sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Desbloqueio de bens é "consequência lógica do reconhecimento da nulidade dos processos", diz defesa de Lula

 

Cristiano Zanin Martins, ex-presidente Lula e Sérgio Moro (Foto: Stuckert | ABr)

A defesa do ex-presidente Lula (PT), em nota, afirmou que o desbloqueio dos bens do petista pela Segunda Turma Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, 26, após decisão arbitrária da Justiça de Curitiba, é "consequência lógica do reconhecimento da nulidade dos processos".

"Essa nova decisão do STF é uma consequência lógica do reconhecimento da nulidade dos processos em virtude da incompetência e da suspeição do ex-juiz Sergio Moro em relação ao ex-presidente Lula”, diz nota assinada pelos advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins.

Desbloqueio dos bens de Lula

Os ministros da 2ª Turma do Supremo concordaram que a Justiça Federal de Curitiba não poderia ter mantido o bloqueio após a Corte, no início do ano, declarar o juízo incompetente para julgar e processar as ações relacionadas ao Tríplex de Guarujá (SP).

À época, foram anuladas as condenações contra Lula, mas a 13ª Vara Federal de Curitiba, com decisão do juiz Luiz Antonio Bonat, decidiu manter os bens do ex-presidente bloqueados. De acordo com os advogados do ex-presidente, o juiz estava descumprindo decisão do Supremo, que determinou que os autos dos processos fossem enviados para o Distrito Federal.

Apenas o lavajatista Edson Fachin, que contraditoriamente deferiu a liminar tornando a Justiça de Curitiba incompetente para julgar Lula no caso do tríplex, votou a favor de Bonat. Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Kássio Nunes Marques votaram contra o bloqueio dos bens. A Segunda Turma do STF está sem um ministro desde que Cármen Lúcia foi para a Primeira Turma. 247.




“Bolsonaro é o maior aliado do coronavírus”, diz Lula

 

Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | REUTERS/Ueslei Marcelino)


O ex-presidente Lula (PT), nesta sexta-feira, 26, voltou a criticar Jair Bolsonaro nas redes sociais. Segundo o petista, “Bolsonaro segue sendo o maior aliado do coronavírus”. Em entrevistas, Lula já havia argumentado nesse sentido ao criticar a política negacionista do governo federal.

“No começo da pandemia impediu o governo do Ceará de fechar fronteiras para se proteger da chegada da doença. Agora não quer exigir vacinação e testes de turistas estrangeiros, como o mundo inteiro tem feito”, completou no Twitter. 247.

Aras pede ao STF depoimento de Bolsonaro sobre acusações da CPI da Covid

 

Augusto Aras e Bolsonaro (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF | Marcos Corrêa/PR)

Em uma das petições sobre a CPI da Covid enviadas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o PGR pede autorização da Corte para colher depoimento de Jair Bolsonaro acerca das acusações feitas contra ele no relatório final da comissão, diz a Crusoé.

Bolsonaro é acusado de nove crimes pelos senadores, como prevaricação, charlatanismo, crime de responsabilidade, de pandemia e contra a humanidade.

As petições, que estão sob sigilo, já foram distribuídas aos ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Nunes Marques, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. 247.


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MS - Após ser baleado em motel, homem corre nu pela rua para pedir socorro

 

Vítima estava acompanhada de uma mulher de 32 anos, que sofreu arranhões e ferimentos no rosto


                    Por Agência O Globo

Vítima sendo atendida após correr nua pela rua - Foto: reprodução/redes sociais


Um homem de 35 anos foi baleado na tarde desta sexta-feira (26) dentro de um motel em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Após ser atingido, ele correu nu para a rua e pediu socorro. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros prestam socorro à vítima.

De acordo com o Campo Grande News, o homem estava acompanhado por uma mulher de 32 anos que apareceu em frente ao motel com o rosto machucado e arranhões após ter levado coronhadas. Os nomes das vítimas não foram revelados.

Segundo o site MidiaMax, o casal estava em um dos quartos do motel quando o autor entrou no local e fez os disparos. Foram 5 tiros, sendo que pelo menos um atingiu a vítima na boca.

