domingo, 19 de julho de 2020

O mundo pós-covid. Nossa vida poderá mudar por completo

As ameaças do pós-covid foram examinadas por 347 analistas convocados pelo Fórum Econômico Mundial: recessão, desocupação e aumento das desigualdades sociais encabeçam a lista de preocupações dos especialistas. Mas os efeitos da pandemia atingirão todas as áreas, e são muito preocupantes.



Por: Equipe Oásis
No atual momento, a imensa maioria dos países luta para emergir da profunda crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19. Ao mesmo tempo, já podem ser observados os primeiros sinais daquela que (segundo os especialistas) poderá ser a maior recessão econômica desde o final da Segunda Grande Guerra. E o que parece evidente é que a pandemia não se limitará a influenciar o panorama econômica global, mas irá golpear também diversos outros setores das sociedades. Uma pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial (http://www3.weforum.org/docs/WEF_COVID_19_Risks_Outlook_Special_Edition_Pages.pdf) analisa os principais riscos previstos para o pós-covid nos próximos 18 meses, definidos como “condições ou eventos de incerteza com impacto potencialmente negativo sobre diversos países, indústria e atividades empresariais”. O estudo divide essas condições de risco em cinco categorias principais: economia, sociedade, geopolítica, tecnologia e meio ambiente.
Economia. A crise econômica é sem dúvida a maior dentre todas as preocupações dos analistas. Entre os riscos mais prováveis, o primeiro é o de uma recessão econômica prolongada, caracterizada por um aumento substancial da pobreza global. 56.8% dos especialistas temem a falência de muitas empresas, com consequentes altos níveis de desemprego, sobretudo para os trabalhadores mais jovens.
Sociedade. 30,8% dos especialistas consultados consideram muito provável que no próximo outono, no Hemisfério Norte, ocorra uma segunda onda de contágio do corona vírus. 23,3% considera provável que, para enfrentar as novas emergências, os governos tomem medidas drásticas de privação das liberdades civis, ou que, pelo menos, lancem campanhas veementes de reeducação popular. 21,3% dos especialistas consultados consideram que haverá aumento das desigualdades sociais, e 18,4% acredita que ocorrerá uma queda vertical do nível de confiança dos cidadãos em relação aos seus próprios líderes governantes.
Geopolítica. Quase a metade dos especialistas teme que as restrições aos movimentos internacionais de bens e de pessoas se tornem mais duros. Com efeito, já para este ano de 2020 se prevê uma queda de 13 a 32% do comércio internacional, e de 30 a 40% dos investimentos diretos exteriores. Cerca de 20% dos analistas teme além disso que a crise humanitária se aprofundará por causa da redução dos auxílios aos países mais pobres.
Tecnologia. 37,8% dos especialistas entrevistados temem possíveis ataques informáticos e furtos de dados e informações sensíveis, por causa do aumento do teletrabalho e do homework. A tecnologia, que no mundo todo salvou o emprego de milhões de pessoas, pode agora voltar-se contra nós: um quarto dos analistas consultados acredita que o trabalho de muitos funcionários possa ser substituído por processos cada vez mais automatizados, com um consequente aumento da desocupação e do desemprego.
Ambiente. Na classificação dos grandes riscos do momento atual figura também a crise das mudanças climáticas: o maior temor dos analistas é que os governos, preocupados com a situação econômica global e com o preço do petróleo estavelmente baixo, abandonem as políticas ambientais e deixem de investir em energias alternativas. A queda nos níveis de emissão de poluentes atmosféricos, observada em todos os países que instituíram o lockdown, já está deixando de existir, e a retomada das atividades poderá ter um efeito poluidor muito negativo sobre o planeta.


