Paulo Câmara, governador de Pernambuco - Foto: Hélia Scheppa / SEI
O governador Paulo Câmara anunciou, em um pronunciamento nesta quinta-feira (25.03), que o Estado vai estender a quarentena mais rígida até o próximo dia 31 de março. Com isso, Pernambuco completará 14 dias seguidos de medidas restritivas em todo o território.
O governador comunicou ainda que já a partir do dia 1º será colocado em prática um novo plano de convivência com a pandemia da Covid-19, com regras válidas até o dia 25 de abril.
“As atividades econômicas poderão reabrir das 10h às 20h nos dias de semana, e das 9h às 17h aos sábados, domingos e feriados. As praias voltarão a ter atividades físicas individuais permitidas, e a volta às aulas estará liberada a partir do próximo dia 5 de abril, para a rede privada e para o ensino médio da rede estadual”, detalhou Paulo Câmara sobre as novas medidas, esclarecendo também que as celebrações religiosas poderão voltar a acontecer, desde que obedecendo aos protocolos e horários pré-estabelecidos.
Segundo o governador, a flexibilização das restrições não significa que a pandemia foi superada em Pernambuco. “Pelo contrário, temos um caminho longo pela frente até a superação total desse flagelo. Todos já sabemos quais são as atitudes que permitem conviver com a doença. Faça a sua parte, use máscara e oriente as pessoas que estejam relaxando nos cuidados básicos”, advertiu Paulo Câmara, acrescentando que considera o atual momento decisivo na luta contra a doença, que já dura mais de um ano.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) contabilizou, em levantamento realizado em 122 escolas estaduais do Estado, o número de 480 casos positivos de Covid-19 entre os profissionais da educação e alunos. Os dados consideram o período entre 23 de fevereiro e 15 de março de 2021. Das 132 escolas pernambucanas visitadas por diretores e representantes do Sindicato, 122 registraram algum caso da doença. O universo total de escolas abertas até 18 de março era de 750.
A Escola Capitão André Pereira Temudo, em Olinda, registrou o maior número de casos no período avaliado; 60 desde o retorno às aulas presenciais até a decretação do fechamento. A Escola Almirante Soares Dutra, no Recife, totalizou 31 infectados, entre professores, professoras e alunos. A terceira unidade de ensino com mais registros foi a Escola Sérgio Gouveia de Lima, em Nazaré da Mata, com 30 casos; seguida do Erem Frei Romeu Peréa, em Jaboatão dos Guararapes, com 25.
O sindicato informou que o número de casos pode ser maior que o total levantado no relatório. Em muitas escolas, os gestores ou responsáveis confirmaram infecções por Covid-19, mas não souberam especificar um quantitativo referente à unidade de ensino sob sua administração, impossibilitando assim, que os representantes do sindicato contabilizassem esses dados em relatório.
O levantamento realizado pelo Sintepe também revela outros dados como o de que, na grande maioria das vezes, quando houve confirmação da Covid-19 entre estudantes, as aulas da unidade escolar não foram suspensas. Em 80,4% dos casos as aulas na escola continuaram e em 19,6% dos casos a escola fechou. Da mesma forma ocorreu com professores e professoras. Quando houve confirmação de contaminação pela Covid-19, em 85% dos casos as aulas na unidade escolar não foram suspensas. Em todos esses casos, apenas as salas onde houve a contaminação tiveram suas aulas suspensas.
Para surpresa dos diretores do Sintepe, em 90% das unidades houve o respeito ao distanciamento de 1,5 metros entre as carteiras dos estudantes, assim como o recreio era feito em momentos diferentes para evitar a aglomeração.
Para a secretária geral do Sintepe, Marinalva Lourenço, que coordenou o levantamento de dados, mesmo com o cumprimento de alguns protocolos, não foi possível evitar a contaminação de professores, professoras e estudantes. "As escolas são ambientes vivos e dinâmicos. Não adianta apenas cumprir certos protocolos como uso de máscaras e distanciamento em um breve período, mas os estudantes se aglomerarem na volta para casa, no transporte coletivo lotado. É preciso vacina urgente para que o retorno às aulas seja seguro", analisou a secretária geral do Sindicato.
