Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida
provisória
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
- Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
- Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
- Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
- Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
- Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
- Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
- Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
- Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender "a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República. -Por Agência Brasil - Brasília.
“Tudo que o município necessitar, o
governo do presidente Lula — sob a liderança do ministro Pimenta — irá apoiar. Quantos milhões [de reais] foram
necessários para ajudar a limpar, destinar o entulho, restabelecer a vida das
pessoas, identificar o que precisa reconstruir; e para ser feito um bom plano
de trabalho por parte da prefeitura, do governo do estado e até para as
demandas da gente [governo federal].”
Fracionamento da limpeza
Waldez Góes orientou as prefeituras
gaúchas a não aguardarem a água baixar totalmente para o município enviar ao
ministério o plano de limpeza, pois a ação pode ser fracionada, começando por
bairros já secos. “Um bairro que já está em condições de limpar, [a prefeitura]
pode fazer o plano de trabalho e o governo federal banca a limpeza. Não esperem
a cidade toda ficar seca para fazer um plano de trabalho único. Não é
recomendável.”
“Quanto mais rápido a gente for limpando
cada área da cidade, fazendo o bota-fora, levando para o lugar devido o entulho
que se perdeu, será melhor até para os planos de trabalho de retenção [de
águas]”.
Porto Alegre - Comerciantes retiram entulho e limpam lojas para retomar
negócios no centro histórico da cidade - Foto Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Assessoria técnica
O ministro Waldez Góes informou que a
pasta está convocando especialistas em planos de reconstrução de cidades e
restabelecimento de serviços, treinados pela Secretaria de Defesa Civil
Nacional, para reforçar a equipe que tem lidado com as prefeituras gaúchas.
“Há muitos cálculos de engenharia
necessários, entramos em outro nível de informação. Por isso, quanto mais
próximos nós tivermos dos prefeitos para elaboração de planos de trabalho bem
estruturados, mais rápido a gente pode aprová-los sumariamente, evitando
diligências ou que estejam fora da realidade”, o que evitaria a reprovação do
plano ou atrasos na análise, afirmou Waldez.
Balanço
De acordo com boletim atualizado pela
Defesa Civil do Rio Grande do Sul, às 18h de ontem, o número de municípios
afetados chegava a 467. São 71,5 mil pessoas em abrigos, 581,6 mil desalojados
e 2,34 milhões de pessoas afetadas. As consequências dos eventos climáticos
extremos deixaram 161 mortos. Há 806 feridos e 85 desaparecidos. O número de
pessoas resgatadas supera 82,6 mil, e o número de animais resgatados é de 12,3
mil. - Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil - Brasília.
Em Porto
Alegre, bairros ao norte estão alagados há mais de 20 dias
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Uma
cena que se tornou comum em toda a região metropolitana de Porto Alegre é a de
pessoas que improvisaram acampamentos em barracas ou nos próprios carros
estacionados no acostamento das rodovias. Em geral, são famílias inteiras que
tiveram que sair às pressas de suas casas, em áreas alagadas, para buscar
refúgio em um local próximo por temor de saques.
"Subimos
para cá no dia 3 de maio e, na primeira noite em que chegamos aqui, o pessoal
estava saqueando as casas da vizinhança, roubando fio, botijão de gás, motor de
geladeira", conta Silvano Soares Fagundes, 28 anos, catador de material
reciclável e morador da Vila Santo André, no Humaitá, na zona norte da capital
gaúcha, em um acesso da rodovia BR-116 próximo à Arena do Grêmio.
Foi
ali, em uma parte alta, mas a poucos metros de sua casa, ainda alagada, que
ele, a esposa, duas filhas e vários vizinhos montaram um acampamento com lonas,
barracas e usando os próprios carros como casas. São cerca de 40 pessoas que
agora formam uma comunidade de desabrigados e fazem parte das quase 600 mil
pessoas fora de casa em todo o estado.
Porto
Alegre (RS), - Moradores desabrigados da
Vila Santo André, divisa de Porto Alegre e Canoas, montam acampamento na
rodovia, esperando a água que invadiu
suas casas baixe. - . Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O
barulho e o movimento de veículos em alta velocidade na pista são intensos. Sem
renda por não poder trabalhar na reciclagem, Hariana Pereira, 30 anos, o marido
e os quatro filhos agora dormem no furgão antes usado para transportar os
materiais coletados.
