Senador disse ao Diario que ainda não houve convite oficial, mas que bancada do MDB acenou positivamente após consulta do presidente do Senado
Fernando Bezerra Coelho é visto como bom articulador e com capacidade de liderar a base aliada do governo em votações importantes que estão por vir, como a da Reforma da Previdência (Foto: Wikimedia Commons / Senado Federal)
O senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB) confirmou que está cotado para assumir a liderança do governo Bolsonaro no Senado. Segundo o parlamentar confirmou à reportagem, as articulações estão sendo intermediadas pelo presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) e pelo líder do MDB, Eduardo Braga (AM). Após ser consultado, Braga conversou com a bancada emedebista no Senado, que não apresentou rejeição ao nome de FBC para ser líder governista.
“Nas tratativas que ocorreram entre Davi (Alcolumbre) e (Eduardo) Braga [líder do MDB], o presidente do Senado colocou essa sugestão do MDB poder assumir a liderança do governo no Senado através do meu nome. Após isso, a bancada foi consultada e acenou positivamente. Não houve convite formal por parte do governo, mas está prevista uma reunião na segunda-feira”, declarou Fernando Bezerra Coelho à reportagem do Diario. Na próxima segunda-feira (11), haverá uma reunião entre FBC e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), na qual, poderá ser formalizado um convite ao senador.
O martelo será batido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, se recuperando da retirada de uma bolsa de colostomia. A previsão é de que Bolsonaro tenha alta na próxima semana, justamente quando o Congresso Nacional começará a funcionar com mais intensidade no ano legislativo.
Nos bastidores do governo, Fernando é visto como bom articulador e com capacidade de liderar a base aliada do governo em votações importantes que estão por vir, como, por exemplo, a Reforma da Previdência e o Pacote Anticriminalidade, apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, no início da semana.
O movimento pró-FBC se trata, ainda, de uma tentativa do governo de aproximação com a bancada do MDB, a maior do Senado, com 13 parlamentares. O MDB teve candidato à Presidência do Senado, Renan Calheiros (AL), e saiu derrotado na disputa no plenário. Agora, a tentativa é de conter a ala mais ligada a Renan. Fernando Coelho, inclusive, foi um dos articuladores a favor da postulação do alagoano ao comando da Casa Alta do Legislativo. Os emedebistas ficaram contemplados apenas com a Terceira-Secretaria na eleição da Mesa Diretora por meio do senador Eduardo Gomes (TO).
Caso seja confirmada a indicação para a liderança governista, Fernando Bezerra Coelho se consolidaria como principal interlocutor da bancada de Pernambuco com o Governo Federal. Atualmente, o PSB, do governador Paulo Câmara, faz oposição a Bolsonaro, e Fernando se tornaria um aliado de primeira hora da gestão Jair Bolsonaro. “Eu sempre trabalhei, desde o primeiro dia de mandato, na procura pelo bem do estado e de investimentos em prol do desenvolvimento”, disse Fernando, afirmando que a busca por recursos para o Estado continuará, independentemente de assumir a liderança. A respeito da relação com Paulo Câmara (PSB), o emedebista disse que será “cordial como vem acontecendo” e disse acreditar que o governador está ciente das necessidades de reformas, como a da Previdência. “Sempre foi uma relação em prol de Pernambuco com o governo (estadual)”, afirmou o senador.
Caso se consolide na segunda-feira (11), não será a primeira vez que Fernando exercerá o cargo de líder do governo no Congresso Nacional. Ele foi líder do governo Michel Temer de (MDB) por quase seis meses, de agosto até dezembro, quando o ex-presidente deixou o Executivo.
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