Equipes policiais fazem buscas pelo autor do disparo. Ele estaria com um comparsa e fugiu em um carro branco.


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STF decide desbloquear bens de Lula após decisão arbitrária de juiz de Curitiba

 

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Stuckert)

Por maioria de três votos a um, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta sexta-feira, 26, desbloquear os bens do ex-presidente Lula (PT) após recurso da defesa do petista. Os ministros concordaram que a Justiça Federal de Curitiba não poderia ter mantido o bloqueio após o Supremo, no início do ano, declarar o juízo incompetente para julgar e processar as ações relacionadas ao Tríplex de Guarujá (SP).

À época, foram anuladas as condenações contra Lula, mas a 13ª Vara Federal de Curitiba, com decisão do juiz Luiz Antonio Bonat, decidiu manter os bens do ex-presidente bloqueados. De acordo com os advogados do ex-presidente, o juiz estava descumprindo decisão do Supremo, que determinou que os autos dos processos fossem enviados para o Distrito Federal.

Apenas o lavajatista Edson Fachin, que contraditoriamente deferiu a liminar tornando a Justiça de Curitiba incompetente para julgar Lula no caso do tríplex, votou a favor de Bonat. Os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Kássio Nunes Marques votaram contra o bloqueio dos bens. A Segunda Turma do STF está sem um ministro desde que Cármen Lúcia foi para a Primeira Turma. 247.




OMICRON - Não há casos da nova variante identificados no Brasil, diz ministério

                    Por: Agência Brasil

Rovena Rosa/Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (26) que não foi identificado nenhum caso da variante B1.1.529 do novo coronavírus no Brasil. “A pasta está em constante vigilância e analisa, de forma conjunta com vários órgãos do governo federal, as medidas a serem tomadas”, acrescentou, por meio de nota.


Ainda de acordo com o comunicado, o governo brasileiro solicitou à Organização Mundial da Saúde (OMS) mais informações sobre a nova variante. “Além disso, o ministério já enviou um comunicado de risco à Rede de Vigilância, Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública no Sistema Único de Saúde a estarem alertas para qualquer mudança no cenário epidemiológico”.

Omicron
Mais cedo, a OMS informou que batizou a variante identificada no continente africano como Omicron e classificou a cepa como uma Variante de Preocupação. De acordo com a entidade, a decisão foi tomada por conta da grande quantidade de mutações apresentada pela variante, sendo que algumas delas apresentam “características preocupantes”.

A classificação, segundo a OMS, exige importantes ações por parte dos governos, como o compartilhamento de sequências de genoma; a comunicação de casos e mutações; e a realização de investigações de campo e de análises laboratoriais para melhor compreender os impactos, a epidemiologia, a severidade e a efetividade de medidas de saúde pública.


ÔMICRON - Brasil fechará fronteiras aéreas para seis países africanos devido à nova variante do coronavírus

 

Anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira

                      
                          Por Agência O Globo

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciou nesta sexta-feira (26) que o Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África, devido a uma nova variante do novo coronavírus, detectada na África do Sul.

De acordo com Nogueira, a decisão foi tomada em conjunto com os ministros da Saúde, Justiça e Infraestrutura. A restrição começa na segunda-feira e vai atingir os passageiros vindos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A medida atende a recomendação feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira", escreveu Nogueira, em sua conta no Twitter.

Organização Mundial da Saúde classificou a nova variante como "variante de preocupação" (VOC). A cepa recebeu o nome de Ômicron, uma letra do alfabeto grego. Evidências preliminares sugerem que há um risco aumentado de reinfecção e que houve uma "mudança prejudicial na epidemiologia do COVID-19", disse o órgão.


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MUNDO - Primeiros táxis sem motorista entram em serviço em Pequim

 

Esta frota de 67 automóveis brancos só está em serviço em Yizhuang, nos subúrbios meridionais da capital chinesa

                        
                         Por AFP

Táxi sem motorista em Pequim  - Foto: Jade Gao/AFP

Pequim acaba de autorizar o uso comercial dos primeiros táxis autônomos, que parecem automóveis normais - param na calçada para pegar passageiros, mas não têm motorista.