"Aqui
tem um banheiro químico, mas é precário. Há muitas pessoas que vêm ajudar,
mandam remédio, água, é o que está garantindo a sobrevivência. O governo não
manda nada. A gente até estava esperando um pessoal para cadastrar no programa
Volta por Cima [do governo estadual], mas não apareceu", reclama.
Mais
cedo, Hariana tinha ido ver o que sobrou dentro de casa, que chegou a ficar
quase encoberta pela inundação, mas não teve coragem de começar a limpar ainda.
"Vim hoje para limpar, mas não tem condições, tudo destruído, nada se
salvou. O que a água não levou, estavam saqueando, então a gente preferiu ficar
aqui", explica.
Sobre
voltar para uma área alagável com a família, Hariana diz que não tem muita
alternativa e responsabiliza as autoridades públicas. "Foi negligência. Os
diques rompidos, não fizeram manutenção. Isso poderia ter sido evitado".
Porto Alegre - Moradores da Vila
Santo André ainda aguardam água baixar para voltar às suas casas - Foto Rafa
Neddermeyer/Agência Brasil
Para
Silvano Soares, reerguer o pouco do que tinha não vai ser simples. Inscrito no
Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal, ele espera
ser um dos 200 mil beneficiários do Auxílio Reconstrução, cujo cadastramento
pelas prefeituras começou nesta semana. "Vai ajudar bastante, se chegar
esse dinheiro que estão prometendo, porque não tem como começar do
zero".
Esperando
secar
Outro
motivo que faz as pessoas preferirem ficar na rua a optar por abrigos é a
separação. "A gente não quis ir para o abrigo. É melhor ficar aqui. No
abrigo estão separando os pais de crianças", alega Cristina Sodré
Linhares, 24 anos, também catadora de recicláveis. Do Poder Público, Cristina
espera ao menos que enviem equipamentos para tirar todo o entulho espalhado
pela enchente dos materiais que estavam em dois galpões de reciclagem
localizados no bairro.
Em
área próxima dali, à beira da pista da BR-116, no bairro Farrapos, o casal
Gilson Nunes Rosa e Claudia Rodrigues conta que não ficou em abrigo porque
teria que se separar em locais diferentes, incluindo o cachorro, companheiro
inseparável. "A gente não queria ficar separado e corria o risco de nunca
mais achar meu cachorro", diz Claudia.
Porto
Alegre (RS), Bairro Farrapos, em Porto
Alegre, continua alagado. - Morador do Bairro de Farrapos, Gilson Nunes Rosa
está vivendo em uma barraca. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
"A
gente tá vivendo aqui de forma meio desumana, em barraca. Enquanto não secar,
não temos como fazer nada", diz Gilson, que também está parado sem o
trabalho de reciclagem.
No
mesmo local, a reportagem da Agência Brasil conversou com Jorge Barcelos dos
Santos, que trabalhava como motorista de frete, mas viu seu carro alagar na
enchente e não sabe se poderá voltar a contar com o veículo. "Dentro de
casa, a água chegou a 1,95 metro. O caminhão de frete, que era o ganha-pão, foi
completamente coberto de água".
Sua
esposa, Maria Elisa Rodrigues, explica a decisão de montar uma barraca quase em
frente de casa, sob o viaduto, separados apenas por uma rua ainda alagada e por
onde as pessoas circulam em barcos.
Catástrofe
desigual
As
trajetórias de quem optou por acampar na beira da estrada após as enchentes se
encontram em um ponto comum: a vulnerabilidade socioeconômica. Mapas produzidos
pelo Núcleo Porto Alegre do Observatório das Metrópoles mostram uma demarcação
muito clara de desigualdade de renda nas pessoas que foram mais atingidas pela
catástrofe.
“As
áreas alagadas são, principalmente, as mais pobres. Não só as regiões de menor
renda, mas, na maioria dos casos, as áreas mais próximas dos rios que alagaram
são as áreas mais pobres”, afirma André Augustin, pesquisador do Observatório e
um dos responsáveis pelo estudo.
Porto
Alegre - Bairro Farrapos, em Porto Alegre, continua alagado - Foto Rafa
Neddermeyer/Agência Brasil
Os
mapas também mostraram impacto proporcionalmente muito maior sobre a população
negra, que representa cerca de 21% da população do estado. Nesse caso, as áreas
que mais sofreram com as inundações apresentam concentração expressiva de
população negra, geralmente acima da média dos municípios. É o caso justamente
dos bairros Humaitá, Sarandi e Rubem Berta, em Porto legre, e de Mathias Velho,
em Canoas. - Por Pedro Rafael
Vilela - Enviado Especial - Porto Alegre.