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Teles se movimentam: Claro, TIM e Vivo querem comprar a Oi e fatiar a empresa em pedaços

A Claro divulgou decisão de proposta conjunta com a TIM e a Vivo para comprar a operação móvel da Oi, avaliada entre R$15 bilhões e R$20 bilhões. A intenção das interessadas é fatiar a Oi por regiões

                    Via:247
Oi inicia projeto para acelerar implantação de serviços de fibra a cliente residencial
Oi inicia projeto para acelerar implantação de serviços de fibra a cliente residencial

A Claro, a TIM e a Vivo manifestaram interesse em comprar a operação da Oi, avaliada em até R$ 20 bilhões. As empresas querem fatiar a Oi com base nas regiões do país.
A reportagem do jornal O Globo destaca que “o mercado já especulava desde o ano passado que a companhia controlada pela mexicana América Móvil, dona ainda da Net e Embratel, estava interessada na Oi. Semana passada, Daniel Hajj, presidente da operadora disse, durante teleconferência com analistas, que tinha interesse na tele carioca.”
A matéria ainda lembra que “a Oi está em processo de recuperação judicial e fará no mês que vem uma assembleia geral de credores para aprovar uma nova versão do seu plano, que prevê a venda de diversos ativos, como a parte móvel. O novo, plano, porém, tem criado um impasse entre bancos e fundos de investimentos.”

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Gleisi ironiza Globo: criou um PT para ser odiado e um PT para ser perdoado

Presidente do PT reagiu ao novo artigo do Globo, que tenta afastar o ex-presidente Lula e o presidenciável Fernando Haddad. Nas redes, ela também lembrou que Jair Bolsonaro é fruto da Globo

Gleisi Hoffmann e Lula
Gleisi Hoffmann e Lula (Foto: Lula Marques | Ricardo Stuckert)

"A mídia brasileira criou um PT para ser odiado e agora tenta criar outro para ser perdoado. Decidam-se, mas não esqueçam que Bolsonaro é filho da Globo com Moro", postou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), em suas redes sociais. Foi uma resposta ao novo artigo do colunista Ascânio Sêleme, que tenta afastar o ex-presidente Lula e o presidenciável Fernando Haddad. Saiba mais sobre o caso:
A estratégia do grupo Globo, que, na semana passada, ofereceu perdão ao Partido dos Trabalhadores, por meio da coluna do jornalista Ascânio Sêleme, ex-diretor de Redação do jornal e um de seus principais colunistas, fica mais clara nesta semana. Em novo artigo, Sêleme salienta que a clemência oferecida pela Globo se dirige a um suposto Partido dos Trabalhadores de Fernando Haddad, e não ao PT que inclui os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O artigo também nega a realidade, ao não reconhecer que houve um golpe de estado no Brasil em 2016 e que Lula foi um preso político – dois fenômenos apoiados pela Globo que permitiram a ascensão do bolsonarismo.
"Se o Partido dos Trabalhadores se organiza internamente através de algumas tendências políticas que lutam pelo poder na legenda, do lado de fora se consegue ver apenas dois PTs distintos. Um deles é o de Lula, o que manda, e tem entre seus expoentes Gleisi Hoffmann e José Dirceu. Estes não querem nem ouvir falar de entendimento político, de frente contra Bolsonaro. Apostam na ruptura como única forma de retomar o poder. Entendem que um alinhamento com as demais forças do campo democrático pode resultar na eleição de um não petista. Além disso, afirmam que se a rejeição ao PT acarretar a reeleição de Bolsonaro, esse será um problema do Brasil, não do partido", diz Ascânio Sêleme, em seu artigo.
"Mas há um outro PT, tão de esquerda quanto o de Lula, ou até mais do que este. Essa turma, liderada pelo ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando Haddad, já reconheceu publicamente os erros do PT e se mostrou pronta para reconstruir e reerguer o partido. Esse grupo não tem as amarras populistas de Lula e companhia, é mais moderno, pensa no futuro e não se contenta apenas com o atendimento de interesses imediatistas e corporativistas", afirma o colunista. "O futuro do maior partido de esquerda do Brasil será determinado pela prevalência de um grupo sobre o outro. Hoje, o PT de Haddad é minoritário, sofre aberta censura do campo majoritário e muitas vezes precisa se calar para sobreviver e seguir brigando internamente pela transformação do partido", afirma Sêleme, tenta criar uma divisão inexistente entre Lula e Haddad. (247)


