segunda-feira, 17 de julho de 2023

Renegociação de dívidas da Faixa 2 do Desenrola Brasil começa hoje

 

Trinta milhões de pessoas serão beneficiadas nesta etapa

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central a realizar operações de crédito começam a oferecer, nesta segunda-feira (17), a renegociação de dívidas para a Faixa 2 do Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes (Desenrola Brasil). Segundo o Ministério da Fazenda, cerca de 30 milhões de brasileiros podem se beneficiar nesta etapa.

A Faixa 2 do programa abrange a população com renda de dois salários mínimos - R$ 2.640 até R$ 20 mil por mês. As dívidas podem ser quitadas nos canais indicados pelos agentes financeiros e poderão ser parceladas, em, no mínimo, 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

Nesta fase do programa também serão retirados do cadastro de devedores, os nomes de quem tem dívidas até R$ 100. Segundo o Ministério da Fazenda, com essa medida cerca de 1,5 milhão de pessoas deixarão de ter restrições e voltarão a poder ter acesso ao crédito.

Brasília (DF) - Programa desenrola Brasil Faixa 2
Arte: Agência Brasil
Arte Agência Brasil

Faixa 1

A habilitação de agentes financeiros para a Faixa 1 do Desenrola Brasil também já está disponível. Nesse caso, os agentes financeiros terão de fazer a solicitação na plataforma do Fundo Garantidor de Operações (FGO) Desenrola Brasil e devem cumprir os critérios negociais e tecnológicos previstos no Manual de Procedimentos Operacionais do FGO Desenrola Brasil.

É necessário informar os registros ativos dos inadimplentes no perfil da Faixa 1, e fornecer dados como o número de contrato, a data da negativação e da inserção no cadastro de inadimplência, além dos três dígitos iniciais do número do CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) do devedor.

As pessoas com dívidas até R$ 5 mil e que tenham renda de até dois salários mínimos, ou sejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), poderão participar do Desenrola Brasil na etapa que terá início em setembro.

Matéria alterada às 15h do dia 17/7, para correção de informação no terceiro parágrafo. As dívidas até R$ 100 não serão perdoadas. Apenas o nome de quem tem a dívida é que sai dos cadastros de devedores. (Por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Kleber Sampaio



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Técnica de tortura de fraturar dedo de presos é usada em cinco estados

 

Casos ocorrem no Ceará, Roraima, Amazonas, Pará e Rio Grande do Norte

Acervo da MNPCT


Uma técnica de tortura em que os dedos das mãos de pessoas encarceradas são fraturados já foi identificada em cinco estados pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Segundo o órgão, a prática foi encontrada a partir da atuação da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), ligada ao Ministério da Justiça. 

Coordenadora do MNPCT, a advogada Carolina Barreto Lemos revelou que o órgão começou a perceber a disseminação dessas ocorrências em locais de incursões realizadas pela FTIP, como Rio Grande do Norte e Ceará. Há registros, ainda, de presos com dedos quebrados em Roraima, Amazonas e Pará. 

“Por óbvio, isso é uma forma completamente ilícita, não é algo que possa se justificar a partir de nenhum viés, não há nenhuma justificativa legal, isso se configura muito claramente enquanto um crime. Um crime de tortura porque é uma forma de castigar, de impor um castigo ilegítimo, injustificado, para além do castigo que é a própria privação de liberdade”, avalia a advogada. Acrescenta que a prática de se fraturar dedos está completamente fora dos padrões de uso proporcional da força. 

Liderada por policiais penais federais, que coordenam os policiais penais mobilizados, a FTIP foi criada para ser empregada na resolução de crises, motins e rebeliões, no controle de distúrbios e no reestabelecimento da ordem e da disciplina nos sistemas prisionais. A força-tarefa foi empregada pela primeira vez no país em 2017, na Penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, diante de uma crise que resultou na morte de 26 presos. 

