Foto: arquivo/DP
As aulas dos cursos de graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recomeçam no próximo dia 17 de agosto. Mas de forma virtual. E facultativa, seja para professores ou para alunos. Também não se trata de retomada do semestre 2020.1, nem do início do semestre 2020.2. Em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, na manhã desta sexta-feira (10), ficou decidido que esse semestre será chamado de Calendário Acadêmico Suplementar. As aulas na UFPE estão suspensas desde 16 de março por conta da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, o semestre suplementar tem certa flexibilidade por conta da pandemia, já que há professores e alunos em adoecimento ou em risco. Por isso é facultado ao professor dar ou não aula e ao estudante, participar ou não. Ao todo, 80% dos professores, disse o reitor, aceitaram participar das aulas virtuais.
Serão 12 semanas de aulas. Quem fez matrícula no início do semestre, poderá cursar as disciplinas nas quais se matriculou e abater do curso durante o semestre suplementar. Ficou acertado que o aluno pode cursar 300 horas aula no semestre, o que equivale a cinco disciplinas de 60 horas. “Os estudantes em fase de conclusão de curso poderão ter carga maior que 300 horas para facilitar a conclusão, tendo em vista a pandemia”, disse o reitor.
Outra novidade é que a UFPE está desenvolvendo um programa de inclusão digital que deve ser posto em prática até 17 de agosto. Serão beneficiados estudantes em situação de vulnerabilidade econômica. “O programa permite a conectividade, com pacote de dados e aquisição e concessão, em regime de comodato, de tablets e notebooks para esses alunos. O contrato será de três anos e o estudante devolve o equipamento ao final para uso de outro aluno”, explicou o reitor.
Segundo estimativas da reitoria, 35% das matrículas de 2020.1 são de estudantes em situação de vulnerabilidade, o que significa 10 mil estudantes. O programa vai atender a partir dessa base de dados e os estudantes serão procurados pela UFPE. O que preocupa a reitoria é que essa vulnerabilidade é dinâmica e não estática diante dos efeitos da pandemia.
“Veremos quem tem chip para acoplar no equipamento, quem tem internet fixa, por exemplo”, explicou o reitor. A UFPE atende a duas categorias de cotistas: por renda e por raça ou deficiência. A política de cotas funciona desde 2013. Serão beneficiados com o programa os cotistas inseridos na categoria renda. Dados levantados pela reitoria junto ao Ministério da Educação apontam 905 mil estudantes na faixa de 0 a um salário mínimo e meio nas universidades federais do país.
José Araújo, 19 anos, estudante de música, aprovou a decisão. "Acho que é menos prejudicial do que ficar esperando a volta presencial porque acaba que não vai atrasar tanto o curso. Porém, quando se fala em ensino, todos sabemos que o ensino remoto é bem mais fraco do que um presencial, por diversos motivos. Mas, foi como os coordenadores falaram: as aulas remotas são uma medida de emergência para não prejudicar os atuais estudantes e os futuros que vão ter que começar suas aulas em algum momento.”
Estudante de engenharia, Renata Queiroz, 18, disse que chegou a ficar resistente às aulas remotas. "Com o isolamento que temos vivenciado, seria muito difícil que nossa saúde mental estivesse 100% bem para acompanhar as aulas através da internet. Porém, da forma que foi proposta, de modo que fosse flexível aos alunos para poder optar se iriam participar ou não e, para os que estão em situação de vulnerabilidade, serem oferecidos meios de inclusão a essas atividades, achei válida a proposta e acredito que ninguém vai sair prejudicado. Acho que vai ser bom pra quem quiser/puder participar, para ocupar mais o tempo, já que estamos em casa, e também porque passamos praticamente quatro meses parados. Para aqueles que não puderem, poderão fazê-lo normalmente quando as aulas presenciais voltarem. Pelo que vejo, a reitoria, a coordenação e os demais envolvidos estão se preocupando também com a saúde mental dos estudantes e isso já é de extrema importância para nós. Então, esperamos que funcione e que todos sejam acolhidos pela proposta."
UFPE em números (dados atualizados em junho de 2019)
03 campi (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão);
13 Centros Acadêmicos;
109 cursos de graduação presenciais regulares: 92 cursos de graduação no campus Recife, 11 em Caruaru e 06 em Vitória de Santo Antão;
05 cursos de graduação a distância: Licenciatura em Letras – Língua Espanhola, Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa, Licenciatura em Matemática, Bacharelado em Ciências Contábeis e Licenciatura em Geografia;
145 cursos de pós-graduação stricto sensu, sendo 75 Mestrados Acadêmicos, 17 Mestrados Profissionais e 53 Doutorados. Quase 40% destes recebeu os conceitos 5 e 6 – entre os mais altos da Avaliação Capes (dados de fevereiro de 2018)
56 cursos de pós-graduação lato sensu (especializações);
656 grupos de pesquisa na Universidade (dados de 2009);
319 projetos de extensão e 229 eventos em 2015;
31.235 alunos matriculados nos cursos de graduação - dados do semestre 2019.1, sendo 24.503 do Campus Recife, 4.367 do Campus do Agreste, e 1.746 do Campus Vitória. Os demais (619) são vinculados a cursos EAD.
9.148 alunos de pós-graduação (4.384 do mestrado acadêmico, 662 do mestrado profissional, 4.102 do doutorado) – dados do semestre 2019.1;
Em 2017, a UFPE formou 3,5 mestres por dia;
Em 2017, a UFPE formou 1,7 doutores por dia;
12.937 artigos publicados em revistas científicas, 17.461 artigos publicados em conferências de 2010 a 2016;
6.030 dissertações de mestrado e 2.096 teses de doutorado defendidas de 2010 a 2016.
237 patentes solicitadas em nome da UFPE.
430 alunos do Colégio de Aplicação (ensinos fundamental e médio);
118 estudantes da UFPE fazendo intercâmbio no exterior no ano de 2017 (Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Espanha, Chile, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal). A UFPE recebeu no ano de 2017 um total de 49 alunos intercambistas oriundos da Alemanha, Canadá, Colômbia, Holanda, Chile, Espanha, Bolívia, França, Itália, Argentina, Portugal, Japão, Costa Rica, Peru, Áustria.
17.336 benefícios pagos a estudantes por meio do programa de assistência estudantil – dados de 2014;
2.504 professores (dados de maio/2019);
58 professores do Colégio de Aplicação, sendo 14 doutores (24%), 22 mestres (38%), 12 especialistas (21%), 8 graduados (14%) e 2 substitutos (3%) - dados de julho de 2011;
3.843 servidores técnico-administrativos (dados de maio/2019), nos três campi, dos quais 1.254 do Hospital das Clínicas (mais 989 empregados públicos vinculados à Ebserh - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). (Via:DP)
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