Covas abertas em cemitério de São Paulo (SP) em meio à pandemia de coronavírus 16/07/2020 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Brasil registrou nas últimas 24 horas 2.787 mortes por Covid-19, totalizando 303.462 óbitos em decorrência da doença desde o início da pandemia, de acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nesta quinta-feira (25).
No último dia foram contabilizados também 100.736 diagnósticos positivos de Covid-19, totalizando 12.320.169 casos da doença no país. (247).
Primeiras unidades serão entregues no dia 15 de abril
Ministério da Saúde
A prefeitura de São Paulo anunciou hoje (25) a instalação de 19 miniusinas de oxigênio para abastecer as unidades de saúde do município. Em um primeiro momento, ficam prontas sete usinas que serão entregues em 15 de abril, as outras 12, no dia 30 de abril. As miniusinas serão permanentes e ajudarão a cidade garantir o abastecimento e a reduzir o custeio do insumo em três anos. O investimento será de R$ 9,536 milhões.
“Essas miniusinas são fundamentais para viabilizar a instalação e a segurança de 596 leitos de enfermaria e 211 leitos de UTI em hospitais municipais, hospitais dia e Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A capacidade de produção máxima de oxigênio em cada uma delas é de 9 mil metros cúbicos por dia, o que significa 900 cilindros por dia", explicou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.
A prefeitura anunciou também a entrega de mais 60 leitos de UTI e 180 leitos de enfermaria referendados para o tratamento da covid-19, e 55 leitos para tratamento de outras enfermidades, todos em parceria com empresas privadas.
O setor privado também está colaborando com o envasamento de 400 cilindros de oxigênio, utilizados no atendimento inicial de pacientes com a covid-19.
No ato da vacina, basta o idoso apresentar o documento de identificação com data de nascimento e CPF. A recomendação é a de preencher o pré-cadastro no site Vacina Já para agilizar em até 90% o tempo de atendimento para a imunização.
Auxílio emergencial
A prefeitura também começou hoje a fazer o pagamento do Renda Básica Emergencial para 1,287 milhões de pessoas na capital paulista. O pagamento será feito em três parcelas, para 480.177 mil famílias cadastradas no Bolsa Família e que já receberam o auxílio no ano passado.
Trabalhadores ambulantes que não estejam cadastrados no programa, mas que preencham os critérios do Bolsa Família, tenham TPU (Termo de Permissão de Uso) vigente ou estejam inscritos no programa Tô Legal, de regularização das atividades dos ambulantes, também terão direito a receber.
"Hoje recebem as pessoas com final de Número de Identificação Social 1 e 2, amanhã, com 3 e 4; segunda-feira, 5 e 6; terça, 7 e 8 e quarta, 9 e 0. A Caixa Econômica manterá 133 agências abertas nesses dias apenas para atender as pessoas que recebem o pagamento. Pedimos que as pessoas utilizem os canais digitais do banco para acessar o valor e não se aglomerem nas agências", ressaltou a secretária municipal de Assistência Social, Berenice Gianella.
Feriados
O prefeito Bruno Covas pediu a colaboração dos moradores da capital paulista para o mega feriado que começa amanhã (26) na cidade. Cinco feriados municipais – dois deste ano e três de 2022 – serão antecipados a partir desta sexta-feira e serão encerrados no domingo (4), incluindo a sexta-feira Santa e a Páscoa. No total, serão 10 dias consecutivos.
"Gostaria de fazer um apelo. Amanhã nós começamos o período de mega feriado na cidade de São Paulo. Não é um período para festejar, viajar, aglomerar, muito pelo contrário. Nós sabemos e agradecemos o esforço que a população fez ao longo do último ano, mas é preciso parar para que possamos conter essas altas curvas de contaminação e de ocupação de leitos e óbitos no município. É um momento de fazer nossa reverência a essas 300 mil pessoas que morreram no Brasil com nosso gesto de colaboração", disse. (Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo).
Entram em vigor hoje (25) as novas medidas restritivas que o governo do Amapá adotou para tentar conter a disseminação do novo coronavírus no estado. Anunciadas pelo governador Waldez Góes na noite desta quarta-feira (24), as novas regras mantêm o toque de recolher e limitam o atendimento presencial a clientes, restringindo inclusive o horário de funcionamento dos estabelecimentos que vendem alimentos, como supermercados.