A advogada lembra da declaração de Mauro Albuquerque, apontado por ela como um dos mentores da técnica de quebrar dedos. Ele defendeu a ação durante audiência pública na Câmara Municipal de Natal (RN), em 12 de setembro de 2017, após denúncias de maus-tratos contra presidiários no estado, quando era secretário estadual de Justiça e da Cidadania, conforme consta em relatório produzido pelo MNPCT, em 2019. 

Albuquerque afirmou, durante a audiência, que “quando se bate nos dedos – falo isso não é porque não deixa marca nos dedos não... porque deixa marca – é para ele não ter mais força para pegar uma faca e empurrar num agente [policial], é para não ter mais força para jogar pedra”, aponta o relatório. 

A FTIC não só fazia as intervenções nos momentos específicos de crises, mas realizou também treinamento de policiais penais nos estados, o que levou a uma repetição das ocorrências para além da atuação da própria força, ressalta a coordenadora do Mecanismo. 

“E, com isso, dissemina-se as técnicas para além da sua atuação, a própria técnica de quebrar os dedos. Tanto é que, no fim do ano passado, em novembro, o órgão vai ao Rio Grande do Norte, que era o local que teve treinamento pela FTIP, apesar de a força não estar lá mais naquele momento, e identifica novamente [essa técnica] sendo usada”, relatou Lemos. 

Tortura

Segundo a coordenadora do MNPCT, o uso dessa forma de tortura ainda não foi superado, inclusive porque a força-tarefa continua existindo e atuando, no entanto, com outro nome.

“A equipe não deixou de existir, ela mudou de nome, atualmente está sendo chamada de Focopen, que é Força de Cooperação Penitenciária. Se não me engano, mas completamente ela continua atuando, e, até onde a gente saiba, partindo dos mesmos os parâmetros anteriores”, diz. 

A presidenta do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT) do Ceará, Marina Araújo, confirma que a ação de fraturar os dedos das pessoas no cárcere não se trata de ocorrência pontual no estado e que a prática de tortura nas unidades prisionais cearenses é um fato identificado há alguns anos como padrão sistemático. 

“Tanto quebra-dedos como posições de tortura são identificados, inclusive, como práticas que estão institucionalizadas, como sanções disciplinares que as pessoas internas hoje têm sido submetidas pela Administração Penitenciária a cumprir como procedimento disciplinar”, afirma. 

Em ofício enviado na última quinta-feira (6) ao governo do estado do Ceará, a CEPCT - junto a outras entidades contra a tortura - denuncia 33 casos de tortura no período de um ano (julho de 2022 a junho de 2023), recebidos pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. 

“O contexto de tortura foi identificado por diversos órgãos locais e familiares, tem sido denunciado exaustivamente, cotidianamente, e esse cenário já foi documentado e comprovado em diversos relatórios de órgãos inclusive nacionais. Como exemplo, a gente tem um relatório de 2019 do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura que identificou uma série de práticas de tortura e tratamento cruel dentro das unidades prisionais. Este mesmo cenário foi constatado pelo relatório de inspeções do Conselho Nacional de Justiça no ano de 2021”, revela Marina.  

As denúncias do ofício incluem ainda 26 mortes de internos nas unidades prisionais cearenses entre 2019 e 2021, com base em dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); e cinco suicídios de agentes penais cearenses somente no ano de 2021, conforme aponta o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado. 

Os dados do CNJ - que apontaram as 26 mortes no sistema prisional do estado - são divergentes do que foi divulgado pelo governo, o que demonstra problemas em relação à transparência, segundo Marina.

“Foram identificadas pela Secretaria de Segurança Pública somente quatro mortes no mesmo período analisado pelo CNJ. Então, tem um ponto que é sobre a transparência de dados e sobre acesso à informação de casos de tortura e de mortes nas unidades prisionais que precisa também ser pontuado”, alerta. 

