sábado, 5 de setembro de 2020

Senado aprova aumento da validade da CNH para 10 anos

CNH passa a custar R$ 1.200 em Alagoas
CNH passa a custar R$ 1.200 em Alagoas (Foto: ABr)

Agência Senado - O Plenário do Senado aprovou, em sessão remota nesta quinta-feira (3), o PL 3.267/2019, que faz uma série de mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503, de 1997). Entre as alterações, estão a extensão da validade da carteira de motorista, o aumento do número de pontos na carteira necessários para suspender a habilitação e a regulamentação dos chamados corredores de motos.
De iniciativa do Poder Executivo, a proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados no final de junho. Como foi modificado no Senado, o projeto volta para nova votação na Câmara. No Senado, a matéria foi relatada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Veja, abaixo, alguns dos principais pontos do projeto.
 Validade da CNH 
O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão executivo de trânsito. Os exames de aptidão física e mental e a avaliação psicológica deverão ser realizados por médicos e psicólogos peritos examinadores, respectivamente, com titulação de especialista em medicina do tráfego e em psicologia do trânsito.
O texto amplia o prazo de validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que será de 10 anos para quem tem menos de 50 anos de idade, 5 anos para quem tiver entre 50 e 70 anos e 3 anos para pessoas acima de 70 anos. Hoje, a regra geral é de 5 anos de validade.
Quando houver indícios de deficiência física ou mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, esses prazos poderão ser diminuídos pelo perito examinador. Mas não haverá retroatividade: essa extensão só vale para as CNHs que forem emitidas com a nova data de validade. Os Detrans terão que enviar mensagem eletrônica aos condutores, com 30 dias de antecedência, acerca do fim da validade das habilitações.
Pontos na carteira
O projeto aumenta o limite de pontos para suspender a CNH. Para os condutores profissionais, passa a 40 pontos, e, para os demais, depende da quantidade de infrações gravíssimas cometidas nos últimos 12 meses. Será assim: 40 pontos para quem não tiver infração gravíssima, 30 pontos para quem tiver uma infração gravíssima, e 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações dessa gravidade.
Multa
Torna todas as multas leves e médias puníveis apenas com advertência, caso o condutor não seja reincidente na mesma infração nos últimos 12 meses. O texto também determina prazo máximo de 180 dias para a aplicação da penalidade e expedição de notificação de multa ao infrator. Em caso de apresentação de defesa prévia, esse período passa a 360 dias. Se o poder público perder tais prazos, a multa perderá a validade.
Notificação eletrônica
O condutor poderá optar pelo sistema de notificação eletrônica de multas. Nesse caso, se ele não apresentar defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá ganhar desconto de 40% no valor da multa. Mesmo assim, o sistema de notificação eletrônica deve disponibilizar campo destinado à apresentação de defesa prévia e de recurso, quando o condutor não reconhecer o cometimento da infração, na forma regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Farol baixo
Altera a chamada “lei do farol baixo”, para que a previsão somente se aplique aos casos de rodovias de pista simples. Os veículos novos, tanto nacionais quanto importados, deverão ser fabricados com luzes de rodagem diurna.
Cadeirinha
O uso obrigatório das cadeirinhas infantis passa a fazer parte do texto do CTB e não mais apenas de normas infralegais. Essa disposição afasta definitivamente as dúvidas sobre sua obrigatoriedade. A cadeirinha será obrigatória para crianças com idade inferior a 10 anos que não tenham atingido 1,45 metro de altura. O texto também faz referência ao peso da criança.
Documentação
Cria nova sistemática para a venda de veículos, na qual o comprador terá 30 dias para registrar o veículo em seu nome. Se essa etapa não for cumprida, findo esse prazo, o vendedor terá mais 60 dias para comunicar a venda junto ao Detran. Quem não cumprir esse prazo será penalizado com infração leve.
O texto ainda veda o licenciamento de veículos que não tenham atendido a campanhas de recall pendentes há mais de um ano. E dispensa documentos ou autorizações adicionais para a regularização de veículos blindados além dos já previstos no CTB.
 “Corredores” de moto
O projeto cria regras para o uso dos chamados “corredores” de motociclistas — quando as motos andam entre as faixas das vias. Será admitida essa passagem entre veículos quando o fluxo estiver parado ou lento. Se houver mais de duas faixas de circulação, a passagem somente será admitida no espaço entre as duas faixas mais à esquerda.
