Muita
coisa mudou desde a última vez que o Rio de Janeiro recebeu em seus
tatames os melhores judocas do mundo, em 2007. Os três ouros e o bronze
inéditos conquistados pela equipe masculina brasileira naquele ano,
porém, iniciaram uma nova fase do esporte no País. Tanto é que hoje,
seis anos depois, a Cidade Maravilhosa volta a receber um Mundial de
Judô, mas com um cenário bem diferente: o Brasil entra como um dos
favoritos na competição.
Entre os 23 atletas brasileiros que
participarão do evento, que começa nesta segunda-feira e vai até o
próximo domingo, no Maracanãzinho, cinco lideram atualmente o ranking da
Federação Internacional de Judô (IFJ). Mas isso parece pouco à seleção.
A sede por vitórias e quebra de recordes são mais do que
compreensíveis. O Mundial é a competição mais importante antes dos Jogos
do Rio em 2016, quando o judô promete ser o carro chefe de medalhas
olímpicas.
Por isso, o clima no Maracanãzinho,
principalmente para a delegação verde e amarela, também será outro desta
vez. “O Mundial é uma competição que tem a mesma dificuldade da
Olimpíada, mas um número de atletas bem maior, potencializando as
chances de um tropeço. Nesse início de ciclo olímpico, importa muito ter
uma base larga de atletas. Nós queremos conquistar seis medalhas, de
quaisquer cores”, disse o gestor de alto rendimento da Confederação
Brasileira de Judô, Ney Wilson.
O bom momento pelo qual passa o Brasil
não deixa dúvidas de que as chances de o País ter seu melhor desempenho
na história do Mundial são grandes. Pelo menos para quem já esteve em
cima do tatame e sentiu o gosto de subir ao pódio, como João Derly.
“Sabemos da dificuldade de um Mundial. Mas o fator casa faz a diferença.
Temos chances de medalha com todos os líderes do ranking, como a Sarah
(Menezes), a Mayra (Aguiar), o Victor (Penalber). Mas sabemos que o
Brasil é cheio de surpresas, e surpresas geralmente boas”, aposta o
ex-judoca, dono do ouro da categoria até 66 kg em 2007.
O “fator casa”, aliás, parece ser um
aliado para todos os atletas brasileiros. Mesmo sabendo da pressão da
torcida no lotado Maracanãzinho – os dez mil ingressos distribuídos
gratuitamente pela organização do evento, sendo quatro mil destinados a
alunos da rede pública de educação, se esgotaram rapidamente –, Rafael
Silva, o Baby, não se intimida. “Será a primeira vez que estarei lutando
no Brasil em uma competição deste porte, mas é uma pressão muito boa,
ter a torcida a favor, pressionando a arbitragem. Esperamos fazer um
resultado à altura do de 2007 agora”, afirma o peso pesado.
NA CONTA DO FEMININO
Com uma equipe renovada, o grupo das
meninas vem surpreendendo a cada competição, principalmente depois dos
Jogos de Londres, em 2012, quando teve um desempenho melhor do que a
equipe masculina pela primeira vez. E o sonho da Confederação Brasileira
de Judô agora é garantir uma medalha inédita no feminino em Mundiais.
Nomes para isso não faltam. Primeira a
tentar o feito no Maracanãzinho hoje, Sarah Menezes (48 kg) conta com a
companhia de Mayra Aguiar (78 kg) e Maria Suelen Altheman (+ 78 kg) na
liderança do ranking em suas respectivas categorias e chegam ao Mundial
do Rio como favoritas.
Já o time masculino, que sempre teve
tradição e conquistou bons resultados, terá que lidar com a ausência de
dois nomes importantes. Depois de perder Leandro Guilheiro, a seleção
não contará também com Tiago Camilo, ouro no Mundial do Rio em 2007 na
categoria até 90 kg.
As maiores esperanças são Victor
Penalber, número um entre os meio médios, que só entra no tatame na
quinta-feira, e Rafael Silva, que lidera o ranking entre os pesados, mas
que terá pela frente, além de um difícil combate na sexta-feira, quando
estreia na competição, a difícil tarefa de bater o francês Teddy Riner,
que busca o seu 6º título mundial no Rio, embalado pela conquista do
ouro nos Jogos de Londres.
A programação começa nesta segunda, às
9h, com a festa de abertura, que este ano contará com o show da cantora
Anitta, responsável por entoar o hino nacional no Maracanãzinho.
Confira a programação das lutas dos brasileiros no Mundial:
10H – SEGUNDA-FEIRA (26) – Categoria Ligeiro
Sarah Menezes (48 kg); Felipe Kitadai (60 kg)
10H – TERÇA-FEIRA (27) – Categoria Meio Leve
Erika Miranda e Eleudis Valentim (52 kg); Charles Chibana e Luis Revite (66 kg)
10H – QUARTA-FEIRA – Categoria Leve
Rafaela Silva e Ketleyn Quadros (57 kg); Bruno Mendonça (73 kg)
10H – QUINTA-FEIRA – Categoria Meio Médio
Katherine Campos (63 kg); Victor Penalber (81 kg)
9H – SEXTA-FEIRA – Categoria Médio e Meio Pesado
Maria Portela (70 kg), Mayra Aguiar (78 kg); Eduardo Santos (90 kg)
9H – SÁBADO – Categoria Meio Pesado e Pesado
Maria Suelen Altheman (+78 kg); Renan Nunes (100 kg), Luciano Corrêa (100 kg) e Rafael Silva (+100 kg)
9H – DOMINGO – Provas por equipe
Fonte: (Estadão)
Blog do Bill Art´s