, embora a necessidade de as mulheres manterem distância de pretendentes irritantes permanecesse, os chapéus eram usados ??mais para manter intactas as máscaras do que para afastar estranhos. Hoje, não está claro se o coronavírus levará a novos estilos e acessórios. Talvez veremos o surgimento de novas formas de roupas protetoras, como o “escudo vestível” que uma empresa chinesa desenvolveu. A moda muda e vai se adaptando aos tempos e às necessidades do momento. No mundo fashion tudo é incerto. A única coisa em que podemos apostar é que, pelo menos nos dias frios, continuaremos a vestir pijamas na hora de se recolher ao leito.
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Brasil chega a 100 mil mortos por Covid-19

Cemitério Vila Formosa 13/5/2020
Cemitério Vila Formosa 13/5/2020 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil atingiu no início da tarde deste sábado (8) a triste marca de 100 mil mortos pela Covid-19. A pandemia no País é marcada pela falta de uma coordenação nacional, já que o governo Jair Bolsonaro se eximiu de suas responsabilidades, teve dois ministros da Saúde diferentes neste período e, atualmente, conta com um interino no comando da pasta.
A pandemia de coronavírus já assola o Brasil há cinco meses, e ainda não há uma clara perspectiva de melhora do quadro. Há pouco mais de um mês, o Brasil registrava a marca de 50 mil mortos. 
De acordo com os números apontados pelo consórcio de veículos de imprensa, o País contabiliza 100.240 mortes por Covid-19 e quase 3 milhões de casos da doença.

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Estados Unidos ultrapassam 5 milhões de casos de coronavírus

(Foto: Reuters)


Sputnik – Os Estados Unidos ultrapassaram neste sábado (8) a marca de 5 milhões de pessoas infectadas com o novo coronavírus, informou Reuters.
Com um em cada 66 residentes infectados, os Estados Unidos lideram o mundo em número de casos de COVID-19, informou uma análise da Reuters. O país registrou mais de 160 mil mortes, quase um quarto do total de casos no mundo.
Em função do alto número de infectados, o presidente Donald Trump assinou decretos com o objetivo de oferecer apoio econômico aos norte-americanos afetados pela pandemia.
Na sexta-feira (7), o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o crescimento do emprego nos EUA desacelerou em julho, ressaltando a necessidade de ajuda governamental.
Na quarta-feira (5), o dr. Anthony Fauci, principal autoridade em doenças infecciosas do país, disse à Reuters que pode haver pelo menos uma vacina que funcione e seja segura até o final do ano.
Segundo a Universidade Johns Hopkins, aproximadamente 19,5 milhões de casos do novo coronavírus foram registrados em todo o mundo.

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Ministra da Informação do Líbano entrega o cargo após protestos por causa de explosão em Beirute

(Foto: Dalati Nohra/Handout via REUTERS)

Após as manifestações que tomaram conta do Líbano que vieram na esteira da repercussão da explosão que matou mais de 150 pessoas e deixou cerca de 6 mil feridos, a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, anunciou que irá renunciar ao cargo. 
Esta é a primeira baixa no alto escalão libanês em decorrência da explosão de 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio armazenadas por um período de seis anos no porto de Beirute. A detonação abriu uma cratera de 43 metros de profundidade e destruiu completamente as instalações portuárias. 
Novos protestos são esperados para este domingo (9), um dia após prédios públicos e instalações governamentais terem sido alvos de ataques por parte da população que exige a renúncia do governo. (247)

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Congresso Nacional decreta luto oficial pelas 100 mil mortes causadas pela Covid-19

"Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente", escreveu o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, anunciando luto oficial de quatro dias

Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, em noite de lua cheia. 4 de agosto de 2020
Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, em noite de lua cheia. 4 de agosto de 2020 (Foto: Pedro França/Agência Senado)


O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, anunciou no Twitter neste sábado (8) que o Congresso Nacional decretou luto oficial de quatro dias em decorrência das 100 mil mortes causadas pela Covid-19 registradas no Brasil.
"Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente. O Brasil registra 100 mil vidas perdidas para a covid-19. O Congresso Nacional decreta luto oficial de 4 dias em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia", escreveu.
De acordo com os números apontados pelo consórcio de veículos de imprensa, o País contabiliza 100.240 mortes por Covid-19 e quase 3 milhões de casos da doença. (247)

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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

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