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Cuba comemora ausência de transmissão local de Covid-19

Resultado foi alcançado pela primeira vez em 130 dias

                  Por Agência Brasil
Cuba
Cuba – Foto: Xunhua/Arquivo Agência Brasil
Pela primeira vez em 130 dias, Cuba anunciou, neste domingo (19), que não há novos casos domésticos de Covid-19, à medida que a maior parte do país passou para a fase final visando à retomada de atividades, com uso de máscaras e distanciamento social. Francisco Duran, chefe de epidemiologia do Ministério da Saúde Pública, que atualizou o país diariamente sobre a pandemia, tirou a máscara durante a transmissão nacional para dar a boa notícia. Nesse sábado, ele fez o mesmo, relatando apenas um único caso doméstico em Havana.
Apenas alguns casos de Covid-19 foram relatados em Cuba na última semana, todos em Havana. A maior parte da ilha do Caribe, onde vivem 11,2 milhões de habitantes, está livre da doença há mais de um mês. "Eu sempre digo para você ficar seguro em casa, mas eu sei que muitos hoje vão à praia", disse Duran, sorrindo, lembrando à população a importância de manter o distanciamento social.
Os 2,2 milhões de habitantes da capital permanecem na primeira fase de três estágios de reabertura, na qual eles podem usar transporte público e privado, ir à praia e outros centros de recreação e desfrutar de uma viagem à beira-mar, bem a tempo para as férias de verão. O distanciamento social e o uso de máscaras permanecem obrigatórios na maioria das circunstâncias.
O país abriu um grupo de resorts para turismo internacional. A Fase 3 amplia viagens internacionais, dependendo do risco. O país comunista recebeu altas notas pela forma de informar sobre a pandemia. O sistema de saúde comunitário robusto e gratuito de Cuba permitiu manter o número de infecções abaixo de 2.500, com 87 mortes.

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Lagoa Grande: População tem cumprido determinações do novo decreto, avalia Prefeitura

                      Via:Carlos Britto

Desde a última quinta-feira (16), a cidade de Lagoa Grande (PE) vem cumprindo o novo decreto que estabelece toque de recolher com restrições de locomoção das 19h às 4h, e os resultados têm sido positivos. Pelo menos foi o que divulgou em nota conjunta a prefeitura municipal, Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC) e Ministério Público. 
De acordo com a nota, população e comerciantes de supermercados, farmácias, lanchonetes, bares, restaurantes, têm cumprido as restrições – alguns usando delivery e seguindo com as orientações aos seus clientes.  Essa foi a primeira semana de rondas e operações com fiscalizações educativas. As ações vão continuar até o dia 31 deste mês. Para o Tenente-coronel Carvalho, a parceria com os órgãos municipais tem sido muito positiva e vem surtindo o efeito desejado.
“Nós estamos empregando três viaturas, com dez policiais, no conceito da Operação Convivência e temos orientado a nossa tropa a cumprir na íntegra que está no previsto nos Decretos Estadual e Municipal. Sob o comando de um graduado, todas as noites as rondas são realizadas em toda a cidade, em ações de fiscalização ao cumprimento do Decreto Municipal 047. Tivemos esta primeira semana de orientações educativas, foram muitas abordagens. Percebemos que, tanto a população quanto os comerciantes de bares, restaurantes e lanchonetes estão cumprindo. Portanto o saldo é muito positivo. Observamos que, poucos supermercados não estão cumprindo o distanciamento dentro do estabelecimento e não estão disponibilizando álcool para higienização, o que também já orientamos sobre a adequação. A partir de agora cada cidadão ou responsável pelo estabelecimento flagrado que já tenha sido advertido num primeiro momento, confirmada a reincidência, será conduzido a Delegacia para a recepção da ocorrência e lá lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência para responder criminalmente pelo descumprimento. No geral, parabenizamos toda a população pelo bom comportamento”, explicou o comandante da 7ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Já a secretária da Saúde, Samara Martins, avaliou que a experiência tem sido muito exitosa, porque durante uma semana inteira foram feitas ações educativas e poucos casos de descumprimento foram registrados. “Tivemos poucas autuações com apoio da Polícia Militar, Polícia Civil e Ministério Público e, enquanto Secretaria da Saúde e Vigilância Sanitária, esperamos que a população e comerciantes continuem colaborando e, que isso traga um reflexo considerável na curva de contaminação nos próximos 15 dias, quando será possível analisarmos de fato os resultados. Queremos também agradecer, em nome do prefeito, a parceria das instituições envolvidas, as nossas equipes técnicas e, de forma muito especial o trabalho da imprensa local e regional (blogs/rádios), que têm contribuído demais nas divulgações dos nossos boletins semanais e esclarecimentos à população”, finalizou.