O novo decreto estadual deve ser publicado no Diário Oficial estadual desta quinta-feira. Ontem, ao antecipar detalhes das medidas, Góes anunciou que elas vão vigorar até a próxima quarta-feira (31). Além de manter a proibição ao consumo de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais e em vias públicas, que já estava em vigor, o governo vetou a comercialização desses produtos também por supermercados, mercearias e distribuidoras de bebidas.
As novas medidas também preservam o toque de recolher diário, entre 20h e 6h, que já tinha sido instituído. E estabelecem um cronograma de três fases para o que o próprio governo trata como um lockdown (fechamento do comércio).
Nos primeiros dois dias, hoje e amanhã (26), os estabelecimentos comerciais considerados essenciais abrem de forma escalonada, em turnos de 6 horas, conforme determinação das autoridades estaduais: supermercados e atacarejos funcionarão para atendimento presencial das 7h às 13h, e minibox e similares das 13 às 19h.
Entrega
Ainda durante os dois primeiros dias da vigência das novas medidas, lanchonetes e restaurantes só poderão funcionar para serviço de entrega das 6h às 18h, enquanto academias abrirão das 6h às 20h – estas não poderão funcionar entre sábado (27) e quarta-feira (31).
No segundo momento, de sábado a domingo (28), apenas estabelecimentos de venda de medicamentos, combustível, gás de cozinha e água poderão abrir. Farmácias e postos de gasolina poderão funcionar em horário normal, mas exclusivamente para vender medicamentos, fraldas e combustíveis. Já as lojas de conveniência que eventualmente funcionem junto a estes estabelecimentos não poderão operar. As revendedoras de gás e água também podem funcionar 24 horas ao dia.
Por fim, entre segunda-feira (29) e quarta-feira (31), os supermercados, atacarejos e miniboxes terão que voltar a se revezar nos horários de 7h às 13h, e de 13 às 19h, seguindo o mesmo escalonamento de quinta e sexta-feira, e mantida a proibição à venda de bebidas alcoólicas, atendimento presencial em lanchonete, restaurante e magazines instalados no interior dos supermercados.
Durante este terceiro período, também podem abrir presencialmente, de 6h às 20h, açougues, peixarias, batedeiras de açaí e revenda de gás e água, além de serviços e clínicas médicas e de exames laboratoriais.
Atividades suspensas
Até 31 de março, todos os portos do Amapá estarão fechados para desembarque de passageiros. Bares, boates, casas de show, teatros, casas de espetáculos, centros culturais e cinemas estão proibidos de funcionar, da mesma forma como não podem ocorrer atividades de lazer em clubes e balneários públicos e privados, incluindo reuniões em família, eventos em estádios, ginásios, quadras poliesportivas e praças.
As igrejas e templos religiosos poderão funcionar na modalidade presencial de segunda a sexta-feira, das 6 às 20 horas, com apenas metade da capacidade de lotação, até o limite de 50 pessoas.
Continuam suspensas a prática de esportes de contato (jiu jitsu, judô, taekwondo, submission, MMA, boxe e muay thai) e as aulas de natação, hidroginástica, dança de salão, balé e similares. Além disso, estão proibidos eventos corporativos, técnicos, científicos, culturais.
Parques, museus, bibliotecas, centros culturais, shoppings centers e galerias comerciais não podem abrir neste período, bem como autoescolas, cursos livres de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, idiomas e música, cursos de formação e reciclagem e instrução.
Segundo o governador Waldez Góes, a situação epidemiológica no estado será avaliada diariamente e novas medidas serão anunciadas na próxima quarta-feira (31). Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Góes disse esperar o engajamento dos amapaenses. “Quanto maior for o distanciamento social e o cuidado com a higiene pessoal, mais vidas serão protegidas”, disse o governador, anunciando a chegada de um novo lote de vacinas ao estado. “Avançando na vacinação dos idosos e dos grupos prioritários, vamos chegar rapidamente aos trabalhadores da educação, da segurança pública e do sistema prisional e, assim, proteger mais vidas no estado”, finalizou.