Escolas de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande ficarão
fechadas
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O governo do Rio Grande do Sul
anunciou a suspensão das aulas nas próximas segunda-feira (27) e terça-feira
(28) nas cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. A medida foi adotada
por causa da previsão de fortes chuvas nos próximos dias.
"Em virtude da previsão
meteorológica de mais chuva e em consonância com as redes municipais de
educação, estamos suspendendo as aulas na rede estadual nos municípios de Porto
Alegre, Pelotas e Rio Grande na segunda e terça-feira dessa semana",
informou o vice-governador Gabriel Souza, nas redes sociais.
Na capital gaúcha, as escolas,
públicas e privadas, estão fechadas para os alunos desde sexta-feira (4) em
razão da volta dos temporais na cidade.
Previsão do tempo
O estado teve um final de semana de
trégua nas chuvas fortes. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
o estado permaneceu neste domingo na zona amarela, de risco potencial. Nesta
segunda, no entanto, a previsão é de chuva desde de manhã. A temperatura deve
ficar entre 9 e 16 graus Celsius (ºC).
A região costeira e os municípios
do sul do estado entram em situação de perigo. Na região sul, a previsão é de
chuvas intensas, com risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de
árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Nas regiões litorâneas, o aviso
é de intensificação dos ventos, que poderão movimentar dunas de areia sobre construções
na orla. As condições devem perpetuar até o início de terça-feira (28).
Escolas e alunos afetados
De acordo com levantamento do
estado, divulgado neste domingo (26), 246.437 estudantes ainda não voltaram às
aulas por causa das enchentes que devastaram o estado, o número corresponde a
33% de todos os estudantes. No caso de
91.324, não há data de retorno prevista.
Em seis cidades, a volta às aulas
está suspensa desde a última sexta-feira (24). São elas: Porto Alegre, São
Leopoldo, Estrela, Guaíba, Santana do Livramento e Gravataí.
No total, conforme os dados, 1.065
escolas em 205 municípios foram afetadas de algum forma pela tragédia: sofreram
danos, estão funcionando como abrigos ou têm problemas de transporte e acesso.
Elas são responsáveis por 381.231 estudantes. - Por Agência Brasil - Brasília.
Defesa Civil alerta para transbordamento de rios e arroios
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A
Defesa Civil Municipal de Porto Alegre emitiu um alerta preventivo diante da
possibilidade de chuvas intensas que podem prolongar os alagamentos já
existentes na capital gaúcha. A previsão é que a chuva e os ventos atinjam a
região a partir da madrugada de segunda-feira (27) e se estendam até a noite.
De
acordo com o órgão, a previsão é a que a precipitação fique entre 50 e 100
milímetros por dia e os ventos entre 60 e 100 quilômetros por hora (km/h), o
que poderá causar transbordamentos de arroios e deslizamentos de encostas, além
do risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores e de
descargas elétricas.
A
Defesa Civil Municipal alertou ainda sobre o alto risco de deslizamentos,
processos erosivos e rolamento de blocos em áreas suscetíveis amanhã (27).
Segundo o órgão municipal, podem ocorrer escorregamentos, rupturas de taludes e
quedas de barreiras. “A população que reside em áreas de risco deve observar
quaisquer alterações nas encostas. Em caso de sinais de instabilidade, os
moradores devem procurar abrigo temporário junto a parentes ou amigos, ou
utilizar as estruturas de acolhimento disponibilizadas pela prefeitura via
156”, orientou em nota.
Alerta
para o estado
O
estado teve um final de semana de trégua nas chuvas fortes. Segundo o Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), o estado permaneceu neste domingo na zona
amarela, de risco potencial. Nesta segunda, no entanto, a previsão é de chuva
desde de manhã. A temperatura deve ficar entre 9 e 16 graus Celsius (ºC).
A
região costeira e os municípios do sul do estado entram em situação de perigo.
Na região sul, a previsão é de chuvas intensas, com risco de corte de energia
elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Nas
regiões litorâneas, o aviso é de intensificação dos ventos, que poderão
movimentar dunas de areia sobre construções na orla. As condições devem
perpetuar até o início de terça-feira (28).