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Departamento de Justiça dos Estados Unidos confirma atuação informal na Lava Jato

Reportagem do jornalista Brian Mier aponta que esta cooperação desestabilizou a economia brasileira, cortou centenas de milhares de empregos, impediu a participação de Lula nas eleições e preparou o terreno para a ascensão do bolsonarismo
Brian Mier: Lula é um prisioneiro de guerra dos Estados Unidos
Brian Mier: Lula é um prisioneiro de guerra dos Estados Unidos

Por Brian Mier, no Brasilwire –  Em agosto de 2019, um grupo de 13 membros do Partido Democrata dos EUA exigiu respostas para as evidências de apoio sobre o papel do Departamento de Justiça na investigação anticorrupção corrupta da Lava Jato.
A requisição foi feita depois que as mensagens vazadas do Telegram publicadas no Intercept mostraram que, entre dezenas de outros crimes, o juiz Sergio Moro trabalhou de forma antiética para ajudar a depor Dilma Rousseff, grampeando ilegalmente seu telefone na véspera das audiências de impeachment, editando a conversa para ser mais danosa e liberá-la para a maior estação de televisão do Brasil.
Liderada pelo congressista da Geórgia Hank Johnson e composta principalmente por membros do Partido Democrata (com a notável ausência de Alexandria Ocasio Cortez), a carta ao procurador-geral William Barr expressou preocupação de que as ações do DOJ estavam desestabilizando a democracia do Brasil e solicitou respostas e esclarecimentos.
O DOJ prestou assistência na coleta e análise de evidências compiladas pela força-tarefa da Lava Jato e pelo juiz Moro no caso do presidente Lula? A carta completa, que pode ser lida aqui (abaixo), deu ao procurador-geral William Barr um prazo até 30 de setembro de 2019 para responder às perguntas.
William Barr, que enquanto procurador geral de George H.W. Bush, perdoou 6 funcionários do governo Reagan, incluindo Casper Weinbeger, depois de terem sido condenados na investigação Irã-Contras, tem um longo histórico de ocultar informações do público sobre as irregularidades do governo dos EUA.
Nunca houve uma grande expectativa de que ele respondesse adequadamente às consultas, no entanto, a demanda por informações era juridicamente vinculativa.
Em 7 de julho de 2020, mais de 8 meses após o prazo final, a Procuradoria Geral da República finalmente respondeu, com 13 cartas idênticas entregues aos parlamentares que assinaram a requisição original. Esse evento passou completamente sob o radar da mídia e a Brasil Wire finalmente recebeu cópias das cartas em 17 de julho.
A resposta falha em esclarecer satisfatoriamente qualquer uma das 12 perguntas. É uma carta formal, reconhecendo que trabalhou com o Ministério Público brasileiro na Lava Jato, mas “por uma questão de política e prática de longa data, o Departamento de Justiça não pode fornecer informações sobre aspectos não públicos desses assuntos, nem o Departamento pode divulgar detalhes não públicos de outros assuntos ”.
A única documentação incluída na carta refere-se a 4 artigos no próprio site do DOJ, datados de 2016, que demonstram a parceria do US DOJ e SEC na operação Lava Jato.
A resposta do DOJ ao pedido do congressista Johnson e de seus colegas é totalmente insatisfatória, representando certamente a quantidade mínima absoluta de informações necessárias para cumprir legalmente a solicitação.
No entanto, serve como mais um reconhecimento público do papel do governo dos EUA em uma operação anticorrupção corrupta, armada e politizada que: 1.) desestabilizou a economia brasileira em 2015, causando 500.000 empregos perdidos e causando a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff durante a preparação para o golpe de 2016; e 2.) removeu o principal candidato presidencial do Brasil das eleições de 2018, abrindo a porta para uma vitória de Bolsonaro (pela qual os membros da força-tarefa da Lava Jato foram expostos em bate-papos por telegrama dizendo que estavam “orando a Deus”).
Além disso, como um dos comunicados de imprensa do DOJ mencionados na carta é datado de 21 de dezembro de 2016, este documento também serve como um lembrete de que a parceria do governo dos EUA com a Lava Jato é uma questão de registro público há pelo menos 3,5 anos.
Quando você vir jornalistas autoproclamados esquerdistas da mídia comercial circulando em suas turnês, recuando e mudando de assunto quando perguntados sobre o envolvimento dos EUA no golpe de 2016 e na prisão política de Lula, lembre-se disso.


