domingo, 21 de maio de 2023

Com alta de síndrome gripal infantil, Amapá vai receber oxigênio e equipamentos hospitalares

 A carga partiu de Belém (PA), e deve chegar a Santana (AP) na terça-feira (23)


Em estado de emergência em saúde pública por causa de síndrome gripal infantil, o Amapá vai receber mais de 32 mil metros cúbicos de oxigênio, além de equipamentos hospitalares e um misturador de ar medicinal. O transporte está sendo feito por navio pela Marinha. São dois tanques criogênicos que começaram a ser transportados hoje (21). A carga partiu de Belém (PA), e deve chegar a Santana (AP) na terça-feira (23).

Nos cinco primeiros meses do ano, o estado enfrentou um aumento de mais de 108% na internação de crianças com síndromes gripais. A maioria dos internados têm de sete meses a quatro anos. A superlotação no Hospital da Criança e do Adolescente em Macapá fez com que até salas administrativas fossem transformadas em espaço para novos leitos. Houve ainda a ampliação de 20 para 24 no número de vagas da UTI pediátrica.

A situação foi provocada pelo vírus Sincicial Respiratório (VSR), que provoca bronquilite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. Também foram detectados casos de Influenza A e B e covid-19.

No último dia 13, o estado decretou emergência em saúde pública. O governador Clécio Luís chegou a fazer um apelo pela vacinação. Em todo o estado, apenas 16% da população infantil apta a receber a vacina foi imunizada. O Ministério da Saúde acompanha a situação. Foram enviados kits de análise laboratorial para diagnóstico, medicamentos, além de uma equipe de epidemiologia de campo para reforçar as ações de emergência e investigação dos casos. (Por Priscilla Mazenotti - Repórter da Rádio Nacional - Brasília).

Edição: Graça Adjuto



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SAÚDE - Obesidade: médicos pedem a proibição do uso do termo, entenda

 

Especialistas sugerem que o excesso de peso seja chamado de 'Desregulação Crônica do Apetite' para remover o estigma da condição

                  Por Agência O Globo
Obesidade - Foto: Pixabay

Cientistas de ao menos duas universidades da Irlanda pedem para que a obesidade troque de nome para evitar e remover o estigma e refletir sobre as causas e consequências da condição. Segundo eles, medidas, como o IMC, deixam as pessoas confusas sobre o verdadeiro significado por trás da palavra e que o nome vai muito além do “ser muito gordo”.

Os especialistas sugerem que a doença seja rebatizada de "Desregulação Crônica do Apetite” para encorajar aqueles com sintomas a receberem tratamento. Os cientistas identificaram genes que poderiam aumentar o risco de obesidade. Segundo eles, mutações levariam a mudanças nas partes do cérebro que regulam o apetite, levando alguns a comer demais e ganhar peso.

Ao dar um novo nome a obesidade, os pesquisadores acreditam que abriria o caminho para pacientes que mais precisam acessar tratamentos, como as famosas injeções de Ozempic, que trata obesidade, mas está sendo utilizada para perda de peso, após ganhar espaço nas redes sociais.

Margaret Steele, professora e pesquisadora da Escola de Saúde Pública da University College Cork, é uma das defensoras do novo nome e diz que esforços devem ser feitos para “separar” a saúde pública e os significados médicos da obesidade, além de “reconhecer o fato de que estamos realmente falando sobre duas coisas diferentes”.

“Nosso ambiente joga muita comida em nós, mas algumas pessoas parecem ser capazes de resistir à tentação e parar de comer quando já comem o suficiente para manter o peso. No entanto, para outras pessoas isso simplesmente não parece funcionar – há algo acontecendo no cérebro, algo no nível de hormônios. Não é questão de força de vontade, não é questão de tomar decisões. Está em um nível muito, muito mais profundo sobre o qual não temos controle total”, afirma Steele.

Embora a mensagem de saúde pública se concentre no IMC para diagnosticar a obesidade, os profissionais médicos tendem a observar os processos fisiológicos de uma pessoa, como sua capacidade de armazenar excesso de energia como gordura, lidar com insulina e açúcar na dieta e quão bem alguém é capaz de funcionar metabolicamente.

