sábado, 18 de fevereiro de 2023

Com viagem marcada para o Brasil, “Dona Florinda” revela o que pensa sobre Lula

Prestes a vir ao Brasil, a atriz Florinda Meza, eterna Dona Florinda de Chaves, apontou questões referentes a gestão federal

Dona Florinda (Foto: Divulgação)

Prestes a vir ao Brasil, a atriz Florinda Meza, eterna Dona Florinda de Chaves, está ansiosa para conhecer pessoalmente a maior comunidade de fãs da série mexicana no mundo. Atração do Educa Fest, que será realizado em abril, a artista de 74 anos se preocupa com a desunião das pessoas e torce para que o governo Lula possa desfazer a polarização política.

As fake news provocaram o aumento da polarização política no México e no Brasil, na avaliação de Florinda Meza. Ela acredita que o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja capaz de pacificar a sociedade.

“É triste, porque não escutamos uns aos outros, talvez por isso o México esteja tão polarizado. Por isso Brasil está tão polarizado. Agora vocês têm um presidente que tem uma ideia mais de união e concordância. Tomara que isso possa uni-los, porque são um grande povo. Ninguém se entende polarizado. Devemos estar todos de mãos unidas”, diz ela em entrevista concedida ao portal Metrópoles. (247).


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Lula se encontrará com Xi em viagem de quatro dias para cúpula na China

Agenda prevê uma missão empresarial, discussões sobre comércio, a guerra na Ucrânia e a mudança na presidência do Banco dos BRICS


Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping (Foto: Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá seu primeiro encontro com o presidente da China, Xi Jinping, no dia 28 de março, em sua primeira viagem ao país neste terceiro mandato.

O presidente deverá ficar em Pequim por cerca de quatro dias, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, em uma agenda complexa que prevê uma missão empresarial, discussões sobre comércio, a guerra na Ucrânia e a mudança na presidência do Banco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que já vem sendo negociada com os demais países-membros.

A visita à China, principal parceiro comercial do Brasil, é tratada pelo governo como uma das mais importantes deste ano, em conjunto com a viagem, no início deste mês, a Washington. Lula vem dizendo que quer recuperar a relação com o país, abalada durante o mandato de Jair Bolsonaro, que por diversas vezes acusou os chineses de quererem dominar o Brasil.

Em 2022, a China importou 89,4 bilhões de dólares do Brasil, gerando um superávit comercial de 28,7 bilhões, de acordo com os dados de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Na pauta, além do comércio, deve entrar a guerra da Ucrânia. Durante a visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, ao Brasil, no final de janeiro, Lula afirmou que, assim como havia conversado com os europeus, pretendia propor a Xi Jinping a criação de um grupo de diálogo sobre a paz que incluísse a China - o governo chinês mantém uma boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Eu acho que nossos amigos chineses têm um papel muito importante. Eu, se for a China em março, como está previsto, quero conversar sobre isso com o presidente Xi Jinping. Está na hora de a China colocar a mão na massa", disse Lula na ocasião.

O brasileiro já havia conversado com o presidente da França, Emmanuel Macron, sobre o tema, e Macron chegou a responder uma postagem de Lula sobre o assunto. Esta semana, durante um encontro entre o presidente francês e o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, os chineses admitiram estar dispostos a trabalhar pela paz, segundo um comunicado do governo da França.

Outro tema que deve estar na agenda de Lula em Pequim é a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do banco dos BRICS, que tem sua sede em Xangai. O Brasil tem a posição até 2025. O atual ocupante do posto, Marcos Troyjo, foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro, mas já concordou em sair. De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o nome de Dilma já foi aceito pelos demais países e no início de março vai ser possível saber quando a mudança deverá ser efetivada.

Em entrevista à rede CNN, na quinta-feira, Lula reafirmou a indicação da ex-presidente - que estava no cargo quando o banco foi efetivamente criado, durante a Cúpula dos BRICS em Fortaleza, em 2014. Seu desejo é que Dilma viaje a China com ele já como presidente da instituição.

AGENDA DE VIAGENS

De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, Lula terá uma agenda de viagens cheia este ano. Além da China no final de março, está já acertada uma visita a Portugal em Abril.

Além disso, o presidente deverá ser convidado a participar, e pretende ir, à Cúpula do G7, em maio, no Japão. Em julho, participa da Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe. Também deverá estar de volta a Argentina, para a Cúpula do Mercosul.

Em agosto, Lula participa da Cúpula dos BRICS, na África do Sul, e em Setembro, do encontro do G20, em Nova Délhi, e da Assembléia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Em meio a essas viagens, devem ser incluídas paradas em outros países, para visitas oficiais, atendendo a alguns dos convites já feitos para o Brasil.