Combate

A coordenadora do MNPCT, Carolina Lemos, salienta que técnicas de tortura de modo geral são muito disseminadas pelo Brasil e que estão estruturalmente presentes na atuação das forças dentro do sistema prisional.

“Elas se repetem, ainda que não tenha tido um intercâmbio direto entre os estados. Então, às vezes o que a gente vê em Minas Gerais vai ter algo parecido com o Amazonas ou Paraná, porque tem uma disseminação dessas técnicas históricas”, analisa. 

Em relação ao combate e prevenção de tortura no país, Carolina aponta que é necessário um controle externo para atingir o objetivo. “É fundamental um trabalho sistemático e qualificado de prevenção dessas práticas por meio da ação fiscalizatória, que é você fazer as visitas não anunciadas, chegar de surpresa nas unidades para ver o que está acontecendo de fato”, salienta. 

Além do controle por meio das Defensorias Públicas e dos Ministério Públicos, ela destaca a importância dos Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura estaduais, além do nacional, que tem a função exclusiva de fazer visitas regulares, produzir relatórios e recomendações para as autoridades. 

Segundo a advogada, a ideia dos mecanismos é que as visitas regulares a espaços de privação de liberdade contribuam para uma mudança na medida em que esses espaços que estão longe dos olhos do público vão ser sujeitos a um olhar externo regular. 

“A natureza preventiva se dá justamente com essa possibilidade de estar sempre sujeito a um olhar externo. É claro que o Brasil é um país de tamanhos continentais, então, mesmo um órgão nacional, ele sozinho não dá conta disso porque não consegue estar tão sistematicamente em 27 unidades da federação”, diz. Acrescenta que é fundamental também que os estados tenham seus mecanismos estaduais, que existem hoje em apenas seis unidades da federação. 

De acordo com essa medida, o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT) do Ceará tem trabalhado pela aprovação de projeto de lei sobre o tema, para criar um Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, um órgão autônomo com peritos especializados para garantir as visitas e a prevenção à tortura em unidades de privação de liberdade no estado. A minuta do projeto está desde 2018 nas mãos do Poder Executivo para que apresente à Assembleia Legislativa, informa o comitê. 

“Outro ponto também fundamental é destacar que somente a instalação de câmeras nos fardamentos de policiais penais não vai resolver o problema. A gente acredita que as condições de apuração e investigação, e também de reparação das vítimas e das suas famílias, bem como a responsabilização, são pontos principais para se garantir”, assegura a presidenta do comitê Marina Araújo. 

Para ela, é importante fortalecer as estruturas de órgãos de fiscalização da atividade policial como a controladoria geral de disciplina, a delegacia de assuntos internos, e essas estruturas precisam estar fortalecidas pelo Poder Executivo, preconiza. 

Governo estadual

A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará (SAP) informou, em nota, que considera as acusações infundadas e que “repudia a tentativa de ataque coordenado contra as políticas de ressocialização em larga escala da população privada de liberdade do Ceará”. Segundo a secretaria, o sistema recebe visitas regulares de instituições fiscalizadoras, como Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, além de entidades de controle social, e mantém uma Ouvidoria própria, vinculada à Ouvidoria do governo estadual. 

“O sistema prisional do Ceará virou um modelo de referência nacional em vários aspectos, com destaque para a ressocialização e a segurança física e emocional da sua população privada de liberdade. Entre os anos de 2009 até 2019, os presídios cearenses tiveram 210 presos assassinados. Desde que a SAP foi criada em 2019, esse número caiu para duas vidas perdidas de forma violenta, justamente nos primeiros meses de criação da pasta quando houve reação do crime perante a reorganização do sistema penitenciário cearense e assim permanece até hoje”, diz a nota. 

Segundo a SAP, o estado realizou, nos últimos quatro anos, em parceria com a Defensoria Pública do Ceará, mais de 125 mil revisões processuais entre os internos do sistema penitenciário do estado, o que contribuiu para a redução de 30 para 21 mil pessoas em regime fechado. A Secretaria da Administração Penitenciária  diz que foi a maior redução realizada no país.

