Foto: Divulgação/Roberto Pereira
O deputado federal Danilo Cabral (PSB) foi anunciado, na tarde desta segunda-feira (21), como candidato oficial da Frente Popular para concorrer ao Governo de Pernambuco.
Durante o evento, a Frente Popular se apresentou como um grupo unido em torno da candidatura de Danilo e também da eleição e governabilidade de Lula. Danilo Cabral iniciou sua fala saudando os presentes (local e virtualmente), em especial a Geraldo Júlio, a quem chamou de amigo que ajudou o estado em seus mandatos, e criticou posturas do governo federal.
Em sua fala no lançamento de seu nome ao governo, Danilo destacou que o PSB é o único partido ao qual ele teve filiação, agradeceu à família e apoiadores pela colaboração com sua candidatura e afirmou que está diante do “maior desafio” de sua vida e também da Frente Popular em toda a sua história.
“Nós vivemos hoje a mais dura crise da história republicana. Um conjunto de crises que se abateu, no mundo e com consequências mais perversas sobre o Brasil. Uma crise sanitária que levou mais de 600 mil vidas, uma crise econômica que parou a economia do nosso país, estagnou o Brasil, trouxe de volta a inflação (...) e com uma crise social, a mais perversa de todas elas, que tem levado cerca de 20 milhões de brasileiros a, uma hora dessa, não saber ainda a que horas vai se alimentar”, disse o pré-candidato.
Ele também fez grandes críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro,a quem chamou de “o pior presidente da história desse Brasil” e “irresponsável que não respeita a vida do povo brasileiro, que amplia essa crise fazendo ataques à democracia, um ataque às instituições, à imprensa que está aqui, ataque ao povo nordestino”, disse o deputado.
Danilo afirmou ainda que "tem gente aqui em Pernambuco que defende isso", em provável alusão ao prefeito de Jaboatão dos Guararapes e presidente do PL, Anderson Ferreira, correligionário de Bolsonaro. Danilo disse que "o povo brasileiro tem saudade de Luiz Inácio Lula da Silva", e afirmou que está pronto "para o maior desafio da minha vida".
Danilo falou sobre os impactos da soma de crises que o país atravessa e se refletem no estado, em grande parte, segundo ele, por culpa do governo federal. “Pernambuco perdeu muito, fruto da perseguição, da discriminação, do ódio que nós tivemos da relação do governo federal com o Nordeste e com Pernambuco. Foi assim no governo do Temer, foi assim no governo do Bolsonaro. Precisamos ter um reencontro com a esperança do povo de Pernambuco”, disse o pré-candidato.
Apesar disso, na visão de Danilo, graças à atuação de Paulo Câmara, o estado está com as contas equilibradas e espaço fiscal para fazer obras e investimentos. “Pernambuco está equilibrado. Tem gente lá em cima que defende equilíbrio fiscal como se o teto de gastos fosse resolver tudo na vida. Pernambuco mostra que você pode ter equilíbrio fiscal, mas pode ter sim investimentos, interiorização e mudança na vida das pessoas”
Danilo também falou sobre a relação de Pernambuco e do Brasil com Lula, citando programas sociais implementados em seu governo e afirmando que o povo tem saudades do petista na presidência. “Muita saudade da relação que nós tivemos com o presidente Lula, da relação de respeito, de um filho desta terra que saiu daqui expulso num pau-de-arara e, a partir disso, saber onde aperta o calo do povo”, disse o pré-candidato em seu discurso. Mais tarde, questionado se tem arrependimentos de seu voto favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Danilo afirmou que reconhece o erro político, mas que trata-se de uma questão “superada”.
Paulo Câmara elogiou Danilo Cabral, alegando que "precisamos muito dessa união de virtudes" para olhar tanto para o contexto estadual quanto nacional para apoiar Lula, a quem chamou de "exemplo internacional" e de "símbolo" de esperança.
O prefeito do Recife, João Campos, deu apoio à construção de uma frente política que englobe Pernambuco e ainda ajude Lula nacionalmente. "Eu tenho certeza de que maior que o desafio dessas eleições, será o desafio de reconstruir o Brasil. (...) Pernambuco está absolutamente unido em torno da candidatura do nosso amigo Danilo Cabral, assim como Pernambuco está unido para ser o primeiro partido a declarar oficialmente o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva", disse João Campos.
Uma das presenças notadas no evento foi a do secretário estadual e ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), que era visto como candidato natural ao governo, mas recusou ser candidato, abrindo caminho para Danilo Cabral. Sentado à mesa no evento, Geraldo não falou ao público no microfone, nem concedeu entrevista à imprensa.
O senador Humberto Costa, chegou a ser anunciado como pré-candidato pelo PT, abriu mão de disputar o cargo para abrir espaço à candidatura de Danilo, em nome da conjuntura nacional. No evento, ele afirmou que tem “compromisso com as forças democráticas e progressistas de Pernambuco”.
“Nós fazemos isso por Pernambuco, mas também pelo Brasil. Por Pernambuco para dar segmento ao projeto da Frente Popular (...) O gesto do PT de retirar uma candidatura legítima e viável foi feito em nome dessa unidade, e em nome principalmente de juntarmos forças para, de modo definitivo, derrotarmos esse governo que infelicita o povo brasileiro”, disse o senador referindo-se a Bolsonaro. Sua atitude também foi reconhecida por Danilo, ao elogiar o gesto do senador, alegando que “poderia ser ele” ali, em seu lugar, sendo indicado como candidato ao governo.