O Dia Mundial de Luta contra a AIDS é celebrado no dia 1º de Dezembro e, no Brasil, durante todo o mês, o movimento intitulado “Dezembro Vermelho” será voltado à prevenção, assistência e promoção dos direitos humanos às pessoas que vivem com HIV/AIDS. Em Petrolina, o Centro de Testagem e Aconselhamento e o Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE) promoverá, nesta sexta-feira (01), atividades de enfrentamento à doença, com realização de testes rápidos e rodas de conversa para desmistificar o tabu sobre a síndrome.
De acordo com a psicóloga do SAE, Sâmara Paes, a informação é o melhor caminho para a desconstrução do preconceito as pessoas que vivem com o HIV. “Falar sobre o vírus é a melhor forma de combatê-lo, pois passamos a conhecê-lo. Aqui no serviço nos deparamos ainda com usuários que não têm coragem de se identificar, de compartilhar vivências, porque tem vergonha do julgamento da sociedade. Então, o trabalho de acompanhamento a este público-alvo é contínuo, diário, e tão importante quanto à prevenção”, defende a psicóloga.
NÚMEROS
O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS completa 30 anos de existência em 2017. No Brasil, foi aprovada, no último dia 7 de Novembro, a Lei 13.504/2017 que institui a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS (Dezembro Vermelho).
Segundo a UNAIDS, órgão das Nações Unidas, criado para lidar com a doença, em 2016, 48 mil pessoas foram confirmadas com o vírus HIV no Brasil. Em Petrolina, de 2015 a Outubro de 2017, foram registrados 297 casos de HIV em adultos, 33 em gestantes e dois em crianças. Para Karelly Oliveira, Coordenadora do CTA, o número pode ser ainda maior, pois há muitas pessoas que não fazem os testes ou não fazem acompanhamento.“Como em grande parte dos casos, o HIV é silencioso, muitos indivíduos nem sabem que possuem o vírus, e, para além disso, ainda há muita gente que recusa o tratamento por diversos motivos, não gerando o número exato para o nosso banco de dados”, esclarece.
VIVÊNCIA
“Há um ano, em um teste de rotina, eu descobri que tinha o vírus HIV. A primeira coisa que a gente pensa é na sentença de morte, por tudo que fomos habituados a escutar sobre a doença. Sempre me preveni em minhas relações sexuais, mas em algumas, decidi não usar camisinha, porque a gente pensa que nunca vai acontecer com a gente. Após o resultado, decidi contar aos meus pais, que me deram total apoio, e eu busquei ajuda no SAE. Tomo os medicamentos, faço acompanhamento com a psicóloga, rodas de conversa e, com isso, percebemos que eu não sou o vírus. Ele faz parte de mim, mas eu posso levar uma vida normal”, diz um paciente de 25 anos que prefere, ainda, não se identificar.
TRATAMENTO
O tratamento da AIDS é feito com medicamentos antirretrovirais que são fornecidos gratuitamente pelo SUS. Estes medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imune, mas não curam a doença porque ainda não há uma cura. Apesar disso, é importante seguir o tratamento da AIDS para diminuir a carga viral, aumentando o tempo de vida, e também para diminuir o risco de desenvolver doenças relacionadas à síndrome. “Os casos de AIDS em casais heterossexuais e em jovens tem aumentado muito, pela falsa sensação de que o vírus não mata mais como antigamente. Sim, é perceptível que, com o tratamento, conviver com o HIV é menos doloroso, mas não pode haver descuido, tem que haver sempre a preocupação com a prevenção”, alerta a psicóloga do SAE.
SERVIÇO
O CTA/SAE funciona de funciona de segunda a sexta-feira, das 07h às 18h, e fica localizado na Av. Joaquim Nabuco S/N (em frente ao Dom Malan). No dia 1° de dezembro (Sexta-feira), o serviço será voltado especificamente ao combate do HIV/AIDS, com realização de testes rápidos, palestras e distribuição de preservativos, das 08h às 14h.(C.Geral).
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