quinta-feira, 7 de setembro de 2017

LULA AO 247: SE TIVESSE CULPA, NÃO OLHARIA NA CARA DO POVO BRASILEIRO

Ricardo Stuckert

No dia em que encerrou sua caravana pelo Nordeste, em São Luís (MA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista exclusiva ao 247, em que fez um balanço da viagem e também falou sobre a preparação para o encontro do dia 13, com juiz Sergio Moro.
"A única coisa que eu tenho a oferecer ao povo brasileiro é a minha inocência. Se eu tivesse alguma culpa, eu não teria a coragem de olhar nos olhos do povo brasileiro e de uma velhinha de 90 anos que vem de longe me ver", disse ele, na entrevista concedida aos jornalistas Leonardo Attuch, Paulo Moreira Leite e Leonardo Stoppa.
Sobre o depoimento judicial, que vem logo depois uma avalanche de carinho do povo brasileiro, Lula soltou uma ironia. "Espero que o Moro me abrace", afirmou. 
Confira, abaixo, o vídeo da entrevista e também a transcrição do depoimento, concedido na terça-feira 5, antes do depoimento de Antônio Palocci: (247).

Como nosso tempo  é curto, presidente, gostaria de pedir um balanço da caravana. O que foi mais marcante?
Lula – A caravana atendeu as expectativas que eu tinha quando pensei em fazer a caravana. Primeiro, para medir o nível de vida que as pessoas estão vivendo hoje depois de passar por um período em que houve a maior inclusão social do país. E o que me deixou muito satisfeito é que diferentemente das pessoas que não viveram, que não receberam as políticas sociais ou que não participaram delas, o povo mais humilde deste país tem a nítida noção do que serviu cada política pública que nós fizemos. Seja o Bolsa Família, seja o Luz para Todos, seja o PAA, seja o Prouni, seja o Pronatec... as pessoas têm na cabeça e ninguém vai apagar isso. Essa é a primeira coisa. A segunda coisa que eu queria provar é que a grande imprensa não faz a falta que eles pensam que faz.
247 – Não passou no Jornal Nacional...
Lula – Já não tinha passado a primeira que eu fiz, essa também não passou, e certamente muita gente, muita gente assistiu a caravana, participou da caravana, compartilhou notícias da caravana, sem precisar dos meios de comunicação. Ou seja, aos poucos a gente vai mostrando que se os meios de comunicação quiserem ser respeitados eles tem que ser sérios, ter muita seriedade.
PML – Vi vários comícios e o que o sr. sempre falou foi do ânimo e da esperança. O sr. falou no comício: 'a única coisa que quero dizer a vocês é não desanimem'. Em outro comício: 'vou lutar até o fim da minha vida para provar que o povo pode ser feliz'. O sr. já fez muita caravana aqui. Por que neste ano a mensagem da questão da esperança era tão importante?
Lula – Primeiro, você não participou de nenhum comício. Você participou de manifestações públicas. Veja, não acho que seja possível alguém viver se não tiver esperança, se não tiver um sonho. E eu não quero que o povo desanime. Acho que o povo tem que acreditar que da mesma forma que ele conseguiu conquistar muitas coisas no período de 2003 a 2014, ele pode conquistar, ah estamos num momento difícil, economia, política e tal. Mas isso é passageiro. A gente pode levantar a cabeça e conquistar. E acho que este povo do Nordeste tem disposição de continuar lutando para que a gente mantenha a esperança acesa, que a gente possa reconquistar a cidadania que já tivemos um dia.
247 – Hoje, ao que tudo indica, se for pela vontade pública, o sr. poderá assumir novamente a presidência. Como o sr. vai fazer para trazer de volta aquele Brasil dos seus oito anos de governo?
Lula – Penso que fazer o óbvio é a coisa que mais dá certo em um governo. Ou seja, você tem que fazer aquilo que é preciso fazer. Precisamos fazer com que o povo volte a sonhar, que o povo volte a ter expectativa de trabalho, que o povo volte a ter perspectiva de ganhar um salário, que o povo volte com a perspectiva de que com pequenas medidas econômicas a gente possa voltar a movimentar a chamada macroeconomia.
Quando eu estava na Presidência eu dizia nos debates aí fora, estava o Meirelles, Dilma, Guido e eu, e eu dizia que a macroeconomia brasileira só deu certo porque tinha uma microeconomia funcionando fortemente. Muito financiamento, muito crédito, muito dinheiro para inclusão social. Bolsa Família, Luz Para Todos eram programas que colocava dinheiro na veia para que as pessoas pudessem ter acesso as coisas.