Governo federal 

A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) informou que apura as denúncias de tortura recebidas por meio da Corregedoria-Geral, que tem como função principal apurar irregularidades, abusos ou conduta indevida por parte dos servidores, além de implementar as diretrizes para as ações de correição. 

“Sobre o procedimento aberto à época do recebimento das denúncias de tortura, restam ainda sem confirmação de tortura. Em relação aos servidores mobilizados (servidores estaduais), foram instaurados PACs - Procedimento de Apuração de Conduta, que coleta informações preliminares e o processo instruído é enviado ao estado para julgamento. Não havendo indícios de tortura”, disse a pasta em nota. 

Segundo a secretaria, em 2023, a FTIP passou por uma reformulação no seu escopo de atuação passando a ser denominada Força de Cooperação Penitenciária (Focopen). “O novo modelo reflete a necessidade de reforço aos entes federados em 4 eixos: a) Apoio à Gestão Prisional, b) Gerenciamento de Crises no ambiente prisional, c) Treinamento e Capacitação dos servidores, d) Atendimento e Classificação dos presos”, informou. 

A Senappen informou que realiza Ações de Escuta com objetivo de realizar diagnósticos situacionais e identificação de demandas, na perspectiva das pessoas privadas de liberdade e dos servidores da execução penal, a fim de qualificar os serviços penais. (Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo).

Ampliada às 11h para inclusão dos quatro últimos parágrafos. 

Edição: Kleber Sampaio



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Bolsonaristas que agrediram Moraes e sua família podem pegar até oito anos de cadeia

Especialistas apontaram as possíveis penas às quais os extremistas que agrediram o ministro em Roma estão submetidos

Alexandre de Moraes e seus agressores (Andreia Mantovani, AAlex Zanatta e Roberto Mantovani) (Foto: Reprodução | TSE)


Os agressores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), podem enfrentar graves consequências legais, podendo pegar até oito anos de prisão, de acordo com especialistas. Os ataques sofridos pelo ministro podem resultar em investigações por crimes contra a honra ou mesmo por tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, segundo reportagem de Paolla Serra, no jornal O Globo. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal podem considerar que a violência do grupo teve como objetivo coagi-lo ou constrangê-lo no exercício de sua função, aumentando assim a pena para até oito anos de reclusão.

Especialistas em Direito Penal ressaltam que a tipificação dos agressores dependerá da interpretação dos investigadores em relação aos fatos ocorridos no aeroporto internacional de Roma. No incidente, o empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, teriam proferido insultos graves contra o ministro, como "bandido, comunista e comprado". Embora inicialmente os ataques possam ser considerados crimes contra a honra, com pena de até seis meses de detenção, a gravidade da situação pode levar à caracterização de crimes contra o Estado Democrático de Direito, o que pode resultar em uma pena de até oito anos de prisão.

Decisões anteriores do STF apontam para a responsabilização daqueles que, por meio de violência ou grave ameaça, buscam impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais. Portanto, especialistas acreditam que, no caso em questão, os agressores podem ser enquadrados em crimes contra o Estado Democrático de Direito, já que a intenção específica de ofender, ameaçar e intimidar o ministro e, assim, afetar o funcionamento das instituições democráticas fica evidente.

É importante ressaltar que a insatisfação política não deve ser expressa através de agressões ou insultos. Segundo o princípio da extraterritorialidade, os brasileiros devem se comportar de acordo com as leis do país, mesmo estando no exterior. Nesse caso, devido às agressões físicas e aos insultos proferidos, os agressores podem responder por injúria, difamação e lesão corporal/vias de fato. Portanto, a liberdade de expressão não pode ser utilizada como justificativa para a prática de crimes. A responsabilização não deve se limitar apenas ao âmbito penal, mas também é necessário analisar os fatores motivacionais que levaram a esse comportamento, avançando em direção à compreensão das raízes que beiram a barbárie. Segundo muitos especialistas, o bolsonarismo é uma forma de fascismo e deve ser combatido. - 247.


