Na primeira entrevista após anúncio de que será o novo ministro da Justiça, Dino defendeu ao 247 a responsabilização de quem pregou o golpe
Anunciado na sexta-feira (9) o novo ministro da Justiça do governo Lula, o senador eleito e ex-governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) concedeu à TV 247 sua primeira entrevista à imprensa depois da confirmação de seu nome.
Na conversa durante o Boa Noite 247, ele defendeu uma polícia “que se paute exclusivamente pela legalidade” e reforçou as qualidades do delegado Andrei Rodrigues, indicado por ele como diretor-geral da Polícia Federal durante a coletiva em que ele próprio foi indicado ministro.
“Quem estiver fora dessa regra, será responsabilizado”, assegurou. “Não há vingança, mas Justiça. Ninguém vai fazer perseguição. Mas se não houver responsabilização, estaremos aplicando a desautoridade”.
Questionado sobre a Polícia Rodoviária Federal, cujo diretor-geral, Silvinei Vasquez, foi acusado de omissão na tentativa de desmobilizar os bloqueios golpistas nas estradas após as eleições e também de articular uma ação para atrapalhar eleitores de Lula no segundo turno, Dino disse que a indicação para a PRF também “levará em conta o critério de que a polícia não pode estar a serviço de nenhuma facção, e sim do país”.
Segurança de Lula
Uma preocupação para o dia da posse do presidente eleito, em 1º de janeiro, é a segurança. Bolsonaristas inconformados com o resultado do pleito têm se mobilizado em Brasília em número crescente nas últimas semanas e ameaçado não deixar o petista subir a rampa.
Para Dino, quanto mais povo na “festa” que celebrará a democracia, mais segurança.
“Posso afirmar sem medo algum: todos podem e devem - quem puder, claro - se dirigir a essa belíssima festa democrática. Esses pequenos grupos vão se dissipar até lá. Aqueles que insistirem serão contidos pela força legítima exercida pela Polícia Federal quanto pelo Governo do Distrito Federal, que tem sido colaborativo”, afirmou.
“A principal segurança do presidente da República é a junção desses mecanismos institucionais com o povo. As pessoas ali na Esplanada, isso também tem uma força dissuasória entre aqueles que podem eventualmente ter um delírio. Eu não vejo isso no horizonte, mas todas as providências estão sendo tomadas para que não haja nenhum tipo de ação violenta”, prosseguiu o futuro ministro. 247.