Em
função da previsão que indica chuvas entre os dias 27 e 28 de maio, a Defesa
Civil do estado do Rio Grande do Sul alertou, desde a última sexta-feira (24),
para possíveis extravasamentos da calha e respostas rápidas de rios menores,
arroios e córregos onde a chuva apresenta elevada intensidade.
A
orientação é para quem mora em áreas ribeirinhas ou próximo de locais com
histórico de alagamento, procurar um local seguro para permanecer. Informações
específicas devem ser consultadas à Defesa Civil de cada município. Em caso de
emergência, ligar 190 (Brigada Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros).
As aulas
da rede pública, tanto nas escolas estaduais quanto nas redes municipais, foram
suspensas nos municípios de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande na segunda e
terça-feira. Na capital, também, de acordo com o governo do estado, foi
determinada a suspensão de aulas na rede privada.
Situação
no estado
Segundo
balanço divulgado neste domingo (26) pelo órgão, o Rio Grande do Sul
contabiliza 169 mortes provocadas pelas fortes chuvas e as enchentes desde o
fim de abril. O estado registra ainda 56 desaparecidos e mais 806 pessoas
feridas. [LINK: ]
Após
vários dias sem chuva, a capital gaúcha registrou, ao longo de toda a última
quinta-feira (23), precipitação prolongada e intensa. Com isso, ruas e avenidas
ficaram alagadas e alguns bairros, sobretudo no centro-sul e sul da cidade, que
haviam secado após as enchentes do início do mês, voltaram a ficar inundados.
Os moradores tiveram de ser retirados de suas casas.
Neste
final de semana, o governo do estado divulgou que o nível do Guaíba, em Porto
Alegre, baixou 16 centímetros no período das 19h de sexta-feira (24) até as 6h
de sábado (25). Até as 8h de sábado, a medição de 4,16 metros (m) se mantinha.
A cota de inundação no local é de 3m.
Porto
Alegre (RS), 23/05/2024 – CHUVAS/ RS - ENCHENTES -A casa do Dentista Brígido
Ribas ficou alagada no bairro de Cavalhadas em Porto Alegre. Foto: Rafa
Neddermeyer/Agência Brasil - Por Mariana Tokarnia –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro.
Moradores
do bairro de Cavalhadas em Porto Alegre tiveram que sair de casa. Foto: Rafa
Neddermeyer/Agência Brasil
O período de inscrição para o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 começa na próxima segunda-feira (27) e
segue até 7 de junho.
A inscrição é feita através da Página
do Participante do Enem, com CPF do estudante e senha do portal do governo
federal Gov.br.
De acordo com o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – que é vinculado ao
Ministério da Educação e responsável pela organização do Enem –, o pagamento da
taxa de inscrição deve ser efetuado a partir do dia 27 de maio até 12 de junho.
O valor da taxa continua em R$ 85,
pagável por boleto (gerado na Página do Participante), Pix, cartão de crédito,
débito em conta corrente ou poupança (a depender do banco). Para pagar por Pix,
basta acessar o QR code que consta no boleto.
O resultado das solicitações de
isenção da taxa foi divulgado pelo Inep em 13 de maio. A aprovação da isenção
não significa que a inscrição foi realizada automaticamente. É necessário que o
interessado se inscreva para participar do exame.
No momento da inscrição, o
participante deverá escolher o idioma da prova de língua estrangeira (inglês ou
espanhol).
Treineiro
Podem participar do Enem na condição
de treineiros os estudantes que vão concluir o ensino médio após o ano letivo
de 2024 ou os interessados em fazer o exame que não estejam cursando e não
concluíram o ensino médio. O candidato, no entanto, deve estar ciente de que
sua participação servirá somente para autoavaliação de conhecimentos.
Os resultados individuais do treineiro
não poderão ser usados para acesso ao ensino superior. Os resultados das provas
deste grupo serão divulgados 60 dias após a divulgação geral dos demais
candidatos.
Informações
Para mais informações sobre o exame e
o processo de inscrição, acesse o edital do Enem 2024 ou o site oficial do
Inep.
Enem 2024
A edição de 2024 do Exame Nacional do
Ensino Médio será aplicada em todos os estados e no Distrito Federal nos dias 3
e 10 de novembro. No primeiro dia do exame, as provas são de linguagens,
códigos e suas tecnologias, além da redação e ciências humanas e suas
tecnologias. A aplicação terá 5 horas e 30 minutos de duração.