Trabalhando ao lado da Universidade de Galway, os cientistas concluíram que o excesso de adiposidade (ou gordura) por si só não era suficiente para ser considerado uma doença. Em vez disso, aqueles com problemas fisiológicos que os impedem de regular o apetite devem ser diagnosticados com uma doença, mas deve receber um nome alternativo para obesidade.

"Precisamos pensar na doença como sendo separada da categoria de IMC porque há uma relação entre eles, mas não são a mesma coisa. Nem todos os gordos têm a doença – pode ser apenas que seu peso nominal seja maior, mas não há nada patológico acontecendo. Da mesma forma, você pode ser magro e ter a doença também”, diz a pesquisadora.

Os críticos dizem que medicalizar a obesidade, enquadrando-a como uma doença, e não como uma consequência do comportamento, pode ser contraproducente. Segundo especialistas, é o mesmo que tirar a responsabilidade do paciente e colocar nos médicos. Outros dizem que é transformar comportamentos ou escolhas em uma doença.

“As pessoas que estão acima do peso e querem perder peso devem ser recebidas com compaixão e apoio. Mas podemos ser gentis e atenciosos com as pessoas que estão lutando sem alegar que têm uma doença. Assim como fumar não é considerado uma doença, a obesidade também não deve ser”, diz Max Pemberton, psiquiatra e colunista do Daily Mail.


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MÉXICO - Ataque armado contra pilotos de rally deixa 10 mortos no México

 

O massacre foi durante a tarde quando os automobilistas estavam parados no acostamento de uma estrada


                              Por AFP
A agressão "deixou 9 feridos e 10 mortos", afirmou o governo de Ensenada em nota - Foto: AFP


Um ataque com armas longas contra um grupo de pilotos amadores de rally na localidade mexicana de Ensenada (norte, fronteiriça com Estados Unidos) deixou 10 mortos e nove feridos neste sábado (20), informaras as autoridades.

O massacre foi durante a tarde quando os automobilistas, que participavam de uma corrida de aventura, estavam parados no acostamento de uma estrada, quando um grupo de homens desceu de uma caminhonete e abriu fogo.

A agressão "deixou 9 feridos e 10 mortos", afirmou o governo de Ensenada em nota.

Vídeos publicados em redes sociais mostram os corpos de algumas vítimas ao lado dos veículos 4x4 na trilha empoeirada.

O Ministério Público de Baja California - estado ao qual pertence Ensenada e duramente afetado pela violência do narcotráfico- anunciou a formação de um "grupo especial de investigação" para identificar os assassinos e determinar os motivos do ataque, afirmou o comunicado.

Alguns feridos foram atendidos por paramédicos da Cruz Vermelha local, que posteriormente os transferiram a hospitais no centro de Ensenada, município de cerca de 440.000 habitantes.

Baja California é um dos estados com maior número de homícidios dolosos no México, a maioria é atribuída pelo governo à disputa entre gangues do crime organizado. Entre janeiro e abril, foram registrados 721 assassinatos no estado, segundo dados oficiais.

Esse e outros cinco estados concentram 47,3% do total de homicídios registrados no país em igual período (9.912 casos).

México está envolvido em uma espiral de violência que deixa quase 400.000 mortos e dezenas de milhares de desaparecidos desde 2006, quando o governo iniciou uma polêmica ofensiva antidrogas com apoio dos Estados Unidos e participação das forças armadas mexicanas.


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O Supremo Tribunal Federal (STF) votará nomes para vagas de ministros do TSE que julgarão Bolsonaro

(Foto: Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a votar os nomes dos ministros que ocuparão duas vagas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os novos membros do TSE devem ser escolhidos em breve, com a votação prevista para ocorrer até o final de maio. Diferente do que era esperado, a escolha não será feita a partir de uma lista tríplice, mas sim de uma lista quádrupla que será encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a indicação final.

Os nomes em consideração são provenientes do campo jurídico e passarão pelo crivo do STF em uma votação secreta e eletrônica. Eles ocuparão as vagas deixadas pelos ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach. A escolha rápida é importante para evitar a vacância dos cargos e também porque o TSE tem interesse em julgar a inelegibilidade de Bolsonaro antes do segundo semestre de 2023, informou o Metrópoles.

