terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Pernambuco registra 2.124 novos casos e mais 22 mortes pela Covid-19

 

Foto: Danny Lawson/AFP

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta terça-feira (26), 2.124 casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 79 (4%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 2.045 (96%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 253.415 casos confirmados da doença, sendo 30.800 graves e 222.615 leves.

Também foram confirmados 22 óbitos, ocorridos entre os dias 12/01 e 25/01 . Com isso, o Estado totaliza 10.222 mortes pela Covid-19. Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde. (Via:DP).


Brasil registra 1,2 mil mortes e 61,9 mil infectados nas últimas 24 horas

 


O Brasil teve o registro de 61.963 infectados e 1.214 mortes por Covid-19 em 24 horas. Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta terça-feira (26).

Com estes óbitos, o total de número de pessoas que não resistiram à pandemia do novo coronavírus subiu para 218.878. Ainda há 2.847 falecimentos em investigação por equipes de saúde. O número de casos acumulados atingiu 8.933.356.

Ainda há 915.823 pessoas com casos ativos em acompanhamento por profissionais de saúde. Outras 7.798.655 pessoas já se recuperaram da doença.

Em geral, os registros de casos e mortes são menores aos domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação dos dados pelas secretarias de saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras, os totais tendem a ser maiores pelo acúmulo das informações de fim de semana que são enviadas ao Ministério da Saúde.

Estados

Na lista de estados com mais mortes, São Paulo ocupa a primeira posição (51.838), seguido por Rio de Janeiro (29.043), Minas Gerais (14.328), Ceará (10.363) e Pernambuco (10.222). As Unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (835), Acre (856), Amapá (1.036), Tocantins (1.353) e Rondônia (2.149).

Em número de casos, São Paulo também lidera (1,71 milhão), seguido por Minas Gerais (699,2 mil), Bahia (570 mil), Santa Catarina (564 mil) e Rio Grande do Sul (532,9 mil). (Por Agência Brasil).


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Recife inicia oficialmente vacinação em idosos a partir de 85 anos nesta quarta

 

Foto: Rodolfo Loepert/PCR

Após a cerimônia simbólica do governo do estado que impulsionou a vacinação de 10 idosos no Compaz Ariano Suassuna, a Prefeitura do Recife dará início oficialmente, nesta quarta-feira (27), a vacinação contra a Covid-19 em idosos com idade a partir de 85 anos. Para distribuir a imunização da AstraZena/Oxford, o município montou nove centros de vacinação, totalizando 65 salas de vacina, além de três pontos de drive-thru. A capital pernambucana recebeu 16.520 mil doses do imunizante produzido em conjunto pelo fármaco indiano e pela universidade inglesa e, com isso, vai avançar para a segunda etapa do Plano Recife Vacina com as 16.520 mil doses disponíveis para o grupo prioritário.

Maria das Neves, de 91 anos, saiu de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para receber o imunizante. "Desde o início da pandemia, eu já tinha expectativa de tomar a vacina. E quando anunciaram que ia começar aqui no Recife, já pedi pra minha filha fazer o meu cadastro e agendar. Acredito e confio na vacina, tanto que tomo a de gripe todo ano", disse a aposentada, momentos antes de garantir a primeira dose da proteção contra a doença. 

Seu William Machado, de 85 anos, passou os últimos meses em casa isolado, seguindo as recomendações das autoridades de saúde. O motivo pelo qual saiu de casa, nesta terça, com a filha Ruth, foi especial. "Criei coragem para estar aqui e tomar a vacina, porque nós precisamos dela para acabar com essa doença", declarou o contador aposentado.

Os centros de vacinação funcionarão, a partir desta quarta (27), de domingo a domingo, das 7h30 às 18h30, para atender o público-alvo da segunda etapa do Plano Recife Vacina. Para ser imunizado, é necessário fazer um cadastro online pelo endereço
minhavacina.recife.pe.gov.br ou a partir do Conecta Recife (cujo app está disponível nas lojas PlayStore, para Android; e AppStore, para dispositivos iOS). Em seguida, o usuário poderá agendar o dia, horário e local da vacinação.

