O líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PE), criticou o projeto que pretendia liberar até 40% da carga horária total do ensino médio para ser realizada a distância. De acordo com o parlamentar, a proposta, se aprovada, "favoreceria a iniciativa privada, já que com a medida 40% do conteúdo do ensino médio dado a distância na rede pública poderia ser oferecido por entidades particulares. Seria uma sentença de morte para a educação pública deste país". O congressista afirmou que o projeto "poderia ter um efeito devastador". Para Humberto, o governo Temer tentou "dar mais um golpe no ensino médio brasileiro".
"Há uma clara falta de comprometimento da atual gestão do com a qualidade do ensino público neste país. É impressionante que aquilo que tudo que conseguimos avançar durante as gestões do PT vem sistematicamente sendo desmontado pelo governo Temer, especialmente na área da educação. Imaginar que um debate como esse passe sem o conhecimento do ministro mostra, no mínimo, uma grave omissão da parte dele. E isto é inaceitável", disse.
"Você tira o aluno do ambiente escolar, reduz o contato dele com professores, diminui convívio dele com os colegas de turma, desestimula a criança, que muitas vezes vêm de um ambiente familiar vulnerável e que vê a escola como refúgio e a merenda às vezes até como o único alimento do dia. Imagina qual seria o efeito deste tipo de medida no futuro dessas crianças? Lançaram a proposta no CNE no esquema se colar, colou, mas é claro que a reação veio e foi maior do que esperavam", acrescentou.
O Brasil tem uma das maiores taxas de evasão escolar do mundo. Segundo pesquisa realizada pelo Insper (Ensino Superior em Negócios, Direito e Engenharia), cerca de três milhões de jovens de 15 a 17 anos abandonam os estudos, não vão se matricular para o ano seguinte ou serão reprovados. O valor equivale a 27% dos 10 milhões de adolescente que deveriam, de acordo com a Constituição, estar frequentando a escola.
O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), afirmou nesta terça-feira (20) que vetará a proposta. Após a publicação de uma matéria da Folha, o titular da pasta disse não concordar com a proposta. "O governo não quer isso, não foi discutido no MEC. Não concordo e não passará", disse ao jornal paulista. (247).
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