segunda-feira, 19 de julho de 2021

Mais de 13 milhões de doses da vacina Pfizer devem chegar ao Brasil

 

Operação será feita entre 20 de julho e 1⁰ de agosto em Campinas

Reuters Carlos Osorio

A Pfizer informou que entregará ao Ministério da Saúde, nas duas últimas semanas de julho, 13.265.460 milhões de doses da vacina contra a covid-19, produzida em parceria com a BioNTech. O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, receberá 13 voos vindos de Miami, nos Estados Unidos, entre os dias 20 de julho e 1⁰ de agosto.

De lá, os imunizantes serão enviados para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos. Somados aos lotes anteriores, serão mais de 30 milhões de doses entregues ao governo federal no primeiro semestre deste ano.

A previsão da farmacêutica é que a operação no aeroporto de Viracopos se intensifique entre os meses de agosto e setembro, já que devem chegar quase 70 milhões de doses ao país. Esse montante faz parte do primeiro acordo firmado com o governo no dia 19 de março, contemplando a entrega de 100 milhões de vacinas até o final do terceiro trimestre de 2021.

O segundo contrato, assinado em 14 de maio, prevê a entrega de mais 100 milhões de doses entre outubro e dezembro, totalizando 200 milhões de doses de vacina Pfizer/BioNTech ao Brasil. (Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo).

Edição: Valéria Aguiar


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Bolsonaro espalha mentira para se livrar de denúncia sobre Covaxin e atingir Randolfe e CPI

 

(Foto: Divulgação)

Diante das revelações da CPI da Covid, apontando irregularidades na compra de vacina indiana Covaxin, Jair Bolsonaro parte  para o ataque contra integrantes da CPI e lançando fake news nas redes sociais.

Em postagem em sua página Twitter, Bolsonaro diz que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) "queria comprar a Covaxin sem licitação e sem a certificação da ANVISA". A postagem veio acompanhada de um vídeo de Randolfe falando sobre a necessidade de compra de vacinas e defendendo que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acelere o processo de aprovação para garantir a vacina no braço dos brasileiros. Detalhe: o vídeo foi gravado após o anúncio pelo governo federal da compra de vacina Covaxin.

Randolfe rebateu dizendo ser a favor da vacina “o mais rápido possível”, independentemente da origem do imunizante. "Coloquei emenda sim porque o SEU governo sempre foi CONTRA a vacina. Nosso trabalho é para garantir que TODOS tenham acesso às vacinas. Nosso objetivo é SALVAR VIDAS!  Quem paga a conta não é você, Bolsonaro. É o POVO! A única conta de vocês é a propina".

E acrescenta: “Queria a Janssen, a Covaxin, a AstraZeneca, a CoronaVac, a Pfizer… Nossa diferença é grande: eu queria vacina! Vocês queriam propina!”.

As irregularidades para a compra da Covaxin pelo governo Bolsonaro estão no foco das investigações da CPI da Covid. De acordo com o deputado Luis Miranda, que já depôs na CPI, houve pressão atípica para a liberação da importação dessa vacina sendo a compra feita por uma intermediária instalada em paraíso fiscal. A evolução das investigações está revelando que podem ter sido praticados atos de corrupção praticados por grupos de pressão instalados no Ministério da Saúde, ligados ao centrão e às Forças Armadas.

Na postagem, Bolsonaro diz ainda que Randolfe "negociou, em 05/abril/2021, até mesmo a quantidade de vacinas: 20 milhões" e que além de Randolfe, o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o irmão de Renan Calheiros, Renildo Calheiros, queriam comprar a vacina Covaxin e para isso apresentaram emendas no parlamento

"Randolfe, Omar e Renildo Calheiros (irmão de Renan), via emendas, tudo fizeram para que governadores e prefeitos pudessem comprar as vacinas a qualquer preço, com o Presidente da República pagando a conta, obviamente", escreveu.

Além de Omar Aziz e do irmão de Renan Calheiros, Renildo Calheiros, mais sete parlamentares apresentaram emendas semelhantes para incluir a agência reguladora indiana no rol de instituições que poderiam ser tomadas como parâmetro para que a Anvisa autorizasse a importação de vacinas e outros ítens essenciais no combate à pandemia de covid-19. Incluir a agência reguladora no rol das instituições não é autorizar ou negociar vacinas.