"Essa estratégia foi pensada para garantir que os idosos passem o menor tempo possível expostos ao risco, por isso estamos disponibilizando o agendamento, e abrindo vagas em vários pontos da cidade. É importante que o idoso realize o cadastro previamente para facilitar o agendamento da sua imunização", explica a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque. A gestora ressalta ainda que os idosos acamados receberão a visita de uma das 26 equipes volantes, para serem imunizados em casa.

Os idosos que não conseguirem fazer o cadastro, poderão fazer o preenchimento de dados no sistema nos centros montados pela prefeitura, onde haverá profissionais para realizar o serviço. Caso haja vagas remanescentes de agendamento prévio no momento, eles poderão receber suas doses de vacina.


Pontos de vacinação:
Compaz Dom Helder Câmara, Coque; Unidade de Cuidados Integrais (UCIS) Guilherme Abath, no Hipódromo; Escola Nilo Pereira, em Casa Amarela; Compaz Miguel Arraes, na Caxangá; Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro; Escola Miguel Arraes de Alencar, na Estância; Ginásio Geraldão, na Imbiribeira; Escola Nadir Colaço, na Macaxeira; e UPA-E Fernando Figueira, no Ibura. Os pontos do drive-thru serão no Parque da Macaxeira, Geraldão e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e também é necessário agendar.

Novas doses
As novas 11.340 doses da CoronaVac que o Recife recebeu, ontem (25), continuarão sendo aplicadas nos trabalhadores de saúde da linha de frente e nos profissionais das instituições de longa permanência para idosos e das residências inclusivas. A Prefeitura do Recife já vacinou 100% das pessoas acima de 60 anos que vivem nos abrigos regulamentados pelo SUS e as pessoas maiores de 18 anos com deficiência severa que estão institucionalizadas. Mais de 100 profissionais, entre eles enfermeiros e técnicos de enfermagem, estão envolvidos no esquema.

Vacinômetro
A população pode acompanhar diretamente a operacionalização do plano Recife Vacina graças ao vacinômetro, ferramenta que estará disponível para a população através do Conecta Recife, além do Web App https://conectarecife.recife.pe.gov.br/vacinometro/. Até o começo da tarde desta terça-feira (26), 11.023 mil pessoas dos grupos prioritários receberam a vacina contra o novo coronavírus.

Com a Covid-19, o Conecta Recife passou a ser uma importante ferramenta de base de dados, serviços e informações que podem ser acessados de maneira fácil e didática. No vacinômetro, os cidadãos poderão conferir dados como número total de doses recebidas, relatório diário e total de pessoas imunizadas, bem como doses aplicadas por Distrito Sanitário, além de vacinas aplicadas por grupos prioritários. Dentro da plataforma também estão todas as informações sobre o Plano de Vacinação do Recife (pronta para download, considerando as etapas, grupos entre outros detalhes).

Fiscalização
A Prefeitura do Recife criou um canal voltado para denúncias de pessoas que tentarem burlar a fila de vacinação contra a covid-19. A ferramenta tem o objetivo de estimular o controle social e impedir que a população que não se enquadra nos grupos definidos em cada fase do Plano Recife Vacina receba as doses. Segundo o município, será montada uma parceria com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que as denúncias feitas pelo canal sejam apuradas e que sejam aplicadas as medidas cabíveis. O canal de denúncias irá funcionar no aplicativo Conecta Recife e já está disponível em https://conectarecife.recife.pe.gov.br. (Por: Diario de Pernambuco).


Greve dos caminhoneiros ganha apoio de uma das principais entidades da categoria

 

(Foto: © Leonardo Benassatto/Reuters/direitos reservados)

O movimento de greve dos caminhoneiros ganhou adesão da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), uma das principais entidades da categoria no país e que vinha até mais recentemente mantendo diálogo com o governo federal.

