domingo, 27 de abril de 2025

Brasil 247 e Xinhua assinam carta de intenções para Parceria de Comunicação do Sul Global

 

Os dois veículos de comunicação pretendem compartilhar conteúdo que apoie a construção de um mundo multipolar

Leonardo Attuch e Chen Haoquan assinam carta de intenções para Parceria de Comunicação do Sul Global (Foto: Xinhua)

O Brasil 247 e a agência de notícias Xinhua, da China, firmaram nesta sexta-feira, durante o fórum de debates Hong Ting 2025, realizado nesta sexta-feira, no Hotel Hilton, em São Paulo, uma Carta de Intenções para Cooperação no Programa Conjunto de Parceria de Comunicação do Sul Global. O documento foi assinado pelos jornalistas Leonardo Attuch, fundador e editor-responsável pelo Brasil 247, e Chen Haoquan, chefe do escritório da Xinhua, em São Paulo.

A iniciativa tem três objetivos principais: (1) amplificar a voz do Sul Global, defender um mundo multipolar mais equitativo e promover a globalização inclusiva; (2) estabelecer uma Rede de Notícias dos Meios de Comunicação do Sul Global para facilitar o intercâmbio de informações entre os povos e (3) Aprofundar a cooperação prática no âmbito do Fórum de Mídia e Think Tank do Sul Global.

A iniciativa está alinhada com os valores e princípios editoriais do Brasil 247 e da TV 247, veículos de comunicação que defendem um Brasil soberano, um mundo multipolar e a informação ética como um direito de todos os povos. “É uma honra ser parceiro da Xinhua, agência que pude visitar recentemente na China, nesta iniciativa que visa construir um mundo melhor a partir do compartilhamento de informações entre países do Sul Global", avalia Leonardo Attuch. - 247.


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China apresenta seu primeiro código ambiental em esforço para reforçar a proteção ecológica

 

Projeto legislativo busca integrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, consolidando liderança da China no combate às mudanças climáticas

(Foto: Divulgação/CRI)


A China deu um passo significativo para consolidar seu compromisso com o desenvolvimento sustentável ao apresentar o projeto de seu primeiro Código Ambiental. A informação foi divulgada neste domingo (27) pela agência Xinhua. O texto, submetido à primeira leitura pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (CNP), compila 1.188 artigos distribuídos em cinco capítulos: disposições gerais, prevenção e controle da poluição, proteção ecológica, desenvolvimento verde e de baixo carbono, responsabilidade legal e disposições suplementares.

Após sua aprovação, o Código Ambiental se tornará o segundo código formal da China — o primeiro foi o Código Civil, adotado em 2020. A elaboração do texto foi iniciada em 2023 com o objetivo de integrar sistematicamente a vasta legislação ambiental existente no país, que hoje conta com mais de 30 leis e 100 regulamentos administrativos.

Segundo Wang Canfa, professor da Universidade de Ciência Política e Direito da China, a criação do código "facilita a integração sistemática da legislação, preenche lacunas do arcabouço jurídico, eleva o status e a autoridade das leis ambientais e torna sua execução e cumprimento mais convenientes".

Avanços e desafios na preservação ambiental

A China formulou sua primeira lei de proteção ambiental em 1979 e, desde então, avançou consideravelmente. Em 2024, por exemplo, o país registrou melhorias notáveis na qualidade do ar, com a concentração média de PM2,5 nas cidades de nível municipal ou superior reduzida para 29,3 microgramas por metro cúbico — uma queda anual de 2,7%. No mesmo ano, o país plantou 4,45 milhões de hectares de árvores e melhorou 3,22 milhões de hectares de pastagens, consolidando-se como a nação com a maior área de florestas plantadas no mundo.

Apesar dos avanços, Shen Chunyao, diretor da Comissão de Assuntos Legislativos do CNP, advertiu que "a missão de construir uma China Bela e avançar na modernização em harmonia com a natureza ainda requer esforços significativos e sustentados". Shen enfatizou a importância do novo código como instrumento para enfrentar os desafios críticos no campo da conservação ecológica.

Foco no desenvolvimento verde e na liderança climática

O novo código estabelece princípios orientadores sobre desenvolvimento verde e de baixo carbono, considerando tanto a situação internacional quanto a doméstica. O texto também destaca a participação ativa da China na governança climática global. "Enfrentar as mudanças climáticas é um desafio global", afirmou Zhang Zhongmin, professor da Escola de Direito da Universidade de Economia e Direito de Zhongnan. Para Zhang, o projeto "equilibra esforços internacionais e domésticos, enfatiza a mitigação e adaptação às mudanças climáticas e fortalece a cooperação internacional, ampliando a influência da legislação chinesa no mundo".

Além disso, o código abrange a prevenção e o controle da poluição em diversos setores — incluindo ar, água, solo, resíduos sólidos, ruído, radiação, substâncias químicas e poluição luminosa.

A seção de proteção ecológica detalha ações para a conservação de florestas, pastagens, áreas úmidas, mares, ilhas, rios, lagos, desertos, montanhas geladas, geleiras e terras agrícolas, e propõe projetos de restauração de ecossistemas estratégicos.

