segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

O vice-presidente da República Geraldo Alckmin vacina Lula contra a Covid com dose bivalente (vídeo)

A cerimônia busca incentivar a vacinação contra a doença que já matou quase 700 mil brasileiros

Geraldo Alckmin (PSB) vacinou Lula (PT) contra a Covid-19 (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (27) a dose da vacina contra Covid-19 bivalente das mãos do vice-presidente Geraldo Alckmin, em uma cerimônia que contou com a presença da ministra Nísia Trindade (Saúde) e de Zé Gotinha, no Centro de Saúde nº 1 no Guará, região administrativa do Distrito Federal. 

O presidente Lula defendeu a importância da imunização coletiva  durante o evento. "Queria fazer um apelo a cada mãe, a cada avó, a cada pai, a cada criança: não acredite no negacionismo. Tomo vacina porque gosto da vida. A vida é o dom maior que Deus nos deu. A vida é o que faz a gente amar e deve ser preservada", disse Lula.  

A cerimônia marcou o lançamento da Movimento Nacional de Vacinação e buscou incentivar a vacinação contra a doença. O último governo, de Jair Bolsonaro, desdenhava das vacinas, levando à morte quase 700 mil brasileiros. 

A partir desta segunda, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas poderão receber uma dose de reforço contra a Covid-19 com a versão bivalente dos imunizantes. 247.

HELICÓPTERO - Após dois meses de espera, mulher recebe coração que "viajou" de Caruaru ao Recife de helicóptero

 

Transporte durou cerca de 35 minutos, no domingo (26)


                                Por Portal Folha de Pernambuco
Coração "viajou" de helicóptero - Foto: Divulgação/PRF

Um coração destinado a uma mulher de 46 anos que estava há dois meses na fila de espera por um transplante foi transportado de helicóptero de Caruaru, no Agreste Central de Pernambuco, ao Recife, no domingo (26).

A ação foi feita de forma integrada entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O voo pela vida durou 35 minutos em um percurso que levaria cerca de duas horas por via terrestre.

O coração foi transportado dentrou de uma caixa térmica. Todo o procedimento foi acompanhado por dois médicos, que garantiram a conservação do órgão até seu destino.

O coração saiu de Caruaru por volta das 17h35 e chegou ao campo do Derby, na área central do Recife, de onde foi transportado de ambulância e chegou preservado ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

O coração era de um homem de 39 anos, que era doador de órgãos.

Em nota, o Imip informou que o transplante cardíaco foi realizado com sucesso. "A paciente encontra-se na UTI, estável e com evolução satisfatória", disse o hospital.

 

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COVID-19 - Lula será vacinado em lançamento de campanha de imunização nesta segunda (27)

 

Presidente vai receber quinta dose, que passará a ser distribuída em versão atualizada


                               Por Agência O Globo
Lula recebe a primeira dose da vacina contra a Covid-19, em 2021  - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar nesta segunda-feira (27) do lançamento de uma campanha batizada de Movimento Nacional pela Vacinação, com o objetivo de incentivar a imunização no país. No evento, Lula receberá a quinta dose da vacina contra a Covid-19.

A campanha também marca o início da aplicação no país das vacinas bivalentes, que são eficazes no combate tanto do novo coronavírus original quanto de suas variantes mais recentes, como a ômicron.

data da cerimônia foi escolhida porque no domingo completaram-se três anos do dia em que foi confirmado o primeiro caso de infecção pela Covid-19 no Brasil, em 2020. Desde então, a doença matou quase 700 mil pessoas no país.

Com o ato de se vacinar publicamente, Lula busca se contrapor ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que afirmou em público diversas vezes que não se imunizou contra a doença e colocou a segurança e a eficácia dos imunizantes em dúvida. O petista, por sua vez, divulgou ter tomado as quatro doses da vacina, antes de ser eleito.

A vacina bivalente será direcionada inicialmente para grupos de risco, como idosos e imunocomprometidos.

De acordo com o Ministério da Saúde, 19,1 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso. Além disso, 68,6 milhões não tomaram a terceira e outros 30,2 milhões não receberam a quarta.


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Líder do Javari diz que presença do Estado garantiu paz muitos anos

 

Segundo Eliésio Marubo, indígenas nem sempre conviveram com violência


Comunicação Social Superintendencia Regional da Policia Federal do Amazonas


A Terra Indígena (TI) Vale do Javari ganhou foco após o assassinato brutal do indigenista Bruno Pereira, também servidor da então Fundação Nacional do Índio (Funai), e do jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, em junho de 2022. Entre o movimento indígena e antropólogos, o nome da região já havia se tornado referência muito antes, por ter a maior concentração de indígenas isolados do mundo e ser arena de disputas de poder. 