A entidade informou nesta terça-feira (26) que apoia a greve nacional de caminhoneiros que vem sendo convocada por organizações menores há algumas semanas para 1º de fevereiro por tempo indeterminado. A CNTTL afirma que tem 800 mil motoristas em sua base e que orienta todos aderirem à paralisação.

O porta-voz da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí-RS, e vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), disse que a categoria não suporta a "insensibilidade" do governo de Jair Bolsonaro e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre reivindicações do setor.

"Lamentável o reajuste da Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)", disse Dahmer em comunicado da CNTTL. "Hoje temos um piso mínimo da fome. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º."

"Tivemos um reajuste de 2,51% que é ínfimo. Só para se ter ideia o preço do pneu teve aumento nos últimos três meses de mais de 60%, seja nacional ou importado", acrescentou.

Questionada, a CNTTL informou que não pretende promover atos específicos no dia marcado para o início da greve, mas que Dahmer vai mobilizar a adesão de outros caminhoneiros. A entidade, porém, não soube precisar qual será o nível de adesão da categoria à paralisação.

Em 2018, uma greve de caminhoneiros, que contou com apoio de empresários do setor de transportes, paralisou o país por 11 dias em maio, gerando impactos na economia que perduraram ao longo de todo o restante daquele ano.

O movimento foi encerrado depois que o governo de Michel Temer cedeu à pressão dos motoristas e aceitou criar a tabela de frete mínimo, que passou a enfrentar oposição do setor produtivo, com a disputa em torno da legalidade da criação da tabela ficando parada no STF desde então.

Procurada, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo não comentou o assunto.

O governo de Jair Bolsonaro, que vinha contando com apoio dos caminhoneiros, fez ao longo dos últimos meses algumas concessões aos motoristas, com a última sendo a inclusão da categoria na lista do grupo de prioridades para o recebimento das vacinas contra Covid-19 no país. Quando era pré-candidato ao Palácio do Planalto, Bolsonaro foi um dos que ficaram ao lado dos caminhoneiros na greve de 2018.

Na semana passada, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que governo trabalhava na revisão de normas de pesagem de caminhões nas estradas para reduzir custos dos caminhoneiros e lembrou que o governo zerou imposto de importação de pneus.

​ Além da revisão do reajuste na tabela, os caminhoneiros cobram a aprovação da constitucionalidade do mecanismo pelo STF e denunciam a atuação de plataformas digitais pela "precarização da categoria pelo país", segundo a CNTTL. (Reuters).


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TCU aponta ilegalidade em uso de dinheiro do SUS para distribuir cloroquina e cobra Pazuello

 

A hidroxicloroquina é normalmente usada para tratar doenças como a artrite - Foto: Yuri Cortez/AFP

Auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou ilegalidade no uso de recursos do SUS para fornecimento de cloroquina e hidroxicloroquina a pacientes com Covid-19, prática adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A política foi implementada pelo ministro da Saúde, o general da ativa Eduardo Pazuello.

Diante da conclusão da área técnica do TCU, o ministro Benjamin Zymler, relator do processo, determinou que o Ministério da Saúde explique em cinco dias úteis sua posição em relação ao uso de cloroquina por pacientes com Covid-19. O despacho foi expedido na última sexta-feira (22).

A explicação deve ocorrer porque Pazuello adotou, nos últimos dias, posição "contraditória" sobre o que o ministério vem fazendo em relação à cloroquina, conforme o despacho do ministro do TCU. A pasta também deve explicar quem pôs no ar o aplicativo TratCOV, que orientava o uso indiscriminado do medicamento.

Não há comprovação científica sobre a eficácia da cloroquina no tratamento precoce de pacientes com Covid-19. Mesmo assim, Bolsonaro e Pazuello apostaram nela como saída para a pandemia.