Ainda durante o primeiro semestre, Lula deve receber em Brasília alguns chefes de Estado. Já estão previstas - mas ainda sem data - visitas de Emmanuel Macron e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. - BRASÍLIA (Reuters).




Forças Armadas temem que Alexandre de Moraes investigue militares terroristas

Muitos militares participaram dos atos terroristas de 8 de janeiro e estão sob investigação

Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Rosinei Coutinho/SCO/STF)

A possibilidade de militares serem investigados em inquéritos conduzidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre os ataques à sede dos Três Poderes em 8 de janeiro elevou o mal-estar nas Forças Armadas, afirmaram à Reuters fontes ouvidas nos últimos dias.

A avaliação entre militares e também na Procuradoria-Geral da República, segundo três fontes, é que a apuração sobre o envolvimento de militares da ativa e da reserva nos atos violentos --seja supostamente planejando, incitando ou se omitindo deliberadamente, por exemplo-- deveria ficar a cargo da Justiça Militar.

Já havia um desconforto de militares do Exército com uma investigação conduzida pelo por Moraes contra o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, alvo de inquérito no STF por atuar no vazamento de um inquérito sigiloso usado pelo então chefe do Executivo em uma tentativa falsa para desacreditar as urnas eletrônicas.

Moraes já ordenou a quebra de sigilo do ex-auxiliar de Bolsonaro, o que foi criticado no meio militar, segundo fontes.

Mauro Cid, posteriormente, pediu adiamento na designação para comandar um batalhão de elite em Goiânia. A tentativa de manter a indicação do ex-auxiliar de Bolsonaro foi um dos motivos que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a demitir o então comandante do Exército, general Júlio Cesar Arruda, segundo duas fontes.

Nos casos do 8 de janeiro, Alexandre de Moraes tem trabalhado para avançar nas investigações e responsabilizar todos os envolvidos, inclusive se houver políticos e militares, por envolvimento no ato golpista, segundo uma fonte do Supremo.

O incômodo deve ganhar um novo ingrediente em breve. Nesta quinta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que a Polícia Federal vai pedir nesta sexta a Moraes para decidir se os militares acusados de envolvimento nesses atos serão investigados por civis ou por colegas militares.

"Haverá um pedido ao Supremo para atuação em relação a estes casos, claro que distinguindo o que é crime comum do que é crime militar", disse Dino em entrevista coletiva na sede do ministério em Brasília.

"A Polícia Federal deve submeter isso até amanhã (sexta), creio eu, esse tema ao Supremo, no caso ao relator, ministro Alexandre. Vamos fazer um requerimento para que haja uma elucidação definitiva quanto à situação dos militares, se haverá uma investigação exclusiva na esfera da Justiça Militar ou se uma parte ou todos os crimes eventualmente, em tese, cometidos por militares serão ao Supremo", acrescentou.

O professor da UFRJ e de academias militares Francisco Teixeira disse que o caso envolvendo Mauro Cid --que foi seu aluno-- chegou a ser discutido na cúpula do Exército e que houve uma avaliação de que ele não poderia deixar de ser designado para um posto por causa da investigação do STF, fato considerado uma ingerência política.

"Os militares não aceitavam que Mauro Cid fosse entregue ao Alexandre Moraes ou a qualquer tribunal civil", disse Teixeira, que tem trânsito entre os militares.

Na PGR, segundo uma fonte, a orientação é que investigações contra integrantes das Forças Armadas fiquem a cargo do MP militar. Essa fonte, entretanto, considerou que não há consenso na própria instituição sobre o assunto e que há muita discussão jurídica.

O procurador-geral de Justiça Militar, Antônio Pereira Duarte, disse em entrevista à Reuters que, em tese, pode haver sim investigações de militares pelo Supremo em relação ao 8 de janeiro.

"Obviamente que, se nas investigações desenvolvidas no âmbito da Suprema Corte se detectarem práticas por militares de crimes comuns atentatórias ao Estado Democrático de Direito ou outras incursões de normas penais, não há nenhuma irregularidade nisso. O militar pode perfeitamente também responder por infrações penais comuns", disse.

Questionado se essa discussão poderia atravancar as investigações, Duarte afirmou que não poderia antecipar juízos e que o MP militar está levando em conta todas as garantias nas apurações contra os militares.

Há um contraste entre o avanço das investigações sobre civis, mais veloz, e a dos militares nos casos conduzidos pelo MP da área.

No Ministério da Defesa, a orientação pública dada pelo ministro José Múcio Monteiro é punir militares que tenham tido envolvimento nos atos violentos --de maneira geral, os militares querem que seja julgado no âmbito militar. Múcio, no entanto, tem sinalizado de que não quer fazer o 8 de janeiro uma pauta única da sua gestão e tem se empenhado em avançar com discussões e projetos sobre a indústria da Defesa, disse uma fonte da pasta.

