Por: Victória OlimpIo/
Por: Correio BrazilienseFoto: Reprodução/Unsplash
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O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou nesta quarta-feira o seu relatório e anunciou que o presidente Jair Bolsonaro será alvo de três pedidos de indiciamentos por crimes contra a humanidade, além de diversos outros crimes.
Ao abrir sua leitura em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, o relator afirmou que o resultado da CPI demonstra a omissão do governo e a intenção clara de expor a população ao coronavírus para atingir a imunidade de rebanho.
"Após seis meses de intensos trabalhos, esta Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia colheu elementos de prova que demonstraram sobejamente que o Governo Federal foi omisso e optou por agir de forma não técnica e desidiosa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, expondo deliberadamente a população a risco concreto de infecção em massa", disse Renan.
O senador elencou a existência de um gabinete paralelo formado por médicos, políticos e empresários, para assessorar o presidente, o incentivo para que as pessoas negassem medidas como uso de máscara e adotassem o "tratamento precoce" com medicamentos sem eficácia, e a resistência à compra de vacinas como as provas de que o governo, e especificamente Bolsonaro, apostavam na imunidade natural de rebanho.
"Essa estratégia (da imunidade de rebanho) levou o presidente Jair Bolsonaro a resistir obstinadamente à implementação de medidas não farmacológicas, tais como o uso de máscara e o distanciamento social e, sobretudo, a não conferir celeridade na compra de imunizantes, mas, em sentido oposto, a dar ênfase a cura via medicamentos, por meio do chamado 'tratamento precoce'", disse Renan.
De acordo com o relator, Bolsonaro usou a máquina pública para incentivar que a população seguisse com sua rotina normal, mesmo tendo informações sobre os riscos.
"A ênfase do governo foi em proteger e preservar a economia, bem como em incentivar a manutenção das atividades comerciais, inclusive, com propaganda oficial apregoando que o Brasil não poderia parar", lembrou.
Renan fez mudanças de última hora em seu relatório depois de uma jantar na noite de terça-feira em que os senadores independentes e de oposição se reuniram para aparar arestas.
Renan abriu sua apresentação com as justificativas para as alterações. Segundo o relator, havia dúvidas sobre a caracterização do crime de genocídio de indígenas, daí a opção por incluir mais um crime contra humanidade no texto final.
De acordo com Renan, foi durante a reunião que foi decidido trocar o pedido de indiciamento de Bolsonaro por genocídio de indígenas por crime contra a humanidade para tipificar melhor os crimes.
Além da questão indígenas, os outros pedidos de indiciamento por crimes contra a humanidade dizem respeito aos casos da falta de oxigênio em Manaus e da empresa Prevent Sênior, que utilizou um tratamento contra a Covid com medicamentos sem eficácia, que é defendido por Bolsonaro e por apoiadores.
Também foi retirado o pedido de indiciamento por crime de homicídio qualificado contra o presidente devido às argumentações técnicas do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), delegado por mais de duas décadas.
"Retiramos o crime de homicídio, nos rendemos aos argumentos técnicos e indiscutíveis do Senador Alessandro Vieira. Eu queria aproveitar a oportunidade para dizer que a posição do Alessandro, tecnicamente defensável, é a posição deste Relator e desta Comissão Parlamentar de Inquérito", disse Renan.
"Eu concordei com as mudanças no relatório, todos nós fizemos concessões."
O presidente também é alvo de pedidos de indiciamento pelos seguintes crimes: epidemia, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, violação de direito social, incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo e crime de responsabilidade.
Também foi retirado o indiciamento do pastor evangélico Silas Malafaia, acusado inicialmente de incitação ao crime por divulgar notícias falsas. Renan não explicou o porquê da retirada de Malafaia do relatório. Lisandra Paraguassu, Reuters.