A passagem nos corredores terá que ser “em velocidade compatível com a segurança de pedestres, ciclistas e demais veículos”. Os órgãos e entidades com circunscrição sobre a via poderão implementar áreas de espera específicas para as motos, junto aos semáforos, imediatamente à frente dos outros veículos. O texto ainda aumenta a idade mínima necessária para que as crianças possam ser transportadas na garupa das motos — de 7 para 10 anos de idade.
Teste de direção
Passa a exigir titulação específica dos peritos examinadores, ao mesmo tempo em que aumenta o rigor e a fiscalização sobre eles. Os examinadores deverão ser médicos e psicólogos, respectivamente, com titulação de especialista em medicina do tráfego e em psicologia do trânsito, conferida pelo respectivo conselho profissional. Quem não atender a esses requisitos terá o prazo de 3 anos para obter a titulação. Os condutores das categorias C, D e E deverão comprovar resultado negativo em exame toxicológico para obter ou renovar a carteira.
Registro Positivo
Será criado o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), para cadastrar os motoristas que não cometeram infração de trânsito nos últimos 12 meses. A abertura de cadastro requer autorização prévia e expressa do potencial cadastrado. O RNPC poderá ser utilizado para conceder benefícios fiscais ou tarifários aos condutores cadastrados, na forma da legislação específica de cada ente da federação.
Bicicletas
O texto cria uma infração específica para a parada sobre ciclovia ou ciclofaixa (será infração grave) e aumenta a pena da infração por não redução da velocidade ao ultrapassar ciclistas. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará as bicicletas motorizadas e equiparados não sujeitos ao registro, ao licenciamento e ao emplacamento para circulação nas vias.
Atualização
O projeto ainda atualiza o texto do CTB a práticas hoje correntes, tais como: dispensa da necessidade de selar as placas (o que já não é mais feito no novo formato Mercosul); possibilidade de conversões livres à direita, sob sinal vermelho, onde houver sinalização que as permita; autorização de emissão e fiscalização digital de documentos como a CNH, o Certificado de Registro do Veículo (CRV) e o Certificado de Registro de Licenciamento (CRLV), entre outros.
Contran
Pelo texto aprovado, fica alterada a composição do Contran, de forma que passe a ser composto exclusivamente por ministros de Estado. Além disso, esse colegiado deixa de ser instância recursal de multas, e as minutas de suas resoluções passam a ser submetidas a consulta pública prévia. A presidência de suas câmaras temáticas passa a ser exercida exclusivamente por representantes de algum dos ministérios com assento nesses órgãos.
O texto ainda dá aos órgãos e entidades com competência para aplicação de multas, das três esferas de governo, a função de aplicar também a penalidade de suspensão do direito de dirigir. Também faculta às prefeituras atuar diretamente como órgão do Sistema Nacional de Trânsito (SNT), sem terem órgão de trânsito específico para esta finalidade. E permite aos policiais legislativos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal atuarem na fiscalização de trânsito no entorno do Congresso. Para tal, eles deverão receber treinamento específico.
Relatório no Senado
O relator em Plenário, senador Ciro Nogueira, informou que foram apresentadas no Senado 101 emendas ao projeto, das quais ele acatou nove. De acordo com Ciro Nogueira, “após quase 23 anos da aprovação do CTB, são necessárias adequações a esse diploma, em função das rápidas mudanças que acontecem no trânsito”.
Ciro destacou, entre as inovações, as mudanças na estrutura do Contran, a criação de regras para o uso dos chamados “corredores” de motos, a inclusão no CTB do uso obrigatório da cadeirinha, a extensão da validade da CNH e a redução de burocracia ao utilizar recursos digitais para apresentação de notificações, recursos contra multas, entre outros.
O relator também defendeu o aumento do número de pontos para suspender a CNH, que poderá ser de até 40 pontos para quem não tiver cometido infração gravíssima. “Embora esse seja um dos aspectos mais polêmicos do projeto, é necessário ponderar que o Congresso vem aumentando a gravidade de algumas categorias de multas, o que tornou o atingimento desse limite fato bem mais trivial”, argumentou o senador.
Depois de sancionada pela Presidência da República, a lei entra em vigor após 180 dias de sua publicação oficial.

