O ex-presidente Lula comentou em público pela primeira vez nesta segunda-feira 16 a ação policial realizada na casa de seu filho, Marcos Cláudio Lula da Silva, em Paulínia (SP), na semana passada, com base numa denúncia anônima de que haveria drogas e armas na residência.
Ao comentar o mandado de busca e apreensão, Lula denunciou perseguição contra ele. O delegado da Polícia Civil em Paulínia, Carlos Renato de Melo Ribeiro, que pediu as buscas, foi afastado do caso. Mesmo não encontrada nada na casa, os agentes apreenderam documentos e computadores. No dia seguinte, a Justiça determinou a devolução.
"Agora invadiram também a casa do meu filho lá em Paulínia. O delegado mentiu, disse que na casa do meu filho tinha muita arma pesada e muita droga. Ele mentiu. A juíza deu autorização pra ele entrar na casa do meu filho, e ele não encontrou nada e não teve a coragem de pedir desculpas. Até quando eles vão me perseguir?", questionou Lula, durante encontro com militantes em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
O ex-presidente desafiou em seguida: "Só tem um jeito de eles me enfrentarem: é eles terem coragem de disputar uma eleição comigo".
Antes, Lula fez críticas à imprensa e a relação com o PT: "A imprensa faz questão de culpar o PT. Chega a ser uma vergonha. Eu não sei como é que um jornalista que mente descaradamente encosta a cabeça no travesseiro e dorme tranquilo".
E voltou a dizer que não há provas contra ele, apenas perseguição. "Todo santo dia abrem um processo contra o Lula. Todo santo dia. E eu estou desafiando o [juiz Sergio] Moro, a Polícia Federal, a apresentarem uma única prova contra o Lula. Não adianta falar, quero é prova. Eles estão há três anos investigando a minha vida. Já encontraram dinheiro do Aécio, dinheiro do Serra, do Geddel, do Temer...", citou.(247).
Confira a íntegra do discurso: