Se
fizéssemos uma enquete para sabermos quem conhece Arthur Antunes
Coimbra, pouquíssimas pessoas saberiam responder com certeza de forma
positiva. Creio que apenas os que estão sintonizados com as manchetes do
esporte, e, que gostem de uma boa leitura. Seu nome profissional
poderia ter sido: Arthur, Antunes, ou Coimbra, mas ficou eternamente
consagrado como Zico, o Galinho de Quintino, o inesquecível gênio da
bola, um craque com jogadas fenomenais, um talento que ainda inspira
gerações a cada instante. É difícil falar de futebol sem associar a
maestria do maior artilheiro da história do Maracanã. Quantos dribles,
quantas jogadas, quantos passes milimétricos, quantas assistências,
quantos pênaltis, quantas cobranças de faltas com maestria e excelência,
quantos títulos, quantas taças levantadas, quantas histórias de
clássicos, quantas narrações com as vozes de ouro do rádio e da
televisão, quantas finalizações, quantos lindos gols, quantas vezes em
frações de minutos ou segundos o placar mudava num abrir e piscar de
olhos, quantas vezes em uma jogada criativa e inteligente as coisa
mudavam em campo. Galinho de Quintino, tu serás consagrado para sempre
com o maior jogador da história do Flamengo e um dos maiores goleadores
da nossa seleção canarinho. Com a bola nos pés fazia proezas
inesquecíveis, algo que nos enchia de contentamento e emoção. Se o tempo
voltasse atrás, quantas vezes seria escolhido pela imprensa
internacional como o melhor jogador do mundo? Eu diria que varias vezes,
talvez ultrapassasse os números de Leonel Messi, ou se igualasse ao
mesmo. Quem ainda o alcançou em campo, foi um privilégio inesquecível,
algo memorável que ficou registrado no baú do esporte. A maior das
injustiças foi não ter sido um campeão mundial pela nossa Seleção
Brasileira, até hoje não sabemos justificar o injustificável, tínhamos
um elenco já mais vistos em termos de conjunto, talento, criatividade,
raça, inteligência e ousadia, mas não conseguimos erguer a cobiçada
taça. Todos nós fomos surpreendidos, fomos eliminados da competição, um
sonho fora interrompido temporariamente. Mesmo com todas essas coisas
negativas que acontece no futebol, sua brilhante carreira não foi
maculada, foi alvo de críticas sim, mas nada que manchasse a beleza e o
seu jeito de jogar e fazer balançar as redes adversárias com belíssimos
gols. Quem não gostaria de imitar o Galinho de Quintino, conhecido
mundialmente como Zico? Qual o pai que não gostaria que seu filho
tivesse a magia e as mesmas características do Zico? Eu o acompanho
desde os meus 10 anos de idade. Desde o mundial de 1978 em que a
Argentina de maneira fraudulenta conquistou o título mundial que me
identifiquei com o seu jeito de ser, com o seu jeito de jogar e saber
conduzir a bola nos pés e dá uma resposta á torcida através de um gol.
Quantos torcedores têm o Flamengo? Quantos torcedores têm o Zico? Essa
pergunta é muito difícil de responder, pois a sua história se confunde
com a do Flamengo. Creio que a maior parte da torcida flamenguista se
multiplicou em função da sua pessoa, pelo menos a geração que lhe
acompanhou quando estava em plena atividade ainda. Então, qual a força e
a influência de um nome? Quantas vezes o nome Zico fora repetido por
milhares de torcedores no maracanã? Quanta confiança eles tinham em você
naquele momento de vibração. Quantas bandeiras com o desenho da sua
fisionomia foram e ainda são erguidas nos jogos do Flamengo? Quantas
composições inspiradas em seu nome? Quantos poemas e rimas foram
homenageados em torno do seu nome? Quantos livros foram escritos em
função do Galinho de Quintino? Quantos cordelistas escreveram lindas
histórias com seu nome? Completaste 60 anos de idade, parece que foi
ontem, talvez não tenha a força de um garoto, mas permanece com o mesmo
entusiasmo, a mesma classe, o mesmo brilho e a mesma ousadia em querer
que os sonhos se realizem na vida de outros jovens que almejam algum dia
ser semelhante a você. É muito inspirador o seu currículo como
esportista, o mais bacana disso tudo é a forma em que a sua pessoa dá
continuidade aos seus projetos mesmo fora dos campos. Quantas vezes em
minha imaginação infantil sonhei jogar ao seu lado, numa troca de
passes, numa finalização…
Ao longo desses anos, quantas vezes
quisera conhecê-lo pessoalmente, vê de perto a genialidade do seu
futebol, infelizmente nunca alcancei tal objetivo. Quantas vezes vibrei
com a possibilidade de vê-lo campeão pela nossa Seleção? Na verdade cada
um de nós quem sabe convive com uma sombra de frustração. Eu sonhei ser
um jogador de futebol, mas as coisas tomaram um rumo diferente, e, esse
meu sonho ficou perdido no tempo, num passado massacrante e esquecido.
Você conseguiu ser um excelente jogador, mas não conquistou quem sabe
tudo o que pretendia, mas acredito que é uma pessoa realizada
profissionalmente e tem uma linda família, é o mais importante. Agora
depois de 35 anos, sonhar com a possibilidade de vê-lo pela primeira vez
em minha cidade é uma alegria infinita, é muita emoção para uma criança
que viu sua esperança se dissipar ao longo de tantos anos. Sei que sua
apresentação está prevista para o dia 27 de abril do ano em curso.
Espero vê-lo em campo pela primeira vez e quem sabe sua única aparição
pública em minha cidade. Há se eu pudesse participar um pouquinho de sua
despedida oficial dos gramados no estádio do Maracanã no mês de
dezembro desse ano. Creio que isso afetaria minha vida profundamente,
seria um momento ímpar, histórico, para um garoto de família humilde e
sem influência alguma e, que um dia sonhou jogar ao seu lado. Gostaria
muito se possível fosse receber uma camisa 10 do Flamengo autografada
com o seu nome, ou uma bola ou uma chuteira com nº 41. Só em pensar
nessa possibilidade sinto uma tamanha emoção que não sei descrever, algo
muito alto que poucos conseguem, mas não é crime expor tudo isso. Sou
apenas um Guarda Municipal, sempre aprecei você como cidadão, como
jogador, como pai e como exemplo em campo e extra campo. Muitos anos de
vida, muitos glórias por vir em seu período de existência. Tenho muito
que vos falar, sua vida daria para eu escrever um livro, quem sabe um
documentário, e um cineasta um grande filme, mas tenho que parar.
Sucesso sempre! Por gentileza me faça feliz nesses tantos anos de espera
atendendo algum pedido. A cidade de Petrolina será uma privilegiada em
te receber com todo o seu elenco. Fico imaginando a salva de fogos e o
hino do Flamengo noticiando a sua chegada e a expectativa das pessoas
para te ver. Sei que na programação está prevista uma palestra com o
lançamento da escolinha Zico 10, um jantar e um super jogo com as
estrelas que te acompanham contra os nossos jogadores do sertão, algo
festivo. Será que alguém poderia me proporcionar pelo menos esse jantar
com o Zico? Está de parabéns o empresário Olegário e toda a sua equipe,
que teve essa brilhante ideia de trazer o Zico para a região do São
Francisco, foi um gol de placa, vale apena prestigiar. Um abraço, até
aquele dia, se Deus me permitir.
Antonio Damião Oliveira da Silva
Blog do Banana
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