"Com planos frustrados restou ao G-7 da CPI acusar ao Governo do que eles tentaram fazer",acrescentou Bolsoanro.

Nesta segunda (19), o próprio ministro da Saúde Marcelo Queiroga acredita na possibilidade de que houve "transgressão" em contratos de compra de vacinas contra a Covid-19.

As irregularidades para a compra da Covaxin pelo governo Bolsonaro estão no foco das investigações da CPI da Covid. De acordo com o deputado Luis Miranda, que já depôs na CPI, houve pressão atípica para a liberação da importação dessa vacina sendo a compra feita por uma intermediária instalada em paraíso fiscal. A evolução das investigações está revelando que podem ter sido praticados atos de corrupção praticados por grupos de pressão instalados no Ministério da Saúde, ligados ao centrão e às Forças Armadas. (247).

Bolsonaro anuncia que vetará novo Fundo Eleitoral de quase R$ 6 bi: "valor astronômico"

 

Jair Bolsonaro e Congresso Nacional (Foto: Reuters)

Jair Bolsonaro afirmou à TV Brasil nesta segunda-feira (19) que vetará o novo Fundo Eleitoral, aprovado pela Câmara dos Deputados, que reserva R$ 5,7 para campanhas eleitorais de 2022. Somado ao fundo partidário (R$ 1 bi), o país desembolsaria um total de R$ 6,7 bilhões no próximo ano, o que representa 0,09% do seu PIB.

“O valor é astronômico, mais de R$ 6 bilhões para se fazer campanha eleitoral. […] Então, é uma cifra enorme, que no meu entender está sendo desperdiçada, caso ela seja sancionada. Posso adiantar para você que não será sancionada”, disse em entrevista à TV Brasil.

“Eu tenho que conviver em harmonia com o Legislativo. E nem tudo que eu apresento ao Legislativo é aprovado. E nem tudo que o Legislativo aprova, vindo deles, eu tenho que sancionar do lado de cá. Mas a tendência nossa é não sancionar isso daí em respeito ao trabalhador, ao contribuinte brasileiro”, prosseguiu.

Um grupo de parlamentares chegou a ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com um mandado de segurança para que fosse anulada a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso, no qual foi aprovado o novo "fundão".

Ainda nesta segunda-feira, o vice-presidente, Hamilton Mourão, também disse que vetaria o Fundo Eleitoral caso coubesse a ele tal decisão: “acho que está exagerado". (247).

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Vice-presidente da Câmara quer que Lira entregue a ele os pedidos de impeachment contra Bolsonaro

             Via:247

Marcelo Ramos e Arthur Lira com Bolsonaro (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputado | Isac Nóbrega/PR)

Primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que ontem desafiou o presidente Jair Bolsonaro a ser “honesto e verdadeiro”, além de “corajoso” para vetar a ampliação do Fundo Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões de acordo com o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), hoje apelou aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) que assumam seus papéis institucionais e defendam o Parlamento. “Eles não podem permitir que o presidente da República ataque o Congresso e a atividade política com mentiras, como tem feito”, disse Ramos ao programa Sua Excelência, O Fato (íntegra no final desse texto) da manhã desta segunda-feira (19). 

“Já votei com o Governo em algumas medidas, tentei atuar fazendo um balanço político em diversos momentos, mas não posso mais compactuar com o Governo Bolsonaro. Estou na oposição”, declarou Ramos aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva, que conduzem o programa, e ao também jornalista Hélio Doyle, convidado desta edição. “É preciso fazer alguns pedidos de impeachment andarem”, decreta o primeiro vice-presidente da Câmara. Marcelo Ramos pedirá ao deputado Henrique Fontana (PT-RS) para que faça uma exposição da proposta de emenda constitucional que ele apresentou ao Congresso, que prevê mudança na tramitação de impeachments e redução do poder imperial de presidentes da Câmara decidirem sobre eles.

 Além disso, ele anunciou no programa que enviou requerimento à Mesa da Câmara para que o presidente Arthur Lira envie a ele cópia de todos os pedidos de impeachment entregues a ele. ‘Impeachment não é processo que se discuta em tese. Impeachment é processo de natureza política e jurídica. É preciso que tenha uma configuração clara de crime de responsabilidade e as condições políticas”, diz ele. “Quero receber cópia de todos eles e me manifestar de forma mais assertiva quanto a isso, porque o País pede isso”, diz o primeiro vice da Câmara. 

