Caro Vinicius,
Os advogados normalmente se manifestam
nos autos, contudo, alguns assumem a função de Assessor de Impressa,
como parece ser o caso do Dr. Jesualdo Campos ferindo inclusive código
de ética da Ordem dos Advogados do Brasil que em seu Artigo 33 diz:
O advogado deve abster-se de: (…) II –
debater, em qualquer veiculo de divulgação, causa sob seu patrocínio ou
patrocínio de colega;
Considerando que, antes mesmo da decisão
final o Dr. Jesualdo Campos decidiu trazer ao público a questão
jurisdicional, e tendo em vista que todos os brasileiros aprenderam que
de toda decisão cabe recurso, sinto-me à vontade para expor o meu ponto
de vista e, no linguajar jurídico, o meu entendimento do caso.
Aqui em Petrolina, durante a campanha
eleitora de 2012, como pode ser evidenciado em foto, enfrentamos todos
os coronéis do Estado e da Região.
Nossos opositores, ao invés de
apresentar propostas e conquistar votos, contrataram um batalhão de
advogados que nos inundou de representações, buscando, assim, vencer por
meios estranhos a vontade popular.
Fui citado inúmeras vezes. Na
Prefeitura, na minha casa, na minha clínica e até no final de debates,
sempre com a discrição que cabe ao profissional que cita um cidadão, em
princípio inocente, seja qual for a acusação.
E aqui quero ressaltar o profissionalismo dos muitos Oficiais de Justiça que a mim se dirigiram durante o processo eleitoral.
Acontece que a citada Oficiala recebeu o
mandato de citação no dia 18 setembro e, por acaso, só conseguiu me
citar no dia 1º outubro. Foram duas semanas aguardando o acaso.
Curioso que durante uma campanha o
candidato tem sua agenda disponível nos meios de comunicação e, assim,
sua citação é extremamente facilitada. Mas para que a pressa? Melhor é
contar com o acaso.
Mesmo sendo um debate algo que,
praticamente, para a cidade, diz a Oficiala que ia passando no local por
acaso. Por acaso também estava com o mandato e ao ver a movimentação de
bandeiras, carros de som, militância, ainda precisou perguntar a um
terceiro do que se tratava aquele aglomerado, como se alheia estivesse
ao processo eleitoral.
Eu, que estava participando de um
debate, recebi da Coordenação do mesmo a informação de que uma Oficiala
de Justiça estava lá para me citar. Achei estranho, mas no intervalo fui
assinar a tal citação e já percebi câmaras, fotógrafos, enfim. Por
acaso, estavam lá todos prontos para registrar o fato.
Ao retornar ao debate, fui informado de
quem se tratava a Oficiala em questão. Disseram-me que a Sra. Killian
Brandão, era esposa de um empresário que detinha contratos vultosos na
Prefeitura de Petrolina, na gestão anterior.
Assim que fui informado da relação da
oficiala, falei ao vivo no debate que estava sendo vítima de uma
armação. Ao sair do debate, aguardava-me outro Oficial que cumpriu seu
trabalho com a discrição que o acaso não permitiu a sua colega de
trabalho.
Vale, ainda, salientar que o outro
Oficial de Justiça estava com o mandato há apenas três dias e a Oficiala
Killian Brandão há quase duas semanas.
Assim, tive a certeza de tratar-se
aquele ato de mais uma armação política, dentre as tantas que me foram
impostas. Afinal, por que não fez ela como seu colega que aguardou o fim
do debate?
Ao dar publicidade à questão, o advogado
da Oficiala busca também um julgamento público de nossa conduta.
Entretanto, sua ação me permite também esta defesa pública.
Recebi de um leitor atento de seu blog uma nova informação que, penso, reforça ainda mais a minha tese.
A oficiala Killian Brandão e seu esposo o
Sr. Augusto Kleber Brandão são frequentes doadores de campanha do
deputado Fernando Filho. Fato esse comprovado na relação de doadores da
eleição de 2006, quando ela e seu esposo aparecem como doadores. E na
eleição de 2010, onde a empresa de sua família, a Brandão Locadora de
Veículos, Ltda., também aparece como doadora. Assim, não resta dúvida do
interesse pessoal da oficiala Killian Brandão no resultado da eleição.
Infelizmente, esse fato não poderá
chegar ao conhecimento processual em primeiro grau, mas servirá, sem
dúvida, no julgamento público proposto pelo advogado da Oficiala.
Não devo e não posso questionar o entendimento do Magistrado.
Sei também que a Justiça feita por
homens tem suas imperfeições, contudo, sem ela, estaríamos fadados à
injustiça que tanto desequilíbrio pode causar. Se existem imperfeições
com a Justiça, muito pior seria sem ela.
Se eu temo perder o mandato? Não, não
temo. Não por não temer a Justiça. Muito pelo contrário. Não temo
exatamente porque creio na Justiça e, principalmente, creio na vontade
de Deus.
Se for a vontade de Deus, assim será. E
não temo porque não fiz da política um meio de vida. Tenho na Medicina e
na Oftalmologia minha grande fonte de provisão, que me permite viver na
política sem dela viver.
Blog do Bill Art´s