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A mídia é refém da caricatura que fez do PT e de Lula

"Um país com milhões de excluídos precisa, sim, de uma esquerda forte, mas precisa também de uma mídia plural e democrática, coisa que a Globo não é, nem mesmo como caricatura", afirma o jornalista Ricardo Amaral

(Foto: 247 | Reprodução | Reuters)


Por: Ricardo Amaral/Jornalista

Uma das maiores limitações da mídia brasileira é acreditar no que publica; uma imprensa que não lê a divergência, para não mencionar os fatos, e se enreda nas realidades virtuais que vai criando. É o caso dos artigos de Ascânio Seleme, no Globo de 11 de julho, sobre “perdoar” um PT que a maior parte da mídia criou para ser odiado, e de sábado (18), em que um outro PT é criado para receber o perdão que nunca pediu. Os PTs ali retratados são criações fictícias como enredos de novela, com a diferença de que estes são mais próximos da vida real.
O primeiro artigo parte de uma constatação rara em nossa imprensa, a de que o país em crise profunda não vai se reencontrar excluindo um terço da população, a parcela identificada com Lula e seu partido. Mas não extrai desse fato a consequência que estaria ao alcance da própria Globo: levantar a censura imposta ao PT e a Lula pelo maior grupo de comunicação do país. Seria o gesto imprescindível para restabelecer o debate democrático, mais eficaz que a arrogante oferta de perdão a quem sofreu a maior campanha de destruição de imagem já feita contra um partido e seu líder.
O PT e o Lula excluídos da Globo e do debate foram forjados nas 13 horas de notícias negativas somadas no Jornal Nacional entre janeiro e agosto de 2016; o julgamento midiático que antecedeu a denúncia do powerpoint em setembro. O “tríplex do Lula” nasceu numa notícia falsa e jamais corrigida do Globo, em dezembro de 2010, e transformada na última hora em “prova” da denúncia frívola (“Tesão demais essa matéria de O Globo. Vou dar um beijo em quem de vocês achou isso”, registrou Deltan Dallagnol nos arquivos da Vazajato). Foi pela Globo que Sergio Moro fez a diferença, vazando o grampo ilegal da presidenta Dilma em 16 de março de 2016
Diferentemente do que diz o artigo deste sábado, o PT não foge do assunto Petrobrás: denuncia a manipulação dos processos e o acobertamento da corrupção tucana, confessada desde Pedro Barusco, o pai das delações. Nem diz que o mensalão foi inventado pela mídia: denuncia a pressão que ela exerceu sobre um STF que julgou “com a faca no pescoço”. Tampouco o PT defende o “controle popular” da mídia, mas a regulamentação dos artigos 220 a 240 da Constituição, que não interessam à Globo e seus associados regionais porque estabelecem diversidade, pluralidade, respeito às identidades étnicas e regionais nas concessões de TV. Coisa de outro mundo.