Equipados com sensores no teto, esses táxis só podem transportar dois passageiros de cada vez e um humano sempre está sentado no banco da frente, pronto para tomar o volante em caso de imprevisto. 

Esta frota de 67 automóveis brancos só está em serviço em Yizhuang, nos subúrbios meridionais da capital chinesa, a cerca de dez quilômetros do centro da cidade.

E é provável que passem anos antes que os automóveis possam circular sem qualquer intervenção humana, já que a plena autonomia tropeça em obstáculos técnicos e jurídicos.

Mas o sinal verde concedido na quinta-feira ao gigante chinês da internet Baidu e à empresa emergente Pony.ai, que conta como acionista ao fabricante de automóveis Toyota, já é por si só um avanço significativo.

A reserva do táxi sem motorista é realizada por meio do celular. Com a ajuda de um aplicativo, os passageiros indicam o trajeto que desejam realizar. Depois, encontram um veículo cheio de eletrônicos, que também possui um radar rotativo. 

No ambiente às vezes anárquico das ruas da capital, o veículo acelera, freia e faz as curvas com segurança.

Os passageiros que usam esses carros chamados "Apollo Go" podem ser buscados e transportados de ou até 600 pontos fixos.

O preço de uma viagem de seis quilômetros durante o período de teste atual é de 2 yuanes (menos de 31 centavos de dólar), contra 38 yuanes (6 dólares) aproximadamente em um táxi clássico. 

 

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Pesquisa comprova maior eficácia de teste HPV para detecção de câncer

 

Trabalho é da Universidade Estadual de Campinas

Thomaz Marostegan / Unicamp

A aplicação do teste de HPV baseado em DNA para rastreamento do câncer de colo de útero é mais eficaz na detecção da doença. Pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou a eficácia do teste no Brasil. O comparativo é com o exame de Papanicolau, que identifica células já doentes. A detecção do câncer nas mulheres que fizeram o teste de DNA-HPV foi antecipada em dez anos, ainda em estágios iniciais.

O estudo foi feito em parceria com a Prefeitura Municipal de Indaiatuba (SP) de outubro de 2017 a março de 2020, com cobertura de mais de 80% da população-alvo. A cidade tinha o maior índice de informatização de saúde e de cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) da região de Campinas. Os primeiros resultados foram publicados em novembro na revista científica The Lancet Regional Health - Americas.

Júlio Cesar Teixeira, pesquisador principal do estudo e diretor de Oncologia do Hospital da Mulher (Caism) da Unicamp, diz que o Papanicolau alcançava apenas 30% das mulheres-alvo. “Passamos da cobertura, que era 30%, para mais de 90% e utilizamos um teste mais sensível e eficiente. O que aconteceu? Em dois anos e meio, detectamos 21 casos de câncer na população, sendo que 14 eram microscópicos”, acrescentou. A idade média era de 39 anos.

No comparativo com o programa anterior, que utilizava o Papanicolau como exame preventivo, foram 12 cânceres detectados e apenas um era microscópico, os demais eram avançados. A idade média desses casos era 49 anos. “Com o novo teste, detectamos os cânceres que iriam surgir nos próximos dez anos na cidade. Nós já detectamos em fases iniciais, com chances de cura próximas de 100%”, explica Teixeira. 

No âmbito do programa, 86,8% dos testes tiveram resultado negativo e 6,3% tiveram indicação de colposcopia. “Você faz uma triagem dessas pessoas. Quem tem o vírus, eu vou olhar para o segundo teste, que pode ser a citologia [Papanicolau] ou já olhar diretamente o colo, com uma colposcopia, que é um exame como uma lente de aumento para ver se ela já tem alguma lesão pré-câncer. Você acaba detectando antes de virar uma lesão em muitas mulheres”, diz o pesquisador.

