AGRICULTURA FAMILIAR
Por: Diario de Pernambuco
Foto: Divulgação
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AGRICULTURA FAMILIAR
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BRASIL
As crianças sofrem mais com a fome no Brasil. Em 37,8% dos lares com crianças de até 10 anos, houve fome ou redução de quantidade e qualidade dos alimentos. Na média dos domicílios no país, esse percentual é de 30,7%. As estatísticas fazem parte de pesquisa da Rede Penssan, que reúne entidades como Ação da Cidadania, Oxfam, Vox Populi e Actionaid, e se dedica ao estudo da fome no país.
E a desigualdade regional se mostra nos números da pesquisa, que foi a 12.745 domicílios: no Maranhão, são 63,3% das casas com crianças nessa condição, enquanto no Espírito Santo, a parcela é de 13,9%. O quadro apresentado pela pesquisa é um retrato da crise atual, que deixou mais famílias sem ter garantia de que haverá comida na mesa, mas com desdobramentos no futuro.
Especialistas ressaltam que a falta de acesso a alimentos na infância afeta o desenvolvimento da criança.
— É preciso uma política de enfrentamento com foco na infância, conforme demonstrado nos dados. Elas estão sofrendo mais intensamente. A falta de alimentação adequada nessa fase da infância, com sacrifício de outros membros da família, provoca comprometimentos futuros, físicos e cognitivos —diz Francisco Menezes, consultor de políticas públicas da Actionaid.
É o futuro de Antônio Carlos, de 3 anos, e Tauane, de 1 ano e 6 meses que está em jogo. Filhos de Luana Stefany da Silva, de 20 anos, e Maik do Nascimento, de 28 anos, não têm tido a alimentação adequada, A família mora numa ocupação, com pouca infraestrutura.
— Hoje (ontem) comemos angu e feijão, era o que tinha. Sempre vamos atrás de carreatas (pessoas que doam alimentos pelo Centro do Rio), mas nem sempre tem —lamenta Luana, que cozinha em um “fogão” improvisado com madeiras. Para acender o fogo, usa álcool.
Nascimento é pedreiro, mas tem tido dificuldade para conseguir emprego e vive de trabalhos esporádicos.
— Moramos há dois meses na ocupação, não recebemos o Auxílio Brasil e dependemos da ajuda de terceiros para ter o que comer — diz Luana, que se cadastrou no programa social e tem esperança de conseguir entrar.
Outro ponto levantado pelo pesquisador é a redução significativa nos recursos para merenda escolar, que estão congelados desde 2017, com a inflação dos alimentos ultrapassando 43% desde o início da pandemia em 2020:
—Quando o Brasil saiu do mapa da fome, a alimentação escolar teve papel importante. A alimentação na escola vai piorando, com a substituição de alimentos de melhor qualidade nutricional para ultraprocessados, mais baratos.
O presidente Jair Bolsonaro vetou o reajuste de 34% nos recursos repassados para merenda escolar, incluído pelo Congresso no Orçamento, em meados do mês passado.
—A fome é mais gritante nas casas nas quais a mulher é responsável pela família com crianças. É retrato que vejo todo dia — diz Kiko Afonso, executivo da Ação da Cidadania.
—Essas famílias com crianças pequenas são onde estão os desempregados, os informais, com baixa escolaridade e baixa capacidade de empregabilidade. Vencer isso vai exigir medidas interligadas, que abordem todos esses aspectos —alerta Ana Segall, médica sanitarista e pesquisadora da Rede Penssan.
Na média, a fome atinge 15,5% dos lares no país. Em 14 estados, a taxa é ainda maior. Em Alagoas, chega a 36,7%.
O temor de Afonso, da Ação da Cidadania, já está acontecendo: a naturalização da fome. As doações para a ONG criada por Betinho caíram de R$ 100 milhões em 2020 para R$ 15 milhões este ano:
—Como sempre aconteceu, a fome é naturalizada.
BLOG DO BILL NOTICIAS
Em entrevista à TV 247, ex-presidente explica que, por ser uma eleição “muito específica”, precisamos de “uma vitória sólida, robusta” (vídeo)
Lula e Dilma Rousseff (Foto: Ricardo Stuckert | Ederson Casartelli)
Vencer no primeiro turno é essencial neste pleito, que é tão específico e exige uma “vitória robusta”, disse a ex-presidente Dilma Rousseff em entrevista aos jornalistas Marcelo Auler e Dafne Ashton, da TV 247. Ela enumera as razões que reforçam a importância para que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vença já em 2 de outubro.
“Temos que lutar por cada voto que a gente imaginar que exista. Falta muito pouco e é muito importante que a gente ganhe no primeiro turno. É absolutamente necessário”, ressaltou, durante plenária da candidatura de Wadih Damous, que concorre a deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, na ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
“A vitória no primeiro turno tem duas funções básicas: torna qualquer tentativa golpista - seja de onde vier, articulada por quem quer que seja - inócua e, mais importante ainda, vamos derrotar uma aliança entre o neoliberalismo e o neofascismo, o que exigirá de nós, cada vez mais, a construção de uma grande força. Essa construção começa agora: ganhando no primeiro turno”, explicou Dilma (assista abaixo).
“Vamos lembrar uma coisa: não foi o Bolsonaro que fez o meu impeachment e prendeu o Lula. Foram forças que existem e que estão vivas neste país. A gente dizia ‘ditadura nunca mais’, agora é ‘golpe neoliberal nunca mais’. E esse processo começa com uma vitória sólida, uma vitória robusta”, prosseguiu Dilma.
Dilma ponderou, no entanto, que uma passagem para o segundo turno não seja vista como derrota pela militância. “Eu assisti e vivenciei quatro eleições presidenciais do PT, as duas do Lula e as minhas duas. Nós nunca ganhamos no primeiro turno. Só estou contando isso por conta da terceira questão: vai que nós não ganhamos no primeiro turno. Todas as vezes a gente achava que ia vencer no primeiro”, lembrou.
“Não ganhar no primeiro turno também não implica uma derrota, não é igual a uma derrota. Porque nós ganhamos no segundo turno. O que estou dizendo é que esta eleição é muito específica, muito diferente das outras, então quanto mais rápido ganharmos, melhor. Agora, a gente é resistente. Perdeu? A gente dá a volta por cima e ganha no segundo”, concluiu. 247.
Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...