Otávio Brandelli, embaixador brasileiro na Organização dos Estados Americanos, argumentou que ONU era foro adequado para repudiar a invasão.
O Brasil não apoiou, nem assinou, uma declaração conjunta da Organização dos Estados Americanos (OEA) repudiando a ofensiva bélica russa contra a Ucrânia. “Devemos ter presente que alguns dos propósitos essenciais da nossa organização são precisamente garantir a paz e a segurança continentais, prevenir possíveis causas de dificuldades e assegurar solução pacífica de controvérsias entre seus membros”, argumentou o embaixador brasileiro junto à OEA, Otávio Brandelli. Ele foi o secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores no período em que o “olavista” (adepto de Olavo de Carvalho) Ernesto Araújo foi ministro. Brandelli desencadeou, por determinação de Araújo e de Bolsonaro, uma guerra ideológica e uma estratégia de perseguição a opositores dentro do MRE em sua gestão.
Segundo o jornal O Globo, Brandelli afirmou que o Brasil, na condição de membro não permanente do Conselho de Segurança, “participa ativamente das discussões sobre a Ucrânia”. Ele teria dito que os esforços diplomáticos brasileiros também estariam concentrados na finalidade de evitar uma “catástrofe humanitária”.
Na noite de sexta-feira, o Brasil apoiou uma resolução que critica a “agressão russa” contra a Ucrânia, em reunião no Conselho de Segurança da ONU. Mas como a Rússia, como membro permanente do órgão, tem poder de veto — e o usou —o ato não teve validade. 247