Teixeira explica que a vacina do HPV, que começou a ser aplicada no Brasil em 2014 e tem como público-alvo crianças e adolescentes de 9 a 15 anos, deve diminuir a circulação do vírus, dificultando o rastreamento pela citologia. “Pela vacina, elas vão ter muito menos alterações, porque vão ter muito menos HPV. Então, o Papanicolau não vai conseguir detectar nada nessa população futura, vai ter que ser um teste de HPV”. 

O estudo desenvolvido pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp conseguiu comprovar o custo efetivo da substituição do teste. Apesar do custo inicial maior, Teixeira explica que alguns fatores fazem com que o custo total seja menor. Os exames de citologia, por exemplo, precisam ser feitos de três em três anos, e o teste de HPV é feito de cinco em cinco anos. “Um teste de HPV negativo garante cinco anos de risco zero para ter alguma doença importante, então você espaça mais.”

Além disso, há os custos com tratamento, quando o diagnóstico é feito tardiamente. “Se você detectar uma lesão pré-câncer, a mulher vive a vida dela inteira. Se detectar um câncer, ela tem um risco de morrer e encurtar a vida, dependendo do estágio”, exemplifica. O médico acrescenta que o custo do tratamento de um câncer avançado e um microscópico é pelo menos 20% maior.

HPV

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV. “Praticamente de cada dez pessoas durante a vida, oito têm contato nos genitais com o HPV. São vários tipos, e 14 são relacionados a câncer”, explica o pesquisador.

Tirando o câncer de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina. E é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Em 2020, foram 16,7 mil novos casos. Em 2019, foram 6,5 mil mortes, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer.

Teixeira reforça que este é um câncer que pode ser erradicado, tendo em vista que se conhece o agente causador, o vírus HPV. (Por Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil - São Paulo).

Edição: Graça Adjuto



Hospitais lotados levam Força Aérea alemã a transferir pacientes de Covid

 

Equipe médica em aeronave da Força Aérea alemã em Memmingen, na Alemanha (Foto: REUTERS/Lukas Barth)

A Alemanha preparou sua Força Aérea para transferir pacientes de Covid-19 de hospitais sobrecarregados do sul agora que os casos nacionais dispararam e uma nova variante detectada na África do Sul causou alarme generalizado.

A Alemanha registrou uma queda na taxa de infecção de coronavírus ao longo do verão, mas os casos aumentaram acentuadamente nas últimas semanas e as novas infecções diárias atingiram um recorde superior a 76 mil nesta sexta-feira.

Na quinta-feira, a maior economia europeia cruzou a marca de 100 mil mortes relacionadas à Covid-19 em meio a alertas de hospitais, principalmente no sul e no leste, de que suas unidades de tratamento intensivo estão ficando lotadas.

Ainda nesta sexta-feira, a Força Aérea transportará pacientes de Covid-19 gravemente doentes da cidade de Memmingen, no sul, para Muenster, próxima de Osnabrueck, no norte, disse uma fonte de segurança à Reuters.

Será a primeira vez que a Força Aérea usa aviões adaptados para até seis leitos de UTI, rotulados como "unidades de tratamento intensivo voadoras", para transferir pacientes de Covid-19 dentro do país.

A detecção da nova variante na África do Sul aumentou os receios com os números de infecções crescentes. O ministro da Saúde interino, Jens Spahn, disse que o governo declarará o país africano uma "área de variante do vírus" também nesta sexta-feira.

A decisão, que entrará em vigor a partir da noite desta sexta-feira, significa que as empresas aéreas só poderão transportar alemães da África do Sul de volta para casa, tuitou Spahn, e todos terão que ficar em quarentena durante 14 dias.

Temores a respeito do impacto da nova variante causaram nervosismo nos mercados financeiros.

Annalena Baerbock, uma das líderes do partido Verdes e a próxima ministra das Relações Exteriores, disse à revista Spiegel que nem uma exigência de vacinação para toda a população, nem um novo lockdown pode ser descartado. (BERLIM (Reuters).


