sexta-feira, 14 de julho de 2023

Estudantes fazem ato no Banco Central pela queda na taxa de juros

 

Atualmente, Selic está em 13,75% ao ano

Wilsom Dias/Agência

Milhares de participantes do 59ª Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE) protestaram, nesta sexta-feira (14), em frente ao prédio do Banco Central (BC), em Brasília, pedindo a queda da taxa básica de juros, a Selic.

No dia 21 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.

A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017. A UNE tem sido uma das entidades com atuação nacional mais crítica à política de juros do BC e tem participado de forma recorrente de atos pela queda na taxa. Os juros causam impacto no valor das mensalidades e em programas como Prouni e o Fies, que concedem bolsa e financiamento para acesso ao ensino superior.

Brasília (DF), 14/07/2023 - Participantes do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), fazem ato público denominado Menos Juros, Mais Educação, próximo ao Banco Central, em Brasília .Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Participantes do 59º Congresso da UNE promovem ato público denominado Menos Juros, Mais Educação - Wilson Dias/Agência Brasil

Na noite desta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um ato no congresso da UNE. Na ocasião, ele prometeu ampliar o número de universidades e escolas técnicas. A última vez em que um presidente da República compareceu ao evento foi em 2009, quando o próprio Lula, durante seu segundo mandato, esteve no encontro estudantil.

O Congresso da UNE, ou Conune, como costuma ser chamado, é considerado o maior encontro de estudantes da América Latina e reúne cerca de 10 mil participantes até o próximo domingo (16) na capital federal. - (Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Juliana Andrade


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Programa de passagens a R$ 200 começará por aposentados, informa governo

A estimativa do governo é que 1,5 milhão de passagens sejam ofertadas por mês quando o Voa Brasil começar incluir todas as pessoas que atendam a regras do programa

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (de azul, no círculo), e aviões de companhias áereas (Foto: Valter Campanato - Agência Brasil / Ricardo Stuckert - PR / Reuters)


O Ministério dos Portos e Aeroportos, comandado por Marcio França (PSB), informou que o programa Voa Brasil, de venda de passagens aéreas por até R$ 200, começará por aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O sistema de descontos terá início em agosto. Cada passageiro poderá comprar no máximo quatro bilhetes pelo valor de até R$ 200. Haverá um sistema de verificação por CPF (Cadastro de Pessoa Física). A estimativa é que 1,5 milhão de passagens sejam ofertadas por mês quando o Voa Brasil começar incluir todas as pessoas que atendam a regras do programa. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, quando o Voa Brasil estiver funcionando totalmente, o único requisito para ter acesso será que o usuário não tenha voado pelo programa nos últimos 12 meses. 

De acordo com o titular da pasta, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também negocia com aeroportos a criação de um sistema de cashback válido para taxas de embarque. Outras taxas como as de pouso e de conexão não entrariam nessa modalidade em que é feita a devolução do valor pago em forma de créditos. As três principais companhias aéreas brasileiras (Latam, Gol e Azul) aceitaram participar do programa de descontos de passagens, segundo França.

"Apesar de não podermos forçar os aeroportos a fornecerem esse tipo de incentivo para os passageiros, estamos ressaltando que esse dinheiro da taxa [de embarque] hoje não entra nem no aeroporto", disse França. "Nossa sugestão para as companhias é que a implantação seja gradual, começando primeiro com a reserva de 5% da ociosidade de 20%. Se der tudo certo, vamos para a segunda etapa. Então, nós vamos ter que nos preparar aqui também nos aeroportos para receber as pessoas que nunca voaram ou entraram em um aeroporto."

O ministro sugeriu que pretende fazer negociações para uma mudança no modelo de negócio das companhias aéreas, que, segundo ele, aumentam o custo de viagem com tarifas, e impedem que novos usuários tenham acesso à modalidade. "Hoje a passagem representa 40% do preço da passagem e nós somos grandes produtores de combustível, então, esses esforços [para reduzir o preço das passagens] agora são uma questão de convencimento político; nós temos que convencer a Petrobras, o governo, o Congresso, todo mundo que a aviação não é para ser uma coisa elitizada". - 247.


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Idealizar masculinidade afeta toda a sociedade, apontam especialistas

 

Seminário em Brasília discutiu efeitos do machismo sobre a saúde

Julia Prado/MS


Jeremias* é um homem negro, de meia-idade. Convencido de que buscar ajuda seria uma demonstração de fraqueza incompatível com o ideal de masculinidade que concebeu a partir do que lhe foi ensinado ao longo da vida, ele só foi bater às portas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Distrito Federal quando, desempregado e vendo as dificuldades se avolumando, admitiu para si mesmo que o sofrimento psíquico que enfrentava tinha se tornado persistente e severo.