Só em um caso mais recente, de crise na rede de saúde em Manaus e esgotamento de oxigênio nos hospitais, o Ministério distribuiu 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina na cidade. O que as unidades de saúde precisavam, como dito em diversas alertas ao ministro, era de oxigênio. Pacientes morreram asfixiados.

Pazuello é formalmente investigado num inquérito pedido pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e aberto por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é suspeito de prática de crimes pelo que ocorreu em Manaus, e precisará prestar depoimento à PF (Polícia Federal).

No TCU, a área técnica compreendeu que a distribuição de cloroquina pelo SUS é ilegal. Seu parecer foi transcrito no despacho de Zymler.

"Como não houve manifestação da Anvisa acerca da possibilidade de se usar os medicamentos à base de cloroquina para tratamento da Covid-19 e tampouco dos órgãos internacionais antes mencionados (as 'Anvisas' de outros países), verifica-se não haver amparo legal para a utilização de recursos do SUS para o fornecimento desses medicamentos com essa finalidade", cita o documento.

Os auditores afirmam que o uso da cloroquina só poderia ocorrer "off label", ou seja, fora do que prevê a bula do medicamento. E, para que um medicamento "off label" seja fornecido pelo SUS, é preciso haver autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Na pandemia, a Anvisa permitiu importações excepcionais de medicamentos, desde que aprovados por "Anvisas" de outros países. "Essas autoridades sanitárias também não aprovaram o uso de medicamentos à base de cloroquina para tratamento da Covid-19", diz o TCU.

O tribunal diz ainda que a própria orientação do Ministério para tratamento precoce cita a falta de evidências científicas sobre o êxito de medicamentos do tipo. "A nota informativa (do ministério) não possui os requisitos para se constituir em um protocolo clínico ou diretriz terapêutica", afirma.

A área técnica do TCU recomendou que a nota do Ministério, elaborada na gestão de Pazuello, seja submetida à Anvisa, "a fim de que ela se manifeste sobre a autorização ou não do uso off label da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19".

Ao decidir pedir uma "posição oficial" do Ministério sobre o assunto, Zymler apontou as contradições recentes de Pazuello, que disse não indicar medicação para o combate à Covid-19, e sim que as pessoas procurem por "atendimento precoce".

"As manifestações do titular da pasta são contraditadas pelos documentos emitidos pelo ministério, os quais indicam os medicamentos a serem utilizados, com as respectivas posologias, para o tratamento da Covid-19", afirmou.

Outro "ponto de realce", conforme o ministro, foi o lançamento do TratCOV pelo Ministério, aplicativo que estimulava a prescrição indiscriminada de cloroquina. "Possivelmente, em razão das críticas sofridas, o aplicativo não se encontra mais acessível na internet", disse Zymler.

À reportagem, a Anvisa confirmou que não deu autorização para uso "off label" da cloroquina. O órgão disse, por meio da assessoria de imprensa, que se manifestou no sentido de que essa era uma atribuição do médico, em discussão com o paciente. E que nenhum laboratório pediu a inclusão dessa indicação.

Na reunião que deu as primeiras autorizações para uso emergencial das vacinas contra o novo coronavírus, diretores da Anvisa deixaram claro não haver opção de tratamento precoce para a Covid-19.

Falando em Manaus sobre as acusações, Pazuello atribuiu,nesta terça-feira (26), a situação da cidade a "gargalos de décadas" e a uma diferença na contaminação possivelmente causada pela nova variante do coronavírus.

"É importante compreender os gargalos que existem na nossa região. São gargalos de décadas, mas são reais. Temos problemas com abastecimento de oxigênio, de quantitativo de leitos, problemas de recursos humanos e deficiência na atenção básica. E temos problemas agravados pela situação epidemiológica que estamos encontrando no Amazonas, especialmente em Manaus", afirmou, citando em seguida a alta de casos e a nova variante do coronavírus.

Ele disse que a pasta enviou amostras da nova variante identificada em Manaus para análise em Oxford, na Inglaterra. O objetivo "é ter uma posição exata" sobre mudanças no grau de transmissão e agressividade do vírus.

