domingo, 9 de abril de 2023

Lula defende atuação conjunta de governos para evitar novas tragédias

 

No Maranhão, 7,5 mil famílias estão desabrigadas devido às chuvas

Twitter/Governador do Maranhão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso “tentar convencer” moradores de regiões atingidas por enchentes de que não é possível construir novas casas nos mesmos locais. Neste domingo (9), Lula sobrevoou áreas inundadas na região de Trizidela do Vale e Pedreira e visitou um abrigo em Bacabal, municípios do Maranhão que são afetados por chuvas intensas.

“Está aqui o ministro das Cidades [Jader Filho] me ouvindo. Nos projetos de construção de novas casas precisamos convencer as pessoas que não é possível construir uma casa no lugar que a gente sabe que vai dar enchente”, disse Lula, em coletiva de imprensa ao lado de ministros e do governador do Maranhão, Carlos Brandão, no Aeroporto Regional de Bacabal.

A visita também foi acompanhada do ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; e do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta; além de parlamentares maranhenses e prefeitos de cidades atingidas.

“Em 2009 eu vim aqui em Bacabal numa cheia, a Roseana [Sarney] era governadora e eu estive aqui no mesmo rio, na mesma enchente. É uma demonstração de que quando moramos perto do rio não tem jeito não, vai sofrer enchente quando a chuva for demais”, completou o presidente.

Lula viaja para a China na próxima terça-feira (11), mas disse que não poderia ir para outro país, sem visitar os estados que estão sofrendo com as enchentes. Ele citou também o Ceará, onde 19 municípios decretaram situação de emergência e um decretou calamidade pública.

“Vim para fazer aquela visita de conforto às pessoas que estão passando necessidade. Eu já morei em bairros que enchiam d’água e não era pouco. E a gente ficava disputando espaço com barata e rato e a chuva ia embora e tinha que ficar tirando lama com sanguessuga pegando nas canelas. Eu sei o que esse povo passa, deixar suas casas, seus móveis, às vezes não tem tempo de tirar, perde tudo o que tem, perdem geladeira, fogão, cama, colchão”, lamentou Lula.

No Maranhão, mais de 7,5 mil famílias estão desabrigadas e 35 mil afetadas pelas inundações nos 64 municípios do estado em situação de emergência. Desse total, o governo federal fez a homologação de 53.

Com o reconhecimento da situação de emergência ou de calamidade pública, que é um caso mais grave, os municípios afetados podem receber verbas federais por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Na semana passada, um decreto de emergência do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, repassou o valor de R$ 3,8 milhões para ajuda aos municípios. Até o momento, o Governo Federal aprovou mais de R$ 12 milhões para auxílio. Lula comentou que todo auxílio tem ajudado às famílias.

"As pessoas pedem colchão, as pessoas pedem botijão de gás, as pessoas pedem qualquer coisa para dar um certo conforto, coisa que o governo pode fazer. Essa junção entre o governo federal, governo estadual e os governos municipais é obrigatória", disse o presidente.

Por causa das chuvas, a prefeitura de Trizidela antecipou as férias dos estudantes de julho para abril, já que cinco escolas estão alagadas e outras sete servem de abrigo. De acordo com a prefeitura de Bacabal, as famílias da região começam a ser afetadas quando o rio Mearim, que corta a região, ultrapassa o nível de 6 metros acima do normal. Nesse final de semana, o rio ultrapassou 8,3 metros acima do nível normal.

A cidade maranhense de Buriticupu também decretou estado de calamidade pública. A 395 quilômetros de São Luís e com cerca de 72 mil habitantes, o município é assolado por voçorocas, fenômeno geológico que cria crateras gigantes. Segundo as autoridades maranhenses, algumas fendas chegam a medir 600 metros de extensão e 70 de profundidade.

O governo federal ainda trabalha, junto com as equipes de defesa civil, na ajuda humanitária às famílias, com distribuição de água, cestas básicas, colchões e material de higiene.

Desde março, seis mortes foram registradas por causa das fortes chuvas e comunidades inteiras estão isoladas. Em todo o estado, nove rios, além de riachos e açudes, transbordaram.

Lula afirmou ainda que é obrigação dos governantes atuarem em conjunto nessas situações. “Não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, entre governadores e entre presidente da República", disse, e concluiu "é obrigação moral, política e ética cuidarmos dessa gente que sofre e que precisa de nós”.

