Diogo Sales, médico oncologista do Hospital Jayme da Fonte, fala sobre o tema
Diogo Sales, médico oncologista Hospital Jayme da Fonte - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco
O câncer de mama é o tipo de tumor mais temido pelas mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 60 mil novos casos são diagnosticados por ano no Brasil, sendo 1% desses casos em homens. Ainda dentro desses dados, a neoplasia de mama está associada a cerca de mais de 17 mil mortes por ano no país e atinge, normalmente, pessoas idosas a partir dos 60 anos. Mas vale lembrar que a população feminina mais jovem, abaixo de 50 anos, também pode ter o diagnóstico da doença.
“O principal sintoma do câncer de mama é o nódulo, mais conhecido como caroço. Normalmente, ele é endurecido, fixo e sem dor. A mama também pode ficar avermelhada e com a consistência como se fosse uma casca de laranja. Outro sintoma que pode aparecer são caroços nas axilas, onde esse tumor sai da mama e vai pra axila”, explica Diogo Sales, médico oncologista Hospital Jayme da Fonte.
“As principais pacientes que têm diagnóstico do câncer de mama normalmente são idosas, a partir de 60 ou 65 anos, mas vale lembrar que as mulheres mais jovens, especialmente aquelas abaixo de 50 anos, também podem ter o diagnóstico de câncer de mama”, continua.
Certas mutações genéticas herdadas de um dos pais podem estar por trás do câncer de mama, mas isso não é tão frequente quanto se imagina. Segundo o INCA, apenas 5% a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários. A maior parte das mutações no DNA das células são adquiridas ao longo da vida.
“As principais causas podemos dividir em dois subtipos. Os fatores de risco evitáveis, que são aqueles associados aos hábitos de vida. Por exemplo, pessoas obesas, sedentárias e pacientes que não têm uma dieta equilibrada e também fumam, têm grande chance de desenvolver o câncer de mama. E aqueles não modificáveis, que acontecem em pessoas idosas, em pacientes que têm um período longo entre a menarca e os que não têm filhos também têm uma predisposição. Outra coisa que não é modificada são as síndromes hereditárias do câncer, onde a paciente vai ter alterações no DNA que propiciam e levam o aparecimento de câncer”, pontua o médico.
Tratamento
Para cada perfil de paciente, estágio e tipo de câncer existem diferentes possibilidades de tratamento, e as novas técnicas para análise dos tumores têm permitido decisões cada vez mais personalizadas.
“O tratamento oncológico é multidisciplinar. Envolve desde as cirurgias até a quimioterapia, que nada mais é que drogas injetadas no sangue do paciente, que destrói todas as células que se multiplicam rápido. Mas é bom lembrar que o tratamento do câncer de mama não é restrito apenas à quimioterapia. Hoje, a gente tem drogas cada vez mais modernas. Podemos prescrever hormonioterapia, terapia de alvo molecular e imunoterapia. Isso vai depender do estado que a paciente se encontra de doença, se está menos ou mais avançado”, explica o médico.
Diogo Sales pontua que as técnicas cirúrgicas avançaram bastante e, em alguns casos, a retirada total da mama é necessária. Sobre a queda de cabelo provocada pelas drogas da quimioterapia, vale ressaltar que os fios voltam a nascer após o tratamento.
“Acho que é uma coisa muito importante de lembrar, não só no outubro rosa, mas também toda época do ano, que é: quanto mais cedo é diagnosticado o câncer, maior a chance de cura. Procure seu médico e faça exames regularmente. A mamografia geralmente é indicada a partir dos 50 anos, a cada dois anos. E faça também o autoexame. Ele não substitui o exame clínico, mas você pode detectar o nódulo e aí sim procurar o apoio de um profissional”, finaliza.
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