Se Bolsonaro ganhou um ator contundente contra ele no Parlamento, o presidente da Câmara poderá ter, a partir de agora, um mata-borrão sentado ao seu lado na Mesa da Câmara para flagrar e corrigir as omissões que tem cometido.

Assista a íntegra do programa "Sua Excelência, O Fato".  

 


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ONU pede que mundo encontre inspiração no legado de Mandela

 

Nelson Mandela

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, destacou neste domingo que, em meio a circunstâncias tão difíceis como as atuais, a vida e o legado de Nelson Mandela são uma inspiração e um exemplo a seguir, informa a Prensa Latina.

Guiados por esse líder, cada um de nós pode fazer a diferença na promoção da paz, dos direitos humanos, da harmonia com a natureza e da dignidade para todos, afirmou Guterres em comunicado.

Em sua mensagem pela passagem, em 18 de julho, do Dia Internacional de Nelson Mandela, o Secretário-Geral da ONU pediu uma reflexão sobre a vida e o legado daquele lendário defensor da justiça e dos direitos humanos.

Guterres também destacou que os apelos de Mandela à solidariedade e ao fim do racismo são particularmente relevantes hoje, quando a coesão social no mundo está ameaçada pela divisão.

As sociedades tornam-se cada vez mais polarizadas, à medida que o discurso de ódio aumenta e a desinformação obscurece a verdade, questiona a ciência e enfraquece as instituições democráticas, sublinhou.

Como advertiu o mais alto representante das Nações Unidas, a pandemia de Covid-19 em curso agrava esses males e atrasa anos de progresso na luta global contra a pobreza.

"Como sempre em tempos de crise, são os marginalizados e discriminados os que mais sofrem, muitas vezes porque são culpados por problemas que não causaram."

Todos os anos, no aniversário de Madiba, prestamos homenagem a este homem extraordinário que personificou as mais altas aspirações das Nações Unidas e da família humana, disse o Secretário-Geral.

Em novembro de 2009, a Assembleia Geral da ONU proclamou o dia 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela, em reconhecimento às suas contribuições. (Brasil247).


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Multas por crimes ambientais na Amazônia despencaram 93% na gestão Bolsonaro-Salles

 

Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (Foto: Bruno Kelly - Reuters / Marcos Corrêa - PR

A média de processos com multas pagas por crimes ambientais na Amazônia Legal diminuiu 93% em 2019 e 2020 na comparação com a média dos quatro anos anteriores - este foi um dos principais resultados da gestão de Ricardo Salles no Ministério de Meio Ambiente, com apoio entusiasmado de Jair Bolsonaro. Foi o que apontou um levantamento do Centro de Sensoriamento Remoto e do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As estatísticas foram divulgadas em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo.

De acordo com o estudo, a média anual era de 688 processos com multas pagas entre 2014 e 2018 no Ibama, autarquia ligada ao ministério. Em 2019 e 2020, sob o comando do ex-ministro Ricardo Salles, os números caíram para 74 em 2019 e apenas 13 multas pagas em 2020 (média de 44).

Também caiu o número de processos julgados em 1ª e 2ª instâncias e que envolveram infrações relacionadas à vegetação: de 5,3 mil anuais entre 2014 e 2018 para 113 julgamentos em 2019 e 17 no ano passado.

Segundo a pesquisa, há cerca de 99 mil processos de infração ambiental pendentes de julgamento no Ibama, em 1ª ou 2ª instâncias atualmente. Houve redução nos embargos ambientais, de 2.589 em 2018 para 385 em 2020. Quando uma área é embargada, a produção obtida é considerada irregular, entra em uma lista compartilhada internacionalmente e não pode ser comercializada.

Os dados refletem a posição de Jair Bolsonaro no sentido de fragilizar as políticas de proteção ambiental. Em junho de 2019, por exemplo, ele disse que "vamos acabar com esta indústria da multa no campo". A declaração foi concedida durante encontro com lideranças empresariais na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

E, na gestão de Ricardo Salles, o desgaste do então ministro junto ao governo e à população ficou evidente a partir do segundo trimestre do ano passado, após a divulgação de conteúdo de um vídeo da reunião ministerial que aconteceu no dia 22 de abril, quando ele sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada". (247).




