segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Frente evangélica declara apoio a Lula e alerta para ‘armadilhas bolsonaristas’

“A gente vem alertando desde o golpe contra Dilma que precisamos ter uma estratégia para lidar com os evangélicos”, afirma pastora Nilza Valéria

Lula e evangélicos (Foto: Reprodução/Facebook Templo de Salomão | Ricardo Stuckert)

A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito – que atua em 20 Estados do Brasil –  formalizou nesta quinta-feira (18) apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. O movimento dos evangélicos é apartidário, mas diz que o apoio é necessário diante “das ameaças diuturnas das forças reacionárias sustentadas pelo governo federal e pelo próprio Bolsonaro”.

A entidade afirma que o Estado de direito (como a democracia) existe “para deter as forças destruidoras do Anti-Messias”. “Se não detivermos essa situação de modo imediato, muito mais vidas serão ceifadas. E todo o futuro, não só do Brasil, mas de todo o planeta, estará ameaçado”, diz a frente.

O crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto entre o eleitorado evangélico tem sido apontado por pesquisas. No mais recente estudo Genial/Quaest, divulgado nesta quarta (18), o presidente cresceu de 48% para 52% no segmento. Enquanto Lula oscilou para baixo, de 29% para 28%. No Datafolha do final de julho, esse dado já aparecia com força: a diferença a favor do atual mandatário passou de 5 para 10 pontos percentuais em um mês. O Datafolha divulga nova pesquisa no final da tarde.

É importante observar, no entanto, que o segmento evangélico, por si só, não dará a vitória a Bolsonaro. Isso porque ele teria de crescer entre as mulheres, os mais pobres, os jovens, os nordestinos e outros grupos – inclusive os católicos. Portanto, crescer só entre evangélicos não basta para Bolsonaro. Mesmo assim, nessa frente é preciso que o combate eleitoral seja eficiente, porque o crescimento entre os protestantes se espraia para as mulheres desse grupo, assim como para os mais pobres etc.

O caso Damares

“O crescimento de Bolsonaro nas igrejas é real e tem preocupado os setores progressistas”, diz Nilza Valéria, coordenadora nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Ela destaca ações da ex-ministra Damares Alves e de um pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus em Botucatu (SP), Rúben Oliveira Lima, que afirmou durante um culto que os crentes que declaram voto em Lula não merecem a Santa Ceia. “Sistema que prega que vai ajudar aos pobres, mas no casamento dele não teve um pobre”, disse o pastor.

Valéria diferencia duas personagens dos cultos evangélicos. Uma coisa são os líderes midiático-políticos poderosos, que disseminam falsas informações, fake news e mentiras que se espalham nas redes. Esse trabalho é consciente e deliberadamente insidioso. Damares, por exemplo, não surgiu do nada antes de ser ministra. Desde 2015 ela era assessora parlamentar do senador Magno Malta, liderança importante da bancada evangélica.

É a partir de pastores “de cima”, como Damares, que as informações chegam aos cultos. Os pequenos pastores de comunidades, por exemplo, muitas vezes acreditam nas informações que repassam aos fiéis, que chegam a eles pela pregação dos poderosos e influentes.

É preciso que crentes falem com crentes

Para Nilza Valéria, é importante que candidatos progressistas e, principalmente, a campanha de Lula, ouçam as vozes progressistas dos evangélicos. “É preciso de alguma forma incluir-nos na estratégia de campanha, para permitir que crentes falem com crentes”, diz. “O que não se pode de forma alguma é emular um discurso em que Lula e aliados façam falas religiosas caindo na armadilha bolsonarista”, defende.

O que Bolsonaro faz é criar um discurso de guerra religiosa. Ele sabe que esta é uma nação essencialmente cristã, evangélica ou não, e que tem um segmento religioso crescente no país, o evangélico. Ele usa o discurso moral dirigido a esse enorme eleitorado e seus aliados, como Damares e pastores líderes, fazem o discurso religioso nas redes sociais e para o interior dos templos.

Nesse cenário, é preciso evitar armadilhas que deem a Bolsonaro a chance de pautar as campanhas progressistas. E, portanto, saber o que dizer aos evangélicos. Sobretudo, não discriminá-los como uma população à parte. São pessoas comuns que tomam Ônibus, pagam aluguel, vão ao supermercado, têm as mesmas carências de todos, e não podem ser tratadas como uma classe à parte da sociedade.