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LEVANTAMENTO - Quase 48 milhões de domicílios no Brasil tem cães ou gatos, aponta pesquisa do IBGE

                       Por: Renata Rios/
Por: Correio Braziliense
 (Foto: Reprodução/Pixabay)
Foto: Reprodução/Pixabay

Os animais de estimação fazem parte de uma quantidade considerável de lares brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta sexta-feira (4) revelou que em 46,1% dos domicílios tinham pelo menos um cachorro. Já os gatos eram parte de 19,3% dos lares brasileiros.

Ao todo cães e gatos estão presentes em 47,9 milhões de domicílios. Deste total, 33,8 milhões de unidades possuem cães. Pelas regiões, a que apresentou maior proporção, com 57,4%. Já o Nordeste apresentou a menor, 37,6%.

Outras 14,1 milhões de residências contam com pelo menos um gato. Neste caso, o Norte e Nordeste são os com maiores percentuais, 25,3% e 24,1%, respectivamente. Os menores índices são no Sudeste e Centro-Oeste, com 15,2% e 16,6%, respectivamente.

O levantamento, por outro lado oferece dados também sobre a vacinação nos animais. Em 2019, foram 72% dos lares que tinham cães e gatos, apresentavam os animais vacinados. Essa porcentagem é menor em relação à 2013, quando o valor era de 75,4%.



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PESQUISA - SUS é única opção para quase 90% dos moradores do Norte e Nordeste, diz IBGE

                         Por: FolhaPress
 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que sete em cada dez brasileiros dependem exclusivamente do sistema público de saúde para tratamento. São mais de 150 milhões de pessoas que não têm acesso a planos de saúde privados.

Os dados são de 2019 e não incluem eventuais efeitos da crise econômica gerada pela pandemia na capacidade dos brasileiros a pagar por saúde privada -apenas entre março e julho, 327 mil brasileiros ficaram sem plano de saúde, de acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde).

A Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE reforça ainda a existência de grandes desigualdades no acesso a planos privados, que são mais comuns no Sul e no Sudeste e entre pessoas brancas e com maior renda, e no uso da rede pública, mais concentrado na população de baixa renda.

De acordo com o 28,5% da população, ou 59,7 milhões de pessoas, possuíam algum tipo de plano de saúde médico ou odontológico no país em 2019. Considerando apenas a cobertura médica, são 26% da população, o que indica que 74% dependiam apenas da saúde pública.

No Norte e Nordeste, a proporção de pessoas sem planos de saúde médico chega perto de 90% -isto é, quase nove entre dez pessoas dependem do sistema público quando estão doentes. No Maranhão, apenas 5% da população tem plano de saúde médico. Em Roraima, são 7,4%.

Os responsáveis pelo estudo dizem que os dados mostram que havia "uma grande desigualdade" entre as grandes regiões e as unidades da federação. No Sudeste, por exemplo, 34,9% dos habitantes são cobertos por plano de saúde médico. Estado com maior cobertura, São Paulo tem 38,4%.

Na média nacional, 26% das pessoas tinham algum plano de saúde médico. Entre os brancos, o índice é duas vezes superior aos de pretos e pardos: 36,5% contra 18,4% e 17,6%, respectivamente. Dos três grupos, diz o IBGE, apenas os pardos mostraram evolução nesse indicador entre 2013 e 2019, com acréscimo de 1,4 ponto percentual.

O resultado reflete a desigualdade de renda entre brancos e negros no país. Dados divulgados em maio pelo IBGE mostra que, em 2019, a diferença de rendimento médio entre brancos e pretos atingiu o maior patamar desde 2016: enquanto os primeiros viviam com R$ 2.999 por mês, os últimos tiveram rendimento médio de R$ 1.673.

