segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Em evento do grupo empresarial do G20, Alckmin ressalta papel do Brasil na segurança alimentar

O B20 Brasil reúne cerca de 900 representantes do setor industrial e quer propor ao fórum políticas em diversas áreas

Vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (Foto: Cadu Gomes/VPR)


Durante o lançamento do Business 20 (B20 Brasil), grupo empresarial ligado ao G20, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), ressaltou o papel do Brasil em garantir a segurança alimentar do planeta.

Por sediar o principal fórum de cooperação econômica internacional em novembro deste ano, que será no Rio de Janeiro, o Brasil vai realizar ao longo do ano diversos eventos ligados ao G20, quando também preside a entidade.

Durante discurso na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o vice-presidente ressaltou que o mundo atravessa várias dificuldades pós-pandemia, com retração das atividades econômicas, inflação e conflitos. Só na Faixa de Gaza, o número de palestinos mortos até o momento é de quase 27 mil.

"O Brasil pode fazer toda a diferença neste momento nos três temas de hoje: preocupação planetária, segurança alimentar e clima. Nós somos o campeão da produção de proteína animal e vegetal, temos a energia mais limpa do planeta e uma enorme contribuição a dar na descarbonização", acrescentou.

O B20 Brasil reúne cerca de 900 representantes do setor industrial e quer propor ao fórum políticas em áreas como comércio, investimento, emprego, educação, transformação digital, transição energética, clima, finanças, infraestrutura, integridade, compliance, sistemas alimentares sustentáveis, agricultura, mulheres, diversidade e inclusão nos negócios. A presidência do grupo está a cargo desde dezembro da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além de Alckmin, o evento também contou com a presença do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), do presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO - Já o presidente do BNDES ressaltou que o Brasil é protagonista mundial na produção de açúcar, café, suco de laranja, carne bovina, carne de frango, milho, soja e algodão. "Em um momento histórico de grandes desafios, nós precisamos ter uma agricultura cada vez mais com baixo carbono, porque 74% das emissões do Brasil vêm da terra, 24% da produção da agropecuária e metade do desmatamento", defendeu Mercadante.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, lembrou da importância do investimento do governo para o crescimento da indústria. "Não existe economia forte sem indústria forte, e todos os países, como Estados Unidos, Coreia do Sul, Alemanha e China estão revisitando suas cadeias de valor", completou. - (Sputnik Brasil).


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Bolsonaro tentou se impor como o único neoliberal viável na sua "superlive", mas a PF pode ter estragado o plano

Ação policial nos endereços de Carlos Bolsonaro vai testar a resiliência do bolsonarismo

Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Reprodução)

A "superlive" realizada por Jair Bolsonaro e seus filhos neste domingo foi notável como produto de comunicação.  Além do alcance em si, com milhões de visualizações, ela teve um roteiro claro e bem definido. Na entrada, o ex-presidente apresentou seus "valores": um político contra o aborto, a favor do armamento e contra as drogas. Em seguida, disse como iniciou sua carreira política numa live que também tinha como objetivo central atrair corações e mentes para a direita radical. Na terceira parte, mandou recados para a classe dominante, ao se colocar como defensor intransigente do agronegócio, do estado mínimo e dos interesses da Avenida Faria Lima, citando, por exemplo, o caso da Vale, que hoje coloca em campos opostos o governo Lula e o capital financeiro. Por último, abriu espaço para que seus filhos vendessem treinamentos para aqueles que pretendem se tornar multiplicadores da ideologia de direita ou se candidatar nas próximas eleições. E – last, but not least – Bolsonaro transmitiu todas essas mensagens usando como escudo a camisa da seleção de futebol de Israel, reforçando sua identidade com o sionismo no exato momento em que se discute o genocídio em Gaza. Na prática, Bolsonaro se colocou novamente como representante dos opressores.

Todas as falas têm coerência e fazem parte de uma tentativa clara da família Bolsonaro de se impor à direita tradicional. Com a guerra cultural no campo dos "valores" e a adesão ao sionismo, o bolsonarismo pesca votos entre os mais pobres, suscetíveis a temas como drogas, violência e aborto, e o público evangélico, que vê nos judeus o "povo escolhido". Com a defesa do agro, da Faria Lima e do estado mínimo, ele tenta manter o apoio das regiões Sul e Centro-Oeste e também dos setores rentistas da classe dominante que o apoiaram nas eleições presidenciais de 2018 e 2022. Finalmente, com a abertura para que qualquer pessoa possa se candidar e se tornar um multiplicador da ideologia de direita, ele pesca votos entre os individualistas que, dominados pela lógica neoliberal, não enxergam perspectivas de progresso numa sociedade mais justa e igualitária. O curso oferecido pelos filhos de Jair é uma oportunidade de "se dar bem" na política, assim como ocorreu com toda a família Bolsonaro, usando como biombo a defesa da família e dos valores cristãos.