Agência Brasil explica as vacinas contra covid-19 usadas no Brasil

 

Especialistas garantem que todos os imunizantes são eficazes

Reuters/Siphiwe Sibeko

Seis meses depois da primeira dose de vacina contra covid-19 aplicada no país, em 17 de janeiro, os benefícios da vacinação no combate à pandemia são claros em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), e, pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhum estado brasileiro está com mais de 90% dos leitos de unidade de terapia intensiva ocupados. A proteção conferida pelas vacinas já tinha sido observada quando o percentual de idosos em relação ao total de internados caiu após a vacinação dessa faixa etária, e o cenário atual confirma novamente que as vacinas produzem níveis elevados de proteção contra casos graves da doença, que já matou mais de 500 mil pessoas no país.

Os mais de 82 milhões de brasileiros que receberam ao menos uma dose tiveram seus sistemas imunológicos estimulados por três diferentes tecnologias - duas delas inéditas em campanhas de vacinação no país e no mundo até a pandemia. A Agência Brasil explica as diferenças entre CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen, e por que todas são consideradas seguras e eficazes para se proteger da covid-19.

Todas protegem contra casos graves

Apesar dos mal compreendidos percentuais de eficácia de cada uma dessas vacinas, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, explica que as quatro foram submetidas a rigorosos protocolos de testagem, com resultados checados por agências reguladoras de credibilidade reconhecida, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O processo de desenvolvimento de uma vacina inclui testes em laboratório e três etapas de testes em humanos, envolvendo milhares de voluntários, e os resultados são analisados pela comunidade científica e por órgãos reguladores de diferentes países.

Diante disso, a médica ressalta que recusar uma vacina específica ou atrasar a aplicação para esperar outra vacina são decisões que não fazem sentido e ameaçam a saúde individual e coletiva.

“Qualquer um de nós pode ter uma forma grave e pode ir a óbito. Não dá para negar uma vacina que vai te proteger principalmente desses desfechos. Todas as vacinas utilizadas no país estão mostrando efetividade para formas graves e para mortes, o que, nesse momento, é o que a gente mais se preocupa. Esse é o objetivo principal, e todas estão cumprindo o seu papel”, afirma a diretora da SBIm. “A escolha de recusar e adoecer não é só sua. Você vai fazer outros adoecerem também.”

Vacina eficaz

Mônica Levi desmistifica a taxa de eficácia da CoronaVac, cuja interpretação errada tem levado pessoas a preferirem outras vacinas e até a recusarem a vacinação. Segundo estudos de fase 3 realizados pelo Butantan, a vacina tem eficácia de 50,38% contra infecções do SARS-CoV-2. O percentual pode parecer baixo frente a imunizantes que tiveram mais de 90% de eficácia na fase três, mas os mesmos estudos conduzidos pelo instituto paulista também mostraram que a vacina protegeu 100% dos voluntários contra casos graves e teve uma eficácia de 78% contra casos leves de covid-19. A proteção da vacina "no mundo real", chamada de efetividade, foi confirmada pelo estudo realizado em Serrana, em que a aplicação em massa da CoronaVac fez os casos sintomáticos de covid-19 caírem 80%, as internações, 86%, e as mortes, 95%.

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A diretora da SBIm explica que o percentual que resulta dos estudos clínicos de fase 3 não pode ser usado para classificar as vacinas, porque o número também sofre impacto do desenho desses estudos, como os critérios para a testagem dos voluntários e o perfil da população analisada. Como os testes clínicos da vacina no Brasil tiveram como principal público os profissionais de saúde da linha de frente na pandemia, ela explica que é natural que o percentual de eficácia calculado tenha sido menor que o de outros imunizantes, já que seus voluntários estavam mais expostos.

Caixas com vacinas experimentais contra Covid-19 da Sinovac em Pequim. coronavac
Caixas com vacinas experimentais contra Covid-19 da Sinovac em Pequim. coronavac - REUTERS/Thomas Peter/Direitos Reservados

“Se você pega um grupo de 100 pessoas que todos os dias estão em contato com a covid-19, e um grupo de 100 pessoas que estão mantendo distanciamento em casa, obviamente o grupo que está mais exposto vai ter índices maiores de infecção, independentemente de que vacina for”, afirma a pesquisadora, que exemplifica que testes em diferentes países chegaram a percentuais diferentes para as mesma vacinas porque, além disso, há diferenças de contexto epidemiológico, faixas etárias pesquisadas e comportamento da população estudada.