“Ninguém é só evangélico. Eu, por exemplo, estou superfeliz que o meu Fluminense passou à semifinal da Copa do Brasil”, diz Valéria. “Eu não sou apenas evangélica, eu sou tricolor também”, avisa. “A gente vem alertando desde o golpe contra Dilma que a precisamos ter uma estratégia para lidar com os evangélicos.”

O exemplo de Macron

Ela dá um exemplo de fora do Brasil. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi reeleito em abril, derrotando a representante da extrema-direita Marine Le Pen com apoio de ampla aliança. “Vamos imaginar que a mulher do presidente, Brigitte Macron, tivesse postado um tuíte celebrando um filme muçulmano. Para mim é certo que Macron não seria reeleito se ela postasse algo que soasse como elogio à cultura islâmica, a qualquer aspecto do mundo islâmico”, diz Valéria, em referência à xenofobia de parte dos franceses. - (Eduardo Maretti, da RBA). 


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PT denuncia Bolsonaro ao TCU por improbidade ao fazer campanha em horário de expediente do Executivo

O documento aponta o uso da máquina pública para promover campanha eleitoral, com desvio de finalidade de suas funções em favor de interesses exclusivamente pessoais

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT (Foto: ABR | Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O PT apresentou denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra Jair Bolsonaro (PL) por participar de atos de campanha eleitoral em horário de expediente das repartições públicas do Poder Executivo Federal. 

O documento, apresentado no domingo (21/8), aponta o uso da máquina pública para promover campanha eleitoral, com desvio de finalidade de suas funções em favor de interesses exclusivamente pessoais. Além de vedada pela legislação, a conduta viola os princípios gerais da administração pública, como a moralidade, a eficiência e o dever de probidade, configurando ainda abuso de poder econômico.

Os advogados Angelo Ferraro e Cristiano Zanin Martins afirmaram que o "abandono do cargo público para aventuras pessoais reverbera em prejuízo aos cofres públicos". "O enriquecimento ilícito e vantagem patrimonial são de fácil constatação, uma vez que o denunciado tem abandonado, em mais de uma oportunidade, sua função e deveres públicos para cumprir compromissos de interesse estritamente pessoal, usufruindo das benesses do cargo (remuneração, acomodação, veículos, segurança etc) para obter vantagens pessoais como candidato à reeleição ao cargo de Presidente da República". 247.

Instagram remove post de Eduardo Bolsonaro que continha fake news

 FAKE NEWS

                                      Por: Vinícius Prates/Por: Estado de Minas

Deputado federal compartilhou informações falsas sobre o candidato à Presidência do Partido Democrático Trabalhista, Ciro Gomes (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ordenou que o Instagram removesse um vídeo sobre Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência da República, publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). De acordo com a decisão do Ministro Raul Araújo, o post do parlamentar apresenta trechos de Ciro descontextualizados e com informações falsas, o que caracteriza "propaganda eleitoral antecipada negativa".

O pedido foi solicitado pelo Partido Democrático Trabalhista e, conforme a legenda, até o momento do requerimento da ação, o conteúdo tinha cerca de 1,1 milhão de visualizações e mais 90 mil curtidas. O vídeo foi publicado na última segunda-feira (15). 

Segundo Araújo, pode-se observar que o conteúdo foi produzido com o intuito de desinformar, pois "a mensagem transmitida com a publicação está totalmente desconectada dos contextos fáticos em que se apresentava o candidato do PDT, Ciro Gomes", disse. 

"Os recortes são manipulados com o objetivo de prejudicar a imagem do candidato, emprestando o sentido de que ele seria contrário à fé católica e odioso aos cristãos. Além disso, contém trecho no qual afirma que o candidato "comparou igrejas com o narcotráfico" e "que ambos trabalham com dinheiro em espécie e poderiam fraudar eleições", destacou o ministro.  

O conteúdo já foi removido e, ao tentar acessar o link do post, o Instagram notifica o usuário que o vídeo foi restringindo ao Brasil.
 
"Recebemos uma solicitação legal para restringir este conteúdo. Nós o analisamos em relação às nossas políticas e realizamos uma avaliação legal e de direitos humanos. Após a análise, restringimos o acesso ao conteúdo na localização em que ele vai contra a lei local", informa a plataforma.


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