Para o IBGE, a diferença na cobertura de planos de saúde entre classes de rendimento apresenta "profundas desproporcionalidades". "A gente viu que [o acesso a plano de saúde] está diretamente relacionado com o rendimento das pessoas", disse a pesquisadora do IBGE, Maria Lúcia Vieira.

Na população com rendimento superior a cinco salários mínimos, 86,8% tinham plano de saúde médico e 32,8%, cobertura odontológica. Já entre aqueles com rendimento inferior a um quarto do salário mínimo, apenas 5,9% tinham o primeiro e 1,4%, o segundo.

"O plano de saúde é um serviço de luxo, um serviço caro. E, quando a gente tem o SUS [Serviço Único de Saúde], o plano não é prioridade na hora de fazer escolha", afirmou Vieira.

Os resultados indicam ainda que, em 2019, a cobertura do plano de saúde odontológico era bem menos frequente do que a do tipo médico: 12,9% contra 26%". "Mesmo nas faixas de rendimento mais elevadas, o plano de saúde odontológico foi adquirido por, aproximadamente, um terço das pessoas". diz o estudo.

O IBGE mediu também a avaliação dos brasileiros sobre os planos de saúde. Entre aqueles que possuem cobertura, 77,4% consideraram o serviço bom ou muito bom. A região Nordeste traz o menor indicador de satisfação: 72%. Na outra, ponta, 80,4% os habitantes da região Sul se consideram satisfeitos.

"A diferença de 8,4 pontos percentuais pode sugerir diferenças na qualidade dos serviços prestados nessas duas grandes regiões, logo traduzidas na avaliação de seus clientes", avaliam os responsáveis pelo estudo.

Das pessoas que tinham plano de saúde médico em 2019, 46,2% pagavam seus custos diretamente ao plano. Outros 30,9% arcavam parcialmente com os custos. Em 14,5% dos casos, o plano era custeado apenas pelo empregador.

Segundo o IBGE, a maior parcela das pessoas (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde como o estabelecimento que costumava procurar ao precisar de atendimento de saúde. Consultório particular ou clínica privada foram indicados por 22,9% das pessoas, e as Unidades de Pronto Atendimento Público (UPAs), pronto socorro ou emergência de hospital público, por 14,1%.

A pesquisa detectou que 13,7 milhões de pessoas das pessoas, ou 6,6% da população, ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais nos 12 meses anteriores à data da entrevista. A proporção de internação em hospitais foi maior entre as pessoas idosas, isto é, de 60 anos ou mais de idade (10,6%), e as mulheres (7,6%).

Entre as que ficaram internadas, 8,9 milhões recorreram ao SUS. A proporção de internação em hospitais do SUS foi maior entre os homens (65,4%), as pessoas jovens de 18 a 29 anos de idade (72,0%), bem como entre as pessoas pretas e pardas (75,9% e 73,6%, respectivamente).

"As disparidades são expressivas quando considerado o rendimento domiciliar per capita das pessoas que ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais", diz o instituto. "Esse indicador revela uma clara dependência das pessoas economicamente vulneráveis em relação ao SUS."

Entre os brasileiro com rendimento de até um quarto do salário mínimo, 95% dos que se internaram o fizerma no sistema público de saúde. Já entre os com renda per capita superior a cinco salários mínimos, o número cai para 6,8%.



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Bolsonaro pede "patriotismo" de redes de supermercado para conter alta da cesta básica

Jair Bolsonaro e cesta básica
Jair Bolsonaro e cesta básica (Foto: Agência Brasil)