De fato, o PT da Globo e da maioria da imprensa é uma longa criação, para a qual contribuem fragmentos da realidade, mitos, preconceitos e, obviamente, os erros cometidos em 40 anos de uma trajetória que jamais foi objeto de debate equilibrado na mídia. E não seria agora, porque essa narrativa histórica, com perdão pela palavra gasta, justificaria outra, terrivelmente atual, de que a rejeição ao PT seria responsável pela ascensão de Bolsonaro. Como se a mídia não fosse acionista fundadora da indústria do antipetismo que a tantos propósitos tem servido, inclusive o de explicar sua responsabilidade no golpe de 2016 e no processo eleitoral de 2018.
A imprensa daria um grande passo se criticasse o PT pelo que o partido realmente é, não o que ela gostaria que fosse. Da mesma forma que Sergio Moro e a Lava Jato tornaram-se prisioneiros da farsa judicial que criaram para condenar Lula (e eleger Bolsonaro), a maior parte da mídia é refém da caricatura do PT que ela desenhou e não consegue apagar nem mesmo para permitir o inadiável reencontro do país com a normalidade. E por isso tem de desenhar, volta e meia, um PT que não seria nem o real nem sua caricatura, nem sua direção nem sua militância, mas um partido domesticado e livre dessa ideia radical de acabar com a desigualdade no Brasil.
Só que não existem dois PTs, como não existem duas Globos. No PT convivem e podem divergir Lula, Gleisi Hoffmann, Fernando Haddad, Eduardo Suplicy, Rui Costa e Benedita da Silva, mas, diferentemente da Globo, onde também convivem divergências, o PT não tem dono. A Globo tem. E é ele (ou eles) quem define o que é o que é não é notícia, como fazia Roberto Marinho, quem pode e quem não pode falar no JN. É quem não admite o PT no jogo político. Um país com milhões de excluídos precisa, sim, de uma esquerda forte, mas precisa também de uma mídia plural e democrática, coisa que a Globo não é, nem mesmo como caricatura.


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NÚMEROS Brasil tem 12,4 milhões de pessoas desocupadas, segundo IBGE

                       Por: Agência Brasil
 (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A população desocupada no Brasil foi estimada em 12,4 milhões de pessoas na semana entre 21 e 27 de junho, uma taxa de desocupação de 13,1%. O número equivale a um aumento de 12,3% com relação à semana anterior, quando 11,7 milhões estavam desocupados, e alta de 10,5% com relação a primeira semana de maio. 

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID-19) para a semana entre 21 e 27 de junho, divulgada, hoje (17), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Ocupação
Já a população ocupada do país, a pesquisa estima em 82,5 milhões (48,5%) na última semana de junho, enquanto na semana anterior era de 84 milhões de pessoas. Abaixo também na comparação com a semana de 3 a 9 de maio, quando era de 83,9 milhões de pessoas. 

A pesquisa indicou que do total, 12,4% dos ocupados ou 8,6 milhões, trabalhavam remotamente. Em relação à semana anterior (8,7 milhões ou 12,5%), ficou estatisticamente estável, como também, na comparação com a semana de 3 a 9 de maio. Lá era 8,6 milhões ou 13,4% dos ocupados. 