Tem gente que ainda fala que não, que o Lula fez uma política econômica baseada no consumo e é preciso fazer uma política econômica baseada no desenvolvimento industrial. De vez em quando eu vejo isso. Quero saber se haverá política industrial se não houver consumo. Ou seja, qualquer investimento industrial parte do pressuposto de que o povo vai consumir o produto produzido. Portanto, as duas coisas caminham juntas.
247 – Para não fugir da caravana, quais foram os momentos mais emocionantes que o senhor viu nestes 20 dias?
Lula – Uma das coisas mais emocionantes para mim, hoje de manhã aqui, no prédio, eu ia descendo e tinha uma médica e ela disse pra mim: 'olha presidente, queria lhe dizer que eu sou médica e antes do Senhor chegar no governo eu dava atestado médico para criança que morria de fome e durante o seu governo eu nunca dei um atestado para criança que morria de fome'. Isso para mim valeu a pena de ter governado o país. Outras coisas que mais ouço são os agradecimentos que as pessoas tem pela possibilidade de subirem um degrau na escala social.
Seja o Prouni, o FIES, seja o Pronatec, ou seja, as pessoas são agradecidas aquilo que possibilitou eles evoluírem um pouco. Então fico muito sensível, emocionado. Às vezes choro porque é muito gratificante você saber que uma pessoa te diga na tua cara assim ó: 'eu passava fome e por sua causa eu parei de passar fome'.
247 – O sr. fazia questão de aparecer, parava na estrada. O senhor chegava, tinha cem pessoas reunidas, o sr. saía e pelo menos saudava a população, mesmo quando os médicos, quando a médica dizia “não faça isso porque a voz está ruim”. Como foi isso? 
Lula – Foi para isso que fiz a caravana. Para ter contato direto com o povo. Ou seja: não é possível que passe numa estrada e tenha 50 pessoas, dez pessoas, e eu não pare para cumprimentar, pelo menos para falar um bom dia. É o mínimo de respeito que tenho que ter pelas pessoas que foram... Tem pessoas que andaram 200 quilômetros para estar na beira da estrada só pra pegar na mão. Isso para mim vale tanto quanto um comício de 1 milhão de pessoas porque minha relação com a sociedade não é de quantidade, é de qualidade. É ver os olhos das pessoas, sentir o coração das pessoas. Uma coisa que me impressiona muito são as mulheres, as velhinhas de 80 anos, de 85 anos dizerem que me ama. É um amor de respeito, um amor de gratidão, sabe?
247 – O sr. foi recebido por uma onda de carinho inédita, poucas vezes vista na história do país. Mas semana que vem, de certa forma, o sr. tem um encontro com o Judiciário, tem um depoimento. Como é que vai ser este contraste do Lula que foi abraçado pela população e agora tem mais um depoimento, todo aquele stress?
Lula – Eu espero ser abraçado pelo Moro. Eu trato isso tranquilo, porque eu tenho consciência da minha inocência. O Ministério Público criou uma nave-mãe monstruosa, com aquele power point. Eu vou lá com a mesma tranquilidade que fui no primeiro, sabendo que vou dizer a verdade, mesmo que eles não queiram ouvir. Eu to como naquela música do Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar.
247 – A internet hoje mostra uma verdade diferente daquela que a Globo e outros meios transmitem. Que mensagem o sr. mandaria para quem o assiste agora?
Lula – A internet vai fazer com que os meios de comunicação deixem de achar que são os donos da verdade e deixem de agir como donos da verdade. São milhões de pessoas que conseguem ter acesso a informação e estão interagindo com a informação. Aos poucos, a televisão vai percebendo que não dá mais para fazer televisão mentirosa. Essa caravana provou que é o possível o povo ter informação sem precisar da Rede Globo.
247 – Muita gente avalia que o objetivo dessa caçada é banir o sr. da vida pública deste país. Se isso vier a acontecer, como o sr. acha que o povo brasileiro vai reagir e como acha que deve reagir?
Lula – Eu não posso dizer como o povo deveria reagir. O povo deve reagir de acordo com a sua consciência. Eu espero que as pessoas possam se informar e acompanhar para fazer o meu julgamento e o do juiz. Eu tenho dito o seguinte sempre: o que tenho a oferecer ao povo brasileiro é a minha inocência. Eu não teria coragem de olhar nos olhos do povo brasileiro e de beijar uma velhinha chorando se tivesse alguma culpa. Eu não vou mentir para o povo brasileiro. (247).


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Retomada a ofensiva contra Lula para fechar o roteiro do golpe