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Moro pode ser derrotado já no TRE do Paraná para perder o mandato de senador

Parlamentar é acusado de abuso de poder econômico durante a campanha

Sergio Moro (gravata clara, no centro da foto) (Foto: Lula Marques - Agência Brasil)

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) está sob ameaça em seu próprio estado, o Paraná, onde enfrenta uma ação de investigação judicial eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022, segundo informa a jornalista Catia Seabra, na Folha de S. Paulo. Tanto adversários políticos como aliados do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça acreditam que há uma tendência desfavorável a Moro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado. O processo atual está em fase de produção de provas e, além das irregularidades na pré-campanha, Moro é acusado de exceder os limites de gastos eleitorais estabelecidos pela lei.

A substituição de membros do TRE e a nomeação de um novo relator para o caso contribuíram para a mudança de clima favorável que Moro desfrutava anteriormente. O novo relator, desembargador D' Artagnan Serpa Sá, é visto como alguém capaz de resistir à pressão de apoiadores de Moro. A entrada de outros integrantes no tribunal também trouxe incertezas quanto ao desfecho do processo. Enquanto aliados de Moro identificam possíveis apoiadores entre os membros do tribunal, a situação política do senador no Paraná é considerada isolada, já que ele enfrenta duras críticas ao Judiciário e sua figura é associada ao uso político da Operação Lava Jato.

Embora Moro possa encontrar um cenário mais favorável caso consiga pelo menos um empate nos votos do tribunal, levando a decisão para o presidente do TRE, Wellington Emanuel Coimbra de Moura, o desembargador teria aconselhado Moro a se preocupar mais com o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que terá a palavra final. Independentemente do resultado no Paraná, é provável que haja um recurso à corte superior. Até o momento, nenhum dos membros da corte citados quis se manifestar sobre o assunto. Enquanto a situação de Moro é avaliada, nos bastidores, políticos paranaenses já disputam a possibilidade de uma eleição suplementar para o Senado, caso ocorra a cassação do mandato, incluindo o atual secretário estadual Ricardo Barros e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann. - 247.


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A cada 4 horas uma mulher é vítima de violência no Brasil

 

Dados são da Rede de Observatórios da Segurança

Marcelo Camargo/Agência Brasil


A cada 4 horas uma mulher é vítima de violência no Brasil. Em 2022, foram mais de 2.400 casos registrados, sendo que quase 500 foram feminicídios, ou seja, a cada dia ao menos uma mulher morreu apenas por ser mulher. Os dados são da Rede de Observatórios da Segurança.

Formas de salvar as vidas e de acolher essas mulheres estão sendo debatidas nesta segunda-feira (17) e terça-feira (18) no 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira, em Brasília.

A Casa presta atendimento humanizado e integrado às mulheres vítimas de violência. São oferecidos, por exemplo, serviços de acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; acesso à Justiça, ao Ministério Público e à Defensoria Pública.

No encontro são trocadas experiências sobre o trabalho realizado na Casa da Mulher e também atualizadas as diretrizes e protocolos de atendimento.

“Para que não tenhamos cada local com uma casa isolada, sozinha, nós precisamos ter uma linha de atendimento, uma linha da qualidade, da efetividade do resultado, enquanto uma política nacional que vai dar conta de respaldar a vida das mulheres e garantir segurança no atendimento”, explicou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

“Estamos falando de mulheres indígenas, negras, de periferia, quilombolas e ribeirinhas que estão em todos os lugares onde a violência também está muito presente. Então é muito importante essa adequação, esse olhar especial para essa diversidade. Não podemos mais pensar em uma casa com atendimento de forma padronizada”, disse a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara sobre a importância do acolhimento diferenciado.