De acordo com coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, vinha sendo observada uma queda na população ocupada afastada, mas que começava a retornar ao trabalho, só que na última semana, junto com a queda da população afastada teve aumento de desocupação com o aumento da taxa para 13,1%. “Uma parcela daquelas pessoas que estavam afastadas, agora, começa a ser desligada. As pessoas que estavam retornando ao trabalho nesta última semana a gente começa a ver desligamento”, disse em entrevista à Agência Brasil.

“Esta semana a gente viu uma forte tendência de pessoas que estariam sendo demitidas. É a primeira vez que a gente vê [na pesquisa] esse aumento da população desocupada com queda da população ocupada. Antes a população ocupada ficava estável. Houve variação na população desocupada, mas a população ocupada ficava estável. Agora, não. A população ocupada cai e a desocupada mostra tendência de crescimento”, completou.

Para a coordenadora, os primeiros resultados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, divulgados ontem pelo IBGE podem explicar este movimento no mercado de trabalho. Aquele levantamento indicou que a pandemia do novo coronavírus (SARS CoV-2) provocou o fechamento de 522,7 mil empresas na primeira quinzena de junho.“Nessas empresas que tiveram desligamento as pessoas foram mandadas embora. Depois de um tempo sem perspectivas de retorno e melhoras, e dois meses sem receita, a forma de cortar custos das empresas é mandar embora”, comentou.

A proximidade da taxa de informalidade atingiu 34,5%, o que representa estabilidade em relação à semana anterior (33,9%), mas também é um recuo se comparada ao período de 3 a 9 de maio, quando alcançou 35,7%.

A pesquisa indicou ainda que 12,5% da população ocupada, ou seja, cerca de 10,3 milhões de pessoas estavam afastadas do trabalho por causa do distanciamento social. O resultado aponta redução em relação à semana anterior, quando eram 11,1 milhões ou 13,3% da população ocupada. Houve queda também frente a semana de 3 a 9 de maio. Lá havia 16,6 milhões ou 19,8% dos ocupados.

Força de trabalho
Com 55,8% entre 21 e 27 de junho, a taxa de participação na força de trabalho indicou estabilidade em relação à semana anterior (56,2%), mas na comparação com a primeira semana de maio (55,2%) houve aumento. A população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava por trabalho, que era de 75,1 milhões de pessoas na semana pesquisada, mostrou estabilidade estatística em relação à semana anterior (74,5 milhões) e à semana de 3 a 9 de maio (76,2 milhões). 

Entre os pesquisados dessa população, cerca de 26,9 milhões (ou 35,9% da população fora da força de trabalho) disseram que gostariam de trabalhar, contingente que ficou estável em relação à semana anterior (26,4 milhões ou 35,4%) e ao período de 3 a 9 de maio (27,1 milhões ou 35,5%).

Das 17,8 milhões de pessoas fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho, o motivo para este comportamento foi a pandemia ou a falta de uma ocupação na localidade em que moravam. Esse contingente, que correspondia a 66,2% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar, ficou estável em relação à semana anterior (17,3 milhões ou 65,8%), mas caiu em comparação com a semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 70,7%).

Saúde
A PNAD Covid-19 estimou que, também na semana de 21 a 27 de junho, 15,4 milhões de pessoas (ou 7,3% da população do país) apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal como febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular, investigados pela pesquisa. O resultado indica que o contingente ficou estável na comparação com a semana anterior (15,3 milhões ou 7,2% da população) e recuou frente a de 3 a 9 de maio (26,8 milhões ou 12,7%).

Conforme a pesquisa, cerca de 3,1 milhões de pessoas ou 20% daqueles que apresentaram algum sintoma procuraram atendimento em postos de saúde, em equipe de saúde da família, UPA, pronto socorro ou hospital do SUS ou, ainda, ambulatório /consultório, pronto socorro ou hospital privado. O total mostra estabilidade em relação à semana anterior (3,1 milhões ou 20,1%), mas com queda em valores absolutos se comparado à semana de 3 a 9 de maio (3,7 milhões ou 13,7%).