Já em tratamento, Jeremias foi entrevistado pelo psicólogo Fernando Pessoa, que fazia sua pesquisa de doutorado entre homens usuários do serviço de saúde mental de Brasília. Pessoa buscava compreender como o machismo interfere na vida dos homens e na saúde de suas respectivas famílias. Durante uma conversa com Jeremias, o psicólogo percebeu que sua suspeita tinha fundamento: para muitos homens apegados ao modelo hegemônico de masculinidade, o próprio adoecimento é vivenciado como um fracasso pessoal e um fator de enfraquecimento de suas identidades.

“Vários usuários dos CAPs que entrevistei se sentiam à margem deste modelo. O Jeremias, por exemplo, disse: 'Estou desse jeito porque não sou homem. E não sou homem porque estou deixando faltar coisas. Minha esposa falou: 'Jeremias, não tenho mais fraldas para os meus filhos'. O que eu faço? Aqui [no CAPs], eu [Jeremias] vejo muito cara batalhador que se sente menos porque não consegue bancar a família; não consegue ser aquilo que esperavam que a gente fosse. E aí a gente começa a se perder'”, relembrou Pessoa, reproduzindo a declaração de Jeremias que registrou na sua dissertação.

O psicólogo contou o caso nesta sexta-feira (14), durante um seminário que o Ministério da Saúde realizou para promover o debate acerca dos efeitos do machismo sobre a saúde da população em geral. Voltado principalmente para gestores públicos e profissionais de saúde, o evento também abordou as formas como as políticas públicas podem promover maneiras mais saudáveis de as pessoas vivenciarem as diversas manifestações de masculinidade e feminilidade.

Atualmente trabalhando na Coordenação de Atenção à Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, Pessoa lembrou que as pesquisas acadêmicas e a prática profissional são unânimes ao apontar os malefícios da falsa ideia de que homens devem ser viris, competitivos, provedores e aspirar a uma relativa invulnerabilidade.

“Conforme demonstram as evidências científicas, os homens que adotam os padrões tradicionais de masculinidade têm mais transtornos mentais, buscam menos os serviços de saúde, têm maiores taxas de suicídio, se envolvem mais em situações de violência – especialmente de violência autoprovocada [autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios]. Eles também fazem mais uso prejudicial de álcool e apresentam maior resistência ao uso de preservativos. Consequentemente, apresentam maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis. E também vão ter menor adesão a programas de imunização”, elencou o psicólogo.

A própria Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, em vigor desde 2009, corrobora a opinião de Pessoa ao estabelecer a necessidade de o Poder Público “promover a mudança de paradigmas no que concerne à percepção da população masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde de sua família”.

Além disso, há anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) vêm apontando a necessidade de as sociedades discutirem a masculinidade, já que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “expectativas sociais em relação aos homens — de serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes e evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda — estão contribuindo para maiores taxas de suicídio, homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis”.

Professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), Márcia Thereza Couto destacou que a construção de políticas públicas deve levar em conta a possibilidade de influenciar na construção de modelos de masculinidades que tragam benefícios para a saúde e bem-estar não só dos homens, mas também de mulheres e crianças.

"Aqui [no Ministério da Saúde] é um espaço de gestão muito forte, muito precioso para isso. E já temos, no Brasil e na América Latina, uma produção de pelo menos duas décadas sobre a complexidade do debate em torno do paradoxo dos homens que não se responsabilizam por sua saúde, não procurando ajuda, e que são os que mais morrem por causas evitáveis."

Coordenador de Atenção à Saúde do Homem, do Ministério da Saúde, Celmário Brandão garantiu que a pasta está empenhada em “problematizar a condição destes homens e das masculinidades apreendidas pela sociedade, bem como os reflexos da questão para o campo das políticas sociais”. Já a coordenadora-geral de Articulação do Cuidado Integral do ministério, a também psicóloga Grace Fátima de Souza Rosa, destacou, ao abrir o seminário, que “olharmos para as diversas expressões das masculinidades na nossa sociedade é uma forma de cuidarmos da saúde do homem e, através dele, da saúde de toda a sociedade”. - (Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

A íntegra do vídeo do seminário está disponível no canal do DataSUS no YouTube.

*Nome fictício

Edição: Juliana Andrade



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