São redundantes e ociosas as considerações morais sobre o que fez Antonio Pallocci, o primeiro petista a delatar o ex-presidente Lula em busca da salvação numa delação premiada. Há algum tempo circula no PT um diagnóstico atribuído a José Dirceu: "Pallocci já virou cachorro". Na ditadura, cachorros eram os militantes que se tornavam colaboradores da repressão, levando companheiros à prisão e à morte. Certo é que a Lava Jato, Janot e Moro retomaram a ofensiva contra o PT e o ex-presidente, apesar das lambanças envolvendo Temer, Geddel e outros partidos da coalizão governista, e pode estar em curso uma ação coordenada para fechar o cerco com a prisão de Lula. E Pallocci, com seu depoimento, forneceu uma das peças mais importantes para o roteiro que começou a ser montado esta semana. Um roteiro de filme de ação vertiginosa, em que o telespectador perde o encadeamento das cenas e o significado da narrativa.
É preciso que o telespectador se confunda e permaneça assistindo passivamente ao filme, sem compreender claramente o papel dos personagens, até que venha o desfecho.
Até à semana passada, tudo apontava para a apresentação de uma segunda denúncia contra Temer que tinha chances de vingar. Base rachada, tucanos em crise, munição esgotada para comprar votos, Rodrigo Maia sendo tentado a tornar-se condutor alternativo (e mais eficiente) da agenda neoliberal. Eis que esta semana ocorre uma reviravolta no enredo, numa sequência vertiginosa que parece levar a um final já programado.
Segunda-feira, 4 - O dia havia sido pasmacento e de poucas notícias em Brasília mas o início da noite foi agitado pela informação de que Janot daria um coletiva para fazer revelações graves e urgentes. Era a confissão das trapalhadas da PGR na condução do acordo de delação da JBS, que forneceu oxigênio a Temer e deixou o procurador fragilizado e exposto. Lula chega neste dia a São Luis (MA) para o encerramento de sua caravana pelo Nordeste, onde foi recebido por multidões em clima de reencontro.
Terça-feira, 5 - Janot, humilhado em todas as manchetes do dia, volta seu arcabuz contra o PT e denuncia o partido, Lula, Dilma e outros por formação de organização criminosa. Na mesma terça-feira a Polícia Federal estoura o depósito de dinheiro de Geddel Vieira Lima, com R$ 51 milhões, mas o fato gravíssimo, envolvendo um dos arqueiros do golpe, acabou servindo foi à ofensiva contra Lula. A manchete do jornal O Globo – Janot denuncia Lula, Dilma e PT por organização criminosa – foi ilustrada por foto das malas de dinheiro de Geddel. Para quem apenas olha, lá estava o fruto da roubalheira petista. No mesmo dia começou a circular nas redes um vídeo assinado pela Polícia Federal, mas que pode ser fake. OPTesouro perdido, é o título. As cenas mostram apenas a contagem da dinheirama de Geddel. O título remete ao nome da Operação Tesouro Perdido mas a montagem gráfica, juntanto P e T sem espaço, é de uma má fé repugnante. Nesta altura deve ter gente pensando que o tesouro de Geddel era mesmo do PT.
Quarta-feira, 6 – Janot volta a denunciar Lula, agora por obstrução da Justiça, por conta de fatos já desidratados e inconsequentes, como sua nomeação frustrada para o ministério de Dilma. Em Curitiba, Moro chama novamente Pallocci a depor em momento estratégico, faltando uma semana para o depoimento de Lula. Pallocci faz o que se esperava dele: muda o depoimento anterior, em que defendeu Lula, capricha na retórica, falando num "pacto de sangue" que Lula teria feito com a Odebrecht, e que teria garantido ao PT, a partir de 2010, uma conta-propina de R$ 300 milhões. O caso JBS e o dinheiro de Geddel perdem evidência e crescem os sinais de que o cerco a Lula está se fechando.
Quinta-feira, 7 – As manchetes do jornais são sobre o "pacto de sangue" Lula-Odebrecht. No desfile da Independência, um Temer agora reoxigenado pelas trapalhadas da JBS e de Janot, consegue ficar diante do público sem receber vaias nem aplausos. Ele é um morto-vivo mas agora tem chances efetivas de ficar no cargo até o final do mandato.
O golpe segue seu roteiro com a eficiência de sempre. Para completar-se com pleno êxito, é preciso que Lula seja logo preso ou inabilitado para disputar a Presidência no ano que vem. É preciso fazer isso logo, antes que estas caravanas comecem a reunir multidões em outras regiões. Antes que a candidatura torne-se um bode de remoção complicada. Inabilitar Lula talvez seja pouco, pois não sendo candidato ele ainda pode ser um cabo eleitoral decisivo. Já elegeu dois postes, todos se lembram. Então, prendê-lo pode ser a solução. As condições estão sendo criadas. Vá tratando o PT de ter mesmo um plano B para o caso de haver eleições, pois nem isso parece certo nesta altura. Estamos em pleno avanço da exceção mas queremos continuar acreditando em normalidade.
Conversando com um diplomata estrangeiro esta semana ele riu-se do que chama nossa inocência. Só nós (brasileiros desolados com o descarrilhamento nacional) achamos que o golpe, a Lava Jato, a demonização da política e a caçada a Lula são tramas conduzidas apenas por gente do Brasil, como Moro, Janot, Temer, parte do Judiciário, mídia, Polícia Federal etc. Enquanto o filme passa, as transnacionais avançam sobre o petróleo, o pré-sal, o sistema elétrico, o subsolo e a Amazônia. O mesmo filme, diz ele, que está em cartaz em outros países da América Latina, inclusive no Equador, onde o sucessor de Rafael Corrêa, tal como Pallocci, passou-se para o outro lado. Talvez tenha razão, talvez seja paranoico, mas a precisão do roteiro e a impotência geral diante de seu avanço são impressionantes.(247).