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Vacina de Cuba salvará milhões de vidas

 

Vacina Soberana (Foto: Joaquin Hernandez / Xinhua News Agency)


Grande parte da cobertura da imprensa sobre Cuba na semana passada se concentrou nos protestos antigovernamentais que não ocorreram. Menos coberto pela mídia tem sido algo com um significado global potencialmente maior: sua campanha de vacinação.

Depois de 12 meses terríveis, quando uma reabertura apressada causou um novo surto de pandemia, o pico de mortes e o país de volta a uma nova paralisação, um programa de vacinação bem-sucedido reverteu a pandemia no país. Cuba é agora um dos poucos países de renda mais baixa que não apenas vacinou a maioria de sua população, mas o único que o fez com uma vacina que desenvolveu por conta própria.

A saga sugere um caminho a ser seguida pelos países em desenvolvimento, à medida que continua lutando contra a pandemia em face do apartheid de vacinas impulsionado pelas corporações e aponta de forma mais ampla o que é possível fazer quando a ciência médica é dissociada do lucro privado.

Uma jogada segura

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, até o momento em que este artigo foi escrito, Cuba vacinou totalmente 78% de sua população, colocando-a em nono lugar no mundo, acima de países ricos como Dinamarca, China e Austrália (Estados Unidos, com pouco menos de 60% de sua população vacinada, está classificada em quinquagésimo sexto). A reviravolta desde o início da campanha de vacinação em maio reanimou a sorte do país frente ao duplo choque da pandemia e uma intensificação do bloqueio dos EUA.

Após um pico de quase 10 mil infecções e quase 100 mortes por dia, ambos os números despencaram. Com 100% do país tendo tomado pelo menos uma dose de vacina até o final do mês passado, o país reabriu suas fronteiras em 15 de novembro para o turismo, que representa mais de um décimo de sua economia, e reabriu escolas. Isso torna Cuba uma exceção entre os países de baixa renda, que vacinaram apenas 2,8% de suas populações. Isso se deve em grande parte ao acúmulo de vacinas pelo mundo desenvolvido e à restrição dos monopólios de patentes, que impedem os países mais pobres de desenvolver versões genéricas das vacinas que foram produzidas com financiamento público – vale ressaltar.

A chave para obter este resultado foi a decisão de Cuba de desenvolver suas próprias vacinas, duas das quais – Abdala, cujo nome deriva de um poema escrito por um herói da independência, e Soberana 2 – receberam, finalmente, a aprovação regulamentar oficial em julho e agosto. Nas palavras de Vicente Vérez Bencomo, o aclamado internacionalmente chefe do Finlay Vaccine Institute do país, Cuba estava “apostando que era seguro” esperar mais tempo para fabricar suas próprias vacinas. Dessa forma, evitaria a dependência de aliados maiores, como Rússia e China, ao mesmo tempo em que acrescentaria uma nova exportação comercial em um momento de dificuldades econômicas contínuas.

Esses esforços já estão em andamento. O Vietnã, com apenas 39% de sua população vacinada, fechou um acordo para comprar 5 milhões de doses, com Cuba recentemente despachando mais de 1 milhão delas para seu aliado comunista, entre as quais 150 mil foram doadas. A Venezuela (32% totalmente vacinada) também concordou em comprar US$ 12 milhões da vacina de três doses e já começou a administrá-la, enquanto o Irã (51%) e a Nigéria (1,6%) concordaram em fazer uma parceria com o país para desenvolver sua próprias vacinas. A Síria (4,2%) discutiu recentemente com autoridades cubanas a perspectiva de fazer o mesmo.

As duas vacinas fazem parte de um conjunto de cinco vacinas de COVID que Cuba está desenvolvendo. Isso inclui uma vacina usada por via nasal que progrediu para a fase II de estudos clínicos. Ela é uma das apenas 5 vacinas em todo o mundo que têm uma aplicação nasal, de acordo com um de seus principais cientistas, que poderia ser particularmente útil se provada ser segura e eficaz, devido à entrada do vírus pela cavidade nasal. Também inclui uma injeção de reforço especialmente projetada para funcionar com aqueles já inoculados com outras vacinas e que foi recentemente testada em turistas italianos. Desde setembro, Cuba está em processo de obter a aprovação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para suas vacinas, o que abriria a porta para sua adoção generalizada.