“Depois de quatro semanas que vinham caindo, os sintomas ficaram mais ou menos estáveis na quarta semana consecutiva. O atendimento médico continua prioritariamente em locais de estabelecimentos de saúde pública”, afirmou a coordenadora.



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FAKE NEWS Bolsonaro diz que lei sobre fake news limita liberdade de expressão e que 'não tem que ter isso'

As afirmações foram feitas em transmissão ao vivo em redes sociais.


                      Por Folhapress
Presidente Jair Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro – Sergio Lima/AFP


O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (18) que o projeto de lei sobre fake news aprovado no Senado limita a liberdade de expressão. Para ele, não será possível se manifestar sobre nada se o texto passar a valer. A proposta foi aprovada no fim de junho pelos senadores e ainda depende de análise da Câmara dos deputados. Se for aprovado, segue para sanção ou veto de Bolsonaro.
"Eu acho que é uma maneira de colocar limite na liberdade de expressão. Não tem que ter isso. Se alguém se ver prejudicado, entra na Justiça. Está previsto calúnia, difamação, injúria. Não tem que inventar mais nada", afirmou.
"Vai virar terra de ninguém, um terreno onde você vai perder a liberdade, não vai poder se manifestar sobre nada", completou o presidente.

As afirmações foram feitas em transmissão ao vivo em redes sociais. Bolsonaro estava no Palácio da Alvorada, onde alimentou emas. Pela segunda vez na semana, uma das aves bicou a mão do presidente, que reclamou da dor, mas seguiu alimentando os animais.
A proposta aprovada pelos senadores traz a exigência de guarda dos registros da cadeia de reencaminhamentos de mensagens no WhatsApp para que se possa identificar a origem de conteúdos ilícitos. O armazenamento de registros se dará apenas das mensagens que tenham sido reencaminhadas mais de cinco vezes, o que configuraria viralização. Os dados armazenados sobre a cadeia de encaminhamento só serão acessíveis por meio de ordem judicial e quando as mensagens atingiram mil ou mais usuários.
A matéria isentou a disseminação de fake news de penalizações criminais, retirando da versão debatida o financiamento de redes de fake news das leis de organização criminosa e lavagem de dinheiro. O texto final ainda excluiu a obrigatoriedade das empresas de identificação prévia no uso de pseudônimos para a inscrição em redes sociais.
No início do mês, o presidente disse a apoiadores que há possibilidade de vetar o projeto de lei sobre fake news aprovado pelo Senado.

"Acho que, na Câmara, vai ser difícil aprovar. Agora, se for [aprovado], cabe a nós ainda a possibilidade do veto. Acho que não vai vingar este projeto não", afirmou. Na transmissão, o presidente ainda voltou a defender que a população se arme. "Nossa política é pró-armamento. Nós entendemos que a arma é uma maneira de fazer com que o homem garanta sua liberdade, garanta sua democracia. Mas as armas têm que estar nas mão das pessoas certas. A pessoa certa é o povo", disse.
Na reunião ministerial do dia 22 de abril, cuja gravação em vídeo foi divulgada por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro defendeu que é preciso armar as pessoas para que não sejam escravizadas por governantes.
Segundo pesquisa Datafolha feita em maio, 72% dos entrevistados discordam do que ele disse. "Eu quero todo mundo armado. Que povo armado jamais será escravizado", afirmou o presidente na ocasião.
A defesa feita por ele ocorreu num contexto de críticas ao que o mandatário definiu como medidas autoritárias de governadores e prefeitos para obrigar a população a manter o isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.
O presidente chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de "bosta", e o do Rio, Wilson Witzel (PSC), de "estrume", além de ter ofendido outras autoridades.


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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

  Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...