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‘LULA ESTÁ TRANQUILO E MANTERÁ VIAGENS PELO PAÍS’

Ricardo Stuckert | Reprodução Youtube

 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 7, a interlocutores que manterá sua agenda de viagens pelo País, a despeito do depoimento do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro, no qual Palocci acusou Lula de ter feito um "pacto de sangue" com a Odebrecht. 
A agenda política do ex-presidente inclui uma segunda edição da caravana que fez pelo Nordeste, desta vez em Minas. Há também a previsão da edição de uma caravana no Pontal do Paranapanema.
O ex-ministro Gilberto Carvalho afirma que Lula está bem. "E disse que, depois desta caravana, nada consegue abatê-lo", disse Carvalho à Folha de S. Paulo, que foi secretário-geral da Presidência da República. 
Segundo o vice-presidente do PT, Alexandre Padilha, o depoimento não "mexe em nada em relação ao que estava programado". "Nossa agenda ofensiva é a caravana. Não vamos ficar reféns da agenda do Judiciário", afirmou Padilha.
Negando o teor das declarações de Palocci, Lula se queixou, em conversas, de expressões usadas em seu depoimento, como "pacto de sangue" e "propina". Segundo petistas, já havia a expectativa de que Palocci buscasse viabilizar um acordo de delação premiada. Mas Lula ficou "muito decepcionado" com o antigo colaborador.
Sobre a delação de Palocci, Lula disse que o ex-ministro "não teve compromisso com a verdade" sobre supostas irregularidades referente a um terreno para a construção do Instituto Lula. "Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que no processo do tríplex foi de Léo Pinheiro", disse Lula (leia mais).(247).

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Lava Jato só quer perseguir Lula, diz Damous

Valter Campanato/Agência Brasil

 Uma das vozes mais preparadas do Congresso para debater direitos humanos e democracia, em entrevista ao 247 o deputado Wadih Damous (PT-RJ) reage com palavras indignadas à notícia de que, em delação premiada, Antônio Palocci incriminou Lula numa negociação ilegal para a compra de um terreno que seria usado pelo Instituto Lula.
   “Encarcerado e isolado, Palocci chegou a seu limite como ser humano e foi forçado a envolver o ex-presidente numa denúncia que só tem o objetivo de assegurar que Lula seja excluído de nossa vida política,” afirma o deputado,  autor de um projeto de lei, número 4372, que proíbe delação premiada de pessoas detidas.
   Com a credencial de quem foi duas vezes presidente da OAB-- RJ, num discurso famoso Damous comparou esse sistema de obter delações de pessoas encarceradas a uma forma de tortura. (Num texto acadêmico sobre o sistema judiciário norte-americano, Sergio Moro emprega o termo “coerção psicológica” para falar de uma situação idêntica). Anunciada 24 horas depois que o Procurador Geral da República Rodrigo Janot apresentou uma denúncia-gigante contra Lula, Dilma e vários ministros do PT, “a Lava Jato está voltando a sua vocação original: perseguir o Partido dos Trabalhadores e excluir Lula da vida política”, diz o deputado. A entrevista de Damous ao 247:
247 – Em menos de 24 horas, tivemos a apresentação de uma nova denúncia contra Lula, Dilma e vários ministros. Em seguida, vazou uma delação premiada do Palocci, na qual, conforme se divulgou, ele incrimina o presidente. Como interpretar isso?
DAMOUS --   Não é preciso discutir teorias conspiratórias. Os fatos falam por si. O presidente Lula é hoje o político mais popular do país, candidato favorito para retornar à presidência em 2018 com o compromisso de iniciar a reversão do programa de desmonte da nação promovido pelas forças que eram o golpe que afastou Dilma. Lula acaba de fazer uma caravana vitoriosa pelo Nordeste, e prepara novas caravanas em outras regiões. A perseguição a ele é um fato indiscutível.
247 – Poderia explicar melhor?
DAMOUS -- Não há provas contra Lula no imóvel no Guarujá, nem na denúncia apresentada agora. Quanto a delação do Palocci, não se pode sequer falar sobre um terreno que seria destinado ao Instituto Lula, pois nem está formalizado como denúncia. Em qualquer caso, tudo se resume a criar um ambiente contra Lula junto a população. Isso porque o cidadão comum ouve falar de uma denúncia, depois de mais uma, em seguida de uma terceira. Aí começa a se perguntar: “será possível que seja tudo mentira?”  Este é o efeito que se pretende obter, pela insistência, pela repetição. E isso é uma técnica, que funciona quando os jornais abandonam sua função crítica, sua isenção, e passam a atuar como simples extensão do judiciário. Foi um problema que já se viu na Mãos Limpas, na Itália, e que se repete agora, no Brasil.   
247 – Como avaliar a denúncia de Janot?
DAMOUS -- A denúncia mostra que Janot chegou ao fim de seu segundo mandato como uma figura patética, como o mais desastrado e desastroso PGR da história da República. Janot fez um trabalho improvisado, fraco, com falhas e muitas imprecisões, reunindo acusações que não consegue sustentar e muito menos provar. Tentou assumir o papel de protagonista da política mas deve ser condenado, não apenas moralmente, mas também investigado, criminalmente, pela delação premiada da J&F. O fim de seu reinado é um triste fim. Desmoralizado pelo tratamento favorecido que dispensou a Joesley Batista, obrigado a explicar gravações que contém revelações e indícios gravíssimos sobre o Ministério Público, nada mais lhe resta senão admitir que seu foco nunca foi combater a corrupção de forma isenta, mas perseguir Lula. Foi isso que fez com a última denúncia.
247 – Qual o impacto da delação de Palocci?
DAMOUS – Gostaria de imitar o grande Machado de Assis,  que frequentemente gostava de sugerir ao Caro Leitor que se colocasse no lugar de seus personagens. No caso de Palocci, temos uma pressão conduzida com requintes e crueldade, a começar por uma prisão que no fim deste mês irá completar um ano. Estamos falando de uma pessoa que chegou ao limite de sua fragilidade. Outro ponto que se deve considerar é que Palocci é réu e a lei não proíbe uma pessoa nessa condição de mentir. Não sabemos, portanto, o significado daquilo que se atribui ao ex-ministro, até porque porque as delações devem ser sigilosas e só passsam a ter valor depois de sustentadas por provas independentes.  O que se quer, mais uma vez, é impressionar o cidadão comum. O Palocci foi um ministro importante no governo Lula e o efeito que se busca é o de sempre: será possível que não esteja falando a verdade? O grave, neste caso, é que sequer sabemos o que ele falou. (247).