BRASÍLIA (Reuters) - Em conversa com populares em Eldorado, interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que está conversando com intermediários e com representantes de grandes redes de supermercados para tentar evitar uma alta maior nos produtos da cesta básica.
O presidente disse que não irá dar “canetadas”, mas pede “patriotismo”.
O preço de produtos como arroz e feijão tem sido uma queixa constante nas redes sociais do presidente, especialmente relacionadas à decisão do governo de reduzir para 300 reais o auxílio emergencial que será pago até dezembro.
Em vídeo publicado por um dos canais bolsonaristas, o presidente se aproxima de um grupo de pessoas e pergunta se o arroz e o feijão estão “subindo muito”, e recebe uma resposta afirmativa.
“Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se a gente .... não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum”, disse o presidente, continuando depois: “Então estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro.”
“Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, der canetada, não dá certo”, acrescentou.
Bolsonaro justificou o aumento de preços pelo pagamento do auxílio emergencial, que levou as pessoas a gastarem “um pouco mais.”
“Muito papel na praça, a inflação vem”, disse.
Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP mostra que as commodities agrícolas de fato tiveram altas recordes nos últimos meses, puxadas também pela alta demanda externa e influenciadas pela queda do real perante o dólar, além do fato da demanda interna não ter caído pelo pagamento do auxílio emergencial.
O enfraquecimento da moeda brasileira faz o produto nacional ficar mais barato lá fora e aumentar a exportação, enquanto a demanda interna não caiu. Trigo, milho e arroz seriam os produtos da cesta básica que mais subiram de preço, de acordo com o Cepea. A alta do arroz teria sido de 100% em 12 meses e do milho, de 65%.

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Revista científica mais prestigiada do mundo atesta: vacina russa para Covid gerou imunidade sem efeito colateral

Frascos de vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou
Frascos de vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou (Foto: Fundo Russo de Investimento Direto/Divulgação via REUTERS)

Agência Sputnik com 247 - Principal revista científica do mundo acaba de publicar os dados tão esperados dos testes da primeira vacina russa contra a COVID-19, enquanto especialistas sublinham a importância de tal publicação. Leia AQUI a versão original do estudo, publicado na manhã desta sexta-feira (4).
Menos de um mês após o registro da vacina russa Sputnik V contra a COVID-19, a mais influente revista científica no mundo, The Lancet, publicou hoje os resultados das primeiras duas fases de testes clínicos do medicamento, algo que era muito aguardado pelos representantes da comunidade científica mundial.
O material publicado responde às críticas de especialistas estrangeiros e traz a tão esperada clareza sobre o desenvolvimento do medicamento pelos cientistas russos.
É válido ressaltar que a Sputnik V, sendo a primeira vacina contra a COVID-19 registrada na Rússia e no mundo, não só é eficaz no combate ao coronavírus SARS-CoV-2 como sua aplicação é segura.
A publicação dos dados da primeira e segunda fases de testes pela The Lancet, segundo afirmam os cientistas do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, é o primeiro passo de uma série de publicações sobre a Sputnik V em revistas científicas.
"Em setembro, também serão entregues para publicação os dados completos dos testes da vacina em animais – primatas, hamsters sírios, ratos transgênicos, nos quais a vacina mostrou 100% de eficiência (os resultados nos primatas e hamsters sírios foram obtidos antes dos testes clínicos). Os primeiros resultados dos testes clínicos pós-registro [terceira fase], com a participação de 40 mil voluntários, serão publicados em outubro-novembro", disseram os desenvolvedores da vacina, Aleksandr Gintsburg e Denis Logunov, do Centro Gamaleya.
Vacina com segurança comprovada
Uma das principais conclusões a que os cientistas do Centro Gamaleya chegam no artigo científico é a segurança da vacina. De acordo com os resultados dos testes clínicos da primeira e segunda fases, não foram detectados pelos especialistas efeitos indesejados graves da vacinação por nenhum dos critérios de avaliação.
Nem todas as outras vacinas contra a COVID-19 podem se orgulhar de tamanho sucesso, algumas delas acabaram trazendo efeitos indesejados graves em 25% dos vacinados.