Pelo segundo dia consecutivo, Pernambuco registrou recorde de casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia. Nesta quinta-feira (25), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), notificou 2.786 registros da doença.
Entre os casos confirmados na atualização desta quinta-feira, 187, equivalente a 7%, são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 2.599 (93%) são leves.
Ainda foram notificadas 46 mortes, ocorridas entre 30 de abril de 2020 e essa quarta-feira.
Com a atualização, Pernambuco agora se aproxima dos 340 mil casos, com 339.022 infectados (35.156 graves e 303.866 leves) e tem 11.853 mortes.
Os detalhes epidemiológicos serão repassados ao longo do dia pela Secretaria Estadual de Saúde.
Total de casos confirmados em 24h desde o início da pandemia, em março
1º) 2.786 (25 de março de 2021)
2º) 2.738 (24 de março de 2021)
3º) 2.512 (30 de dezembro de 2020)
4º) 2.482 (16 de março de 2021)
5º) 2.279 (16 de maio de 2020)
Total de casos confirmados em 24h em 2021
1º) 2.786 (25 de março de 2021)
2º) 2.738 (24 de março de 2021)
3º) 2.482 (16 de março de 2021)
4º) 2.245 (17 de março de 2021)
5º) 2.226 (18 de fevereiro de 2021)
Total de mortes confirmadas em 24h desde o início da pandemia, em março
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
O retorno pleno do Lula à vida política recoloca os termos dos enfrentamentos políticos. Até ali, o centro dos choques se dava no marco da direita, entre o Bolsonaro e os setores de direita que, apoiando sua política econômica, divergem do seu estilo de governo. Entre Bolsonaro e o Judiciário, entre Bolsonaro e o Congresso, entre Bolsonaro e a mídia.
Diante desses embates, a esquerda tinha que se posicionar, sempre contra Bolsonaro. Mas não era protagonista. Fazia uma frente concreta, em que a hegemonia, quem colocava os termos do confronto com Bolsonaro, era a direita. O horizonte da luta era limitado pela direita contra a extrema direita, que não tocava na política econômica do governo. Se chocava com as tendências autoritárias do Bolsonaro.
A reaparição do Lula muda os termos dos debates e dos enfrentamentos. O fato de que políticos de direita como o FHC, o Delfim, o Rodrigo Paes, Gilberto Kassab, optaram por votar no Lula no segundo turno, representa uma importante defecção para a direita e uma disposição de considerar o Lula como opção menos ruim, comparada com o Bolsonaro.
A divisão da direita é um sintoma mais da perda de narrativa e de capacidade hegemônica da direita. Seu discurso de luta contra a política e a corrupção perdeu capacidade de conquistar a manter adesões majoritárias na sociedade. O desalento com Bolsonaro não impede que continue a ter, pelo menos nas pesquisas, nível de apoio que, da mesma maneira que em 2018, faz dele o principal adversário da esquerda, do PT e do Lula. Os outros, em geral candidatos a expressão de uma suposta terceira via, se dividem, não conseguem agregar apoios políticos e sociais significativos. Mantêm suas candidaturas, porque acreditam que, em algum momento, a direita pode abandonar maciçamente Bolsonaro e buscar alternativas.
A esquerda precisa compreender a nova possibilidade que se apresenta para ela e estar à altura dos desafios. Antes de tudo, como frisa o Lula, se concentrar agora nas necessidades urgentes da população: auxílio emergencial, emprego, vacinas. Identificar-se com as urgências da massa da população, abandonada pelo governo.
A luta pela queda do Bolsonaro não deve ser abandonada pela esquerda. O controle do Congresso pelo Bolsonaro se mostra mais frágil diante do descontrole da pandemia, expressa em declarações, especialmente do presidente da Câmara, em quem o Bolsonaro deposita a confiança para brecar o impeachment. Revela como o Centrão está afetado pelo desgaste do Bolsonaro e o abandonará se esse desgaste abalar seus apoios eleitorais.