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Frente em Defesa da Chesf ouvirá a sociedade civil


Recém-instalada na Assembleia Legislativa de Pernnambuco (Alepe), a Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) deverá ouvir entidades da sociedade civil e especialistas no setor. A sugestão foi feita pelo deputado estadual Romário Dias (PSD), durante a reunião de instalação do colegiado, nesta terça-feira (05).
“Temos de envolver, além dos poderes legislativos, organismos como ONGs, sindicatos e associações para sentir o que eles estão vendo e vivendo, especialmente, em relação ao Rio São Francisco. Também precisamos trazer para este debate pessoas especializadas, como os ex-presidentes da Chesf, a exemplo de João Bosco Almeida, que hoje é consultor para o setor”, detalhou Dias, colocando-se “100% à disposição do colegiado para qualquer debate”.
O colegiado se reúne novamente nesta quarta (06), às 11h, na Alepe, para definir a agenda de atividades, que inclui visita às assembleias de outros estados e a realização de audiências públicas. “Precisamos analisar essa conjuntura Rio São Francisco-empresa porque é muito importante distinguir a Chesf e o rio. Essa é uma matéria bastante complexa, que envolve inúmeras ações”, afirmou o deputado.
A instalação da Frente em Defesa da Chesf contou com a presença de 11 parlamentares estaduais. Na reunião, ficou definido que o colegiado será presidido pelo deputado Lucas Ramos (PSB). O vice-presidente será o deputado Odacy Amorim (PT) e o relator, o deputado Isaltino Nascimento (PSB). (Ascom), (C.Geral).

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BRASIL CHEGA AO 7/9 COM INDEPENDÊNCIA FERIDA


Com Michel Temer no poder neste 7 de setembro, o Brasil prepara a entrega do pré-sal e a venda de terras a grupos internacionais.
Na Amazônia, uma reserva mineral pode ser entregue a grupos canadenses e tropas americanas foram convidadas a realizar exercícios conjuntos na região.
Se isso não bastasse, o projeto do submarino nuclear, que serviria para cuidar das reservas de petróleo, foi paralisado, e até as linhas de transmissão de energia podem ser entregues a grupos internacionais – no saldão de Temer, todos os pilares da soberania estão sendo atacados.
Relembre, abaixo, reportagem do 247 sobre os ataques à soberania nacional:
O que transforma um país numa potência? A literatura geopolítica, em geral, aponta três fatores: poderio militar, segurança alimentar e segurança energética.
Os Estados Unidos, por exemplo, são a maior potência militar do planeta e grandes produtores de alimentos. Não são autossuficientes em petróleo, mas exercem influência decisiva sobre o Oriente Médio, a custa de guerras e intervenções políticas. Recentemente, uma novo caminho começou a ser explorado, com as explorações do gás de xisto.
A Rússia, por sua vez, concentra os três elementos: controla um arsenal atômico, algumas das maiores reservas de óleo e gás do mundo e também possui forte superávit alimentar.
A China, das três grandes potências, é a mais frágil, uma vez que é grande importadora de petróleo e alimentos.
Aspirante a potência, o Brasil, há muitos anos um gigante agrícola, vinha trilhando um caminho alternativo na era Lula-Dilma. Com as descobertas do pré-sal, o País trocou o modelo de concessão pelo de partilha, uma vez que o risco exploratório já havia sido mitigado pelas pesquisas da Petrobras em águas profundas. No campo militar, a renovação dos caças da Força Aérea e o projeto do submarino nuclear ajudariam a patrulhar as reservas nacionais de óleo e gás. Além disso, outra conquista importante foi a expansão das fronteiras marítimas do País, com a chamada "Amazônia azul".
Com o golpe parlamentar de 2016, no entanto, tudo mudou. A primeira vítima foi o pré-sal e Temer conseguiu aprovar o projeto de José Serra para abrir as reservas a empresas estrangeiras, como havia sido prometido pelo atual chanceler à petroleira americana Chevron. Em breve, nos próximos leilões, a Petrobras de Pedro Parente, embora tenha direito de preferência, deverá demonstrar desinteresse. Até porque já fez acordos para se desfazer de gigantescos campos de petróleo com as empresas francesa Total e norueguesa Statoil.
No campo militar, o submarino nuclear foi abatido pela Lava Jato, que teve como dois de seus alvos a Odebrecht e o almirante Othon Pinheiro, responsável pela condução do projeto. Além disso, há rumores de que o governo pretenda trocar os caças Gripen, que transferem tecnologia ao Brasil, pelos caças americanos F-16.
O ataque mais recente se dá no agronegócio, onde Temer pretende permitir, por medida provisória, que estrangeiros tenham até 100 mil hectares no Brasil. No mundo de hoje, terras aráveis são um dos bens mais escassos do planeta e Temer pretende colocar o Brasil em leilão, o que também pressionará o consumo de outros recursos naturais – raros no mundo e a abundantes no Brasil – como a água.
Temer vai tocando essa agenda sem sequer ligar para a opinião pública. Pesquisas recentes já indicaram que os brasileiros são contra a abertura do pré-sal. Outro levantamento apontou que Temer é reprovado por 66,6% dos brasileiros, mas ele se considera legítimo para fazer o que bem entende.
Coincidência ou não, o general Eduardo Villa Bôas, chefe das Forças-Armadas, onde ainda existe um pensamento nacional, disse, neste fim de semana, que o Brasil está "à deriva", sem projeto e sem saber o que pretende ser. Os militares, claro, são contra o abandono do submarino nuclear e também contra a venda de terras para estrangeiros, mas ainda não reagiram à destruição da era Temer. (247).

