Uma
audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (13), no anexo I
da Assembléia Legislativa em Recife, reuniu representantes da sociedade
civil, poder executivo e legislativo de mais de 10 cidades do sertão
pernambucano, para discutir sobre as alterações feitas no projeto de
abastecimento hídrico chamado Canal do Sertão. A audiência foi uma
reivindicação da Comissão criada pela população do Araripe, que luta
pela construção completa do canal.
A sessão foi presidida pelo deputado
estadual Raimundo Pimentel, responsável pela Comissão especial de
acompanhamento das medidas de enfrentamento à seca e obras
estruturadoras do semiárido. Na ocasião, Guilherme Coelho, grande
defensor da proposta original do Canal do Sertão de Pernambuco, que
beneficiaria mais de 17 municípios, não deixou de fazer suas críticas à
inércia dos governantes durante última década no que se refere a
irrigação.
“Não pode se passar um governo com
10 anos sem fazer um hectare de irrigação, e ser batido palmas. E de vez
em quando eu fico me perguntando como é que esses índices de
popularidade do governador, do presidente da república são tão altos, se
não fazem nada por nossa região, a não ser o ‘Bolsa Família’ e o resto
de uma migalha de alguma coisa”.
Coelho também expôs o seu
descontentamento sobre o crescimento isolado de Petrolina diante o
sofrimento e estagnação de cidades próximas.
“Porque é que Petrolina tem
[irrigação] e o Araripe não tem? Está na hora do Araripe ter, já passou
da hora! Eu não estou feliz como sendo de Petrolina e vejo pessoas que
cresceram com irrigação, e os nossos amigos do sequeiro continuam lá,
pobres. Eu não conheço ninguém que produz no sequeiro que tenha
prosperado de vida, e nem vocês conhecem, porque o sofrimento os
acompanha do acordar ao anoitecer”, concluiu.
A audiência pública, que não contou
com a presença de representantes do Ministério da Integração Nacional e
nem da Codevasf, previamente confirmadas, estabeleceu ações que devem
ser tomados pelos grupos envolvidos. Uma destas é lutar para interromper
o andamento do projeto do Canal do Sertão no modelo reduzido, que se
encontra atualmente em fase de licitação para construção do seu trecho
inicial.
Ouça discurso completo de Guilherme Coelho em: https://soundcloud.com/ ricardo-alves-8/fala-completa- cg-audi-ncia
CANAL DO SERTÃO COMPLETO
Guilherme Coelho defende a
implantação integral do Canal do Sertão, que beneficiaria cerca de 139
mil hectares irrigáveis, em 17 cidades da região, a saber: Dormentes,
Santa Filomena, Santa Cruz, Ouricuri, Parnamirim, Ipubi, Granito, Exú,
Bodocó, Araripina, Moreilândia, Trindade, Petrolina, Afrânio, Cedro,
Serrita, Casa Nova – esta última na Bahia.
Com a alteração proposta pelo
Governo Federal, o Canal do Sertão passa a ter apenas 40 mil hectares, e
quatro cidades contempladas (Casa Nova, Petrolina, Santa Cruz e Santa
Filomena), excluindo todo o Sertão do Araripe do projeto (Araripina,
Trindade, Ipubi, Ouricuri, Bodocó, Exú, Granito e Moreilândia).
Texto e Fotos: Ricardo Alves / Assessor de Imprensa
Blog do Bill Art´s