No segundo dia do exame, serão
aplicadas as provas de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e
suas tecnologias. A aplicação terá 5 horas de duração.
Criado em 1998, o Enem avalia o
desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, ou seja, no
fim do ensino médio. O exame se tornou a principal porta de entrada para a
educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e
de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede
bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e sequenciais de
formação específica.
As instituições privadas de ensino
superior também usam as notas do Enem para selecionar estudantes. Os resultados
ainda servem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo
de Financiamento Estudantil (Fies).
Os resultados individuais do Enem
também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições
portuguesas que têm convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado
às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior
em Portugal. - Por Daniella Almeida –
Repórter da Agência Brasil - Brasília.
Segundo a Defesa Civil, 56 pessoas seguem desaparecidas
Rio Grande do Sul atingido por temporais (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)
Subiu para 169 o número de mortes confirmadas em decorrência das chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas, segundo boletim da Defesa Civil gaúcha divulgado neste domingo (26). Outras 56 pessoas seguem desaparecidas
As chuvas, que deixaram cidades inteiras debaixo d'água e provocaram o pior desastre climático da história do Estado, afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas em 469 dos 497 municípios gaúchos. Mais de 581 mil pessoas ficaram desalojadas.
Segundo os dados da Defesa Civil, 55 mil pessoas estão em abrigos. Mais de 83 mil pessoas foram resgatadas, enquanto o número de animais resgatados ultrapassou 12 mil. - 247.
Prefeito da capital gaúcha estaria frito se dependesse do extremista desocupado. Em 2022 ele disse que “não estaria ao lado PT”, agora vê estadista que tanto odeia ajudá-lo em sua incompetência
Por Henrique Rodrigues
Sebastião Melo sorridente ao lado de
Jair Bolsonaro, em 2020.Créditos: Alan Santos/Presidência da República
O
ano era 2022 e o Brasil vivia seu momento mais dramática numa eleição que
colocava face a face duas visões de mundo, de país e de sociedade. Lula (PT)
sairia vencedor por uma pequena diferença de votos sobre Jair Bolsonaro (PL),
mas o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), no auge de seu
antipetismo patológico, daria apoio explícito ao desajustado líder da extrema
direita, sob a justificativa de que “não estaria ao lado do PT”. Nenhuma
novidade àquela altura, depois da campanha sórdida de Melo, dois anos antes,
para vencer a concorrente ao posto de governante da capital gaúcha, Manuela
D’Ávila (PCdoB), alvo de uma enxurrada de insultos moralistas, fake news,
discursos de ódio e misoginia perpetrada pelo grupo político de seu adversário
de direita.
Agora,
em maio de 2024, com Porto Alegre submersa e vítima da fúria das águas do Lago
Guaíba, o prefeito que tanto odeia Lula, e que já saiu em fotos todo faceiro
gargalhando ao lado de Bolsonaro, assiste ao governo federal liderado pelo
estadista de esquerda socorrer a cidade que deveria ter sido protegida por ele.
Com um sistema de comportas obsoleto, inaugurado em 1974, a administração
municipal da capital gaúcha parecia apenas esperar o momento em que a tragédia
ocorreria. E ela ocorreu.
Coordenando
aquela que já é a maior operação de socorro e reconstrução de uma área de
catástrofe da História do Brasil, provocada pelas devastadoras chuvas e
enchentes que varreram o Rio Grande do Sul nas duas últimas semanas, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu mudar o tom do discurso e
apontar que o momento trágico vivido pelo povo gaúcho não é só obra da
natureza, mas sim o resultado da incompetência e da ineficiência do poder
público, sobretudo no que diz respeito à capital Porto Alegre. Lula foi claro
ao dizer na tarde de segunda-feira (13), durante uma reunião ministerial, em
Brasília, que o caos no estado “não foi só fenômeno da chuva”.
Melo
pula de galho em galho nas entrevistas concedidas às emissoras de TV, portais e
outros veículos de comunicação nesses dias conturbados. Desvia e dribla as
perguntas incômodas sobre a incompetência de sua gestão, assim como de
anteriores, no que diz respeito a uma modernização nunca feita no sistema de
contenção das águas do Guaíba. Ele prefere aparecer falando que seus
subordinados estão colocando sacos de areia para conter as cheias.