Um impeachment depende de um outro fator ausente por enquanto: a quarentena impede que a rejeição do Bolsonaro promova grandes mobilizações de rua. Os panelaços são uma mostra de como essa rejeição se estende e se torna mais vigorosa. Mas o clima de que a maioria não aguenta mais o Bolsonaro, requer mobilizações de rua, que não devem retornar por alguns meses ainda.
Mas alguma circunstância pode acender a chispa que alastre rapidamente um clima que torne viável o impeachment. A maioria do empresariado está muito descontente. A grande maioria da mídia, também. Será indispensável que a base parlamentar de apoio do Bolsonaro se quebre.
Mais além dessa possibilidade, que poderia fazer o Brasil ser poupado dos sofrimentos atuais, a esquerda tem que pensar na possibilidade de que a disputa política se derive para as eleições de 2022. Para esse momento, a primeira atitude responsável da esquerda tem que ser a da unidade de todas as forças, que hoje só pode se dar em torno do Lula, o grande candidato da esquerda.
Com uma proposta ampla de reconstrução do País, um País destrocado de todos os pontos de vista, que a esquerda vai receber como herança dos seis anos de destruição neoliberal do Brasil. Não se trata apenas de uma frente política de forcas, mas também de uma grande aliança social em torno dos que estão a favor do restabelecimento da democracia, da reconstrução econômica e social do País, da retomada do desenvolvimento econômico, com políticas sociais de distribuição de renda e geração de empregos.
A esquerda tem que voltar a se apresentar ao País como a única forca que pode congregar a maioria do País para afirmar a democracia, para fazer a economia crescer, a desigualdade ser combatida frontalmente, a imagem do Brasil no mundo ser recuperada no mundo. Necessitamos uma grande vitória, tomara que já no primeiro turno, porque será uma derrota não apenas da extrema direita e da direita, mas especificamente dos militares, que se uniram à aventura do governo Bolsonaro.
Necessitamos afirmar uma grande maioria para restabelecer a democracia, para promover a desmilitarização do Estado brasileiro, para terminar com a financeirização da economia e voltar a impor uma dinâmica produtiva, de luta contra as desigualdades, de geração de empregos, de promoção dos direitos sociais de todos os brasileiros. (Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros).
Os preços do litro da gasolina e do óleo diesel ficam R$ 0,11 mais baratos a partir de hoje (25) nas refinarias da Petrobras. Com isso, o litro da gasolina está sendo vendido a R$ 2,59 para as distribuidoras (uma queda de 4,1%).
Já o óleo diesel está sendo comercializado nas refinarias pelo valor de R$ 2,75 por litro (uma queda de 3,8% no preço anterior).
A Petrobras ressalta que o valor do combustível para os consumidores finais ainda sofre a influência de tributos, da adição obrigatória dos biocombustíveis e da margem de lucro das distribuidoras e postos. (Por:Agência Brasil).
Consórcio ofereceu 200 milhões de doses ao Ministério da Saúde
Tânia Rego
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (25) uma operação para investigar um grupo suspeito de negociar uma falsa oferta de doses de vacinas contra a covid-19 ao Ministério da Saúde.
Segundo a PF, a investigação, batizada de Taipan, apurou que foram oferecidos ao ministério e também a outros gestores públicos 200 milhões de doses em nome de um grande consórcio farmacêutico.
A polícia cumpre sete mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Distrito Federal.
“As investigações, iniciadas a partir de notícia encaminhada à PF pelo próprio Ministério da Saúde, apontam que ao menos dois indivíduos, por meio de duas empresas, apresentaram credenciais falsas afirmando terem exclusividade para a comercialização do lote de vacinas”, informou a Polícia Federal.
Pela falsa oferta de vacinas, os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato em face de entidade pública, associação criminosa, falsificação de documento particular (art. 298, CPB) e falsificação de produto destinado a fins medicinais. (Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília).
“Fiquei feliz de saber que com um ano de atraso resolveram montar uma comissão de especialistas e de médicos, com um ano de atraso e 300 mil mortos”, ironizou.
Governadores de 16 estados assinaram uma carta à cúpula do Congresso pedindo que o valor do auxílio emergencial neste ano seja de R$ 600 por mês. Portanto, mais alto do que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prevê pagar. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), é um dos apoiadores da iniciativa.
