Em parceria com Lé Figaro
Percebemos as cores através de três tipos de fotorreceptores na nossa retina. Mas suas densidades relativas variam de um indivíduo para outro. A sensibilidade ótica é diferente para cada pessoa, e inclusive para cada olho de uma mesma pessoa. Assim, todas as pessoas não vêem as mesmas cores.
Por: Anne Lefèvre-Balleydier – Le Figaro Santé
Como tais, as cores não existem. Trata-se de nada menos que luzes absorvidas e refletidas por objetos, com comprimentos de ondas diferentes. Nossos olhos e nosso cérebro «fabricam» as cores, o que gera variações inevitáveis de percepções de uma pessoa para outra …
A «construção» das cores se baseia em uma categoria específica de fotorrreceptores, células que revestem a retina: os cones , chamados assim por causa de sua forma, absorvem a luz através de três tipos de pigmentos visuais. Assim, alguns cones respondem a comprimentos de ondas curtas, para o azul (cones S, ou short), outros, para ondas médias, em torno do verde (cones M, medium), e ainda outros, para comprimentos de ondas longas para o vermelho (cones L, long). Quando uma radiação luminosa os alcança, ocorre uma cascata de reações que leva à criação de sinais elétricos, enviados para o córtex pelas células nervosas.
Surpreendemente, a densidade dos cones verdes em relação aos vermelhos pode ser muito diferente de um indivíduo para outro: a relação varia de 0,1 para 16. Além disso, a percepção de cada um depende do contexto, uma vez que os neurônios da retina processam o sinal para aumentar os contrastes coloridos na borda dos objetos, entre o verde e o vermelho e entre o azul e o amarelo (combinação do vermelho e do verde). E enquanto nossos olhos são capazes de distinguir cerca de 15 mil nuances de cores, ainda somos incapazes de determinar a nuance exata de uma delas em uma tabela. Na teoria, nossa visão tricromática torna visível todo o espectro da luz visível, do violeta para o vermelho, isto é, entre 390 e 780 nanômetros.
A idade, a experiência e a luz
Mas segundo os indivíduos, esse espectro pode ser mais ou menos largo, conter mais roxo e menos vermelho ou vice-versa. Além disso, dependendo da idade ou do estado de saúde, nossos olhos filtram mais ou menos a luz. Isto talvez possa explicar em parte, o caso do vestido azul -preto-branco-ouro, que, neste inverno, desencadeou paixões na internet: com a idade, seríamos menos sensíveis à luz azul. No entanto, é preciso ter em conta outro parâmetro: a cor de um objeto não depende apenas de quem o vê mas também da intensidade da luz que o ilumina.
Uma vez que esta luz é mais ou menos forte, a cor torna-se inevitavelmente diferente. É por este motivo que, na fotografia, é necessário proceder a um re-equilíbrio para refletir as condições de iluminação: é o que chamamos de balanço do branco. Mas, nossos olhos também podem se adaptar às condições de luz ambiente, o que percebemos muito bem ao nos deslocarmos de um quarto escuro para outro muito bem iluminado. Assim, confrontados com a imagem do vestido fotografado com muita luz, alguns o vêem nas suas verdadeiras cores, azul e preto. Enquanto outros optam por uma fotografia superexposta, com um vestido branco e dourado.
O fenômeno poderia depender de nossa experiência: conforme vemos ou não vestidos com a mesma textura no passado, nosso cérebro pode decidir em favor de uma cor em relação à outra. No entanto, este argumento desconcerta os pesquisadores. (Saúde247).
Blog do BILL NOTICIAS