Até o momento, três nomes estão entre os favoritos para a aprovação no STF. O advogado Floriano de Azevedo Marques, ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e amigo do ministro Alexandre de Moraes, é um dos principais candidatos. Ele é reconhecido por suas boas relações no meio jurídico, sua experiência em direito administrativo e por apoiar publicamente ministros atacados por Bolsonaro. É visto como um advogado com um currículo sólido e capaz de tomar decisões imparciais.

Outros dois nomes em destaque são o advogado Fabrício Juliano Mendes Medeiros e a advogada Daniela Teixeira. Daniela já foi a primeira opção na lista tríplice de 2019 para uma vaga de ministra substituta no TSE, mas Bolsonaro escolheu o terceiro nome da lista. Ela teve o apoio de 10 dos 11 ministros do STF na ocasião e se envolveu em uma discussão com Bolsonaro em 2016. Fabrício Medeiros também foi indicado duas vezes em listas tríplices, mas foi preterido pelo ex-presidente.

A substituição dos ministros é discutida nos bastidores do TSE, uma vez que o novo plenário, com a troca de dois membros, julgará a inelegibilidade de Bolsonaro em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral que o acusa de abuso de poder político. A troca de ministros será decisiva para a condenação ou absolvição do ex-presidente. Com a saída de Ricardo Lewandowski, o plenário conta com um voto praticamente certo contra a inelegibilidade, o de Kássio Nunes Marques, cujas visões estão alinhadas às do ex-presidente. Permanecem no TSE os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Benedito Gonçalves (relator do caso), Raul Araújo e os novos escolhidos.

Além dessa ação em particular, outras 15 Ações de Investigação Judicial Eleitoral contra Bolsonaro serão analisadas no TSE nos próximos anos, e todas elas podem tornar o ex-presidente inelegível por 8 anos.

O Tribunal Superior Eleitoral é composto por sete magistrados, sendo três membros do STF, dois membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois ministros nomeados pelo presidente da República entre seis advogados de renomado saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF. O TSE elege seu presidente, vice-presidente e corregedor eleitoral entre os ministros do STF e STJ. Cada ministro é eleito para um mandato de dois anos, e a recondução após dois mandatos consecutivos é proibida, garantindo a rotatividade dos juízes para preservar a imparcialidade nos processos eleitorais. - 247


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URGENTE - Comunidade quilombola que pediu socorro a Lula sofre sem direitos

 DIREITOS HUMANOS

Filha universitária escreveu, com mãe analfabeta, carta ao presidente


Foto divulgação

Uma carta escrita de madrugada. A mãe, Rose, analfabeta, e a filha, Franciele, estudante de direito, capricharam nas explicações. Escreveram, escreveram, escreveram. Quando viram, a vida estava ali, naquelas oito páginas. Era a chance.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria visitar a Bahia, e elas precisavam chamar a atenção para um desespero. No dia seguinte, durante o evento, ouvia-se de longe o grito da mulher: “Lula, pelo amor de Deus. Estamos sem água, sem esgoto, sem escola. Socorro!"

-  “Traga ela aqui”, pediu o presidente.

Rose Meire dos Santos Silva, de 44 anos, foi ultrapassando as fileiras uma a uma e era contida pelos seguranças na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, lugar em que o presidente assinou o decreto de regulamentação da Lei Paulo Gustavo, no último dia 11 de maio. 

Ela gritava pedindo para entregar um documento ao presidente. Primeiro, Lula pediu que ela esperasse um pouco. De tanto insistir, Rose foi atendida. Subiu ao palco, se ajoelhou, se emocionou e ergueu o coração. “Lula, nosso povo está morrendo. Pelo amor de Deus”. 

Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação.
Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação. - Foto divulgação

Depois, o presidente assinou o “recibo” e também foi às lágrimas. Precisou tomar um copo d'água. 

“Essa mulher representa um pouco daquilo que passa o povo brasileiro”, destacou Lula. (O momento está registrado na transmissão da TV Brasil, a partir de 1 hora e 44 minutos, no vídeo abaixo)


A mulher, que subiu ao palco naquele dia, é coordenadora da Associação dos Remanescentes do Quilombo Rio dos Macacos. “Sou uma mulher que luta para sobreviver”, disse, em entrevista à Agência Brasil, na semana seguinte ao evento.

