domingo, 30 de maio de 2021

Paulo Câmara se pronuncia sobre atos violentos da PM e promete apuração de responsabilidades

      Por Juliano Muta/Folhape                                                                          Djair Pedro

Após a ampla repercussão do uso da força durante o protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no Recife, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) reforçou o que já havia dito mais cedo a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), de que a ordem das ações violentas não partiu do Palácio do Campo das Princesas e que será aberta uma investigação pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS), com o afastamento dos envolvidos enquanto durar o inquérito.

"Sempre pratiquei, na condição de governador de Pernambuco, os mesmos princípios que defendo como cidadão e democrata. Repudiamos todo ato de violência de qualquer ordem ou origem. Sobre o ocorrido durante manifestação no Centro do Recife, na manhã deste sábado (29), determinei a imediata apuração de responsabilidades. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social já instaurou procedimento para investigar os fatos. O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigações. Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o fortalecimento de nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de Pernambuco", declarou Paulo Câmara.

Após vídeos e relatos de uso excessivo da força nos manifestantes, inclusive contra a vereadora do recife Liane Cirne (PT), a Ordem dos Advogados de Pernambuco, políticos e entidades se posicionaram contra a ação policial.


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CPI joga juventude nas ruas contra Bolsonaro

 

(Foto: Twitter/Guilherme Boulos)

Despertar juvenil

É o que se pode ver com nitidez na Esplanada dos Ministérios o resultado político de um mês da CPI da Covid-19, que colocou a nu o bolsonarismo genocida: a juventude de peito aberto pedindo revogação do mandato de Bolsonaro é, indubitavelmente, o novo e palpitante fato político; ela, dando aula de civilidade(todos de máscara, alcoolgel e distanciamento, conforme protocolo científico) disse alto e bom som que não dá para esperar 2022; tem que ser agora, já, a saída do capitão presidente; deu para fazer paralelo com o que aconteceu há 30 anos, em 1992, no mesmo local, com a juventude mobilizada para derrubar Fernando Collor; ela vestira de preto, enlutada, para negar sugestão collorida de encher as ruas vestida de verde-amarelo; o que se viu em protesto foi o repúdio geral dos jovens diante daquele que convocava a população para salvá-lo da CPI que apontou a corja corrupta do presidente que perdera confiança popular; Paulo César Faria, o caixa ambulante da campanha eleitoral de Collor, havia aprontado demais e deixado rastro grosso de roubalheiras, que acabaram detonando o mandato collorido; com muito mais razão, agora, os jovens se mobilizam com gritos fortes para protestar contra mais de 450 mil mortes produzidas pelo negacionismo bolsonarista; à motivação explícita, o genocídio bolsonarista, que, nesse final de semana, mobiliza juventude em mais de 85 cidades brasileiras, segue a motivação implícita que bate fundo na consciência juvenil: sua oposição à tentativa do governo de jogá-la na marginalização social.

Sem chances com Bolsonaro

Com o bolsonarismo ultraneoliberal, que produz mais de 15 milhões de desempregados, somados ao dobro disso, que são os trabalhadores desalentados, desocupados, por desistirem de procurar empregos inexistentes, os jovens se veem, no momento, como verdadeiros párias; reagem, radicalmente, a essa possibilidade sinistra; lutam, agora, nas ruas contra sua exclusão social definitiva; reagem, energicamente, às reformas neoliberais, que destruíram direitos econômicos e sociais, jogando na lata de lixo a Constituição cidadã de 1988;  dão grito de guerra contra governo inconstitucional; bradam contra reforma previdenciária que inviabiliza o futuro dos trabalhadores, eliminando direitos às  aposentadorias; a reforma trabalhista acabou com salário mínimo e estabeleceu a regra do capital segundo a qual passa a valer o negociado no lugar do legislado; ou seja, a lei passa a ser a faca afiada contra o pescoço do proletariado; em nome do ajuste fiscal neoliberal, cuja essência é a desestatização acelerada com sucateamento das estatais, os agentes indispensáveis do projeto desenvolvimentista, a juventude ficou sem amparo futuro; foram os agentes desenvolvimentistas que criaram as bases da educação técnica sem a qual a juventude brasileira não tem como enfrentar os desafios  ancorados na ciência e tecnologia, como fatores de avanço da produtividade e eficiência econômica no mundo globalizado.