CONTROVÉRSIA

Para o professor Francisco Teixeira, a discussão sobre investigação pelo STF ou Justiça militar é um dos pontos controversos do pós 8 de janeiro.

"Esses que se envolveram com os acampamentos e manifestações ou divulgaram vídeos contra a Constituição serão julgados? E se forem julgados serão julgados onde: na Justiça militar ou na Justiça comum, do processo dos atos antidemocráticos do ministro Alexandre de Moraes?", questionou.

    "Isso não está resolvido e é outra fonte de atrito muito grande aí, é difícil a gente imaginar que como vai terminar", reforçou Teixeira.

    Para o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, houve uma grave falha de na área de inteligência em prevenir os ataques, citando a responsabilidade dos militares. Contudo, o ex-ministro disse acreditar que transgressões disciplinares serão punidas pelo próprio comandante ou pela Justiça militar.

    "A Justiça militar funciona com rigor, tem credibilidade grande e as punições vão ocorrer", destacou Rebelo, divergindo de uma posição mais comum na esquerda brasileira, que considera a existência da Justiça Militar como uma herança mal resolvida da ditadura.

    Outro ex-ministro da Defesa, que pediu para falar sob a condição do anonimato diante da sensibilidade do assunto, afirmou que o Exército tem seus tempos e movimentos e que, embora a punição na Justiça possa não ocorrer por agora, como acontece com outros envolvidos, militares investigados ficam com a "carreira paralisada", enfrentando dificuldades para serem promovidos ou deslocado para outros postos.

    O procurador-geral militar confirmou essa questão do congelamento da carreira, ressaltando que ocorreria principalmente em casos de militares que respondem a processos criminais.

    "Parte da resistencia deles em serem investigados é que quando militar é alvo de um processo de investigação contra si, a carreira para, não pode ser transferido, promovido, treinamento, vai esperar", disse a fonte.

    "As Forças Armadas não são transparentes, sigilo é a regra, são corporativos e fechados", avaliou.

Procurado por email e por telefone desde o dia 31 de janeiro em várias ocasiões, o Comando do Exército não respondeu a questionamentos sobre, por exemplo, a possibilidade de que militares sejam investigados pelo Supremo em relação aos atos. No dia 2, a reportagem também solicitou formalmente entrevista com o novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, sem retorno.

Um general do alto comando do Exército e uma fonte do Ministério da Defesa disseram reservadamente que Paiva, que assumiu oficialmente no dia 7 de fevereiro no lugar do general Arruda, estaria disposto a passar a limpo toda situação envolvendo o 8 de janeiro, repetindo a orienção de Múcio. O ministro da Defesa também não concedeu entrevista para esta reportagem. BRASÍLIA (Reuters).



Lewandowski encerra três ações contra Lula que estavam suspensas

Investigações abrangiam sede de instituto e compra de caças suecos

Nelson Jr/SCO/STF

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o trancamento e encerramento de três ações da extinta Lava Jato e da Operação Zelotes contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As investigações, que estavam suspensas, diziam respeito a doações da empreiteira Odebrecht ao Instituto Lula, à compra do terreno do instituto e a supostas irregularidades na compra de caças suecos para a Aeronáutica durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff.

As duas primeiras investigações estavam suspensas desde setembro de 2021 por ordem do STF. A apuração sobre um suposto tráfico de influência de Lula na aquisição dos caças F-39 Gripen havia sido suspensa em março do ano passado. As ações, que tramitavam na Justiça Federal em Brasília, foram encerradas.

Na decisão, Lewandowski indicou que as provas apresentadas nas ações são ilegais. Segundo ele não há cabimento para que os processos continuem a tramitar. No texto, ele classificou as provas de “eivadas de vícios insanáveis e claramente desprovidas de lastro probatório mínimo”.

A interrupção definitiva das investigações havia sido pedida pela defesa de Lula no processo de anulação das provas que constavam do acordo de leniência entre a Odebrecht e força-tarefa dos procuradores da Lava Jato no Ministério Público Federal. Os pedidos foram feitos com base em material apreendido pela Operação Spoofing da Polícia Federal, que prendeu um grupo de hackers que invadiram celulares de juízes e de procuradores da Lava Jato.

”Examinado com verticalidade o mosaico fático-jurídico pormenorizadamente descrito acima, não concebo a existência de denúncias temerárias, sem o mínimo de elementos probatórios hígidos [salutares], e, ainda, sabidamente desprovidas de correlação legítima entre elas e fase pré-processual. Trata-se, em verdade, de imputações calcadas em provas contaminadas, que foram produzidas, custodiadas e utilizadas de forma ilícita e ilegítima, o que evidencia a ausência de justa causa para o seu prosseguimento”, escreveu Lewandowski na decisão. (Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Valéria Aguiar



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