sábado, 20 de outubro de 2018

Polícia Federal abre inquérito para apurar fake news contra candidatos

  Por: Carlos Britto
Foto/reprodução

A Polícia Federal (PF) instaurou hoje (20) inquérito para investigar a disseminação de mensagens pelo WhatsApp referentes aos candidatos à Presidência da República. O pedido de abertura de investigação foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela  quer que a PF apure o possível uso de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas, as chamadas fake news.
Esta semana, jornais publicaram matérias segundo as quais empresas de marketing digital, custeadas por empresários que apoiam o candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também abriu processo, depois de ação ajuizada pela candidatura de Fernando Haddad (PT) na quinta-feira (18).
Ao rebater as acusações, pelo Twitter, Jair Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e afirmou que o PT não está sendo prejudicado por fake news, mas pela “verdade”.
Interferência
As matérias dos jornais apontaram uma rede de empresas contratadas para efetuar os disparos em massa. Os contratos, que chegariam a R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários próximos ao candidato. Para a procuradora Raquel Dodge, o quadro de possível interferência na formação de opinião dos eleitores com atuação dessas empresas com mensagens que podem caracterizar ofensas aos dois candidatos “afronta a integridade do processo eleitoral”. (Fonte: Agência Brasil)

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Haddad eleva o tom, critica e desafia Bolsonaro

  Por: Vinicius de Santana
O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, durante ato em Fortaleza, Ceará.

O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, engrossou às críticas ao seu adversário neste sábado (20). Em Fortaleza, na sua primeira viagem ao Nordeste em campanha no segundo turno das eleições, o candidato chamou Jair Bolsonaro (PSL) de “aberração” “soldadinho de araque”.
“A elite ficou dois anos procurando um candidato para representá-la. Acharam o que tem de pior no Congresso Nacional, uma aberração, que só fala em violência, só ofende”, disse. “Cada vídeo desse cara assusta uma parte da população”, completou.
Segundo Haddad, seu adversário foge de debates e tinha uma “armação” para ganhar no primeiro turno das eleições: “vem falar da minha família na minha cara. Vem falar dos meus bens na minha cara. Vem me enfrentar, soldadinho de araque. Não está preparado para ser presidente da República”, afirmou o candidato, que iniciou seu discurso entregando uma rosa vermelha à esposa, Ana Estela Haddad, que o tem acompanhado em praticamente todos os atos de campanha.

Denúncias

O presidenciável voltou a mencionar as suspeitas de que grupo de empresários que financiaria o envio em massa de mensagens falsas anti-PT na plataforma WhatsApp. “Agora caiu numa armadilha. Eles montaram uma organização criminosa para botar dinheiro sujo no Whatsapp. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público agora abriram inquérito para investigar. Vocês devem conhecer muita gente que recebeu notícia falsa pelo Whatsapp e metade da população brasileira hoje se informa pelo celular e o Whatsapp redireciona para vídeos e mensagens mentirosas contra mim e a Manuela Dávila, nossa candidata a vice”, afirmou.
Haddad descartou ainda que o adversário participe de debates. “Como é que depois de ter me difamado, me caluniado, ele ainda vai participar de debate? Ele mentiu muito.”, disse.

Ato em Fortaleza

Na manhã deste sábado (20), Haddad fez uma caminhada no centro de Fortaleza ao lado do governador reeleito no Estado, Camilo Santana (PT), do candidato derrotao no primeiro turno à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos e da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman. Segundo a organização, cerca de 20 mil pessoas participaram do ato.
O evento teve a participação de apoiadores de vários partidos de esquerda, em clima de festa pelas ruas da cidade. Ainda nesta tarde, há previsão de encontro de blocos de rua em uma “campanha pela democracia”.
Para Guilherme Boulos, o segundo turno dessa eleição é uma “encruzilhada”: “O que está em jogo não é apenas duas candidaturas. O que está em jogo é a disputa entre democracia e ditadura. Entre direitos e privilégios. Por isso quero dizer aqui que qualquer diferença que existe entre nós é muito menor do que o nosso compromisso com a democracia e o Brasil”, assegurou.
Um dos organizadores do evento no Ceará, o governador Camilo Santana, afirmou que Haddad vai “governar tirando o ódio que está permeado pelo Brasil” e que é necessário “arregaçar as mangas para mostrar as fraudes do outro lado”, completou.
Os atos no Ceará foram organizados pelo deputado federal reeleito pelo PT, José Guimarães, com apoio de Santana. Durante o evento, Haddad afirmou que espera receber percentual próximo aos quase 80% dos votos que elegeram Santana no estado.

PDT

Haddad ainda agradeceu o apoio “crítico” do PDT, partido do candidato derrotado no primeiro turno Ciro Gomes. “O Ciro é um grande brasileiro. Mesmo sendo crítico, o apoio dele é muito importante. Os eleitores dele, 70% já estão votando conosco e eu para o Ceará buscar esses outros 30%”.


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BOULOS: É DEMOCRACIA OU DITADURA


Redação RBA – Em dia de manifestações em diversas cidades para expressar o anseio popular pela democracia, a Avenida Paulista, em São Paulo, concentrou um dos maiores atos do país, neste sábado (20), a oito dias das votações do segundo turno das eleições para presidente.
Após concentração no vão livre do Masp, os manifestantes – não houve estimativa oficial de público –, saíram em marcha, num movimento espontâneo, sem discursos de lideranças e sem carro de som, até chegar à Avenida Faria Lima, por volta das 19h. Todas e todos contra as ameaças contra a democracia, representada pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), que foi muito lembrado por seus discursos em defesa da ditadura e da tortura, do machismo, homofobia, racismo e de preconceitos contra a mulher.
Deu força ao ato o escândalo de compra de divulgação em massa de fake news contra o PT e Fernando Haddad por meio do aplicativo Whatsapp, num esquema que envolve doação ilegal por empresas com dinheiro não declarado. o que configura o chamado Caixa 2.
O líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) Guilherme Boulos, que concorreu no primeiro turno das eleições pelo Psol, chegou ao ato por volta das 18h, já que esteve em comício de apoio a Haddad no Nordeste, pela manhã. "O que está em jogo é a democracia contra a ditadura. [...] não são apenas duas candidaturas. Vamos virar o voto. Estive em Fortaleza hoje de manhã e foi lindo, mais de 30 mil, 40 mil pessoas", disse.


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