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LULA: LÍDER DO POVO E HOMEM DE ESTADO



Por Celso Amorim - Foi com enorme honra que recebi, em dezembro de 2002, o convite do Presidente Lula para ser seu Ministro das Relações Exteriores. Diplomata de carreira, eu fora chanceler de Itamar Franco e havia representado o Brasil, em diversos governos, perante às Nações Unidas, em Nova Iorque, à Organização Mundial do Comércio e outras organizações internacionais em Genebra. Quando recebi o convite, era Embaixador do Brasil junto ao governo britânico.
A opção do presidente recém-eleito por um funcionário de carreira já denotava sua visão sobre como deveria ser conduzida a política externa em seu governo, já que não faltavam, nos próprios quadros do Partido dos Trabalhadores, pessoas com qualificações e com amplo conhecimento e experiência na realidade internacional. Mais do que qualquer outra coisa – uma vez que jamais tivéramos contato direto – , o Presidente Lula quis significar, com essa opção, que a política externa do Brasil, sem deixar de ser sensível aos anseios populares que o levaram ao poder, seria, sobretudo, uma política de Estado.
Desde logo, percebi que havia grande sintonia em nossas visões. Ao falar à imprensa no momento em que minha indicação foi anunciada, limitei-me praticamente a dizer que a política externa seria levada adiante de forma "ativa e altiva". Foi esse sentimento, de profundo respeito pela dignidade do país, ao lado da crença na capacidade do povo brasileiro de enfrentar desafios, que norteou nossas posições e iniciativas no cenário internacional. A auto-estima substituiu o inexplicável complexo de inferioridade, que, afora alguns momentos excepcionais, costumava marcar a nossa atuação diplomática.
Durante o governo Lula, o Brasil rejeitou acordos comerciais desvantajosos que se nos queriam impor; trabalhou intensamente pela integração sul-americana; fortaleceu as relações com os demais países da América Latina e Caribe; intensificou laços de amizade com a África e os países árabes e rompeu novos horizontes na formação de fóruns e blocos com as grandes nações emergentes. Sem hostilizar nossos parceiros do mundo desenvolvido (ao contrário, criamos uma "parceria estratégica" com a União Europeia e um "diálogo global" com os Estados Unidos), trabalhamos em favor de um mundo mais multipolar, no qual os interesses do Brasil e dos países em desenvolvimento como um todo pudessem ser afirmados e respeitados.
Durante as duas gestões do Presidente Lula, o Brasil liderou a criação de uma organização política sul-americana (a Unasul) e esteve à frente da iniciativa da CELAC – Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos. Pela primeira vez em duzentos anos de vida independente foi possível criar órgãos que representassem o conjunto da América do Sul, e da América Latina e Caribe, sem qualquer tipo de tutela externa. O fórum IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) não somente abriu novos caminhos para a cooperação sul-sul como esteve na raiz da criação do BRICS, que se constituiu em importante fator de equilíbrio na ordem econômica internacional, até então dominada pelo G7 (grupo de economias mais ricas). O Presidente Lula esteve à frente, também, de importantes lutas para erradicar a fome e a pobreza no mundo e para facilitar o acesso de populações pobres a tratamentos de saúde. Sua liderança na reforma das regras do comércio e das finanças internacionais foi amplamente reconhecida, o que se espelhou sobretudo no G20, o grupo das maiores economias, que, para efeitos práticos, substituiu o G7 como principal foro internacional em temas econômico-financeiros.
No plano da paz e da segurança, o Brasil foi chamado a participar de esforços em prol de uma solução pacífica no Oriente Médio, como ocorreu no caso da Conferência de Annapolis, em relação ao conflito Israel-Palestina (o Brasil foi um dos três únicos países em desenvolvimento não-predominantemente islâmicos a participar do encontro). Juntamente com a Turquia, estivemos, em 2010, no centro de uma importante iniciativa para solucionar o problema em torno do programa nuclear iraniano, que viria servir de inspiração ao acordo estabelecido entre as grandes potências e Teerã, em 2015.
Durante os oito anos em que servi diretamente sob as ordens do presidente Lula, pude testemunhar a admiração que ele inspirava nos estadistas das mais variadas partes do mundo. Não seria exagero dizer que, durante esses anos, o Brasil era um "farol" que apontava o caminho do desenvolvimento em direção a uma sociedade mais justa e democrática em um mundo política e economicamente mais equilibrado. Nesses anos, o respeito pelo Brasil atingiu níveis nunca antes alcançados e a figura do nosso presidente era reverenciada por todos, ricos ou pobres, poderosos ou fracos.
Em vários momentos, principalmente nas longas viagens ao redor do mundo, participei de conversas reservadas, em que temas de política internacional se misturavam com os da situação interna no nosso país. Durante todos esses momentos, jamais presenciei, da parte do Presidente Lula, gesto ou palavra que não fosse indicativa de sua absoluta integridade moral e dedicação aos objetivos maiores do povo brasileiro.
Recordo-me de uma primeira viagem pelo interior do Nordeste, em que Lula fez questão de mostrar aos seus ministros (a maioria dos quais oriundos de partes mais bem aquinhoadas do país) a verdadeira realidade brasileira. Constatei, com misto de surpresa e espanto, não só a afeição mas também a confiança que o povo pobre do Brasil depositava no líder que acabara de assumir. Há poucas semanas, acompanhei novamente Lula em um trecho de sua "caravana" àquela região e pude constatar que a mesma relação de confiança se preservou. Melhor: foi reforçada pelos avanços sociais que seu governo trouxe. É, pois, com grande tristeza, que vejo as tentativas daqueles que sempre defenderam privilégios de classe e atitudes de dependência em relação a potências estrangeiras de desconstruir a imagem e a obra daquele que foi, sem dúvida, o maior líder popular que o Brasil já teve.
Como tantos brasileiros, confio que a justiça, afinal, prevalecerá e que Lula poderá seguir conduzindo o Brasil no rumo de uma sociedade menos desigual e de uma posição de respeito, independência e dignidade no plano internacional.
Brasília, 7 de setembro de 2017.(247).