Imunidade duradoura

Na publicação foram também apresentadas provas científicas da eficiência da vacina Sputnik V.
Como exemplo, é comprovada sua capacidade de gerar uma resposta imunológica duradoura do organismo em 100% dos vacinados graças à tecnologia única de aplicação em duas etapas.
Denis Logunov, vice-diretor do Centro Gamaleya, garante que se observa imunidade humoral e resposta imunológica celular em 100% dos vacinados, o que é suficiente para proteger o ser humano de forma eficaz contra a infeção pelo coronavírus.
"O nível de anticorpos nos voluntários vacinados foi 1,4-1,5 vezes maior do que nas pessoas que adoeceram e venceram a doença. Como comparação, a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca obteve um nível de anticorpos nos voluntários vacinados praticamente igual ao nível de anticorpos daqueles que adoeceram após infecção pelo coronavírus", publicou a revista, citando Logunov.
Da mesma forma, o Centro Gamaleya afirma que, no contexto dos testes clínicos da Sputnik V, em todos os voluntários se desenvolveu a imunidade celular T, representada tanto por células CD4+, como por células CD8+.
Estas células permitem reconhecer e destruir as células infectadas pelo coronavírus.
A vacina funciona em 100% dos casos
Um dos maiores receios da comunidade científica em relação ao uso de vacinas na base de vetores de adenovírus do ser humano – é este precisamente o método usado pela vacina Sputnik V – seria a existência anterior em algumas pessoas de imunidade em relação aos adenovírus.
Em outras palavras, havia o receio de que esta imunidade não deixasse entrar no organismo a quantidade necessária de adenovírus humano,que na vacina exerce a função de "táxi", levando às células o material genético da membrana externa do coronavírus (é bom lembrar que a vacina Sputnik V não contém o próprio coronavírus, o que excluiu completamente a possibilidade de infecção).
Considerando que as pessoas habitualmente adoecem por adenovírus (um exemplo é o simples resfriado), nelas pode se formar imunidade, a qual teoricamente poderia reduzir a eficiência da vacina, que usa adenovírus como vetor.
Os resultados dos testes acabaram mostrando o oposto: a imunidade pré-existente não influencia a eficiência da vacinação.
"Foi escolhida uma dose segura ótima, a qual garante resposta imunológica eficaz em 100% dos vacinados, até naqueles que tiveram há pouco tempo uma infecção por adenovírus. Isso acaba por reduzir a necessidade de desenvolver novas vacinas na base de plataformas não verificadas", diz-se na publicação.
Tais plataformas não verificadas têm sido desenvolvidas por algumas empresas ocidentais devido aos receios sobre os adenovírus humanos, segundo especialistas russos. Algumas delas, como exemplo, a tecnologia mRNK (vacina da empresa Moderna) ou o adenovírus de chimpanzé (vacina da empresa AstraZeneca), nunca antes foram utilizadas para a criação de vacinas registradas.
Tais medicamentos necessitam de testes a longo prazo devido aos receios de sua influência na função reprodutiva do organismo, além de possíveis propriedades cancerígenas elevadas, capazes de provocar doenças oncológicas.
Na revista The Lancet, os cientistas russos apresentam referências aos testes de segurança da plataforma na qual a vacina Sputnik V está baseada.
"Assim, desde 1953 no mundo já foram feitos 250 testes clínicos e publicados mais de 75 artigos internacionais, os quais confirmam a segurança das vacinas e remédios desenvolvidos nesta base [...] Os medicamentos na base de vetores de adenovírus humanos são usados na prática há mais de 15 anos. É o caso da vacina contra o vírus Ebola e o medicamento contra o câncer Gendicina, usado na China há mais de 12 anos", explicou Denis Logunov. 
Tecnologia única de 2 vetores
Uma das particularidades da vacina russa, segundo o acadêmico e diretor-geral do Centro Gamaleya, Aleksandr Gintsburg, é o uso de dois adenovírus – os sorotipos 5 e 26 – em duas injeções separadas.
Atualmente, a vacinação dupla é reconhecida por muitos especialistas como fator capaz de fortalecer substancialmente a imunidade contra o coronavírus.
Contudo, se usarmos o mesmo vetor nas duas injeções, o sistema imunológico inicia um mecanismo de defesa e começa a rejeitar o medicamento na segunda injeção.
A utilização de um segundo vetor resolve o problema completamente, ajudando a evitar esse efeito neutralizante.
Centro Gamaleya versus AstraZeneca
Se, por um lado, alguns criticam o fato de a vacina russa ter sido testada em um pequeno número de voluntários, os cientistas ressaltam que conseguiram testar o sistema de duas injeções em um grupo de pessoas mais amplo do que, por exemplo, fez um dos líderes no desenvolvimento de outra vacina contra a COVID-19, a empresa AstraZeneca.
A gigante britânica utilizou quatro vezes menos voluntários na primeira e segunda fases para a determinação da eficiência de duas injeções de sua vacina.
"A quantidade de participantes nos testes clínicos da vacina russa Sputnik V na primeira e segunda fases, quando se utilizaram duas injeções, foi quatro vezes maior do que o número de pessoas inoculadas com duas injeções na AstraZeneca", explicou o diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), Kirill Dmitriev.
Tecnologia única e segura
Na semana passada, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) dos EUA anunciou a possibilidade de recorrer ao procedimento acelerado de registro de vacinas candidatas nas condições da situação epidemiológica atual, ou seja, sem a necessidade de realização da terceira fase de testes clínicos em dezenas de milhares de voluntários.
A possibilidade de o mesmo acontecer no Reino Unido foi discutida pelo governo do país.
Contudo, os órgãos reguladores nestes países ressaltam a possibilidade de registro acelerado somente para vacinas que já comprovaram sua eficiência e segurança.
Na opinião dos especialistas russos, existem poucos medicamentos capazes de atender a tais exigências.
"No dia de hoje, a única tecnologia que corresponde a tais critérios é a plataforma na base de vetores de adenovírus humanos. Ela já comprovou sua segurança em inúmeros testes ao longo de décadas", considera Kirill Dmitriev.
Publicação como 'resposta final'
De acordo com Dmitriev, a publicação dos dados da vacina russa na revista The Lancet é a resposta final às críticas feitas à Rússia após o registro da Sputnik V em agosto passado.
"Agora a Rússia, por sua vez, pode fazer algumas perguntas à comunidade internacional. Apelamos para a publicação dos dados oficiais que comprovem a eficiência duradoura das vacinas na base do adenovírus de chimpanzé ou mRNK, a ausência de riscos cancerígenos e efeitos colaterais na fertilidade durante sua aplicação. Não seria também nada mau saber a razão pela qual a AstraZeneca insiste em recusar judicialmente sua responsabilidade em caso de efeitos colaterais", acrescentou.

