segunda-feira, 25 de março de 2024

União Brasil vai pedir expulsão de Chiquinho Brazão, preso como mandante da morte de Marielle

 

Presidente do União Brasil, Antonio Rueda, irá pedir a expulsão imediata e o cancelamento da filiação do deputado federal Chiquinho Brazão

Chiquinho Brazão (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)


O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, irá pedir a expulsão imediata e o cancelamento da filiação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), preso pela Polícia Federal na manhã deste domingo (24) como um dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, “Rueda vai fazer uma representação à Executiva, que deve convocar uma reunião para deliberar pela expulsão”.

Chiquinho Brazão foi preso no âmbito da operação Murder, Inc., deflagrada nas primeiras horas da manhã deste domingo. O irmão do parlamentar, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), também foi preso como um dos mandantes do crime. O ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita de atrapalhar as investigações. Além dos mandados de prisão, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

A direção nacional do União Brasil interveio nos diretórios estadual e municipal do Rio de Janeiro em março do ano passado. Até então, o  partido era dominado regionalmente pela família Brazão. - 247.


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"Vitória do estado brasileiro contra crime organizado", diz Lewandowski após prisão de apontados como mandantes do caso Marielle

Ministro da Justiça anunciou em coletiva de imprensa os resultados das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorrido em 2018


Ricardo Lewandowski | Marielle Franco (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF | Bernardo Guerreiro/Mídia NINJA)

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou neste domingo (24) que, após a 'clara' identificação dos envolvidos no assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 2018, os 'trabalhos por ora se encerram, até que venham novos elementos'. 

'Temos bem claro os executores desse crime hediondo, de natureza claramente política', disse o ministro da Justiça e Segurança Pública em coletiva de imprensa. 

'A polícia identificou os mandantes e os demais envolvidos', afirmou. Também neste domingo, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil - RJ) foi preso durante operação Polícia Federal (PF), juntamente com Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

Lewandowski também elogiou o trabalho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por homologar a colaboração premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. Também elogiou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, bem como a Polícia Federal. 

"Vitória do Estado brasileiro contra o crime organizado", prosseguiu, destacando a prisão dos irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa, além das medidas cautelares aplicadas contra outras pessoas relacionadas ao caso. 

O ministro da Justiça também disse que "o crime organizado não terá sucesso em nosso país", e que o relatório da PF está pronto. 

"No MJSP e na PF, acreditamos que há elementos suficientes nos autos para a oferta de uma denúncia", afirmou, indicando que as motivações do crime envolveriam disputas sobre a regularização de terras. 

Os irmãos Brazão estariam envolvidos em atividades criminosas, como milícias e grilagem de terras, segundo o ministro Alexandre de Moraes. - (247).


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Motivação da morte de Marielle envolve questão fundiária e milícia

 

Ministro da Justiça destacou disputa política na Câmara Municipal

Foto:José Cruz/Agência Brasil


A principal motivação do assassinato da vereadora Marielle Franco, revelada neste domingo (24), envolve a disputa em torno da regularização de territórios no Rio de Janeiro.

Em coletiva de imprensa para apresentar os resultados da investigação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, leu trechos do relatório da Polícia Federal (PF), de mais de 470 páginas, citando a divergência entre Marielle Franco e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão em torno do Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

Citando uma "reação descontrolada" de Chiquinho Brazão pelo resultado apertado da votação do PL no plenário da Câmara Municipal, segundo relatório da PF, o ministro afirmou que o crime começou a ser preparado ainda no segundo semestre de 2017.      

"Me parece que todo esse volumoso conjunto de documentos que recebemos, esse é um trecho extremamente significativo, que mostra, pelo menos, a motivação básica do assassinato da vereadora Marielle Franco, que se opunha, justamente, a esse grupo, que, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, queria regularizar terras, para usá-las com fins comerciais, enquanto o grupo da vereadora queria usar essas terras para fins sociais, de moradia popular", afirmou Lewandowski.

Segundo ele, a PF apontou que Domingos Brazão, um dos envolvidos, tem longa relação com grilagem de terras e ação de milícias.  

