Comunidades tradicionais Fundo de Pasto, grupo de teatro, pescadoras, quintais produtivos, luta pela terra e água, dentre outras temáticas ligadas à proposta de Convivência com o Semiárido estarão marcando presença na tela do canal Futura a partir da próxima quarta-feira, dia 28. O Canal vai estrear a Série de documentários “Natureza Forte”, uma produção da WWF Filmes com apoio do Irpaa – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada.
Serão 13 episódios documentais, entre 12 e 13 minutos cada, que serão exibidos toda quarta-feira às 22:30h e reprisados às quintas-feiras às 11h15min, sábados à 1h15min e terças às 4h45min. Além disso, todo conteúdo poderá ser acessado no site do FuturaPlay. A Série foi gravada em 13 comunidades rurais de municípios do Território Sertão do São Francisco, na Bahia, sob a direção de Wllyssys Wolfgang e Geisla Fernandes. Cada episódio será embalado por trilha sonora específica composta por Wagner Lima, do Grupo Matingueiros, de Petrolina (PE). A construção dos roteiros, a fotografia, trilha até a escolha do nome da Série se deu a partir da intenção de retratar um Semiárido viável, alicerçado na proposta de Convivência com o Semiárido.
Um dos episódios irá mostrar a luta das comunidades Fundo de Pasto, tendo como uma das personagens Nazaré da Rocha, da comunidade de Melancia, em Casa Nova (BA). Nazaré diz que foi um orgulho participar da Série: “saber que nós mulheres das comunidades tradicionais tá tendo a oportunidade de sair nesses vídeos, saber que somos valorizadas, que o povo sabe o tanto que a gente gosta de viver nas nossas comunidades”.
Parceria
Para o Irpaa, esta é uma oportunidade de dar visibilidade a experiências que mostram o quanto a Convivência com o Semiárido é viável. Tiago Pereira, Coordenador Institucional da entidade, menciona a importância desta parceria, sobretudo neste contexto de retrocesso e perda de direitos que o país vive. Ele ressalta que a Série ajuda a divulgar o conjunto de possibilidades que podem garantir a permanência das famílias no campo e assim se constitui como um elemento que contribui com a resistência na luta por direitos como terra e território, água, educação, saneamento básico, geração de trabalho e renda, valorização da Caatinga, da juventude, etc.
“É uma quebra de estereótipos, a Série traz uma outra visão que nós não estamos acostumados a ver na grande mídia, porque ela mostra um Semiárido a partir da vivência de famílias, como elas vivem, a partir da compreensão do lugar em que elas vivem” observa Karine Pereira, coordenadora do Eixo Comunicação do Irpaa. A comunicadora diz que os episódios ajudam a mostrar o quanto o Semiárido avançou nos últimos anos mas que ainda são necessárias políticas públicas para a região, o que é dito a partir de histórias de vida.
Na visão de Wllyssys Wolfgang, que é sertanejo com origens no município de Casa Nova (BA), o trabalho é resultado da sintonia entre o que ele já conhecia acerca da região e o olhar “estrangeiro” da Geisla Fernandes, que é natural do Sudeste e esteve na Caatinga pela primeira vez na gravação da Série. “A gente teve muito cuidado com a desconstrução dos estereótipos. Nesse e em outros sentidos, a gente contou muito com o apoio do Irpaa, abrindo portas e porteiras mesmo”.
A parceria ente a WWF e o Irpaa teve início desde a elaboração do projeto, sugerindo locais e articulando os personagens, “essas histórias maravilhosas que a gente agora usa para estampar as telas”, relata Wllyssys. O diretor da Série fala também do contexto de seca de 2017, uma das maiores do século, porém destaca a fuga do sensacionalismo geralmente explorado pela mídia convencional. “Isso é um avanço, é conteúdo que desconstrói a imagem de miséria. Ao invés de mostrarmos vitimismo, lástima, a gente estampa muito sorriso, muita força, garra… isso nos orgulha, isso nos inspira e por isso que é Natureza Forte”, comemora. (Ascom),(C.Geral).
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