Ministro da Justiça afirma que PF poderá atuar em colaboração com a Polícia Civil do Rio na investigação. E que é “bem evidente” que crime foi uma execução
Da Bahia, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, comentou o assassinato de um grupo de médicos no Rio de Janeiro na noite de ontem (4), entre eles o irmão da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), Diego Ralf de Souza Bomfim. Dino contou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro detém a presidência do inquérito que investiga o caso. Contudo, a Polícia Federal ofereceu ajuda de inteligência. Dino também disse que “o armamentismo irresponsável é a causa da violência”.
“Nesse momento há uma visão clara de que se trata de uma execução e não de um crime patrimonial. Isso está bem evidente. Há duas ou três linhas de investigação. O fato da proximidade de dois deputados federais faz com que tenhamos a presença da PF. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também pediu parceria da PF e da Polícia Legislativa”, afirmou. Sâmia é casada com o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Ambos muito atuantes no combate à extrema direita e à violência miliciana, berço de eclosão de políticos como aqueles ligados ao bolsonarismo. >>> Interceptação telefônica reforça hipótese de que médicos foram executados por engano
Dino disse ter convicção de que as polícias elucidarão o crime. “Há indicações que podem deduzir a configuração de materialidade e autoria do delito. Não podemos adiantar investigações, evidentemente. Mas reitero às famílias, aos médicos e profissionais de saúde, à sociedade do Rio de Janeiro de que os crimes são alvos de investigações. Embora seja constante a presença de milicianos e facções naquele estado, jamais banalizamos a perda de vidas humanas. Estamos investigando todos os casos, desde o assassinato de Marielle Franco a todos casos diários.”
Ameaças a Sâmia - Informações preliminares que vazaram na imprensa dão conta de que a linha principal de investigação seria de que a execução seria um engano. O que soa estranho, para além das coincidências das relações com parlamentares combativos, pelo fato de que não pegaram os criminosos. Enquanto isso, nas redes sociais, bolsonaristas chegaram a comemorar a morte com as ofensas de costume gordofóbicas contra Sâmia, entre outras. Do outro lado, internautas também levantaram a frase “Bolsonarismo Mata”, que figura entre os assuntos mais comentados do X, antigo Twitter, nesta tarde.
Há três meses, como lembrou a jornalista Cynara Menezes, Sâmia denunciou ameaças que vinha sofrendo. “Diziam que vão me matar e matar minha família das formas mais horríveis e sempre com requintes de crueldade”, denunciou a deputada em julho, em entrevista à jornalista Tati Bernardi.
“Recebo email uma vez por mês, a cada 15 dias, com ofensas horrorosas falando que vai me matar, matar minha família. Das coisas mais terríveis e sempre com requintes de crueldade”, disse a deputada na ocasião.
Contudo, neste momento, Sâmia mantém discrição. Ainda em choque, afirmou à imprensa: “Foi um crime bárbaro e a gente quer apuração. A gente já entrou em contato com o Ministério da Justiça para que a Polícia Federal possa acompanhar a apuração. E a gente espera que tenha resposta o mais rápido possível”. - Rede Brasil Atual.
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