Fim da anestesia alienante

Até o momento  os jovens estavam sendo anestesiados pela mídia conservadora golpista que derrubou o governo popular que conduzira, democraticamente, o Brasil de 2003 a 2016; nesse período, democratizou-se, amplamente, o acesso dos jovens ao ensino universitário, mediante oportunidades jamais vistas, por meio de aumentos de gastos sociais e valorização do salário mínimo, graças aos quais os mais pobres puderam se alimentar, morar, estudar e viajar; milhares de jovens pobres foram para o exterior se especializar em carreiras universitárias e cursos de preparação técnica etc; os cortes orçamentários violentos impostos pelos neoliberais com imposição do teto de gastos, previstos para vigorar de 2016 a 2036, barraram, abruptamente, as chances da juventude de se formar e sonhar com futuro profissional; o reajuste do orçamento da saúde, da educação, da segurança e da infraestrutura, necessário para garantir formação sólida da juventude,  virou fumaça; a correção orçamentária passou a ser realizada, apenas, com base na inflação do ano anterior; os neoliberais assaltaram o orçamento e caparam o futuro da juventude, em nome do ajuste fiscal, expresso em pagamento de juros e amortizações na base da especulação financeira; educação virou mera despesa aos olhos neoliberais, destruindo entendimento de que são investimentos necessários à independência econômica nacional com conquista de conhecimento, maior riqueza de uma nação; o bolsonarismo relega a juventude à barbárie; por isso, nessa mobilização, ela aparece, quantitativa e qualitativamente,  como personagem central das ruas para resgatar conquistas sociais perdidas; deram seu grito:  colocar o Brasil em novo rumo adequado aos sonhos e anseios maiores dela, para ser mais do que foram seus pais e botar o país no rumo do desenvolvimento com justiça social. Por: César Fonseca Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana.


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Câmara aprova MP do novo salário mínimo de R$ 1.100

 

A nova cédula do Banco Central, de 200 reais, é apresentada oficialmente nesta quarta-feira. 02/09/2020. (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A Câmara aprovou ontem (26) o texto-base da Medida Provisória (MP) que fixou o salário-mínimo no valor de R$ 1.100. Trata-se de um aumento de 5,26% (R$ 55) em relação ao valor do ano passado, de R$ 1.045. A MP ainda passará por análise do Senado.

O valor proposto pelo governo para este ano corresponde à variação de 5,22% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), no período de janeiro a dezembro de 2020. O INPC apura a inflação mensal das famílias com renda de um a cinco salários-mínimos. Como os preços subiram neste ano, as projeções do governo mudaram. Na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) havia sido sugerido um mínimo de R$ 1.088.

Alguns deputados reclamaram do reajuste fixado pelo governo. Para eles, o aumento não contempla a escalada da inflação e da crise econômica gerada pela pandemia. “Sabemos que é importante qualquer reajuste que seja, embora seja indigno no mesmo momento que a inflação está descontrolada, que aumenta o desemprego, que há insegurança alimentar da população, a contrapartida seja um aumento de apenas 5% [no salário]”, disse Tadeu Alencar (PSB-PE).

Representantes da base governista afirmaram que o governo fez o possível com o reajuste. “Claro, se o presidente Bolsonaro pudesse dar um aumento muito maior, ele daria. Mas não tem previsão orçamentária para uma correção maior. Foi a correção possível. Se tivéssemos possibilidades, um reajuste muito maior seria oferecido”, disse o deputado Sanderson (PSL-RS). Agência Brasil.



Movimentos sociais estimam que 400 mil saíram às ruas no Brasil contra o genocídio promovido por Bolsonaro

 

(Foto: Mídia Ninja)

As manifestações contra Jair Bolsonaro, pela vacinação da população e pelo auxílio emergencial de R$ 600, que aconteceram neste sábado (29), foram um sucesso na avaliação dos movimentos sociais. 

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, da TV 247, o coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirmou que a estimativa é que os atos mobilizaram 400 mil pessoas presencialmente. 