Uma vacina diferente

Vários aspectos tornam as vacinas cubanas únicas, além de seu país de origem, de acordo com Helen Yaffe, professora sênior de história econômica e social da Universidade de Glasgow. No cerne disso está a decisão de Cuba de buscar uma vacina de proteína mais tradicional, em vez da tecnologia de mRNA mais experimental usada para as vacinas da COVID com as quais nos familiarizamos, que estavam em desenvolvimento há décadas antes do início da pandemia forçar um avanço.

Por isso, a vacina cubana pode ser mantida na geladeira ou mesmo em temperatura ambiente, ao contrário das temperaturas subpolares que a vacina da Pfizer deve ser armazenada ou das temperaturas de congelamento exigidas pela vacina da Moderna. “No Sul Global, onde grande parte da população não tem acesso à eletricidade, é apenas mais um obstáculo tecnológico”, diz Yaffe.

E embora a tecnologia de mRNA, que nunca foi usada em crianças antes, significou um lapso entre a vacinação de adultos e crianças no mundo desenvolvido – e significa que vacinas para crianças menores de 5 anos ainda estão sendo desenvolvidas – Cuba pretendia desde o início criar uma vacina que as crianças poderiam receber. A partir deste mês, já foram totalmente vacinados mais de quatro quintos de todas as crianças de 2 a 18 anos.

Enquanto cerca de dois terços de todas as crianças foram excluídas da escola na América Latina e no Caribe em setembro, Cuba agora reabriu as salas de aula. Gloria La Riva, ativista e repórter independente que visitou Cuba durante todo o ano e está em Havana desde meados de outubro, descreveu a cena da Ciudad Escolar 26 de Julio quando pais e avós compareceram para a reabertura da escola.

“É muito importante para as famílias”, diz ela. “Todos sentem um orgulho enorme.”

O poder de iniciativas sem fins lucrativos

Há mais um fator que diferencia a vacina cubana. “A vacina cubana é 100% produto de um setor público de biotecnologia”, diz Yaffe.

Enquanto nos Estados Unidos, e em outros países desenvolvidos, medicamentos que salvam vidas são desenvolvidos em grande parte graças ao financiamento público antes que seus lucros e distribuição sejam cruelmente privatizados para o enriquecimento corporativo, o setor de biotecnologia de Cuba é de propriedade e financiamento totalmente públicos. Isso significa que Cuba desmercantilizou um recurso humano vital – a direção política exatamente oposta que vimos nas últimas quatro décadas de neoliberalismo.

Cuba despejou bilhões de dólares na criação de uma indústria doméstica de biotecnologia desde os anos 1980, quando uma combinação de surto de dengue e novas sanções econômicas do então presidente Ronald Reagan aconteceu. Apesar de um bloqueio esmagador dos Estados Unidos, responsáveis por um terço da produção farmacêutica mundial, o setor de biotecnologia de Cuba tem prosperado: faz quase 70% dos cerca de 800 medicamentos que os cubanos consomem e 8 das 10 vacinas da imunização nacional e exporta centenas de milhões de vacinas por ano. As receitas são então reinvestidas no setor.

“Todas essas vacinas que têm um impacto muito grande na ciência são vacinas muito caras, economicamente inacessíveis ao país”, disse Vérez Bencomo recentemente sobre a decisão de Cuba de desenvolver suas próprias vacinas.

O setor é aclamado internacionalmente. Cuba ganhou dez medalhas de ouro da Organização Mundial de Propriedade Intelectual das Nações Unidas (OMPI) por, entre outras coisas, desenvolver a primeira vacina contra meningite B do mundo em 1989. Em 2015, Cuba se tornou o primeiro país a eliminar a transmissão de mãe para filho do HIV e da sífilis, resultado tanto dos medicamentos retrovirais que produziu quanto de seu robusto sistema de saúde pública.