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“É um erro comparar [taxas de eficácia]. Os desenhos dos estudos, as populações estudadas e os riscos de infecção eram muito diferentes. Se você colocasse a Pfizer, a AstraZeneca e a Janssen com a mesma população em que foi estudada a CoronaVac aqui no Brasil, os resultados delas não seriam os mesmos [que os publicados após a fase 3]”, pondera ela, que esclarece que esses percentuais são, sim, importantes, porque são necessários para a avaliação dos órgãos regulatórios, que exigem um mínimo de 50% de eficácia. Apesar disso, o mais importante é a efetividade da vacina no mundo real, verificada na vacinação em massa e em experimentos como o da CoronaVac em Serrana e da AstraZeneca em Botucatu e Paquetá.

Além da efetividade contra casos graves, outra semelhança entre as vacinas usadas no país e no mundo de modo geral é o alvo dos imunizantes: a proteína S, que forma os espinhos usados pelo coronavírus na hora de se ligar às células humanas. Ainda que com mecanismos diferentes, Pfizer, Janssen e Oxford/AstraZeneca estimulam nossas células a conhecerem essa proteína e a se prepararem para neutralizá-la, enquanto a CoronaVac apresenta ao nosso organismo todo o vírus, já inativado por reações químicas, fazendo com que nossas defesas reconheçam a proteína S e outras estruturas.

Infográfico mostra os diferentes tipos de vacinas oferecidas no Brasil.
Infográfico mostra os diferentes tipos de vacinas oferecidas no Brasil. - Arte - Agência Brasil


CoronaVac

A primeira vacina contra o SARS-CoV-2 aplicada no Brasil fora dos testes clínicos foi a CoronaVac. A vacina foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, que foi parceiro do Instituto Butantan nos testes e na produção da vacina.

Como foi a primeira a ser entregue em grande quantidade, somando mais de 36 milhões das 44 milhões (82%) de doses recebidas pelo Ministério da Saúde até o fim de março, a vacina do Butantan atendeu aos primeiros da fila das prioridades e protegeu grupos de maior risco no segundo pico da pandemia, quando a média móvel de mortes superou 3 mil vítimas diárias.

“Salvou muitas vidas, e a gente viu baixar a idade média das internações em UTIs e mortes para os 40 e 50 anos, porque um percentual muito grande dos idosos já estavam vacinados”, lembra Mônica Levi.

Desde então, mais de 44 milhões de doses da CoronaVac foram aplicadas no país, o que equivale a cerca de 40% de todas as aplicações realizadas. O Ministério da Saúde continua a receber e a distribuir a vacina, já que contratou 100 milhões de doses junto ao Instituto Butantan.

O imunizante é o único dos utilizados até o momento no país que se baseia em uma tecnologia que já era usada no Programa Nacional de Imunizações. Trata-se de uma vacina de vírus inativado, que contém o microorganismo "morto", para que nossas defesas consigam conhecê-lo e se preparar para uma infecção. 

A CoronaVac requer duas doses, que devem ser aplicadas em um intervalo de duas a quatro semanas, segundo a bula, que foi aprovada com autorização de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

AstraZeneca
AstraZeneca - REUTERS/Henry Nicholls/Direitos Reservados


Oxford/AstraZeneca

Ainda em janeiro, o Brasil também aplicou a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19. As primeiras doses usadas no país vieram do Instituto Serum, na Índia, mas, a partir de março, chegaram aos postos de vacinação as doses produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz). 

Também chamada de vacina de Oxford, Covishield e vacina covid-19 (recombinante), a Oxford/AstraZeneca foi uma das primeiras vacinas de vetor viral a serem usadas em campanhas de vacinação no mundo, junto da Janssen e da Sputnik V. O nome vetor viral significa que outro vírus é usado para transportar as informações genéticas do SARS-CoV-2, que farão nossas defesas reagirem. No caso dessa vacina, o vetor usado é um adenovírus de chimpanzé que não é capaz de se replicar e foi modificado em laboratório.