O governo federal anunciou em março a construção de 40 novas Casas da Mulher. Na Bahia, serão quatro, com investimento de R$ 47 milhões, nas cidades de Feira de Santana, Itabuna, Irecê e Salvador, com previsão de serem inauguradas em outubro.

Já na Paraíba, serão construídas outras duas, uma em João Pessoa e outra em Patos, com investimentos de R$ 30 milhões.

As sete unidades em funcionamento estão localizadas em Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, São Paulo, Boa Vista, São Luís e na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal. - (Por Renato Ribeiro – Repórter da Rádio Nacional - Brasília).

Edição: Fernando Fraga



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Lula defende regulamentação internacional das redes e repete Moraes: "o que é crime na vida real, deve ser crime no digital"

Durante reunião da Celac, presidente destacou que "é urgente regulamentarmos o uso das plataformas para combater ilícitos cibernéticos e a desinformação"

Lula e Alexandre de Moraes 18/4/23 (Foto: Ricardo Stuckert)

Durante reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) nesta segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo pela regulamentação internacional das redes e pelo combate à desinformação. Seguindo a linha de pensamento do ministro Alexandre de Moraes, Lula enfatizou que "o que é crime na vida real, deve ser crime no mundo digital".

Lula destacou as inúmeras oportunidades trazidas pela revolução digital, como a Internet das Coisas, a robótica e as redes sociais, que possibilitam a conexão e a produção de conteúdo. No entanto, ele também alertou para os desafios que exigem a coordenação entre países e regiões.

“A revolução digital traz inúmeras oportunidades, com as novas gerações de transmissão de dados, com a Internet das coisas, com a robótica, com as redes sociais.

Populações antes isoladas têm agora a oportunidade de se conectar, de produzir conteúdo, de oferecer e consumir serviços”, destacou o presidente. 

A urgência em regulamentar o uso das plataformas digitais para combater ilícitos cibernéticos e a desinformação também foi destacada pelo presidente. Ele enfatizou que os aplicativos e as plataformas não podem simplesmente ignorar as leis trabalhistas.  

“Aplicativos e plataformas não podem simplesmente abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos. A precarização do trabalho precisa ser revertida.É preciso resgatar uma indústria que seja intensiva em tecnologia e voltada para a sustentabilidade como grande motor da geração de empregos de qualidade”, pontuou.

Para fortalecer a coordenação de políticas públicas, Lula mencionou a Aliança Digital América Latina e Caribe e União Europeia, iniciativa lançada recentemente. 

“A Aliança Digital América Latina e Caribe e União Europeia, que recentemente lançamos, permite o avanço na coordenação de políticas públicas, com foco em governança, investimentos e transferência de tecnologia.A iniciativa do Secretário Geral da ONU sobre Integridade da Informação e a agenda da UNESCO sobre regulação de plataformas digitais também constituem aportes fundamentais para o debate multilateral sobre governança”, finalizou o presidente. - 247.


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Bolsonaristas que agrediram Moraes e sua família podem pegar até oito anos de cadeia

Especialistas apontaram as possíveis penas às quais os extremistas que agrediram o ministro em Roma estão submetidos

Alexandre de Moraes e seus agressores (Andreia Mantovani, AAlex Zanatta e Roberto Mantovani) (Foto: Reprodução | TSE)

Os agressores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), podem enfrentar graves consequências legais, podendo pegar até oito anos de prisão, de acordo com especialistas. Os ataques sofridos pelo ministro podem resultar em investigações por crimes contra a honra ou mesmo por tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, segundo reportagem de Paolla Serra, no jornal O Globo. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal podem considerar que a violência do grupo teve como objetivo coagi-lo ou constrangê-lo no exercício de sua função, aumentando assim a pena para até oito anos de reclusão.