Desta forma, Cuba tem sido capaz de fazer o impensável, desenvolver sua própria vacina e ultrapassar grande parte do mundo desenvolvido na superação da pandemia, apesar de seu tamanho, nível de riqueza e de uma política de estrangulamento econômico promovido por um governo hostil muito poderoso e próximo. Os esforços de solidariedade internacional também foram vitais. Quando o bloqueio dos Estados Unidos resultou em falta de seringas na ilha, comprometendo sua campanha de vacinação, grupos solidários dos Estados Unidos enviaram 6 milhões de seringas a Cuba, com o governo mexicano enviando mais 800 mil e mais de 100 mil no topo disso vindo de cubanos na China.

Uma fonte de esperança

Mesmo assim, há alguma incerteza em torno das vacinas de Cuba. Seu uso na Venezuela encontrou a objeção dos sindicatos de pediatras e academias médicas e científicas do país, da mesma forma que outros críticos, que afirmam que os resultados do teste da vacina não foram revisados por pares e publicados em revistas científicas internacionais. A Organização Pan-Americana da Saúde pediu a Cuba que tornasse públicos os resultados.

Por sua vez, Vérez Bencomo culpa a comunidade internacional hostil a Cuba. Em uma entrevista em setembro, ele denunciou que os cientistas cubanos estavam sendo discriminados por grandes periódicos, que, segundo ele, rejeitaram propostas de cubanos, publicando posteriormente pesquisas semelhantes de outros países, e atuam como “uma barreira que tende a marginalizar os resultados científicos que vêm de países pobres”.

Essas são acusações muito sérias de um cientista respeitado globalmente. Vencedor do Prêmio Nacional de Química de Cuba e da Medalha de Ouro da WIPO em 2005, Vérez Bencomo liderou a equipe que trabalhou com um cientista canadense para desenvolver a primeira vacina semissintética do mundo, criando uma injeção mais acessível para proteger contra Haemophilus influenza tipo B, uma vacina de baixo custo contra a meningite. Ele foi impedido em 2005 de viajar para a Califórnia para receber um prêmio por ela, com o Departamento de Estado de George W. Bush considerando sua visita “prejudicial aos interesses dos Estados Unidos”. Em 2015, ele foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra pelo então ministro dos Assuntos Sociais e da Saúde da França, que o elogiou por seu trabalho e o chamou de “amigo da França”. (Vérez Bencomo não respondeu a um pedido de entrevista).

Embora a recuperação de Cuba na pandemia sugira que a confiança dele e do governo cubano nas vacinas não está errada, pode levar mais algum tempo para que elas obtenham o aval oficial da comunidade científica internacional. Caso venha a acontecer, provaria ser uma refutação poderosa do modelo corporativo de vacinas que tem dominado o debate até agora, que sustenta que, de acordo com os pontos de discussão da indústria farmacêutica, apenas a competição orientada para o lucro pode produzir o tipo de inovação que salva vidas num mundo desesperado por resultados.

Talvez o ponto mais importante é que agora há uma maneira de o mundo em desenvolvimento finalmente rastejar para fora do buraco em forma de pandemia do qual se encontra hoje, meses depois das vacinas terem sido lançadas nos países ricos. Os governos ocidentais continuaram a se opor aos apelos do Sul Global para renunciar às patentes de vacinas e permitir que fabricassem ou comprassem versões genéricas mais baratas, deixando a vasta maioria da população mundial ainda vulnerável ao vírus – e, ironicamente, colocando todos nós em perigo, caso novas cepas resistentes à vacina sofram mutação. Nesse sentido, todos devemos esperar que as vacinas de Cuba tenham tanto sucesso quanto seus cientistas fazem crer. (Jacobin).


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Bolsa afunda quase 4% em cenário de aversão global dos mercados à nova cepa de Covid-19

 

(Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa afundava nesta sexta-feira (26), acompanhando clima de aversão global após a descoberta de uma variante possivelmente resistente a vacinas, e em meio ao recrudescimento da pandemia, especialmente na Europa.