Assinaram a carta os nove governadores do Nordeste, além dos mandatários de Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. A lista, portanto, inclui políticos próximos de Bolsonaro, como o governador Ratinho Júnior (Paraná).
“É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário”, diz o texto. (Por Blog da Folha).
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (24), que não há medicamentos com eficácia comprovada contra a Covid-19. Em sua primeira coletiva de imprensa, ele foi questionado sobre um protocolo do ministério que indica o uso de cloroquina contra a doença, algo que não é comprovado cientificamente. “A minha opinião é que temos que olhar para frente e buscar o que existe de comprovado, e é isso que o Ministério da Saúde vai fazer”, afirmou.
Por outro lado, o cardiologista declarou não ter conhecimento de "nenhum protocolo ou diretriz terapêutica no Ministério da Saúde ratificando o uso de medicações". “Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas são instruídas segundo regras que estão postas na lei orgânica da saúde. Então, no que há de meu conhecimento, não há nenhum protocolo ou diretriz terapêutica no Ministério da Saúde ratificando o uso de medicações. O que há, no caso dessa doença, é uma doença que não tem tratamento específico para bloquear a replicação viral”, afirmou.
A publicação da indicação do uso de cloroquina e hidroxicloroquina, no entanto, foi o motivador central para a saída do ex-ministro Nelson Teich da pasta, que se recusou a compactuar com o documento no ano passado. O cumprimento da ordem do presidente Jair Bolsonaro veio por meio do antecessor de Queiroga, o general Eduardo Pazuello, que, à época, ainda ocupava o cargo de forma interina.
Em maio do ano passado, o ministério publicou um protocolo com orientações para tratamento medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da covid-19, que incluem cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo o próprio documento da pasta, o protocolo foi publicado “com o objetivo de ampliar o acesso dos pacientes a tratamento medicamentoso no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde)”. O referido protocolo foi substituído por outro em agosto, com a mesma indicação.
O novo ministro da Saúde foi enfático ao dizer que "estudos que têm sido realizados, com metodologia científica própria, não mostraram eficácia, segundo a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) atesta".
A fala está em consonância com a própria mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro que, mais cedo, após encontro de lideranças dos poderes com o novo ministro, admitiu que "não temos ainda remédio" contra a covid-19. Por inúmeras vezes, o mandatário defendeu o uso de hidroxicloroquina, ostentando caixas do medicamento enquanto realizava pronunciamentos para a população brasileira.
Por outro lado, o ministro evitou usar palavras que batessem de frente com o posicionamento anterior do mandatário do país e se limitou a dizer que o conhecimento científico é dinâmico, citando que, no início da pandemia, a indicação era de que uma pessoa doente só deveria ir ao hospital em caso de falta de ar, quando hoje a indicação é que com qualquer sintoma, a pessoa deve se deslocar a uma unidade de Saúde. “A ciência evoluiu e vimos que tem que atender o paciente precocemente”, pontuou.
Ainda sobre isso, Queiroga ressaltou que o médico tem autonomia para receitar um medicamento sem evidência científica comprovada contra aquela doença. "É relação médico paciente e caso a caso tem que ser decidido", disse.
Ciência
Neste sentido, a condução de uma gestão baseada na ciência foi destacada durante o pronunciamento, bem como a importância de valorizar os pesquisadores e as equipes de saúde. "O ministério é a casa de todos os profissionais da saúde, e nós os acolhemos com entusiasmo".
Além disso, Queiroga frisou a necessidade de trabalhar junto às instituições do setor. "Várias ações precisam ser complementadas. Uma delas é a parceria com as instituições científicas, com as sociedades científicas, com os conselhos federais de Medicina, de Enfermagem, de Fisioterapia e dos demais profissionais de saúde".
O quarto ministro da Saúde de Bolsonaro anunciou a criação de uma secretaria especial para o combate à pandemia da Covid-19, na qual haverá um núcleo técnico, coordenado pelo professor titular da Universidade de São Paulo Carlos Carvalho, para abordar protocolos assistenciais da Covid-19. A secretaria será responsável, por exemplo, por definir quando um paciente precisa ser internado, quando é necessário reposição de oxigênio, quando se deve usar anticoagulante, entre outros pontos. (