segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Programa de renegociação de dívidas de Lula vai incluir contas de luz, água e celular, de pessoas que ganham até três mínimos

Nome do programa será Desenrola Brasil e pode chegar a R$ 95 bilhões

Lula no Nordeste (Foto: RICARDO STUCKERT)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propõe um amplo programa de renegociação de dívidas, com apoio de um fundo garantidor do governo, para aliviar as contas da população de baixa renda caso vença o segundo turno das eleições presidenciais em 30 de outubro.

O economista Guilherme Mello, assessor do PT, disse à Reuters que o governo garantiria parcialmente renegociações de até 95 bilhões de reais em dívidas não bancárias, incluindo contas de luz, água e celular e no varejo, de pessoas que ganham até três salários mínimos.

O primeiro passo para o chamado "Desenrola Brasil" ganhar força seria a constituição de birôs de crédito, onde seriam coletadas informações sobre essas dívidas, com a adesão de empresas para oferecer descontos no pagamento, disse.

As famílias que aderissem ao programa teriam acesso a cobertura parcial do fundo garantidor do governo em caso de inadimplência.

"Não só a família terá o desconto, como também terá prazos e condições de juros adequados para financiar o que sobrar de sua dívida", disse o economista.

A iniciativa tem ganhado contornos mais nítido num momento em que o presidente Jair Bolsonaro relançou um programa de renegociação de dívidas da Caixa Econômica Federal, buscando atrair eleitores à medida que milhões de famílias veem seu orçamento corroído pelo endividamento e a inflação elevada.

Dados da empresa Serasa Experian mostram que o número de inadimplentes aumentou sistematicamente este ano, chegando a quase 70 milhões em agosto, ou 42% da população adulta.

Mello, que coordena o núcleo de economia da fundação Perseu Abramo, colaborando como programa do PT, estimou que um fundo garantidor de 7 bilhões de reais a 16 bilhões de reais poderia reduzir o risco de inadimplência e atrair credores que tentam receber contas vencidas --grande parte delas já contabilizadas como perdas.

"São valores muito razoáveis ​​para o governo contribuir", disse. "Pode ter um desenho baseado nos créditos tributários que os bancos têm, você tem várias possibilidades de desenhar esse fundo."

O governo prevê um desconto mínimo a ser oferecido pelas empresas, e seria priorizada a participação de credores que oferecessem maior alívio nas dívidas. Cálculos preliminares para o tamanho do fundo pressupõem uma inadimplência de 25% e um desconto entre 30% e 70% nos débitos.

Segundo Mello, o foco inicial será na dívida não bancária porque ela representa 72% do passivo total das famílias. Mas o PT também estuda estratégias para incentivar a reestruturação de dívidas bancárias a taxas de juro mais baixas.

"Quem fizer isso terá uma parcela do depósito compulsório não remunerado liberado", disse.

Um programa de renegociação de dívidas estava entre as principais bandeiras do ex-candidato Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no primeiro turno. Ao aceitarem apoiar Lula para a corrida ao segundo turno, Ciro e a direção do PDT propuseram que a medida fosse incorporada ao programa do PT --que já trazia menção genérica a uma iniciativa nessa linha.

“A gente pretende fazer encontros e reuniões pra discutir isso”, disse Mello. “A ideia dos programas é a mesma: tirar as pessoas do cadastro negativo.” - BRASÍLIA (Reuters).





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Datafolha mostra que 95% dos eleitores de Lula já têm plena certeza do voto

Pesquisa confirmou favoritismo do ex-presidente

Luiz Inácio Lula da Silva discursa no Recife - 14.10.2022 (Foto: Ricardo Stuckert)

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando o segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto com os mesmos 49% das intenções de voto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) manteve-se com 44%, mostrou pesquisa Datafolha nesta sexta-feira, apontando um cenário de estabilidade a duas semanas da votação definitiva.

Votos brancos e nulos somam 5%, contra 6% na pesquisa anterior, e os que responderam que não sabem ou que não quiseram responder são 1%, ante 2% no levantamento passado. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

Considerados os votos válidos, excluídos os brancos, nulos e indecisos, Lula tem 53% contra 47% de Bolsonaro, também os mesmos percentuais verificados pelo instituto há uma semana. No primeiro turno, Lula terminou à frente com 48,43% dos votos válidos, contra 43,20% de Bolsonaro.

A sondagem do Datafolha divulgada nesta sexta foi a campo em uma semana de intensificação das agendas dos dois candidatos em diferentes cidades pelo país, e pode já ter colhido possíveis efeitos da propaganda eleitoral em rádio e televisão, que foi retomada na última sexta-feira.

Os índices de rejeição dos candidatos também apresentaram estabilidade e registraram os mesmos percentuais já verificados em 7 de outubro: 51% dos entrevistas não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, e 46% não votariam de jeito nenhum em Lula.

A pesquisa apontou que grande maioria dos eleitores já está decidida de seu voto, 93%, mesmo percentual aferido há uma semana, enquanto o patamar dos que declaram que seu voto ainda pode mudar oscilou de 7% na semana passada para 6%, afunilando ainda mais o público alvo das campanhas nessas duas próximas semanas.

O nível de convicção de voto é ainda maior entre os que já declaram voto em um dos candidatos. Dentre os que votarão em Lula, 95% afirmam ter plena certeza do voto. Dos que declararam voto em Bolsonaro, 94% responderam estar totalmente decididos.

A pesquisa também captou movimento dos eleitores da senadora Simone Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno com 4,16% dos votos válidos, que declarou apoio em Lula e tem tido intensa participação na campanha, inclusive em inserções da propaganda eleitoral de rádio e tevê. Entre os eleitores da ex-candidata, 41% votarão em Lula e 29% irão votar em Bolsonaro, enquanto 22% disseram que não votarão em ninguém.

No caso de eleitores de Ciro Gomes (PDT), quarto colocado no primeiro turno com 3,04% dos votos válidos, 40% afirmam que votarão em Lula e 31% em Bolsonaro, com 24% para nenhum deles.

Tanto Simone quanto Ciro declararam apoio a Lula neste segundo turno, mas a declaração de apoio do presidenciável do PDT foi muito menos enfática do que a da senadora. Ele afirmou em um vídeo, sem citar o nome de Lula, que iria acatar a decisão do PDT de apoiar o petista.

O Datafolha sondou ainda a avaliação de governo. A parcela dos que avaliam a gestão como ótima ou boa oscilou um ponto percentual para cima, indo para 38%, enquanto 39% avaliam como ruim ou péssima, contra 40% na sondagem anterior. Os que consideram o governo regular mantiveram-se no patamar de 22%.

O Datafolha ouviu 2.898 pessoas entre quinta e sexta-feira desta semana.

INVESTIGAÇÕES

Após os resultados oficiais do primeiro turno, os institutos de pesquisa foram alvo de críticas, especialmente por terem subestimado os números de Bolsonaro na primeira votação.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, determinou a abertura do inquérito pela PF contra os institutos, e o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a Superintendência-Geral da autarquia investigasse os institutos.

As investigações foram anuladas, no entanto, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, sob o argumento de que estariam usurpando competência da Justiça Eleitoral de investigação e teriam a intenção de agradar Bolsonaro, o que poderia ainda configurar desvio de finalidade.

Houve também movimentação de parlamentares na intenção de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e foram sugeridas propostas legislativas para regular a atividade dos institutos, uma delas apresentada pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). BRASÍLIA (Reuters).





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