Alerta

Bombeiros e Defesa Civil também percorreram comunidades ao longo do Rio Itapecuru, que corta o Estado, para alertar os moradores da região. É que o nível do rio subiu em várias cidades, atingindo a cota de inundação desde o início do mês, como é o caso de Itapecuru Mirim, Cantanhede e Codó. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o nível das águas na cidade de Itapecuru Mirim ultrapassou os 15 metros acima do nível normal na semana passada. (Por Andreia Verdélio e Gabriel Corrêa - Repórteres da Agência Brasil - Brasília e São Luís).

Edição: Aline Leal



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Ceará: barragens particulares de pequeno e médio portes preocupam

 

Defesa Civil do estado diz que empreendimentos carecem de manutenção


Defesa Civil do Ceará


Casos em que o rompimento de barragens provocam impactos significativos a populações de cidades como as cearenses Piquet Carneiro, em que moradores tiveram que ser evacuados do centro, na semana passada; e Farias Brito, que teve comércios, ruas e escolas alagadas, preocupam as autoridades.

Segundo o capitão Teixeira, da Defesa Civil do Ceará, o que mais exige atenção, atualmente, são as barragens de pequeno e médio portes e que são propriedade particular.

"Como a construção de barragens de pequeno e médio porte é uma prática cultural em nosso estado, há uma preocupação, nesse momento, com esse tipo de empreendimento. Vale salientar que a preocupação é com barragens particulares, que muitas vezes carecem de manutenção", disse Teixeira à Agência Brasil.

Algumas prefeituras, destacou o capitão, já têm realizado ações para reduzir as probabilidades de haver desastres dessa natureza. "Em relação a Piquet Carneiro, o próprio município já vem trabalhando em algumas barragens", disse o capitão, acrescentando que, na última segunda-feira (3), quando uma barragem cedeu e forçou a saída de pessoas da região central, uma equipe da Defesa Civil foi até a cidade para avaliar os riscos da estrutura. (Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil - São Paulo).

Edição: Denise Griesinger



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Lula presta solidariedade a vítimas de chuvas no Maranhão: “governo não faltará em nenhuma hipótese”

Mais de R$ 8,5 milhões foram enviados pelo Governo Federal ao estado e a municípios do Maranhão neste ano para auxílio direto a vítimas de enchentes

Bacabal (MA), 09.04.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do governador do Maranhão, Carlos Brandão, visita áreas atingidas pelas fortes chuvas que castigaram mais de 60 cidades no Maranhão (Foto: Gabriel Correa/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve neste domingo (9) nas regiões de Trizidela do Vale e Pedreiras, no Maranhão, atingidas por fortes chuvas e enchentes nas últimas semanas. Desde o início do ano, 64 municípios do estado decretaram situação de emergência, 53 delas já reconhecidas pelo Governo Federal. De acordo com estimativas do governo do Maranhão, há um total de 7,5 mil famílias desabrigadas e 35 mil famílias desalojadas levando em conta os 64 municípios afligidos.

"Quero dizer ao povo do Maranhão que o Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese às necessidades de cuidar do povo desse estado, sobretudo das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas”, afirmou o presidente Lula.

O presidente ouviu de moradores, prefeitos da região e autoridades locais as principais demandas de auxílio humanitário. “Eu sei o que esse povo passa: deixar sua casa, deixar seus móveis, às vezes não tem tempo de tirar nada, perde tudo o que tem. Perde geladeira, perde fogão, perde cama, perde colchão”, ressaltou Lula. “Vim aqui para fazer aquela visita de conforto às pessoas. É importante vocês saberem que já morei em bairros que enchiam d'água e não era pouca não”, completou o presidente.

Segundo levantamento do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, mais de R$ 8,5 milhões foram enviados pelo Governo Federal ao estado e a municípios do Maranhão neste ano para auxílio direto a vítimas de enchentes e alagamentos.

“Num primeiro instante trabalhamos nos planos de ajuda humanitária. São colchões, água, alimentação, cestas básicas, material de higiene pessoal”, listou o ministro Waldez Góes. Paralelamente, há o trabalho de reconstrução e recuperação de estruturas danificadas. No país como um todo, foram aplicados mais de R$ 305 milhões via Defesa Civil até o fim de março para atender emergencialmente a 4,8 milhões de pessoas de todas as regiões.