Na
outra ponta, Lula, aquele com quem Melo jamais estaria ao lado, realiza em todo
o território gaúcho uma das maiores, mais complexas e mais caras operações de
resgate e socorro da História do Brasil. Para se ter uma ideia, falando apenas
de servidores das Forças Armadas, mais de 15 mil militares estão em campo neste
momento no estado. Essas organizações utilizam desde a primeira hora da tragédia
16 helicópteros de média e grande capacidade de carga, 2 aviões cargueiros
modernos, 243 embarcações das mais variadas dimensões e utilidades, além de,
entre equipamentos de socorro, engenharia, resgate e viaturas, mais de 2.500
itens enviados pelo governo federal.
Fora
dos quadros militares, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
enviou para o teatro de operações 325 agentes da Polícia Rodoviária Federal,
319 da Polícia Federal e uma centena da Força Nacional de Segurança Pública. Essas
corporações levaram ao Rio Grande do Sul quatro helicópteros, 48 picapes
especiais para terrenos de difícil acesso, 18 barcos de resgate, seis reboques,
dois caminhões com grande capacidade de carga, um caminhão-tanque com
combustível para abastecimento de veículos em áreas remotas e intransitáveis,
além de um jet-ski.
A
Marinha do Brasil deslocou dezenas de barcos pequenos e médios e também o
Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”, o maior e mais moderno navio
de guerra de toda a América Latina, que pode operar como base de comando,
hospital e ponto de pouso e reabastecimento para dezenas de helicópteros.
No
âmbito administrativo, mais de R$ 1 bilhão foram liberados em emendas para o
estado, em caráter de urgência, visando as primeiras e mais prementes ações de
reconstrução. Outro repasse, este no valor de R$ 930 milhões, foi autorizado
pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social para ser injetado em
pagamentos antecipados do Bolsa Família, do Benefício de Prestação Continuada e
no Programa de Aquisição de Alimentos. Somente em medidas econômicas, como os
programas mencionados e outros, como o auxílio gás, além da restituição
antecipada do Imposto de Renda, crédito para micro, pequenas e médias empresas,
adiantamento para fundos municipais e vigência de parcelas extras do auxílio
desemprego, o governo federal liberou R$ 51 bilhões.
Se
Melo fosse depender de Jair Bolsonaro, que tanto bajula, sendo ele ainda
presidente ou não, estaria frito. O extremista desocupado desapareceu assim que
as chuvas engoliram o Rio Grande do Sul e em especial Porto Alegre. Quando
ainda estava no cargo, em dezembro de 2021, o líder arruaceiro preferiu passear
sorridente de jet-ski do que socorreu a população baiana que enfrentava uma
devastação semelhante.
Com
o pires na mão e vendo Lula tomar um protagonismo que ele jamais teria
condições de chamar para si, o prefeito de Porto Alegre terá a partir de agora
bastante tempo para repensar sua posição antidemocrática, reacionária e
sectária de “não estar ao lado do PT” em hipótese alguma, mesmo sendo socorrido
pelos políticos do partido. - Forum.
O prefeito sabia, pelo menos desde setembro de 2023, que as falhas na manutenção do sistema de proteção contra enchentes sujeitariam Porto Alegre a inundações
Enchente no Rio Grande do Sul (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)
Rompeu o dique de blindagem midiática do prefeito Sebastião Melo, que agora submerge na mesma lama que, devido à incompetência e negligência do seu governo, inundou Porto Alegre.
E, com o rompimento do dique de proteção dos grupos locais de mídia, Melo finalmente se viu obrigado a admitir as graves falhas da Prefeitura. No entanto, ele tenta transferir a culpa das escolhas desastrosas dele mesmo e do seu governo para o estagiário.
No sábado, 25/5, a assessoria de comunicação social da Prefeitura informou “que o prefeito Sebastião Melo determinou ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) abertura de investigação preliminar sumária (IPS) para apurar eventuais problemas em providências a partir de relatório de engenheiros do departamento sobre as estações de bombeamento de água pluvial. A investigação, em caráter de urgência, deverá abranger todos os processos relacionados ao tema”.
Melo se esquiva do problema e busca transferir para o DMAE –provavelmente, para algum estagiário do órgão–, a responsabilidade que é dele e da sua equipe pelo desastre catastrófico.
