(Foto: Reuters)
O Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlado pelos democratas, votou a favor da intensificação de sua investigação do presidente republicano Donald Trump nesta quinta-feira, quando parlamentares chegaram mais perto de decidir se recomendam ou não seu impeachment.
O comitê de 41 membros adotou uma resolução que lhe permite designar audiências como procedimentos de impeachment, sujeitar testemunhas a interrogatórios mais agressivos e acelerar o ritmo de uma investigação que está abrangendo áreas que poderiam se mostrar politicamente explosivas tanta para Trump quanto para o Congresso.
“Com estes novos procedimentos, começaremos na semana que vem uma série agressiva de audiências investigando alegações de corrupção, obstrução e abuso de poder contra o presidente”, disse o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jerrold Nadler, a repórteres após a votação com o placar de 24 a 17.
Um inquérito mais agressivo também pode aumentar a pressão sobre líderes democratas da Câmara, como a presidente Nancy Pelosi, que vem resistindo ao impeachment de Trump por vê-lo como um passo politicamente arriscado para democratas moderados de distritos disputados onde derrubar Trump é uma proposta impopular.
“Os democratas nunca superaram o fato de eu ter vencido a eleição de forma justa”, disse Trump em comunicado divulgado em sua página no Facebook horas após a votação.
“Se eles seguirem o caminho do impeachment, estarão dividindo a nação! É ridículo até falar sobre esse assunto quando todos os crimes foram cometidos pelo outro lado”, disse o presidente.
Trump e seus correligionários republicanos acusam que a investigação do ex-conselheiro especial Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e a possível conspiração da campanha de Trump tiveram origem em um esforço anterior para afundar sua candidatura e, mais tarde, seu mandato, por ex-funcionários do Departamento de Justiça.
Os republicanos rejeitaram a ideia de que o comitê está buscando um inquérito de impeachment e minimizaram a resolução, como uma “fantasia” concebida para mascarar a relutância dos democratas de buscar que o plenário da Câmara a autorize um inquérito formal de impeachment, como ocorreu durante o escândalo Watergate e no processo de impeachment do ex-presidente Bill Clinton.
Os republicanos disseram que os democratas não têm votos suficientes para obter uma autorização formal da Câmara e denunciaram a ação desta quinta-feira como um espetáculo que visa afagar eleitores democratas que querem ver Trump fora do cargo.
Os democratas pretendem decidir até o final do ano se recomendam artigos de impeachment contra Trump ao plenário da Câmara. Se aprovados pela Câmara, caberia ao Senado de maioria republicana realizar um julgamento e cogitar a remoção do presidente.
Uma contagem da Reuters mostrou que 135 democratas da Câmara apoiam um inquérito de impeachment. Embora isso seja a maioria de sua representação, o número fica muito aquém dos 218 votos necessários para se aprovar uma resolução.(247)
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