Para o presidente Lula, um dos diferenciais da atual gestão é ter retomado o pacto federativo e a disposição de atuar em parceria com estados e municípios. “Queremos mostrar que não é possível esse país dar certo se não tiver uma combinação entre prefeitos, governadores e o presidente da República”, comentou Lula.

 “Quero dizer ao povo do Maranhão que o Governo Federal não faltará em nenhuma hipótese às necessidades de cuidar do povo desse estado, sobretudo das pessoas que estão ficando em situação muito desconfortável como as que estão com as casas alagadas”, disse o presidente.

Segundo o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o estado tem encontrado a parceria necessária com o Governo Federal para atuar diante da emergência humanitária. “As nossas palavras são de gratidão. Não tem faltado apoio no que diz respeito a alimentação, colchões, água, cestas básicas. Fico feliz também por sua sensibilidade, presidente, de deixar sua casa num domingo de Páscoa para olhar no olho e trazer solidariedade a essas pessoas”, disse.

Além das ações de Defesa Civil, o suporte a desastres naturais no Maranhão conta com iniciativas do Ministério da Saúde, por meio da Vigilância em Desastres Nacional. Já foram entregues ao estado três kits para primeiros socorros. Cada kit atende 500 pessoas por um período de três meses ou 1.500 pessoas por mês. Na composição dos kits, 32 medicamentos, entre eles antibióticos (importantes para conter surtos de leptospirose) e 16 insumos. 247- (*Com informações da Secom).


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A análise dos cientistas políticos dos primeiros 100 dias do Governo Raquel Lyra

 

Governadora completa marco temporal da gestão na próxima segunda-feira (10)


Raquel Lyra (PSDB) - Foto: Divulgação

Uma das dificuldades do governo Raquel Lyra (PSDB) nestes primeiros cem dias de gestão dizem respeito à consolidação de uma base aliada forte. “De certa forma, acontece com Raquel alguma coisa parecida, guardando as devidas proporções, com o que está acontecendo com o governo federal: ela montou uma coalizão de partidos para poder ter uma tranquilidade de quitar o seguro para poder gerir”, lembrou o doutor em Ciência Política Elton Gomes. Costuras no legislativo Para ele, a formação das comissões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) é uma prova inequívoca que ela não tem ainda uma aliança consolidada com os partidos.

Na costura, os principais colegiados ficaram com deputados aliados, mas o PSB, principal partido de oposição, acabou ganhando o comando de 5 comissões. “Mas muito dificilmente um governador fica sem maioria na Assembleia. O governo sempre tem cargos, os incentivos oferecidos para que os parlamentares estejam com ele”, afirmou. Raquel, segundo Gomes, elegeu três áreas de concentração, mas, até o momento, não se viu um ato de gestão mais robusta, que aponte um norte.

“Naquilo que depende dela, que são os atos do próprio Executivo, tenta mostrar proatividade, dando prioridade à saúde, à educação e à segurança pública, mas nada disso vai poder ser feito somente por decreto”, disse.

Ajuste na máquina

Já para o cientista político e professor Antônio Henrique Lucena não é novidade para Raquel Lyra saber como funciona a máquina administrativa, levando-se em conta a experiência dela como prefeita de Caruaru. A governadora, no entanto, com a assinatura do primeiro decreto, em janeiro, o das exonerações de todos os cargos comissionados da máquina pública, optou por uma decisão que, “do ponto de vista político pode até ter acertado, mas do ponto de vista administrativo foi relativamente amadora”. De acordo com Lucena, para não paralisar funções importantes, teria sido mais inteligente que Raquel fizesse isso por órgão, observando as prioridades.

“Mas ela optou por exonerar muita gente de uma vez só e em grande medida isso impactou a forma como as coisas avançaram”, afirmou. Alianças tardias A demora para preencher cargos do segundo escalação também é outra crítica de Lucena. Ele exemplificou com a nomeação do diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran), Carlos Fernando Ferreira, e do diretor-geral do mesmo órgão, André Trajano de Oliveira, indicados pelo PL. A aliança e as costuras só foram feitas em meados de março. Para ele, decisões demoradas como essas impedem o governo de avançar.