Luta para sobreviver porque a comunidade, com 150 famílias em 104 hectares no município de Simões Filho (BA), carece de direitos básicos e vive em um conflito com a Marinha, que construiu a Base de Aratu naquelas cercanias, na década de 60. “A gente vem sofrendo há mais de 50 anos. A gente paga, mas não tem iluminação pública, nem posto de saúde, nem escola”. Aliás, para ir e voltar da escola, as crianças precisam caminhar cerca de 14 quilômetros.

Outro problema que ela reclama é a falta de transporte e de acesso independente à comunidade. Para chegar à própria casa, os moradores precisam passar pela área militar. Isso dificulta, conforme ela explica, até o socorro de saúde quando há necessidade.

Rose Meire diz que um problema gravíssimo é a falta de água porque os militares impedem o acesso ao Rio dos Macacos, que dá nome à comunidade e é tratado como santuário desde os antepassados. “Precisamos do uso compartilhado do rio. Andamos com baldes por quilômetros para conseguir água. O que eles nos fornecem não é o suficiente. Fomos tratados como invasores. E os invasores foram eles”.

 A comunidade está assustada com o que ouviram de militares, sobre a possibilidade de construção de um muro que impediria qualquer acesso às águas. “Esse muro significa a morte do nosso povo quilombola”, escreveu a dupla na carta entregue ao presidente.

“Nosso povo foi criado aí nessas águas, pescando, cuidando do corpo, do espírito. Não tem como a gente sobreviver sem água. O que eu coloquei naquela carta foi pedindo as políticas públicas”.

O que vem da terra

Para sobreviver, a comunidade trabalha com agricultura familiar. Rose Meire relata que mais de 100 famílias já foram embora por causa da falta de condições mínimas. A jaca e a mandioca naquelas terras já foram mais promissoras e atraíam compradores de fora. 

Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação.
Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação. - Foto divulgação

O período de seca, a pouca água, a falta de insumos e equipamentos deixaram a situação mais complicada para vender o excedente. “Aqui é todo mundo só na enxada. Se tivesse um tratorzinho, a situação poderia ser diferente”. 

Mesmo assim, a terra ainda rende para subsistência. “Feijão, mandioca, banana, milho, amendoim, batata. A gente planta dentro da comunidade. Se a gente tivesse material para desenvolver, não passava fome”. Rose Meire diz que já perdeu sete irmãos por causa do isolamento. 

“Segurança nacional”

Em nota à reportagem da Agência Brasil, a Marinha entende que foi estabelecido um procedimento conciliatório para uma “solução negociada” com a comunidade quilombola. 

“A área atribuída à Marinha engloba a Barragem Rio dos Macacos e é considerada de segurança nacional, por contribuir para o planejamento das atividades relacionadas ao interesse nacional e à execução de políticas definidas para a área marítima”, diz a nota.

Os militares admitem que o principal acesso à comunidade é pela área militar. “Nesse contexto, a Marinha sempre permitiu, como ainda permite, a passagem regular dos moradores, de seus convidados, visitantes e de qualquer membro dos órgãos governamentais”. Acrescenta o documento que o governo da Bahia faz a construção de estradas de acesso independente à comunidade para aprimorar as políticas públicas. 

Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação.
Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação. - Foto divulgação

Porém a Marinha não prevê o uso compartilhado do rio. “Sobre esse ponto, é importante registrar que a barragem é fonte de água única e essencial ao funcionamento e existência de todas as organizações militares que se encontram na área da Base Naval de Aratu (BNA), constituindo o Complexo Naval de Aratu, onde trabalham 1.800 militares e civis”.

Providências

Também em nota à Agência Brasil, o Ministério da Igualdade Racial garante que “acompanha de perto e com preocupação a situação do quilombo Rio dos Macacos”. 

“Nossa equipe já realizou atendimentos à população e está organizando uma missão interministerial ao local para executar escuta qualificada e ampla da situação de violações e vulnerabilidades por qual a comunidade quilombola está passando”

Direitos

Em caso de escuta qualificada, os servidores públicos poderão ouvir histórias variadas, como a de Franciele dos Santos Silva, de 23 anos, filha de Rose Meire. A mãe pede que nem ela nem as outras três irmãs apareçam em fotografias. Tem medo de represálias.  Ela é a primeira da comunidade a chegar a uma faculdade. Conseguiu ingressar no curso de direito da Universidade Federal da Bahia. Para ir todos os dias às aulas, sai da comunidade às 16h e chega perto das 19h no campus. Mas o esforço é com alegria. 