Leia na íntegra o relatório final da CPI da Covid:
Em entrevista à rádio A Tarde, de Salvador (BA), nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o presidente Jair Bolsonaro deve dar um auxílio de R$ 600 para os brasileiros pobres que passam por dificuldades. Ele lembrou que PT, há mais de cinco meses, pediu que o valor do auxílio se fixasse em R$ 600 e, além disso, o partido mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo Bolsa Família, também no valor dos 600 reais. O ex-presidente disse não se importar que Bolsonaro possa tirar proveito eleitoral do auxílio, porque o povo merece receber o dinheiro.
“Estou vendo agora que Bolsonaro vai dar um auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. Muita gente diz que a gente não pode aceitar porque é um auxílio emergencial eleitoral. Não, não penso assim. Faz mais de cinco meses que o PT pediu um auxílio emergencial de R$ 600, aliás, o PT pediu e mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo bolsa família de R$ 600. Então, o que nós queremos é que o Bolsonaro dê um auxílio emergencial de R$ 600. Ele vai tentar tirar proveito disso? É problema dele. Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar um auxílio emergencial de R$ 600, paciência. Eu acho que o povo merece os R$ 600 e acho que ele tem que dar e nós já reivindicamos isso”, disse o Lula.
Na entrevista, Lula disse ainda que está trabalhando num plano de reconstrução do Brasil, um plano que coloque o pobre o orçamento. “Precisamos apresentar para a sociedade brasileira que tipo de política nós precisamos fazer de desenvolvimento para que o Brasil possa retomar aquilo que ele já foi”, afirmou. O ex-presidente disse ser plenamente possível fazer “uma coisa mais saudável, mais civilizada, pensar nas pessoas mais humildes”.
“Eu não acredito em nenhum modelo econômico que não coloque o pobre dentro do orçamento. Eu provei que o pobre não é problema, é solução”, disse, acrescentando que está muito otimista com a perspectiva de voltar a fazer o povo sorrir outra vez de alegria.
Questionado sobre polarização na política, o ex-presidente afirmou que é importante o Brasil recuperar o sentimento da civilidade. Para Lula, o ódio na política começou após a derrota do PSDB nas eleições de 2014 e se agravou com o golpe na ex-presidenta Dilma Rousseff. “Você pode ter um adversário político e se cumprimentarem de forma civilizada. É assim que deve ser a política. Acontece que foi estabelecido um ódio e isso não existia no Brasil. Essa guerra começou a ser estabelecida quando Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff (2014) e não aceitou a derrota eleitoral, e aumentou com o golpe contra a Dilma. Agora temos que voltar à normalidade”. (Do Lula.com.br).
Assista à íntegra da entrevista:
Por: Correio Braziliense
Um grupo de extremistas, vestindo roupas verde e amarelo invadiram a sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre (RS), nesta quarta-feira (20), para protestar contra o chamado passaporte da vacina.
Os vereadores votariam a derrubada ou manutenção do veto do prefeito Sebastião Melo (MDB) sobre a medida que exige comprovante de vacina contra a Covid-19 para acessar determinados estabelecimentos e eventos.
À Fórum, o vereador Leonel Radde (PT) contou que o grupo composto por cerca de 40 pessoas entrou no plenário da Câmara e uma das manifestantes exibiu um cartaz que continha uma suástica nazista, que depois foi repassado a um homem. Ostentar este tipo de símbolo no Brasil é crime.
A exibição do símbolo extremista gerou indignação entre os vereadores, que pediram a expulsão do grupo antivacina. Neste momento parte dos manifestantes começaram a agredir parlamentares com socos e instaurou-se uma confusão generalizada. Um dos vereadores, segundo a jornalista Kelly Matos, chegou a ser mordido.
“Isso gerou indignação (o cartaz com suástica). E aí começou, para tirar o cartaz. Eles vieram agredir os vereadores, não tinha segurança, foi essa a situação”, relatou Radde à Fórum.
Pelas redes sociais, o vereador do PT pediu a identificação e a prisão de quem levantou o cartaz com suástica. “A situação é grave! A pessoa segurando o cartaz com a suástica precisa ser identificada e presa. Absurdo! Antivacs fazendo apologia ao nazismo na Câmara Municipal de Porto Alegre”, escreveu.
Confira, abaixo, vídeos da manifestação dos extremistas.
Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...