“Isso gera dificuldades no governo de alçar voo de cruzeiro. Está na decolagem, mas parece que o avião está apresentando problema no motor e ainda não conseguiu atingir sua velocidade de cruzeiro.  Acho que vai levar um pouquinho de tempo ainda para o governo se estabelecer”, adiantou.

A homologação do acordo de gestão compartilhada do arquipélago de Fernando de Noronha é vista como um ponto positivo por Lucena. “Evitou uma judicialização que poderia ser muito penosa para o estado e gerar perda do controle da ilha. Seria muito ruim para Pernambuco”, explicou.


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Operação Escola Segura: Justiça pede exclusão de 270 contas do Twitter

Perfis divulgam hashtags relacionadas a ataques em colégios


O trabalho foi realizado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública. - Foto: Dado Ruivic/Reuters


O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) solicitou a exclusão de 270 contas do Twitter que veiculavam hashtags relacionadas a ataques contra escolas de todo o país. A informação foi divulgada neste domingo (9) pela pasta. Hashtags são palavras-chave ou termos associados a uma informação ou discussão que se deseja indexar de forma explícita em aplicativos, como Twitter e Facebook, antecedidos pelo símbolo cerquilha (#).

Segundo informou o ministério, por meio de sua assessoria de imprensa, tanto conteúdos como autores estão sob investigação. Foram cumpridos também mandados de busca, resultando na apreensão de sete armas. Um suspeito foi preso. Foi solicitada ainda que a plataforma Tik Tok retire do ar duas contas que estavam transmitindo conteúdo que incitava medo nas famílias. O trabalho foi realizado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Escola segura

Os participantes da Operação Escola Segura identificaram mais de 80 perfis que tiveram seus links removidos, face à violação de política da plataforma. O conteúdo desses links foi preservado a pedido do Ministério da Justiça para que seja possível avançar nas investigações. Foram realizadas diversas ações preventivas e repressivas contra ataques nas escolas em todo o Brasil, entre as quais a busca por perfis nas redes sociais com postagens relacionadas a crimes contra a vida e discursos de ódio.

Delegacias de crimes cibernéticos das principais regiões brasileiras também monitoraram ameaças na internet relacionadas a possíveis ataques. Os dados estão sendo analisados pela equipe do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do ministério, que se dedicará exclusivamente a esse trabalho nos próximos dias, em regime de plantão 24 horas. Qualquer cidadão poderá denunciar ameaças ligadas à segurança de escolas e alunos no site do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O canal exclusivo para receber informações de casos suspeitos de ataques a instituições de ensino foi criado pelo ministério, em parceria com a SaferNet Brasil. Essa associação civil de direito privado atua na promoção dos direitos humanos na internet e, desde 2006, oferece uma plataforma online para denúncias de conteúdo ilegal ou prejudicial na rede. A organização atua como um canal direto entre os usuários da internet e as autoridades, oferecendo um ambiente seguro e confidencial para o envio das denúncias.

Nas ações que integram a Operação Escola Segura, organizada pelo MJSP em parceria com os estados, trabalham de forma integrada 51 chefes de delegacias de investigação e 89 chefes de agências de inteligência de Segurança Pública (Polícias Civis e Polícia Militar). A operação vai vigorar por tempo indeterminado, de forma contínua e durante vinte e quatro horas por dia, reunindo centenas de profissionais.

Levantamento

Desde o recente caso de ataque ocorrido na última quarta-feira (5), em escola de Blumenau (SC), em que quatro crianças morreram e, pelo menos, mais cinco ficaram feridas, o Laboratório de Operações Cibernéticas do MJSP tem apoiado o Grupo de Trabalho Interministerial no levantamento de informações sobre possíveis ameaças às escolas, por meio de monitoramento em redes sociais. Representantes da área participaram da primeira reunião do GT realizada na quinta-feira (6), no Ministério da Educação (MEC).

O Ciberlab atua em diversas frentes para combater os crimes virtuais. Para isso, o laboratório conta com uma equipe especializada em tecnologia da informação, que utiliza técnicas avançadas de investigação para rastrear a origem de crimes virtuais e identificar os responsáveis. A partir dos crescentes casos de violência em centros de ensino do Brasil, o Ciberlab também tem atuado em ações preventivas de ataque às escolas e creches brasileiras, produzindo relatórios que são encaminhados às polícias estaduais de todo o país. (Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro).

Edição: Denise Griesinger



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