Outro aspecto importante da superlive foi a ideia de união familiar. Pela primeira vez, Jair apareceu numa transmissão junto com seus filhos Flávio, que é senador, Eduardo, deputado federal, e Carlos, vereador no Rio de Janeiro. Portanto, mesmo estando inelegível, o patrimônio eleitoral tem dono e pertence à família. Pode ser transferido a um dos filhos, ou mesmo à ex-primeira-dama Michelle. Neste contexto, o recado transmitido à classe dominante seria o de que o bolsonarismo ainda seria a única alternativa política viável para levar adiante o projeto neoliberal no Brasil. Não há mais PSDB, nenhuma alternativa de direita civilizada despontou no horizonte e as candidaturas que estão sendo ensaiadas, como a do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, imploram pelo apoio de Jair Bolsonaro. Ocorre que a cada dia que passa fica mais claro que o ex-presidente não pretende passar o bastão a ninguém que não seja de seu círculo mais íntimo, ou seja, da própria família.

A estratégia bolsonarista foi explicitada na superlive de domingo, mas um fato novo, de grande repercussão surgiu na manhã de segunda, quando a Polícia Federal bateu na porta do vereador Carlos Bolsonaro e em outros endereços ligados ao provável chefe do chamado "gabinete do ódio" e da "Abin paralela". A tendência é que a partir de agora, como uma procuradoria-geral da República atuante e comandada por Paulo Gonet, as vísceras do bolsonarismo sejam expostas em praça pública. O discurso da direita radical será claramente o da perseguição política, mas o fato é que a batida policial irá testar a resiliência do bolsonarismo entre seus eleitores. Nem todos estão completamente gadificados. Ao governo Lula, cabe seguir em frente no projeto de reconstrução nacional e retomada do desenvolvimento, deixando que as instituições façam livremente o seu trabalho. - (Leonardo Attuch). 



Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.


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Carlos usava assessores para obter informações da Abin, diz PF

 

Vereador queria informações de inquéritos contra a família

Renan Olaz/CMRJ

A Polícia Federal (PF) investiga se o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) usava assessores para solicitar informações de forma ilegal por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A suspeita está no relatório de investigação que baseou a operação desta segunda-feira (29) contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma das mensagens obtidas pelos investigadores, Luciana Almeida, apontada como assessora de Carlos Bolsonaro, entra em contato com Priscila Pereira e Silva, identificada como assessora do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, para solicitar "ajuda " da "Abin paralela".

De acordo com a mensagem de WhatsApp, que faz parte do inquérito, a solicitação envolvia dados sobre as investigações contra Jair Bolsonaro e seus filhos.

“Bom diaaaa. Tudo bem? Estou precisando muito de uma ajuda. Delegada PF. Dra. Isabela Muniz Ferreira – Delegacia da PF Inquéritos Especiais Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos).  Escrivão: Henry Basílio Moura", diz a mensagem. 

Após avaliar o material apreendido, a PF passou a suspeitar que os contatos entre Carlos Bolsonaro e Ramagem eram feitos por meio de seus assessores.

"Destaca-se que conforme se depreende da IPJ 183071/2024 que a comunicação entre os investigados del. Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro se dá precipuamente por meio de seus respectivos assessores”, diz a PF no relatório.

Na decisão na qual autorizou as buscas e apreensões contra Carlos Bolsonaro e os demais envolvidos na investigação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumenta que as provas obtidas até o momento demonstram a existência de uma "organização criminosa" para realizar ações clandestinas na Abin.

"Os elementos de prova colhidos até o momento indicam, de maneira significativa, que a organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, bem como para fiscalizar indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos", escreveu Moraes.

Na quinta-feira (21), o ministro também autorizou buscas contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com o processo, Ramagem, policiais e delegados da PF que estavam cedidos para a Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas. O caso é conhecido como "Abin paralela".

Defesa

Agência Brasil busca contato com a defesa de Carlos Bolsonaro. 

Pelas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, irmão do vereador, classificou a operação como "ato ilegal, além de "imoral".

"Esse estado de coisas não pode permanecer, não pode uma ordem judicial ter uma ampliação dessa forma. Isso é ato ilegal, além de imoral", declarou. - (Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília).

Edição: Fernando Fraga



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