O território fica localizado nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no oeste do estado do Amazonas. Os povos indígenas que vivem na região nem sempre conviveram com a violência, e o que evitou isso foi a proteção de órgãos públicos, conta Eliesio Marubo, procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

"Por volta do fim de 2009, a Polícia Federal (PF) trabalhava com uma equipe de inteligência do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. Atuavam muito na região. Foi uma época de paz, por muitos anos", lembra

Eliesio conta também que, embora tenha havido sossego em outra época, no período que antecedeu o homicídio de Dom e Bruno, uma tensão pairava no ar. "Havia um clima de hostilidade, por conta dos trabalhos que a Univaja já vinha fazendo, e culminou com o aumento dessa hostilidade e da criminalidade na região. Ou seja, mais interesses. E ele [Bruno] era uma pedra de tropeço", diz o procurador.

Hoje, uma comitiva de primeiro e segundo escalão do governo inicia força-tarefa no território, a fim de restabelecer a sensação de guarida e cooperação entre o Poder Público e os povos que habitam o local. Participam do grupo representantes dos ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e Cidadania, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Também confirmaram presença o Ibama, a PF, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Força Nacional e o Ministério Público Federal (MPF).

Operação Javari
Operação Javari - Comunicação Social – SR/PF/AM

A maior parte da TI Vale do Javari fica em Atalaia do Norte (AM). A Agência Brasil quis saber de Eliesio o que considera estratégico para o combate aos crimes na região. "Acho que a criação de uma base em Atalaia do Norte é mais eficaz do que eles [agentes das forças de segurança e fiscalização ambiental] ficarem em Tabatinga, porque são muitos quilômetros de distância. Então, se tomarem o cuidado de ficar mais próximos do Vale do Javari ou, quem sabe, montar uma base móvel no Rio Javari, entendemos que diminui um pouco a criminalidade", defende.

Violência e ambição

Homologada em 2001, a TI Vale do Javari tem 8,5 milhões de hectares e as ameaças com as quais convive têm complexidade proporcional à sua extensão. Trata-se da segunda maior área indígena do Brasil, que perde, em tamanho, apenas para a TI Yanomami, com 9,6 milhões de hectares, e divide alguns dos problemas, como o garimpo ilegal. Pesquisadores e entidades como o Instituto Socioambiental (ISA), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) têm advertido constantemente as autoridades quanto à presença de narcotraficantes, madeireiros, caçadores, pescadores e garimpeiros ilegais. 

Na fronteira com o Peru, a TI Vale do Javari é também alvo de exploração de petróleo, contra a qual têm se erguido os matsés. Segundo registro do Cimi, foi criada, em 2021, a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU) para diminuir a fragilidade dos povos da região.

Em setembro de 2019, quando o governo Bolsonaro ainda não havia restringido tão fortemente o alcance do trabalho do Ibama, a autarquia desativou cerca de 60 balsas que faziam garimpo ilegal nas TIs Vale do Javari, Katuquina do Rio Biá e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Cujubim, no oeste do Amazonas. Esse foi o saldo da Operação Korubo, feita em conjunto com a Funai e a PF e colocada em prática após cinco meses de planejamento e preparo logístico.

Os korubo são um dos povos da TI Vale do Javari. Também se encontram ali mais 25 povos, dos quais 19 são de isolamento voluntário, de acordo com o ISA, como os mayuruna/matsés, os matis, os kulina pano, os kanamari e os tsohom-dyapa. Conforme o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), esses povos, juntamente com os korubo e os marubo, compartilham alguns traços socioculturais, como a língua pano, e, ao mesmo tempo, apresentam diferenças relevantes entre si. A população total é de mais de 6,3 mil pessoas, pela contagem do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei) local.

Parte dos povos é de recente contato. Os kanamari e os marubo, por exemplo, mantêm contato com não indígenas há cerca de um século.

Um boletim do ISA mostrou que, entre o primeiro e o segundo bimestre de 2022, o desmatamento em terras indígenas com presença de povos isolados aumentou. Em janeiro deste ano, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) divulgou o estudo Isolados Por um Fio: Riscos Impostos aos Povos Indígenas Isolados, que ressalta que territórios da Amazônia em que vivem povos isolados são mais ameaçados do que os que não têm a presença dessa população.

Em informe técnico, o instituto relaciona cinco riscos que afetam direitos fundamentais de indígenas em isolamento voluntário: desmatamento, incêndios, grilagem, mineração e desestruturação de políticas públicas específicas, considerada um risco jurídico-institucional e um agravante na exposição de territórios aos demais processos. (Por Letycia Bond - Enviada especial* - Atalaia do Norte (AM).

Edição: Graça Adjuto



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