Segundo o ministro, a tendência avaliada até o momento pela pasta é que a nova variante seja mais transmissível, mas tenha o mesmo grau de agressividade do vírus antigo –ainda assim, podendo sobrecarregar a rede de saúde devido à maior transmissão.

A declaração ocorreu em evento no hospital Nilton Lins, em Manaus, transmitido pelas redes sociais.
"A tendência é que seja uma cepa que contamina mais, mas com grau de agressividade semelhante a anterior. Mas é um número de contaminados e propagação que faz a diferença. Somando essa diferença com os gargalos que apresentei, chegamos à situação de Manaus", disse.

A referência à nova variante, porém, destoa de declarações anteriores do ministro, que até a última semana evitava atrelar o quadro a uma mudança no vírus. Na terça, passou citá-la. Ressaltou, porém, que é uma "análise rápida e simples que ainda precisa ser aprofundada".

Pazuello tentou rebater indiretamente críticas pela demora da pasta em adotar ações e disse que o aumento de casos neste mês "foi uma situação completamente desconhecida para todo mundo" e "muito rápido".

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo, no entanto, mostrou que ele foi alertado sobre o quadro em Manaus e o risco de falta de oxigênio –inclusive quatro dias antes de ela ocorrer.
O ministro deixou o evento sem responder a perguntas.(Por Vinicius Sassine e Natália Cancian, da Folhapress).


Padres e pastores se unem e protocolam pedido de impeachment de Bolsonaro

 

O pedido de impeachment é a primeira movimentação coordenada de líderes religiosos contra Bolsonaro (Foto: Lula Marques)

Mais de 380 líderes religiosos de diversas filiações protocolaram nesta terça-feira (26) um pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro, que, segundo eles, cometeu crime de responsabilidade na condução da pandemia da Covid-19. 

Entre os signatários estão líderes católicos, luteranos, anglicanos progressistas batistas, presbiterianos, metodistas e evangélicos da Assembleia de Deus, entre outros. 

No texto, é ressaltado o "não acesso à vacina" e "desprezo pela vida dos cidadãos". As práticas criminosas de Bolsonaro, aponta, usurpam o direito à saúde previsto na Constituição Federal.

"Como cristãos e cristãs entendemos ser nosso dever participar da luta pela promoção e defesa dos direitos humanos e contra qualquer tipo de opressão ou ação que tenha como resultado o adoecimento e a morte da população. Por esse motivo é que nos colocamos na luta pelo afastamento do senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro", escreveram as lideraças.

Uma das signatárias, a pastora luterana Lusmarina Campos Garcia,  destacou a postura criminosa de Bolsonaro diante da crise sanitária que o país atravessa: Os motivos principais são aquilo que a gente considera como crime de responsabilidade por parte do presidente na área da saúde pública, principalmente nesse momento da pandemia da Covid-19. As atitudes desrespeitosas por parte dele que resultaram e continuam resultando na morte de tantos brasileiros se constitui crime de responsabilidade", disse, conforme reportado na coluna de Chico Alves, no Uol. 

"Ele está indo contra um direito social, que é o direito saúde. Está indo contra princípios fundamentais da população brasileira, o que nós consideramos crime da parte dele", completou.

O monge menonita Marcelo Barros, ligado à Teologia da Libertação, movimento que prega uma mensagem humanista da Igreja, notou também a frequente usurpação do nome de Deus pelo presidente.

“Um dos gritos dessa força que trouxe o atual presidente ao poder era “Deus acima de todos”. Muitos religiosos e religiosas das mais diversas religiões precisavam vir a público para dizer que não estamos de acordo com esta instrumentalização da religião”, disse, conforme reportado no Congresso em Foco. 

Este é o 63º pedido de impeachment contra Bolsonaro. Trata-se da primeira movimentação coordenada de líderes religiosos contra o presidente, que se vê cada vez mais isolado. (247).

Confira abaixo a íntegra do pedido: 

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