Com mais de 52 milhões de doses aplicadas, a Oxford/AstraZeneca era a vacina mais usada no país, segundo dados consultados em 15 de julho no vacinômetro do LocalizaSUS. Isso equivale a 46% das doses aplicadas. O Brasil contratou 100,4 milhões de doses dessa vacina por meio de um acordo de encomenda tecnológica assinado no ano passado com a farmacêutica europeia, montante que deve terminar de ser produzido em Bio-Manguinhos em agosto, a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado do laboratório chinês WuXi Biologics.

Segundo a Fiocruz, o país acrescentou à encomenda mais 70 milhões de doses que devem ser produzidas ainda este ano com mais lotes de IFA importado. Além disso, cerca de 50 milhões de doses dessa vacina devem ser inteiramente fabricadas no país até o fim de 2021. Por fim, mais 14 milhões de doses dessa vacina devem chegar ao Brasil por meio do consórcio internacional Covax Facility, ao qual o governo encomendou vacinas para cerca de 10% da população. Desse modo, a vacina de Oxford responde por mais de um terço das  mais de 660 milhões de doses previstas pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 para 2021.

A Oxford/AstraZeneca também foi testada em voluntários brasileiros no ano passado e recebeu registro definitivo da Anvisa neste ano. O esquema vacinal proposto prevê duas doses, aplicadas com intervalos de quatro a 12 semanas. Entre janeiro e junho, a vacina foi administrada com 12 semanas de intervalo, mas, a partir de julho, alguns estados e municípios decidiram encurtar esse período para oito semanas, diante da chegada da variante Delta do SARS-CoV-2 ao Brasil.

FILE PHOTO: Vials of the Pfizer-BioNTech vaccine against COVID-19
Frascos da vacina ComiRNAty, da Pfizer/BioNTech, que usam a tecnologia de RNA mensageiro - Reuters/Denis Balibouse/ Direitos Reservados


Pfizer/BioNTech

A terceira vacina contra covid-19 aplicada nos brasileiros foi a da Pfizer/Biontech, que começou a ser usada no país em maio, mas também foi testada em brasileiros no ano passado. A plataforma tecnológica por trás dessa vacina é considerada inovadora, já que as doses contêm apenas partículas de RNA mensageiro do coronavírus produzidas sinteticamente. Esse ácido nucleico sintético leva informações que permitem que nossas células repliquem a proteína S e a reconheçam para preparar as defesas do organismo.

O governo brasileiro contratou junto à Pfizer a importação de 200 milhões de doses, sendo 100 milhões até setembro e mais 100 milhões no último trimestre do ano. Além disso, 842 mil doses chegaram ao Brasil via Covax Facility.  Até 15 de julho, 11 milhões de doses dessa vacina haviam sido aplicadas, o que corresponde a cerca de 10% do total de vacinas contra covid-19 administradas no país.

A vacina da Pfizer também requer a aplicação de duas doses, cujo intervalo sugerido pelo fabricante é de 21 dias. Apesar disso, países como o Brasil, o Reino Unido e o Canadá decidiram estender esse prazo, com base em pesquisas que apontam que a vacina já produz imunidade na primeira dose. Mesmo assim, a segunda dose continua a ser necessária para que a vacina atinja a proteção ideal, e, no caso do Brasil, o prazo para recebê-la é 12 semanas depois da primeira.

A shipment of the Johnson and Johnson Janssen Covid-19 vaccine arrived at the Oakland County Health Division North Oakland
Lote de vacinas da Janssen, o único imunizante disponível no Brasil que tem recomendação de dose única - Reuters/Eric Seals/Direitos reservados

Janssen

Assim como a Oxford/AstraZeneca, a vacina da Janssen foi testada no Brasil e em outros países e apresenta a tecnologia de vetor viral, com base em um adenovírus de humanos, em vez do vírus de chimpanzés. A principal diferença dessa vacina em relação às demais é o seu esquema vacinal, que prevê uma dose única, em vez de duas doses. Além disso, a Janssen não é produzida no Brasil e chega ao país já pronta para aplicação.

O imunizante começou a ser usado no PNI em junho, sob autorização de uso emergencial concedida pela Anvisa.