Especialistas em Direito Penal ressaltam que a tipificação dos agressores dependerá da interpretação dos investigadores em relação aos fatos ocorridos no aeroporto internacional de Roma. No incidente, o empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, teriam proferido insultos graves contra o ministro, como "bandido, comunista e comprado". Embora inicialmente os ataques possam ser considerados crimes contra a honra, com pena de até seis meses de detenção, a gravidade da situação pode levar à caracterização de crimes contra o Estado Democrático de Direito, o que pode resultar em uma pena de até oito anos de prisão.

Decisões anteriores do STF apontam para a responsabilização daqueles que, por meio de violência ou grave ameaça, buscam impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais. Portanto, especialistas acreditam que, no caso em questão, os agressores podem ser enquadrados em crimes contra o Estado Democrático de Direito, já que a intenção específica de ofender, ameaçar e intimidar o ministro e, assim, afetar o funcionamento das instituições democráticas fica evidente.

É importante ressaltar que a insatisfação política não deve ser expressa através de agressões ou insultos. Segundo o princípio da extraterritorialidade, os brasileiros devem se comportar de acordo com as leis do país, mesmo estando no exterior. Nesse caso, devido às agressões físicas e aos insultos proferidos, os agressores podem responder por injúria, difamação e lesão corporal/vias de fato. Portanto, a liberdade de expressão não pode ser utilizada como justificativa para a prática de crimes. A responsabilização não deve se limitar apenas ao âmbito penal, mas também é necessário analisar os fatores motivacionais que levaram a esse comportamento, avançando em direção à compreensão das raízes que beiram a barbárie. Segundo muitos especialistas, o bolsonarismo é uma forma de fascismo e deve ser combatido. - 247.


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Embrapa divulga programação do Semiárido Show 2023

 

Ilustração

Depois de quatro anos sem uma edição presencial, o Semiárido Show volta com uma programação repleta de capacitações englobando diversas temáticas voltadas para a convivência com o Semiárido. A feira, que é um dos maiores eventos de inovação tecnológica para a agricultura familiar da região, é realizada pela Embrapa e acontece entre os dias 1º e 4 de agosto, em Petrolina-PE.

Durante os quatro dias de evento, o público terá a oportunidade de participar, gratuitamente, de cerca de 10 seminários e 50 palestras, além de oficinas e dias de campo. As capacitações são ministradas por pesquisadores e técnicos da Embrapa e de diversas instituições parceiras, com inscrições feitas no local.

“O evento traz tecnologias específicas para a agricultura familiar, contextualizadas aos desafios e oportunidades que o Semiárido tem, e reúne um conjunto de parcerias também já históricas ao longo desses 20 anos de feira, envolvendo desde a sociedade civil, universidades, institutos de pesquisa, assistência técnica e extensão rural e diferentes unidades de pesquisa da Embrapa”, ressalta  Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, chefe-geral da Embrapa Semiárido.

As palestras, com duração de uma hora cada, englobam as mais diversas temáticas voltadas para a produção de caprinos, ovinos e bovinos – incluindo manejo, doenças, alternativas forrageiras e sistemas integrados –, criação de abelhas nativas, cultivos alimentares, tecnologias para aproveitamento de água, potencialidades, limitações e práticas para conservação de solo, irrigação de baixo custo, saneamento básico rural, preparo e uso de compostos orgânicos, entre tantos outros.

Já os seminários acontecem durante um turno (manhã ou tarde), possibilitando que os participantes tenham outro turno para visitar os demais espaços da feira. Entre os temas abordados estão a bioeconomia na Caatinga, sistemas integrados sustentáveis no Semiárido, energias renováveis, preservação e uso sustentável do bioma e recuperação de áreas degradadas. Os seminários são, também, um espaço para a discussão de programas institucionais, de políticas públicas e do papel das instituições públicas e das parcerias com o setor privado na área de ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do Semiárido.

