É o segundo reajuste dos dois produtos em menos de um mês
Por Nicola Pamplona / Folhapress
Refinaria da Petrobras - Foto: André Mota de Souza/Agência PetrobrasFoto: Agência Brasil
É o segundo reajuste dos dois produtos em menos de um mês
Por Nicola Pamplona / Folhapress
Refinaria da Petrobras - Foto: André Mota de Souza/Agência PetrobrasFoto: Agência Brasil
Os senadores da CPI da Covid irão incluir no relatório final do colegiado, que será votado nesta terça-feira (26), a sugestão para que as redes sociais suspendam ou promovam o banimento definitivo de Jair Bolsonaro das plataformas.
A decisão dos parlamentares vem na esteira da repercussão da fake news divulgada pelo chefe do governo federal durante uma transmissão ao vivo pela internet. Na ocasião, ele afirmou que as pessoas completamente imunizadas contra a Covid-19 desenvolvem a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) "muito mais rápido que o previsto". A live foi removida pelo Facebook de todas as suas plataformas, incluindo o Instagram.
“Temos um delinquente contumaz na Presidência da República! Informo que incluiremos no relatório da CPI a fala mentirosa e absurda de Bolsonaro associando a vacina contra a Covid-19 à Aids”, escreveu o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no Twitter. “Além disso, encaminharemos ofício ao ministro Alexandre de Moraes [do STF], pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news e recomendaremos às plataformas de redes sociais a suspensão e/ou o banimento do presidente”, completou em seguida.
De acordo com o jornal O Globo, o requerimento pedindo que a fake news difundida por Bolsonaro seja encaminhada a Alexandre de Moraes para que ele "tome ciência da reiterada e flagrante conduta potencialmente criminosa do Sr. Presidente da República" foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O ministro é o relator do inquérito das fake news que tramita na Corte.
"Esta Comissão Parlamentar de Inquérito deve encaminhar o presente requerimento ao eminente Ministro do Supremo Tribunal Federal, Sr. Alexandre de Moraes, relator do inquérito 4.781, para que tome ciência dos termos da declaração do Sr. Presidente da República no dia 21 de outubro do corrente ano, para exame do potencial cometimento dos crimes em epígrafe, com flagrância e continuidade, determinando a retirada do conteúdo do ar e adotando demais providências que entender pertinentes", justificou o parlamentar
"Sem meias palavras: as ações do Presidente Jair Bolsonaro causaram e continuam a causar diariamente a morte de brasileiros que teriam suas vidas poupadas caso o seu principal mandatário tivesse uma conduta minimamente razoável e responsável. Cabe aos demais Poderes da República encontrar soluções para que a prática delituosa seja interrompida", destacou Vieira.
Confira as postagem de Randolfe Rodrigues sobre o assunto.
O Facebook tirou do ar a live do presidente Jair Bolsonaro em que ele compartilha a informação sobre uma suposta relação entre as vacinas contra covid-19 e a aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). A transmissão foi ao ar, ao vivo, na última quinta-feira (21) e estava disponível para reprodução, como acontece com os conteúdos semelhantes. A remoção do vídeo se estende à conta do presidente no Instagram, rede social que também pertence ao Facebook.
De acordo com o presidente, a informação se refere a pessoas totalmente vacinadas, ou seja, que tomaram a dose única ou segunda dose da vacina há mais de 15 dias. "Só vou dar a notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito. Vamos lá: 'Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto'. Recomendo, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live, não quero que caia a live aqui, quero dar informações", afirmou Bolsonaro durante a transmissão do dia 21, sem citar a fonte da matéria.
Em nota divulgada no sábado (23), o Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia esclareceu que “não se conhece nenhuma relação” entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de aids. “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, diz a nota.
O comitê recomenda ainda que pessoas que vivem com HIV (vírus da imunodeficiência humana)/aids devem ser completamente vacinadas contra covid-19, inclusive com a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias. Pessoas imunossuprimidas estão recebendo o reforço contra covid-19 nesse intervalo de tempo, conforme prevê o Ministério da Saúde, assim como os idosos e profissionais de saúde que tomaram a vacina há mais de seis meses.
Hoje (25), em entrevista a uma rádio, o presidente disse que leu sobre a pesquisa em reportagem da revista Exame publicada na semana passada. Bolsonaro também compartilhou nas redes sociais uma publicação de seu filho Carlos Bolsonaro em que o vereador critica a repercussão. “A que nível chega o $istema: o “meio de comunicação do bem” chamado @exame divulga a informação e o atacado é quem leu sua matéria! O alvo será a revista ou o leitor? Precisa responder? Tem método!”, diz a publicação.
A matéria em questão, entretanto, foi publicada pela Exame em outubro de 2020, quando as vacinas ainda estavam em desenvolvimento. A notícia foi atualizada nesta segunda-feira e destaca que os cientistas se basearam em análises feitas em 2007 com um adenovírus específico usado na pesquisa de vacinas contra o HIV (vírus da imunodeficiência humana).
A Agência Brasil entrou em contato com o Facebook e com a Presidência da República e aguarda retorno. (Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília).
Edição: Juliana Andrade
Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...