O governador da Bahia, Rui Costa (PT), expôs em entrevista à CNN Brasil a situação dramática que vive o estado diante de uma escalada de casos, internações e mortes por Covid-19 na região.
Rui Costa destacou que o colapso do sistema de saúde baiano não se resolve apenas com abertura de novos leitos, visto que já faltam equipes médicas para atender os pacientes, muitas delas contaminadas pelo coronavírus. "Estamos entrando em colapso. Estamos já regulando já pacientes da ree privada, ou seja, que têm plano de saúde, e não estão conseguindo vagas nos hospitais privados, que também chegam ao esgotamento e estamos com várias regiões do estado com 100% de lotação dos hospitais. Os municípios estão fazendo um esforço grande de ampliar seus leitos próprios. O estado está lançando mão das últimas possibilidades. Estamos abrindo a Arena Fonte Nova para leitos de UTI, vamos abrir inicialmente 50 leitos. Eu diria que nesse final de semana a gente abre os últimos leitos possíveis. Muita gente diz: 'abre mais leito, é questão de espaço, de equipamento'. Não. Não é questão de espaço, não é questão de equipamento. É questão de equipe médica suficiente para abrir leitos. Temos hoje equipamentos e hospitais que não estamos conseguindo abrir todos os leitos porque, infelizmente, temos perdido equipes médicas contaminadas. Estamos à beira do colapso".
O governador contou que comércios e serviços que não são considerados essenciais fecharão na noite de sexta-feira (26) e só voltarão abrir às 5h de segunda-feira (1). A medida visa interromper a cadeia de transmissão do vírus. "A partir de sexta de noite até segunda de manhã não funciona nada, exceto os serviços essenciais e as indústrias. Todo o comércio será suspenso e qualquer atividade esportiva ou religiosa está suspensa entre sábado e domingo".
Para quem descumprir as regras, a punição será a mesma que já vem sendo adotado no estado: "o que estamos fazendo é levar as pessoas para a delegacia e fazendo o indiciamento como crime contra a saúde pública".
Em relação à vacinação da população baiana, Rui Costa afirmou que já conversa com a farmacêutiva Pfizer para comprar diretamente doses do imunizante desenvolvido pela empresa, independentemente do governo federal. "Hoje de manhã fiz uma reunião com a Pfizer e já botei a procuradoria para negociar os termos contratuais. Mas eles dizem que têm um acordo com o Ministério da Saúde de mutuamente se darem um prazo até o dia 19 de março. Se o ministério não fechar o acordo com eles, eles dizem que estarão liberados para negociar com os estados, e nós já nos colocamos como primeiros da fila para poder fechar a compra se o ministério não fechar". (247).