A feira também conta com o Espaço dos Sabores, uma estrutura montada para a realização de oficinas culinárias e de processamento de produtos. Entre os preparos que serão apresentados no local estão o hamburguer de carne de carneiro com fibra de caju, kafta de carneiro e queijo de coalho com geleia de maracuja-da-caatinga, jujubas de frutas, iogurte tipo Sundae com frutas nativas e preparo do doce umbunoff.

Uma das novidades da edição será a disponibilização de uma programação de cursos virtuais ofertados por meio da Vitrine de Capacitações On-line da Embrapa – o e-Campo. Os cursos abordam temas aderentes à produção no Semiárido, tais como forrageiras, reuso de águas cinzas, sistema de produção de Feijão-Caupi, criação de galinhas caipiras, entre outros. A expectativa é de que a iniciativa viabilize o acesso de um público ainda maior, proveniente de qualquer localidade do Brasil e do mundo.

Além das capacitações, o evento conta ainda com vitrines tecnológicas e Unidades Demonstrativas em campo, além da montagem de estandes institucionais e de parceiros, e do espaço ‘Vila da Economia Solidária’, área reservada à exposição de empreendimentos regionais.

A feira

Como forma de incrementar a agricultura familiar, que se constitui como uma das principais atividades produtivas na região, a Embrapa realiza, a cada dois anos, a feira Semiárido Show, levando ao público um portfólio de mais de 100 tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agropecuária em temas estratégicos para a convivência produtiva com o Semiárido brasileiro.

Em 2023, o evento chega à sua 10ª edição trazendo o tema “Ciência e Tecnologia Promovendo o Desenvolvimento”, que destaca o papel da pesquisa científica na consolidação da agropecuária dependente de chuva. A feira integra os destaques da programação especial de comemoração dos 50 anos da Embrapa.

“O Semiárido Show é o principal veículo que nós temos para reunir o máximo de tecnologias direcionadas para agricultura familiar na região”, destaca Auxiliadora Coelho. Para ela, “depois de quatro anos, esse é o momento de reunir essas pessoas e trazer informações novas, pensando sempre em um elemento importante que é preparar o Semiárido para os próximos anos, que inclui cenários de mudanças climáticas, mas que inclui também avanços do conhecimento, trazendo novas oportunidades pra essa região”.

O evento é sediado em uma área de 20 hectares da Embrapa Semiárido, localizada na rodovia BR-428, Km 148, em Petrolina-PE. A participação é aberta a todos os públicos, como produtores, profissionais da assistência técnica e extensão rural, estudantes, comunidade científica, gestores, formuladores de políticas públicas e demais interessados.

O evento conta com diversas parcerias, desde instituições de ensino, pesquisa e extensão rural, órgãos públicos das esferas municipais, estaduais e federal, associações, empresas do ramo, entre outras.

Nesta edição, a feira é realizada pela Embrapa em parceria com o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), e está em fase de construção de novas parcerias, contando, até o momento, com patrocínio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), por meio do Projeto Dom Helder Câmara; da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Conta, também, com o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social da Indústria (Sesi) e empresas privadas como Hortivale, GranSafra e Ferreira Sementes.

A realização é liderada pela Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), com o envolvimento de outras Unidades da Empresa: Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ), Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), Algodão (Campina Grande-PB), Alimentos e Territórios (Maceió-AL), Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), (Hortaliças (Brasília-DF), Instrumentação (São Carlos-SP), Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA), Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), Meio-Norte (Terezina-PI), Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Solos (Rio de Janeiro-RJ) e Tabuleiros Costeiros (Aracaju-SE).

Serviço:

·         O que: Semiárido Show 2023

·         Quando: 1º a 4 de Agosto de 2023

·         Onde: Rodovia BR-428, Km 148, Petrolina-PE

Mais informações: www.embrapa.br/semiaridoshow

·         Fernanda Birolo (MTb 81/AC)
Embrapa Semiárido – semiarido.imprensa@embrapa.br
Telefone: (87) 3866-3734

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