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BOLETIM Brasil volta a registrar mais de 50 mil casos de Covid-19 nas últimas 24 horas

                     Por: Maria Eduarda Cardim/
Por: Correio Braziliense
 (Foto: Erika Santelices/AFP)
Foto: Erika Santelices/AFP


O registro de novos casos e óbitos do novo coronavírus parece não dar trégua. Mais 50.163 infecções e 888 mortes pelo vírus foram confirmadas nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Saúde. Com isso, o país já acumula 4.091.801 diagnósticos positivos e 125.502 perdas em decorrência da Covid-19.

O Brasil não registrava mais de 50 mil casos pela Covid-19 nas últimas 24 horas desde 22 de agosto. Ou seja, o país passou 12 dias sem confirmar registros na casa dos 50 mil. Mesmo com os registros em um nível um pouco mais baixo do que os feitos nas últimas semanas, o país ultrapassou ontem a marca de 4 milhões de infectados na última quinta.

Hoje, outra marca triste foi atingida. Mais de 125 mil pessoas morreram em decorrência da doença. Atualmente são 22 unidades federativas com a confirmação de mais de mil mortes cada.

Quem lidera o ranking negativo é São Paulo, com 31.091 óbitos pelo novo coronavírus, acumulando mais de um quarto das mortes brasileiras. O Rio de Janeiro é o segundo com mais fatalidades, com 16.467 vítimas da Covid. Os dois são os únicos estados que têm mais de 10 mil mortes.

Em seguida estão: Ceará (8.555), Pernambuco (7.619), Pará (6.228), Bahia (5.590), Minas Gerais (5.708), Amazonas (3.841), Rio Grande do Sul (3.650), Maranhão (3.488), Paraná (3.505), Goiás (3.400), Espírito Santo (3.235), Mato Grosso (2.873), Distrito Federal (2.681), Paraíba (2.517), Santa Catarina (2.376), Rio Grande do Norte (2.281), Alagoas (1.917), Sergipe (1.880), Piauí (1.868) e Rondônia (1.172). No pé da tabela estão: Mato Grosso do Sul (939), Tocantins (730), Amapá (670), Acre (623), Roraima (598).



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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

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