“Eu resolvi, na verdade, estudar direito porque venho de uma comunidade quilombola que não tem nenhum tipo de política pública. Já sofreu diversas violências e ameaças. A Marinha invadiu nossas terras há mais de 50 anos e a partir daí, a gente vem sofrendo inúmeras violações de direitos”. 

Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação.
Bahia. Comunidade Quilombola Rio dos Macacos/ Foto Divulgação. - Foto divulgação

O que a inspirou também foi o fato de ter perdido anos letivos no ensino fundamental porque não conseguia chegar à escola por falta de transporte. “Entrei na faculdade em 2019 para cursar ciência e tecnologia. Depois, fiz o Exame Nacional do Ensino Médio novamente e entrei em direito”. O exemplo de Franciele fez com que outros jovens também sonhassem com o ensino superior. “Agora temos o total de oito pessoas da comunidade na universidade pública”.

Ela lamenta, entretanto, que precisa passar por dentro da Vila Naval e tem até o acesso negado. “A gente não tem iluminação pública, nem água encanada, nem esgotamento sanitário”. Toda vez que pensa em desistir, em função de estudar no período noturno, lembra da força da mãe. 

“Uma mulher de força, luta e inspiração. Agora a gente espera que esse esforço dela não tenha sido em vão. Foi um pedido de socorro a carta que ela entregou nas mãos do presidente. Eu e ela sentamos e a gente escreveu essa carta na madrugada daquele dia”.

A Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais (AATR) trabalha em apoio às necessidades da comunidade quilombola Rio dos Macacos. Assessores jurídicos da entidade ouvidos pela reportagem entendem que o Ministério Público tem apoiado as ações para que o Estado Brasileiro cumpra o dever de cuidar daquelas pessoas. Mas explicam que há um longo caminho para a garantia desses direitos diante de tanta desassistência.

Problemas, inclusive, que são antigos, e que datam da década de 60. Violações contra a comunidade foram registradas pelo documentarista baiano Josias Pires Neto. Mesmo assim, a Marinha nega que haja registro de violência. O primeiro filme foi um curta, Quilombo Rio do Macaco, lançado em 2011.

Depois, veio o longa Quilombo Rio dos Macacos (lançado em 2017).

 

Os trabalhos têm direitos abertos de exibição. “Os filmes foram importantes para mostrar que existiam quilombolas com mais de 90 de idade e que não era invasores. Eles já estavam ali”.

O documentarista explica que, desde a construção da Vila Naval, onde iriam morar os militares que serviriam naquela organização militar, os quilombolas trabalharam nas casas dos militares.

Depois os conflitos foram crescendo com histórias de humilhação e violência, segundo o documentarista. Conforme testemunha o cineasta, as situações ficam rígidas ou flexíveis a depender do comandante que serve na base. Ele entende que dar visibilidade à comunidade ajudou para que os quilombolas não fossem expulsos do local, como se fossem invasores. "Um acordo judicial foi viabilizado".

“É uma comunidade muito frágil e sem acesso a direitos humanos básicos e fundamentais. A luta continua para que eles possam ter pelo menos o uso compartilhado da represa porque é uma área em que eles pescam”.

Quase 10 anos depois do último filme, as imagens ainda são difíceis, mas também são de luta, de madrugadas em claro e de uma carta com pedido de esperança. (Por Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Graça Adjuto




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Juarez do Petrape sofre AVC hemorrágico e encontra-se internado em um hospital de Petrolina

 

Juarez do Petrape/Foto: divulgação


Juarez Marques da Silva, mais conhecido em Petrolina por Juarez do Petrape, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico neste sábado (20).


O que se sabe até o momento é que Juarez encontra-se internado em um hospital de Petrolina, e segundo informações o mesmo precisou ser intubado.

A qualquer momento traremos maiores informações sobre o amigo Juarez.



