Terremotos provocaram danos e tsunamis de mais de um metro de altura em algumas regiões
Cidades foram evacuadas após terremoto no Japão, registro da
cidade de Wajima, província de Ishikawa - Foto: Yusuke Fukuhara/ Yomiuri
Shimbun / AFP
Seis mortes são confirmadas após terremoto no Japão. Violentos terremotos sacudiram nesta segunda-feira (1°) o centro do Japão, provocando danos e tsunamis de mais de um metro de altura em algumas regiões, levando a população a fugir para terrenos mais altos.
O número de mortos no terremoto de magnitude 7,5 que sacudiu o centro do Japão no dia de Ano Novo aumentou para seis, confirmou a polícia na terça-feira (noite de segunda, 1, no Brasil). O sismo causou ondas de tsunami com mais de um metro de altura.
Um agente da Polícia de Ishikawa informou à AFP que as autoridades estavam investigando a descoberta de mais dois corpos, "um na cidade de Nanao e um no povoado de Shika", depois da confirmação de quatro mortos após o abalo, registrado na costa de Honshu, principal ilha do arquipélago japonês.
Mais cedo, as autoridades haviam divulgado o registro de quatro mortes.
As autoridades instaram a população a se abrigar diante do risco de ondas gigantes.
"Estamos cientes de que suas casas e pertences são muito queridos para vocês, mas suas vidas são mais importantes do que qualquer outra coisa. Corram para as áreas mais altas possíveis", fez um apelo um apresentador do canal NHK.
Pouco depois, as primeiras consequências começaram a ser sentidas nas costas. Ondas de 1,2 metro de altura atingiram o porto de Wajima, na península de Noto, às 16h21 (04h21 em Brasília).
A Agência Meteorológica japonesa (JMA) emitiu um alerta de tsunami com ondas que poderiam chegar aos cinco metros, mas posteriormente revisou-o para baixo.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacifco, com sede no Havaí, também informou algumas horas depois que o riesgo havia passado. "A ameaça de tsunami passou, em grande medida", declarou a agência americana.
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ofereceu em comunicado "toda a ajuda necessária ao povo japonês".
Rodovias foram fechadas nas zonas próximas ao epicentro e os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados.
O governo informou que não foram detectadas consequências nas usinas nucleares do país.
Em Ishikawa e nas vizinhas Toyama e Niigata cerca de 33.500 lares ficaram sem eletricidade.
Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira.
O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, reportou "seis casos" de pessoas sob edifícios desabados na zona de Ishikawa.
A polícia informou estar investigando relatos de que duas pessoas morreram na cidade de Nanao.
Imagens na televisão mostraram também um grande incêndio que devastou vários edifícios em Wajima.
Um vídeo na rede social X mostrou casas destruídas. "É o distrito Matsunami de Noto. Estamos em uma situação horrível. Por favor, ajudem-nos. Minha cidade está em uma situação horrível", lamentou uma pessoa na gravação.
Cidades do extremo-leste russo também alertaram para o risco de tsunami, sem determinar evacuações.
As autoridades de Vladivostok, cidade russa de 600.000 habitantes, aconselharam os pescadores a retornarem ao porto, afirmando que esperavam uma onda de três metros.
Situado no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes.
As normas de construção são estritas, os edifícios costumam resistir a fortes terremotos e os habitantes estão acostumados a estas situações.
Mas a traumática lembrança persiste do terrível terremoto de magnitude 9,0 seguido de um gigantesco tsunami que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em 2011.
A catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.
Em março de 2022, um terremoto de magnitude 7,4 na costa de Fukushima sacudiu amplas zonas do leste do Japão e deixou três mortos.
A capital, Tóquio, foi devastada por um grande terremoto há um século, em 1923.
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