Às 14h, o Ibovespa caía 3,91%, a 101.663 pontos. O volume financeiro era de 3,6 bilhões de reais. Praticamente todas as ações do índice operavam em baixa.

Os principais índices na Europa já vinham sendo impactados pelas preocupações com o aumento de casos em todo o continente nas últimas semanas, inclusive com a possiblidade de novos lockdowns em alguns países. Veja como fecharam os mercados:

  • Euro Stoxx 50: -4,74%
  • DAX (Frankfurt): -4,22%
  • FTSE 100 (Londres): -3,68%
  • CAC 40 (Paris): -4,75%
  • IBEX 35 (Madri): -5,03%
  • FTSE MIB (Milão): -4,59%

Na Bolsa de São Paulo, as empresas ligadas a turismo e viagens Gol, CVC e Azul eram as maiores quedas em percentual do índice, enquanto em pontos, a Vale dava a maior contribuição negativa.

Pouco se sabe sobre a variante, detectada primeiramente na África do Sul, e depois em Botswana e Hong Kong, mas cientistas dizem que ela tem uma combinação atípica de mutações, e pode ser capaz de evitar respostas imunológicas e ser mais transmissível.

O enviado especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate à Covid-19, David Nabarro, disse que é apropriado estar preocupado com a disseminação da nova variante do coronavírus identificada na África do Sul.

Os futuros de ações norte-americanos cediam antes da abertura, enquanto o mercado acionário europeu caminhava para a pior sessão em mais de um ano.

Há pouco, a Anvisa recomendou restrição para voos e viajantes de África do Sul, Botswana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

No cenário doméstico, fora o noticiário da Covid-19, investidores seguem atentos a qualquer novidade sobre a PEC dos Precatórios, que deve ser votada em comissão no Senado na semana que vem. 247 com Reuters.


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Abertas inscrições para o curso on-line de Viticultura Tropical no Semiárido

                                Via:Vinicius de Santana 
Foto: Ilustrativa

A Embrapa lança o primeiro curso on-line sobre Viticultura Tropical no Semiárido, uma capacitação completa, gratuita e que tem oferta contínua, ou seja, pode ser iniciada a qualquer tempo. A iniciativa aborda os diferentes aspectos da produção de uva no Semiárido, buscando contribuir com o avanço tecnológico e sustentabilidade da viticultura brasileira.

As inscrições podem ser realizadas pelo endereço: www.embrapa.br/e-campo/viticultura-tropical-no-semiarido

A formação é oferecida na modalidade EAD, disponível na plataforma E-campo (Vitrine de Capacitações On-line da Embrapa), com carga horária de 40h. O conteúdo está dividido em quatro módulos, que tratam desde a importância econômica, melhoramento genético, cultivares e produção de mudas, até o manejo do vinhedo, pós-colheita e processamento.

O intuito é capacitar e atualizar produtores, assistentes técnicos, estudantes, professores e demais agentes multiplicadores do setor produtivo de uvas na região do submédio São Francisco, apresentando as características que diferenciam a viticultura no Semiárido brasileiro e as novas tecnologias para o cultivo de uvas nas regiões tropicais.

A pesquisadora Patrícia Coelho de Souza Leão, da Embrapa Semiárido, coordenadora da capacitação, explica que foi pensando no setor produtivo que a Embrapa, elaborou o curso de Viticultura Tropical, em parceria com várias instituições. “Somos mais de 20 organizaçaões geradoras de conteudo, especialistas em diversas áreas, compartilhando resultados de pesquisas e informações atualizadas para a produção de uva no Semiárido”.

A cultura da videira destaca-se entre as mais importantes na agricultura irrigada brasileira, especialmente no Submédio do Vale do São Francisco, principal região produtora e exportadora de uvas de mesa do país, e que também vem crescendo em importância para a produção de vinhos finos e sucos de uva.

Serviço – Curso de viticultura tropical

Data: Contínuo

Local: On-line

Inscrição: https://www.embrapa.br/e-campo/viticultura-tropical-no-semiarido


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Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

  Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia Presidente da Repú...