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Lula faz discurso histórico pela paz mundial em Hiroshima

"Dividir o mundo entre Leste e Oeste ou Norte e Sul seria tão anacrônico quanto inócuo", disse o presidente Lula

Lula em Hiroshima (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva proferiu um discurso histórico em Hiroshima, neste domingo, cujos principais pontos abordados foram a reflexão sobre as consequências catastróficas de todos os tipos de conflito, com Hiroshima sendo um cenário propício para essa reflexão, a urgência e necessidade de refletir sobre o risco atual de uma guerra nuclear, que está no nível mais alto desde a Guerra Fria, a constatação de que os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não funcionam como antigamente, a visão de que as armas nucleares não são fonte de segurança, o engajamento ativo do Brasil nas negociações do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, o repúdio veemente ao uso da força, a necessidade de falar da paz e basear soluções duradouras no diálogo, a crítica ao Conselho de Segurança que está paralisado, o destaque para a posição pacífica do Brasil em relação aos seus vizinhos há mais de 150 anos, o reconhecimento da emergência de uma ordem multipolar e a rejeição da ideia de reeditar a Guerra Fria e de dividir o mundo entre Leste/Oeste ou Norte/Sul. Confira a íntegra:

Hiroshima é o cenário propício para uma reflexão sobre as catastróficas consequências de todos os tipos de conflito. Essa reflexão é urgente e necessária. Hoje, o risco de uma guerra nuclear está no nível mais alto desde o auge da Guerra Fria.

Em 1945, a ONU foi fundada para evitar uma nova Guerra Mundial. Mas os mecanismos multilaterais de prevenção e resolução de conflitos já não funcionam.

O mundo já não é o mesmo. Guerras nos moldes tradicionais continuam eclodindo, e vemos retrocessos preocupantes no regime de não-proliferação nuclear, que necessariamente terá que incluir a dimensão do desarmamento.

As armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio em massa que nega nossa humanidade e ameaça a continuidade da vida na Terra.

Enquanto existirem armas nucleares, sempre haverá a possibilidade de seu uso.

Foi por essa razão que o Brasil se engajou ativamente nas negociações do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares, que esperamos poder ratificar em breve.

Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia.

Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares.

Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz. Nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo. Precisamos trabalhar para criar o espaço para negociações.

Também não podemos perder de vista que os desafios à paz e à segurança que atualmente afligem o mundo vão muito além da Europa.

Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz. Esses conflitos deveriam receber o mesmo grau de mobilização internacional.

No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. O flagelo a que está submetido o povo haitiano é consequência de décadas de indiferença quanto às reais necessidades do país. Há anos o Brasil vem dizendo que o problema do Haiti não é só de segurança, mas, sobretudo, de desenvolvimento.

O hiato entre esses desafios e a governança global que temos continua crescendo. A falta de reforma do Conselho de Segurança é o componente incontornável do problema.

O Conselho encontra-se mais paralisado do que nunca. Membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras não autorizadas pelo órgão, seja em busca de expansão territorial, seja em busca de mudança de regime.

Mesmo sem conseguir prevenir ou resolver conflitos através do órgão, alguns países insistem em ampliar a agenda do Conselho cada vez mais, trazendo novos temas que deveriam ser tratados em outros espaços do sistema ONU.

O resultado é que hoje temos um Conselho que não dá conta nem dos problemas antigos, nem dos atuais, muito menos dos futuros.

O Brasil vive em paz com seus vizinhos há mais de 150 anos. Fizemos da América Latina uma região sem armas nucleares. Também nos orgulhamos de ter construído, junto com vizinhos africanos, uma zona de paz e não proliferação nuclear no Atlântico Sul.

Testemunhamos a emergência de uma ordem multipolar que, se for bem recebida e cultivada, pode beneficiar a todos.

A multipolaridade que o Brasil almeja é baseada na primazia do direito internacional e na promoção do multilateralismo.

Reeditar a Guerra Fria seria uma insensatez.

Dividir o mundo entre Leste e Oeste ou Norte e Sul seria tão anacrônico quanto inócuo.

É preciso romper com a lógica de alianças excludentes e de falsos conflitos entre civilizações.

É inadiável reforçar a ideia de que a cooperação, que respeite as diferenças, é o caminho correto a seguir. - 247.

Muito obrigado.


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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

  Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...