quinta-feira, 17 de novembro de 2022

"Exuberante", diz o New York Times sobre volta de Lula ao palco global

“Muito depois que outros líderes mundiais haviam partido das negociações climáticas das Nações Unidas no Egito, o presidente eleito do Brasil chegou - e eletrificou a reunião”

(Foto: Reprodução | Emilie Madi/Reuters)

“As expectativas são altas enquanto um Lula exuberante fala na Cúpula Climática”, afirmou o jornal The New York Times, um dos mais importantes do mundo, sobre a participação do presidente eleito brasileiro na COP 27. “Muito depois que outros líderes mundiais haviam partido das negociações climáticas das Nações Unidas no Egito, o presidente eleito do Brasil chegou - e eletrificou a reunião”, destaca o artigo.

“O entusiasmo aqui era palpável para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula para a maioria. Ele derrotou recentemente Jair Bolsonaro, um homem que os ambientalistas brasileiros descrevem como um ‘pesadelo’ por presidir durante quatro anos de desmatamento desenfreado e aplicação frouxa das leis na vasta e frágil floresta tropical amazônica do país”, continua.

A reportagem destacou a popularidade de Lula. E reforçou:

“Foi a primeira viagem do Sr. Lula para fora do Brasil desde que ganhou as eleições presidenciais no final de outubro, e ele se baseou no otimismo que muitas pessoas aqui sentem agora que um defensor de um ecossistema que é crucial para o clima global está de volta ao poder”.

“A história do Sr. Lula de combater o desmatamento é o que dá a muitos de seus apoiadores na cúpula grandes expectativas para seu próximo mandato como presidente”, destaca o artigo, lembrando que:

“Quando ele se tornou presidente pela primeira vez em 2003, o desmatamento da Amazônia estava em um de seus maiores índices de sempre. Ao final de seu segundo mandato, em 2010, a taxa de desmatamento havia diminuído em 67%”.

“Mas sob o Sr. Bolsonaro, essa tendência se inverteu e a Amazônia perdeu mais de 13.000 milhas quadradas de cobertura de árvores de 2019 a 2021, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no Brasil”, continuou.

“O Brasil havia sido definido para sediar a cúpula climática anual da ONU em 2019, mas o Sr. Bolsonaro se recusou a levá-la adiante. Na quarta-feira, o Sr. Lula propôs a realização da cúpula de 2025 em uma das cidades amazônicas do Brasil”, lembrou. (Brasil247).





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Reuters: Lula foi recebido como astro do rock na COP27 (vídeos).

Maior agência de notícias do mundo também destacou o discurso de Lula no Egito

Lula e lideranças indígenas na COP27 (Foto: Ricardo Stuckert)

O brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu as boas-vindas de uma estrela na cúpula da COP27 no Egito nesta quarta-feira, ao prometer renovar o compromisso do país com florestas tropicais para enfrentar a crise climática e se oferecer para manter futuros mandatos da ONU. conversações climáticas.

"Estou aqui hoje para dizer que o Brasil está pronto para voltar", disse Lula, recebendo aplausos da multidão de delegados na cúpula internacional do clima na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh.

Lula venceu a eleição presidencial no mês passado contra o presidente de direita Jair Bolsonaro, que presidiu a crescente destruição da floresta amazônica e se recusou a realizar a cúpula do clima de 2019 originalmente planejada para o Brasil.

Lula, um ex-presidente que deve iniciar seu terceiro mandato em janeiro, disse aos delegados que buscaria tornar o Brasil o anfitrião da COP30 em 2025 e que pretendia colocar o local na floresta amazônica, em vez da região costeira mais populosa.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, com mais de 6 milhões de quilômetros quadrados, absorve grandes quantidades de gases de efeito estufa que, se liberados, destruiriam as metas climáticas globais.

“Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”, disse ele, explicando que queria que as pessoas conhecessem a região. “Não pouparemos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030”.

A multidão em pé incluía dois ex-ministros do meio ambiente, legisladores, governadores, ativistas e indígenas com cocares tradicionais. O presidente da COP27, Sameh Shoukry, do Egito, acompanhou Lula ao palco.

Lula enfatizou que a mudança climática só pode ser enfrentada de mãos dadas com a justiça social, com a multidão aplaudindo seus pronunciamentos sobre o fim da desigualdade e a melhoria das condições de vida dos indígenas.

Ele também criticou os líderes globais por não priorizarem a mudança climática, dizendo que ignoraram os alertas sobre a situação do planeta enquanto gastavam trilhões de dólares em guerras.

"O planeta está a cada momento nos alertando de que precisamos uns dos outros para sobreviver", disse ele.

"No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que trazem destruição e morte, enquanto 900 milhões de pessoas no mundo não têm o que comer."

Lula acrescentou que está pedindo aos países ricos que cumpram sua promessa anterior de fornecer US$ 100 bilhões por ano aos países pobres para ajudá-los a se adaptar às mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

Foi seu segundo discurso na coletiva de quarta-feira, ambas repletas de admiradores gritando "Lula! Lula!" e sacudindo as paredes do local da conferência com seus aplausos.

Lula atravessou a conferência com um pequeno destacamento de segurança estendendo a mão para cumprimentá-lo.

A Cúpula da Terra do Brasil em 1992 no Rio de Janeiro preparou o palco para todos os principais acordos ambientais internacionais desde então, com a assinatura da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que visa prevenir mudanças climáticas extremas e foi a base das reuniões da COP.

A escolha de Lula de fazer da cúpula da COP27 o foco de sua primeira visita internacional desde que foi eleito ajudou a energizar as negociações deste ano.

"É muito positivo que ele venha para cá como presidente eleito porque o atual presidente nunca compareceu às COPs", disse Carlos Nobre, cientista do clima da Universidade de São Paulo.

Ele disse que Lula mudaria as políticas ambientais do Brasil em "180 graus" das de Bolsonaro.

Bolsonaro nomeou céticos do clima como ministros e viu o desmatamento na floresta amazônica do Brasil atingir um pico de 15 anos.

Lula reduziu o desmatamento a níveis quase recordes em sua primeira presidência, de 2003 a 2010.

Para seu novo governo, ele prometeu um plano abrangente para restaurar a aplicação da lei ambiental que foi corroída sob Bolsonaro e criar empregos verdes.

Na terça-feira, Lula se encontrou com o enviado climático dos Estados Unidos, John Kerry, e o negociador-chefe climático da China, Xie Zhenhua. 

Na quinta-feira, Lula se reunirá com a sociedade civil e grupos indígenas, além do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres. Ele parte na sexta-feira para Portugal para se encontrar com autoridades do governo de lá. (SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters).







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