O convênio foi assinado pelo governador Paulo Câmara com três agências da ONU.
(Foto: Peu Ricardo/DP.)
O governo de Pernambuco assinou, nesta quarta-feira (5), termos de cooperação com três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento de políticas de prevenção ao crime e à violência. A intenção é reforçar os estudos de áreas vulneráveis, para que sejam executadas ações eficazes, que ajudem a afastar a população do mundo do crime - especialmente os jovens.
Na ocasião, também foram anunciados o aumento da capacidade de atendimento nas oficinas de conexão socioculturais, promovidas pelo estado, e uma seleção simplificada para contratação de 70 pessoas para trabalharem nessas atividades. As iniciativas fazem parte da segunda etapa do programa Pernambuco Pela Prevenção. A presença da ONU será por meio do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
As áreas mais vulneráveis de Pernambuco foram mapeadas previamente pelo governo, de acordo com os dados criminais existentes. Essa filtragem detectou 59 territórios, de 18 cidades distintas, como o Recife. Dos 94 bairros da capital, 25 deles têm maior incidência criminal, como Campo Grande, Areias, Ibura, Afogados, Dois Unidos e Nova Descoberta, por exemplo. A relação completa você confere no final da reportagem.
“A entrada da ONU dá uma condição de discutirmos as experiências bem sucedidas que já aconteceram e avaliar as políticas que não deram certo. O que a gente quer é implementar condições para que a prevenção esteja presente, com atividades que afastem qualquer tipo de contato da população com práticas de violência”, afirma o governador Paulo Câmara (PSB).
"Sabemos onde os problemas existem, mas é preciso saber das histórias e oferecer ações na dimensão dos problemas de cada local", explica o secretário Clóvis Benevides.
(Foto: Peu Ricardo/DP.)
O investimento inicial é de R$ 3 milhões, oriundo dos cofres estaduais - não há necessidade repassar dinheiro internacional, segundo a ONU. “Vamos gastar o que for necessário, porque sai muito mais barato cuidar da prevenção do que ficar contratando tanta polícia”, acrescenta Paulo Câmara. De imediato, os trabalhos começam pela Região Metropolitana e devem ser estendidos para outras áreas ao longo de 2020. O convênio expira em julho de 2022.
É hora de conhecer as histórias de cada morador dessas áreas vulneráveis dessas 59 regiões mapeadas, como explica o secretário estadual de Prevenção a Violência e às Drogas, Clóvis Benevides. “Em novembro e dezembro de 2019, realizamos uma série de rodadas de conversas com as pessoas desses bairros, entendendo a dinâmica do crime e da violência na área. Sabemos onde os problemas existem, mas é preciso saber das histórias e oferecer ações na dimensão dos problemas de cada local”, explica.
As intervenções comunitárias já acontecem por meio de oficinas de qualificação profissional e do programa Papo Reto, que levam personalidades à escolas estaduais de ensino médio para dialogar sobre violência urbana. Agora, é a vez das conexões socioculturais do programa Juventude Presente, que aumentarão a capacidade de atendimento - mais 10 mil vagas.
O espaço utilizado pode ser uma praça, uma escola, uma igreja, a depender do contexto da localidade. “Vamos ocupar espaços com capoeira, música, arte, cinema, fotografia. Múltiplas linguagens para atrair os jovens. E para trabalhar nisso, serão contratados 70 novos técnicos, para atuar com mediação de conflitos e políticas de aproximação comunitária”, discorre Clóvis.
"O tamanho da equipe (de cada projeto) será moldado de acordo com a necessidade%u201D, conta Moema Freire, do PNUD/ONU.
(Foto: Peu Ricardo/DP.)
As agências da ONU irão começar a listar boas práticas nacionais e internacionais, para trazer a Pernambuco, e avaliar as políticas que desenvolvidas por aqui. “À medida (que for sendo desenvolvido) cada projeto, vão sendo contratados consultores especializados. O tamanho da equipe será moldado de acordo com a necessidade”, comenta a coordenadora da unidade de Governança e Paz do PNUD/ONU, Moema Freire. “A ideia é seguir na linha que o estado já vem atuando, de trabalhar a prevenção de forma intersetorial, com foco no jovem”, complementa.
Cidades que irão receber ações de prevenção à violência
Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Itamaracá, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana; Nazaré da Mata, Vitória de Santo Antão e Palmares, na Zona da Mata; Caruaru, São Joaquim do Monte, Bonito e Barra de Guabiraba, no Agreste; e Petrolina, no Sertão (DP)
Bairros vulneráveis da RMR, segundo a SPVD
Áreas vulneráveis, segundo SPVD
Recife - Boa Vista, Santo Amaro, São José, Joana Bezerra, Água Fria, Campo Grande, Iputinga, Cordeiro, Madalena, Cajueiro, Ibura, Imbiribeira, Pina, Cohab, Areias, Várzea, Afogados, Jardim São Paulo, Mangueira, San Martin, Alto Santa Terezinha, Dois Unidos, Macaxeira, Nova Descoberta, Poço da Panela.
Jaboatão dos Guararapes - Piedade, Prazeres, Barra de Jangada, Muribeca.
Olinda - Peixinhos, Jardim Atlântico, Rio Doce, Jatobá, Ouro Preto.
Paulista - Janga, Maranguape I, Paratibe, Nossa Senhora do Ó.
Igarassu - Centro, Cruz de Rebouças.
Itamaracá - Biquinha (Pilar).
Camaragibe - Aldeia.
São Lourenço da Mata - Capibaribe, Várzea Fria.
Cabo de Santo Agostinho - Gaibu, Cohab.
Nazaré da Mata: Centro.
Vitória de Santo Antão: Centro.
Palmares: Centro.
Caruaru: Centro, São João da Escócia.
São Joaquim do Monte: Centro.
Bonito: Alto Bonito
Barra de Guabiraba: Nova Esperança.
Limoeiro: Centro.
Petrolina: João de Deus, José e Maria, Projeto Maria Teresa, Serrote do Urubu.
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