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PF TEM 4 PROVAS QUE LIGAM GEDDEL AOS R$ 51 MILHÕES


A Polícia Federal tem novos indícios que reforçam a associação dos R$ 51 milhões apreendidos em Salvador ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. Fica mais complicada a situação do peemedebista que era braço direito de Michel Temer.
A PF elencou quatro novas provas e situações que colocam Geddel numa posição delicada: 1) as digitais do ex-ministro colhidas no apartamento onde houve a busca estavam impressas no próprio dinheiro e material que acondicionava as notas. 2) uma segunda testemunha ouvida após a operação policial confirmou que o espaço havia sido cedido a Geddel, corroborando o que disse o dono do imóvel. 3) uma segunda pessoa é suspeita de auxiliar o político baiano na destinação das caixas e malas de dinheiro. 4) a PF identificou risco de fuga depois da revelação da história da maior apreensão de dinheiro vivo já registrada no Brasil.
A origem dos R$ 51 milhões, porém, ainda é um mistério. A suspeita da Polícia Federal é de que parte do dinheiro se trata de propinas para viabilizar a liberação de crédito do FI-FGTS a empresas.
Geddel é suspeito de receber R$ 20 milhões em propinas. O peemedebista foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013. A origem do dinheiro como um todo é desconhecida. O caso é analisado na Justiça Federal em Brasília.
Geddel foi preso preventivamente em 3 de julho no âmbito da Operação 'Cui Bono?', suspeito de atrapalhar investigações. Ele obteve o benefício de cumprir prisão domiciliar, determinada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, e deixou o Presídio da Papuda, em Brasília, no dia 13 de julho, e continua em seu apartamento em Salvador sem tornozeleira eletrônica. 
Os fatos novos, surgidos na 'Operação Tesouro Perdido', que apreendeu os R$ 51 milhões, podem motivar uma nova prisão de Geddel, independentemente do benefício obtido no TRF. Para isso, a PF ou o MPF podem fazer pedido nesta direção à Justiça Federal em Brasília. (247).