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O prefeito conhecia com razoável antecedência, pelo menos desde setembro de 2023, que as falhas na manutenção do sistema de proteção contra enchentes sujeitariam Porto Alegre a inundações.
Naquele mês, há oito meses, o Guaíba alcançou o nível de 3,18m, deixando alagadas as áreas da cidade onde as comportas padeciam com a falta de manutenção pela Prefeitura. Nova inundação viria a acontecer dois meses depois, com os temporais de novembro de 2023, quando o Guaíba atingiu 3,46m.
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Apesar disso, durante o ano de 2023 o prefeito não mandou consertar o sistema de proteção contra enchentes e a Prefeitura não investiu um único centavo de real nesta área crítica, mesmo tendo muito dinheiro em caixa.
As medidas, plenamente exequíveis, consistiam na vedação imediata das comportas por mergulhadores, no fechamento hermético dos Condutos Forçados do sistema de esgotamento e drenagem, e no reparo das estações de bombeamento.
O engenheiro Vicente Rauber, ex-diretor do DEP, um dos proponentes das medidas, relatou que “Melo os atendeu por alguns minutos e se retirou apressado, dizendo que continuaria falando conosco”. Na prática, porém, como se verá adiante, o prefeito simplesmente desdenhou das soluções técnicas preconizadas.
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Marcus Vinícius Caberlon, o assessor do gabinete do prefeito que continuou a reunião com os técnicos, “negou os problemas o tempo inteiro”. Rauber relatou que, diante do impasse, os profissionais então alertaram “que a Prefeitura tem duas saídas: ou continua o negacionismo, agravando a situação da cidade, ou adota as propostas e interrompe o sofrimento da população e os prejuízos da cidade”.
Alguns minutos depois de “sair apressado” da reunião, às 11:53h daquele dia 17/5 Melo comunicou no seu perfil do X/ex-twitter que “definimos com os técnicos a abertura da comporta 3 do muro da Mauá (rua Padre Tomé), na tarde de hoje. Como o Guaíba está 40 cm mais baixo do que o volume acumulado no Centro, o objetivo é facilitar o escoamento e posteriormente acessar as casas 17 e 18 para retomar a operação”.
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Na publicação, o prefeito mencionou eufemisticamente “a abertura da comporta 3”, mas na realidade a comporta foi grotescamente arrancada.
O procedimento foi duramente criticado por especialistas, pois significou a destruição irreversível duma barreira física fundamental, deixando a cidade totalmente desguarnecida em caso de nova elevação do nível do Guaíba, como a que veio a acontecer alguns dias depois.
Já naquele mesmo dia 17, em que a Prefeitura arrancou comportas, institutos meteorológicos previam chuvas de alta intensidade a partir de 23 de maio em todo o RS, incidência de ventos sul, maré alta do Oceano Atlântico, represamento de águas na Lagoa dos Patos e elevação do nível do Guaíba.
Tratava-se, portanto, da confluência infernal de fatores que em hipótese alguma autorizaria a abertura de comportas do Muro da Mauá, menos ainda a derrubada irreversível delas.
Este episódio deixou evidente que a cidade está sendo dirigida por irresponsáveis e despreparados que não atentam para recomendações técnicas, desprezam previsões meteorológicas, decidem de maneira improvisada e, desse modo, agravamos problema, ao invés de resolvê-los.
Neste clima fantasioso, de oba-oba, o prefeito estimulou o descarte de entulhos nas ruas, sem que a Prefeitura tivesse capacidade de recolhê-los, o que agravou o caos na cidade.
Por fim, para ficar somente nas responsabilidades objetivas e imediatas do prefeito na geração do desastre catastrófico, cabe lembrar que outra medida ignorada por ele foi a de providenciar o fechamento hermético dos Condutos Forçados, o que causou a inundação de bairros da cidade localizados em cotas elevadas, e que não tinham sido atingidos nos eventos anteriores.
O prefeito Sebastião Melo finalmente admitiu que falhas da sua Administração [e não deus ou a natureza] causaram o desastre catastrófico em Porto Alegre. Melo, no entanto, quer culpar o estagiário, mas o culpado é ele e sua equipe desastrosa, que desprezaram soluções técnicas para impedir a inundação e re-inundação da cidade.
Com a incompetência, negacionismo e negligência que causaram graves consequências à população e à cidade, o prefeito Melo precisa ser responsabilizado nas esferas administrativa, cível e criminal. - Jeferson Miola.