O interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, anunciou que a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar possíveis desvios de conduta por parte de agentes que trabalharam nos atos terroristas em Brasília, no domingo (8). A divulgação ocorreu nesta quinta-feira (12).
“Reafirmo que tenho plena confiança em nossos homens e mulheres. O eventual desvio de alguns será apurado e punido”, escreveu Cappelli nas redes sociais. (CartaCapital).
Carta com os pedidos, assinada por 46 deputados do partido Democrata, foi entregue ao presidente dos EUA, Joe Biden
Joe Biden e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS | Abr)
Um total de 46 deputados do partido Democrata estadunidense enviaram uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu do que o governo para evitar que o país seja utilizado por Jair Bolsonaro (PL) como refúgio em função dos ataques terroristas promovidos por seus apoiadores no último domingo (8), em Brasília. A carta, segundo a BBC Brasil, foi enviada na noite de quarta-feira (11).
"O ataque ilegal e violento em 8 de janeiro contra as instituições do governo brasileiro foi construído sobre meses de invenções pré e pós-eleitorais do Sr. Bolsonaro e seus aliados, alegando que a eleição presidencial de 30 de outubro havia sido roubada", dizem os parlamentares na carta, de acordo com a reportagem. Eles pedem ,ainda, que Biden “coopere totalmente” com o Brasil para esclarecer a responsabilidade de Bolsonaro nos atos terroristas.
"O Sr. Bolsonaro voou para a Flórida antes do final de seu mandato (…) e estamos preocupados com os relatos de que ele atualmente reside em Orlando. Os EUA não devem dar abrigo a ele ou a qualquer autoritário que tenha inspirado tamanha violência contra as instituições democráticas", diz um outro trecho do documento.
Bolsonaro deixou o Brasil e se encontra na Flórida desde o dia 30 de dezembro, um dia antes do término de seu mandato à frente da Presidência da República. “ Ele deixou o Brasil em um voo das Forças Armadas Brasileiras sem passar a faixa ao sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e entrou nos EUA antes do fim oficial de seu mandato, possivelmente de posse de passaporte e visto diplomáticos - concedidos a chefes de Estado”, ressalta a BBC. Nesta linha, os democratas também pedem que Biden revogue o visto diplomático americano de Bolsonaro.
"Segundo nosso entendimento, já que o Sr. Bolsonaro entrou nos Estados Unidos quando ainda era presidente do Brasil, ele pode ter feito isso com um visto A-1, que é reservado para indivíduos em visitas diplomáticas ou oficiais. Como ele não é mais o Presidente do Brasil e tampouco exerce atualmente o cargo de oficial brasileiro, solicitamos que reavalie sua situação no país para verificar se há base legal para sua estada e revogue qualquer visto diplomático que ele possa possuir", dizem os parlamentares.
Na carta, os deputados pedem, ainda, que o FBI investigue “se e como os ataques à Praça dos Três Poderes foram planejados em território americano. E que responsabilize legalmente possíveis mentores e financiadores dos atos em Brasília que estejam baseados na Flórida”. (247).
"Fui levado ao erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação", disse o governador afastado do DF
Ibaneis Rocha (Foto: Renato Alves/Governo do Distrito Federal)
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que foi "levado ao erro pelas autoridades de segurança que estavam à frente da operação" que resultou no terrorismo em Brasília, no último domingo (8).
Em comunicado, o emedebista destacou que "tem a consciência tranquila e a certeza que não foi conivente com qualquer ato criminoso". "Ao contrário, como já divulgado nos áudios e documentos que juntei ao inquérito e que fiz chegar a todos os senhores Ministros e à população, fui levado ao erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação. Sigo confiante em Deus e na Justiça".
Uma hora antes dos atos de terrorismo na Esplanada dos Ministérios por delinquentes bolsonaristas, o secretário de Segurança em exercício do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, afirmou a Ibaneis que tudo estava sob controle e tranquilo, revelou o Metrópoles.
Segundo Ibaneis, houve sabotagem das forças policiais. Por meio dos advogados que o representam, Alberto Toron e Cléber Lopes, o governador afastado disse ter recebido informações incorretas sobre as ações de segurança na Esplanada dos Ministérios no último domingo.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram na quarta-feira (11) a manutenção de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres e de Ibaneis. 247.
Antes de terminar o mandato, Bolsonaro defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições
(Foto: ABR | REUTERS)
A Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres uma minuta (proposta) para Jair Bolsonaro (PL) decretar um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o texto, o objetivo era mudar o resultado da eleição, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou. A medida seria inconstitucional.
De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (12) pela Folha de S.Paulo, o documento foi encontrado no armário do ex-ministro durante busca e apreensão na última terça-feira (10). "O material dá indicação de ter sido feito após a realização das eleições", destacou a reportagem do jornal paulista.
Antes de terminar o mandato, Bolsonaro defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições. Nos últimos anos, ele também tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo.
Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de o bolsonarismo tentar um golpe.