A vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), começou nesta quinta-feira (29) em Petrolina uma intensa agenda que inclui também outras cidades do Sertão pernambucano, a exemplo de Afrânio, Dormentes e Orocó (no São Francisco), até este sábado (1°/07). Possível ‘cara nova’ na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas nas eleições 2018, ela disse a este Blog que já vem percorrendo todas as regiões do Estado há algum tempo, mas não exatamente com essa intenção. O principal objetivo, garante, é mobilizar a população acerca das mudanças na Previdência e na legislação trabalhista, propostas pelo Governo Temer, as quais considera muito mais “desmontes” do que reformas.
“Temos tentado conscientizar as pessoas para que vão às ruas e evitem que nossos parlamentares votem no que está acontecendo, ou mandem seu recado de que em 2018 haverá uma consequência desse posicionamento”, afirmou.
Convidada pela companheira de partido, vereadora Cristina Costa, a petista participou em Petrolina de uma coletiva de imprensa e se reuniu com lideranças locais, ainda na manhã de hoje. Já nesta sexta (30), Marília fará parte da greve geral contra Temer, coordenada pela Frente Brasil Popular, cuja concentração será a Praça do Bambuzinho, na Avenida Souza Filho, Centro da cidade.
Prima de um ex-governador (Eduardo Campos) e neta de outro (Miguel Arraes), Marília deixou claro que o debate para 2018 passa obrigatoriamente por um projeto de partido, e não pessoal. “A mídia tentou fazer as pessoas acreditarem que quem tinha inventado a corrupção foi o PT. E eu vim para o partido nesse momento, que foi o mais difícil, porque tinha confiança de que isso era passageiro. Eu sabia que isso só servia a interesses de quem estava insatisfeito com o projeto de Brasil que o PT vinha implementando, que era incluir as pessoas no mercado de consumo, colocar o pobre e o negro nas universidades, diminuir as desigualdades regionais, e o Sertão de Pernambuco é testemunha disso”, ponderou.
Candidatura própria
Reforçando sua tese, a vereadora assegurou que por enquanto o único nome de consenso para 2018 é do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, cotado para disputar novamente a Presidência da República. No campo estadual, Marília também fecha questão com um nome da legenda para concorrer ao Governo do Estado. Perguntada se estaria pronta para esse desafio, ela justificou que a partir do momento que deixou uma “zona de conforto” no seu antigo partido, o PSB, para embarcar no PT, em seu momento mais delicado, mostra estar disposta.
Mas a vereadora apontou outras lideranças importantes que também reúnem condições para essa missão. “Temos Humberto Costa, João Paulo, Bruno Ribeiro, que é o presidente do partido e que ontem, inclusive, defendeu a candidatura própria; temos o presidente da CUT, Carlos Veras, a deputada Teresa Leitão…enfim, tem muita gente que pode encabeçar esse projeto, defendendo o projeto do PT e com chances reais de ganhar a eleição”, avaliou.
Aliança improvável
Ao contrário do que disse recentemente o governador e vice-presidente nacional Paulo Câmara, em sua última visita a Petrolina, há dez dias, de que o PSB está “aberto ao diálogo”, Marília considerou “muito improvável” uma reaproximação do PT com os socialistas. “E as vozes isoladas que defendem, que são pouquíssimas, sofreriam uma forte resistência dentro do partido”, ressaltou.
Ela chegou a admitir que, caso isso acontecesse, seria o caso de se sentir traída. “Não somente eu, e não porque vim do PSB, mas todas as pessoas filiadas ou não ao PT, que vão para as ruas lutar contra as reformas, que lutam contra o desgoverno que está Pernambuco e que militam em defesa de Lula, se sentiriam traídas. E nós não ficaríamos caladas. Isso não vai acontecer, é uma hipótese muito remota”, declarou.
Sobre Paulo Câmara, aliás, a petista não poupou críticas. Segundo ela, o gestor “não aparece e nem inspira confiança” dos pernambucanos. “Nas grandes crises que o Estado sofre, ele não coloca a cara para tranquilizar a população. É um governador que parece estar esperando quem dê as ordens para ele cumprir, quando na verdade ele teria que deveria assumir o comando político e da gestão do Estado”, completou. A vereadora ainda participa, nesta noite, da missa de um ano de morte da ex-deputada estadual e principal líder do partido no Sertão, Isabel Cristina.(Via:C.Britto).
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