Segundo dados da CMP, que foi uma das entidades que organizaram as manifestações, os atos presenciais aconteceram em 213 cidades no Brasil e outras 14 cidades em diversos países do exterior, reunindo ao todo cerca de 420 mil pessoas. 

Ainda segundo a CMP, apenas no Twitter, a hashtag #29MForaBolsonaro recebeu 1.828.048 postagens e 841 mil RTs. 

 


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Protesto contra Bolsonaro é dispersado com ação violenta da PM; Governo de Pernambuco nega ordem

Após a concentração no Derby, os manifestantes saíram em caminhada até o final da Conde da Boa Vista

      Por João Vitor Pascoal

Protesto contra Bolsonaro - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Militantes, movimentos sociais e políticos se concentraram, na manhã deste sábado, na Praça do Derby, no Recife, em ato contra o presidente Bolsonaro. De acordo com os organizadores, também ocorreu ato na cidade de Petrolina, no Sertão do Estado. 

Apesar da grande quantidade de pessoas na Praça do Derby, os organizadores do ato ressaltaram a todo momento a necessidade de respeitar o distanciamento social e o uso de álcool para limpar as mãos.

Após a concentração no Derby, os manifestantes saíram em caminhada até o final da Conde da Boa Vista.

Paulo Rocha, presidente da CUT-PE ressaltou a importância do ato de hoje como uma forma de se contrapor à gestão Bolsonaro, que com sua "política genocida" gerou a morte de mais de 450 mil mortes por Covid-19. "Bolsonaro não contratou vacina, poderíamos ser o primeiro País a se vacinar, deixou faltar oxigênio, não contratou medicação para UTI e não renovou o auxílio emergencial de R$ 600 para garantir alimentação para as pessoas ficarem em casa. Estamos fazendo um ato em defesa da vida, isso significa comida no prato, vacina no braço, auxílio emergencial, geração de emprego e fora Bolsonaro", afirmou.

Kleber dos Santos, da Central dos Movimentos Populares frisou o "desmonte das políticas públicas". "Temos mais da 70 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, além desses problemas o governo de Bolsonaro promove desmonte de políticas públicas do nosso País. Esse governo, nessa pandemia, já matou quase 500 mil brasileiros, por isso estamos nas ruas, viemos às ruas para dar um basta", afirmou Kléber. 

"Não dá pra esperar as eleições de 2022, quando chegar lá todos os nosso direitos já terão sido retirados", ressaltou Carlos Elias, representante da CSP Conlutas.

A marcha ocupou as duas faixas da Conde da Boa Vista e os veículos ficaram parados nos cruzamentos, sobretudo os no sentido Derby - Rua da Aurora.

POLICIAIS
Na Avenida Guararapes, a Polícia Militar e o Choque começaram a soltar bombas de efeito moral, para dispersar os manifestantes. Pouco antes das bombas, pelo menos duas manifestantes foram detidas.

De acordo com Antônio Celestino, representante da OAB-PE, que esteve presente para salvaguardar juridicamente o ato, ao menos nove manifestantes foram detidos. Ainda de acordo com ele, pelo menos um manifestante foi ferido no olho. 

O batalhão de choque havia montado uma barricada no final da Avenida Guararapes. A partir do momento em que houve a confusão, que de acordo com manifestantes, começou com a detenção de participantes do ato, o choque avançou em direção a Ponte Duarte Coelho. Em seguida, sempre com bombas de efeito moral e o uso de balas de borracha, os policiais avançaram pela Rua da Aurora, continuando a dispersar os manifestantes.

LUCIANA SANTOS
Por meio de rede social, a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), afirmou que a ordem da ação da PM não partiu do Governo do Estado. "Acabo de saber do episódio na Dantas Barreto, da violência praticada contra os manifestantes e gostaria de dizer que isso não foi autorizado pelo Governo do Estado. O governador Paulo Câmara tem se pautado pela democracia e pelo diálogo. Falo aqui também como militante que sou acostumada a estar em manifestações populares no nosso estado, nós condenamos esse tipo de atitude e vamos tirar as consequências do acontecido", disse Luciana.

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