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Polícia Civil prende homem que abusava sexualmente de vítimas após roubos em Petrolina


Um homem acusado de vários roubos a estabelecimentos comerciais de Petrolina foi preso pela Polícia Civil (PC) ontem (6). De acordo com a PC, o acusado – Anderson Ferreira Passos – foi reconhecido por várias vítimas, bem como por câmeras de segurança dos estabelecimentos. Ele tinha um mandado de prisão em aberto.
Conforme a PC, Anderson abusou sexualmente de algumas vítimas mediante ameaça, usando uma faca. Em depoimento, ele confessou os crimes e foi encaminhado à Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, onde permanecerá à disposição da Justiça. (C.Britto).

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No Recife, Grito dos Excluídos reuniu cerca de 3 mil

Mobilização terminou no início da tarde deste 7 de setembro, na praça da Independência, centro do Recife
Grito dos excluídos nas ruas do Recife
Grito dos excluídos nas ruas do RecifeFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco


O Grito dos Excluídos e Excluídas, que terminou no início da tarde desta quinta (7), reuniu em torno de 3 mil pessoas, membros de movimentos sociais, da igreja e de sindicatos trabalhistas. Segundo o membro da organização, Marcos Vinicius Albuquerque, este ano, a mobilização traz protesto contra as reformas trabalhista, previdenciária e do ensino médio.

Enquanto o desfile da Independência acontece na Zona Sul do Recife, na área central o tom é de protesto. Manifestantes ocuparam a Praça do Derby por volta das 9h desta quinta-feira (7) para pedir direitos e democracia. Esta foi a 23ª edição do Grito dos Excluídos. "Antes, houve 10 'pré-gritos' que aconteceram durante o ano como forma de chamar a atenção da população para este grande ato, feitos em locais de grande concentração de pessoas", disse Albuquerque.
Por volta das 11h, o grupo saiu em caminhada em direção à avenida Conde da Boa Vista. Membros de movimentos como a Marcha das Mulheres e o Movimento Sem Terra (MST), além de pessoas ligadas ao Sindicato dos Bancários, representes da Chesf e do Sinpol, somando cerca de 35 entidades, estiveram presentes. 

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Veras reforçou a importância do ato para dar voz aos excluídos das políticas públicas "que estão sendo atingidos pelo governo ilegítimo" e criticou a privatização da Chesf. "É o mesmo que privatizar o rio São Francisco", alegou.

"Este ato é sempre no dia da pátria e do apátrios. Estamos em um momento, no País e 
no mundo, em que a política está atormentando a todos", disse o escritor Jomard Muniz de Britto, que esteve também no ato. 
Assim como em outras edições, integrantes do PT e PSOL compareceram ao ato como o ex-deputado federal Fernando Ferro e a deputada estadual Teresa Leitão, ambos do PT; e o vereador do Recife, Ivan Moraes Filho (PSOL). 
Igreja
"O Papa Francisco disse que a prática da politica é uma das mais sublimes da caridade cristã porque luta pelo bem comum", disse o frei Aloísio Fragoso, em nome da Igreja Católica. Ele explica que, do ponto de vista cristão, é como o próprio nome do movimento, em prol de todos os excluídos. A manifestação acontece em quase todas as capitais brasileiras.
Grito dos excluídos, na Praça do Derby
Grito dos excluídos, na Praça do DerbyFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
Grito dos excluídos, na Praça do Derby
Grito dos excluídos, na Praça do DerbyFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
Grito dos excluídos nas ruas do Recife
Grito dos excluídos nas ruas do RecifeFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
Tio Sam no Grito dos Excluídos
Tio Sam no Grito dos ExcluídosFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco


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DESFILE 7 DE SETEMBRO EM PETROLINA ACABA COM BRIGA ENTRE MST, VEREADORA CRISTINA COSTA, CUT E GERENTE DA GUARDA MUNICIPAL



O desfile de Petrolina realizado agora pela manhã acabou em confusão e trocas de tapas. Integrantes da Guarda Municipal de Petrolina, a vereadora Cristina Costa (PT) e trabalhadores do Movimento Sem Terra e Central Única dos Trabalhadores entraram em conflito e foram dispensados com jatos de spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
Através das redes sociais a vereadora Cristina diz que o Grito dos Excluídos é a data escolhida para a realização da manifestação popular que pedia democracia e que teve atividades em diversas localidades do Brasil. Segundo informações também participavam do Grito o deputado estadual Odacy Amorim e o ex-vereador do PT, Padre Antônio.
"Não há Independência em Petrolina. O grito dos Excluídos foi marcado neste 7 de Setembro por ditadura e ataques do governo municipal de Petrolina. Durante a manifestação, em frente à Prefeitura, o próprio secretário municipal de segurança atacou a Vereadora Cristina Costa com spray de pimenta", denunciou a assessoria da vereadora.
De acordo com informações a Guarda Municipal declarou ter agido em legitima defesa e  que o uso do spray foi usado para não haver violência usando a "força bruta".
A redação do blog enviou solicitação à assessoria da Prefeitura de Petrolina para esclarecer os fatos. (Via: Geraldo José). Redação blog. Foto: Ascom-Cristina Costa.


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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

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