Na mesma linha, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, mencionou os elementos apurados na investigação. "Motivação tem que ser analisada no contexto. O que há são várias situações que envolvem a vereadora Marielle Franco, que levaram a esse grupo de oposição, que envolve também a questão ligada a milícias, disputa de territórios, regularização de empreendimentos. Há seis anos, havia um cenário e culminou nessa disputa", afirmou o delegado.

Brasília- DF 24-03-2024. Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski e o diretor Geral da PF, Andrei Passos, durante coletiva sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco. Foto José Cruz/ Agência Brasil.
O diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, durante coletiva sobre os mandantes do assassinato de Marielle Franco. Foto José Cruz/ Agência Brasil.

A investigação da Polícia Federal concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para executar a vereadora Marielle Franco, em 2018. Na ocasião, o motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto. Fernanda Chaves, assessora da vereadora, sobreviveu ao atentado.

A conclusão está no relatório final da investigação, divulgado após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do inquérito.

Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal, foram presos na manhã de hoje por determinação de Moraes.  

Segundo o ministro da Justiça, o crime é relevador do "modus operandi" da milícia e do crime organizado no Rio de Janeiro.

"A partir desse caso, nós podemos talvez desvendar outros casos, ou seguir o fio da meada cuja dimensão não temos clara. Essa investigação é uma espécie de radiografia de como opera a milícia e o crime organizado no Rio de Janeiro".

Delegado envolvido

No documento da PF, os investigadores mostram que o plano para executar Marielle contou com a participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Policia Civil do Rio. Segundo a PF, Rivaldo “planejou meticulosamente” o crime. Barbosa também foi preso na operação desta manhã.

"O que pode ser dito é que, antes do crime, havia uma relação indevida desse [Rivaldo], que era então chefe da Delegacia de Homicídios, depois, chefe de Polícia, para desviar o foco da investigação daqueles que são os verdadeiros mandantes do crime", observou o diretor-geral da PF. - (Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Lílian Beraldo



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Espírito Santo anuncia medidas para atender afetados pelas chuvas

 

Credito: Max Wender/Casa Militar

O governo do Espírito Santo anunciou, neste domingo (24), a liberação de R$ 50 milhões para medidas de apoio às pessoas atingidas pelas fortes chuvas dos últimos dias na região sul capixaba, com investimento. Em entrevista coletiva no fim da tarde, o governador Renato Casagrande oficializou a adoção de um conjunto de medidas econômicas voltadas para aqueles que tiveram prejuízos.

O estado vai liberar o Cartão Reconstrução, um benefício no valor de R$ 3 mil para aquisição de móveis, eletrodomésticos, roupas, alimentos, material de construção ou qualquer item que a família entenda como prioritário. Já os empreendedores terão linhas de financiamento especiais, além da prorrogação das operações de crédito em curso pelo prazo de seis meses.

“O governo do estado vai investir R$ 50 milhões para subsidiar as operações junto ao Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) e ao Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), por meio do Fundo de Fortalecimento da Economia Capixaba – Fortec. Além disso, serão abertas novas linhas para o microcrédito, por meio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes)”, informa nota divulgada pelo governo.

Na manhã de hoje, Casagrande esteve novamente em Mimoso do Sul, onde acompanhou o início do trabalho de limpeza de ruas e o atendimento às pessoas afetadas pelas chuvas. O governador já havia visitado o município no sábado, logo após fortes chuvas que atingiram a região entre a noite de sexta-feira (22) e a madrugada de ontem.

Neste domingo, o governador visitou ainda os municípios de Apiacá e Bom Jesus do Norte, que também registraram prejuízos causados pelas fortes chuvas.

Consequências

Até o momento, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec) do Espírito Santo confirmou 17 mortes em decorrência das chuvas - 15 em Mimoso do Sul e 2 em Apiacá.

A estimativa, segundo o último boletim extraordinário da Defesa Civil do estado, divulgado na manhã de hoje, é que 5.481 pessoas estejam desalojadas e 255, desabrigados.

No sábado, o governador decretou situação de emergência nos municípios de Alegre, Alfredo Chaves, Apiacá, Atílio Vivacqua, Bom Jesus do Norte, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Muqui, Rio Novo do Sul, São José do Calçado e Vargem Alta. (Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo).

Edição: Nádia Franco



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