Mais de 3,6 milhões de doses foram aplicadas até 15 de julho, segundo o LocalizaSUS, o que faz da vacina a menos usada no país até agora, respondendo por 3% das doses aplicadas. O Brasil recebeu no mês passado de 3 milhões de doses que foram doadas pelo governo dos Estados Unidos, e, até o fim do ano, devem chegar 38 milhões de doses compradas pelo governo brasileiro. (Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro).

Edição: Pedro Ivo de Oliveira


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Bolsonaro defende voto impresso e diz que 'só Deus' o tira da presidência

         Por: Correio Braziliense/Por: Hellen Leite


Ao deixar o hospital na manhã deste domingo (18), o presidente Jair Bolsonaro defendeu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse que só uma intervenção divina pode o tirar da presidência da República. As declarações foram dadas na saída do Hospital Vila Nova Star, onde o presidente estava internado havia quatro dias para o tratamento de uma obstrução intestinal.

"Querem derrubar o governo? Já disse: só Deus me tira daquela cadeira. Será que não entenderam que só Deus me tira daquela cadeira? Se aparecer corrupção em meu governo, serei o primeiro a buscar maneiras de apurar e deixar na mão da Justiça para que esse possível responsável seja punido", disparou.

Embora tenha dito respeitar a Constituição Federal, o mandatário voltou a defender o voto impresso na eleição de 2022 e garantiu que um homem, ainda isolado por causa da covid-19, fará suposta "apresentação" capaz de provar fraudes nas urnas eletrônicas.

Segundo Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, faz "ativismo eleitoral" contra o voto impresso. O presidente pleiteia que os eleitores possam ver, em um papel, comprovante das escolhas feitas na urna.

"Queremos transparência nas eleições. Não existem eleições sem transparência. Isso é fraude. Não queremos isso", falou.

"Brasília é paraíso de picaretas"
O presidente ainda minimizou as denúncias de irregularidades envolvendo negociações para a compra de vacinas contra a covid-19 e defendeu o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo ele, Brasília é o paraíso de "lobistas e picaretas".

"Brasília é o paraíso dos lobistas, de picaretas. Todos pressionavam por vacinas. Muitas pessoas foram recebidas no ministério. O próprio traje do Pazuello, ele está sem paletó. Aquele pessoal se reuniu com diretor responsável por possível compra lá no ministério e na saída conversou. Agora, se fosse algo secreto, algo superfaturado, ele estaria dando entrevista ou estaria escondido no porão do ministério?", disse Bolsonaro.

"Agora, acredita quem quiser. O nosso governo não gastou um centavo com picareta. Parabéns ao Pazuello", disse Bolsonaro, também parabenizando o coronel Elcio Franco, que ocupou o cargo de secretário-executivo da pasta. E acrescentou: "Se eu tivesse na Saúde teria apertado a mão daqueles 'cara tudo'. O receber, ele não tava sentado na mesa. E se fosse propina não daria entrevista", comentou.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Pazuello negociou a compra da Coronavac com uma intermediária pelo triplo do preço oferecido pelo Instituto Butantan.

Alta do hospital
Bolsonaro recebeu alta médica neste domingo (18/7) após quatro dias internado em São Paulo. O chefe do Executivo foi transferido do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, para o Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul da capital paulista, na quarta-feira (14) para tratar uma obstrução intestinal.

De acordo com o boletim médico divulgado neste domingo, Bolsonaro continuará recebendo acompanhamento ambulatorial em casa.

"O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, teve alta hoje do Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or. Ele estava internado desde a quarta-feira, 14 de julho, para tratar um quadro de suboclusão intestinal. Ele seguirá com acompanhamento ambulatorial pela equipe médica assistente", diz a nota.


CPI da Covid investiga suspeita de mensalão de propinas no Ministério da Saúde, envolvendo líder do governo

 

Ricardo Barros (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

A denúncia de pagamentos irregulares mensais de até R$ 296 mil a políticos e servidores ligados ao Ministério da Saúde será o foco de uma nova linha de investigação da CPI da Covid.

O suposto mensalão da propina, denunciado por uma ex-servidora da pasta, foi discutido em uma reunião de senadores independentes e da oposição feita em 6 de julho,  na casa de Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão.

Um dos beneficiados seria o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro e atual líder do governo na Câmara. 

De acordo com a denúncia, o suposto esquema de repasses de valores começou em 2018, durante a gestão de Barros no Ministério da Saúde, informaram ao UOL senadores da comissão. (247).


Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

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