Um modelo global de direito ambiental

Wang Canfa destacou que o Código Ambiental da China busca equilibrar o desenvolvimento econômico e social com a proteção ambiental, diferentemente de outros países que priorizam exclusivamente um dos aspectos. "A promulgação e implementação do código promoverão a proteção integrada do ar, da água, do solo e da biodiversidade, assim como a gestão coordenada de montanhas, rios, florestas, terras agrícolas, lagos, pastagens e desertos", afirmou.

Lyu Zhongmei, vice-presidente da Comissão de Proteção Ambiental e Conservação de Recursos do CNP, ressaltou a originalidade do código chinês. "Ter um capítulo separado dedicado ao desenvolvimento verde e de baixo carbono é algo inédito em outros países e é uma característica marcante do nosso código ecológico", disse. Para Lyu, o novo texto "representa um marco no progresso ecológico global e poderá servir como modelo legislativo para outras nações".

A sessão legislativa que discute o projeto ocorre de 27 a 30 de abril. - 247.


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China compra mais soja do Brasil e agricultores dos EUA já reclamam de Trump

 

Mais da metade da soja produzida nos EUA é vendida para a China e produtores acusam a política tarifária de Trump de abrir espaço para concorrência


Carga de soja do Brasil com destino à China (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)


A escalada das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China vem provocando efeitos devastadores no campo norte-americano e acelerando a perda de espaço para o Brasil no mercado internacional de soja. A informação foi publicada pela agência Xinhua, que entrevistou Corey Goodhue, agricultor do estado de Iowa, uma das regiões agrícolas mais tradicionais dos Estados Unidos.

Goodhue destacou a importância da China para os produtores americanos. "Cinquenta por cento de toda a soja americana era exportada para a China", afirmou. No entanto, com as sucessivas medidas tarifárias, Pequim passou a comprar volumes cada vez maiores da produção brasileira, fortalecendo o agronegócio do Brasil e reduzindo drasticamente a fatia norte-americana nesse mercado. "Quanto mais mercado nós perdemos, mais precisamos encontrar um novo destino para essas áreas de plantação, e isso é difícil. É limitado para onde podemos levá-las agora", lamentou Goodhue.

Além da perda de competitividade, o agricultor criticou a imprevisibilidade gerada pelas constantes mudanças na política comercial de Trump. "Ideias diferentes de tarifas a cada dia, a cada semana... como podemos planejar um negócio dessa forma?", questionou, denunciando a dificuldade dos produtores em organizar seus ciclos de produção e investimento.

Enquanto os Estados Unidos enfrentam incertezas e retração, o Brasil avança de maneira firme e estruturada. A ausência de tarifas adicionais e a estabilidade nas relações comerciais com a China permitiram ao Brasil assumir a liderança nas exportações globais de soja, consolidando sua posição como principal fornecedor para o maior mercado consumidor do mundo.

Em Iowa, os impactos são visíveis. Segundo Goodhue, a queda das receitas agrícolas já afeta toda a cadeia econômica local: cooperativas estão cortando investimentos, o comércio desacelerou e o desemprego cresce em setores ligados à produção agrícola. "Essas tarifas estão matando nossas comunidades", resumiu.

A disputa iniciada por Trump, longe de fortalecer a agricultura dos Estados Unidos, acabou por abrir caminho para o crescimento do Brasil no comércio mundial de grãos — uma mudança que, segundo especialistas, poderá ter efeitos duradouros mesmo que a política tarifária seja revista futuramente. - 247.


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Trump registra pior aprovação aos 100 dias de mandato entre todos os presidentes dos EUA desde 1953

 

Pesquisas revelam ampla desaprovação da gestão de Trump em temas como economia, inflação e respeito aos direitos civis



Presidente dos EUA, Donald Trump - 18/04/2025 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta a mais baixa aprovação popular para um mandatário nos primeiros 100 dias de governo em pelo menos 80 anos. De acordo com uma pesquisa realizada entre 18 e 22 de abril de 2025 com 2.464 adultos, em inglês e espanhol, 39% aprovam a gestão Trump, enquanto 55% desaprovam e 5% não responderam. Os dados foram divulgados por meio de levantamento reportado pelo G1.

Sobre a situação econômica, o cenário também é desfavorável para o republicano. Segundo o levantamento, 73% dos entrevistados disseram que a economia dos EUA está em má situação, 53% afirmaram que a situação piorou desde a posse de Trump para o segundo mandato e 41% relataram que suas finanças pessoais se deterioraram. A pesquisa revelou ainda que 62% dos americanos percebem alta nos preços e 71% apontam que as tarifas de importação impostas recentemente por Trump agravaram o problema inflacionário.

Durante sua campanha de reeleição, Trump prometeu controlar a inflação, mas apenas 31% dos entrevistados acreditam no argumento de que a economia se fortalecerá no longo prazo. Já em temas relacionados aos direitos e liberdades civis, a avaliação da população é majoritariamente crítica: 55% duvidam do compromisso do governo Trump em proteger os direitos dos cidadãos, enquanto 62% não acreditam que sua administração respeite o Estado de Direito. Um expressivo percentual de 56% afirmou que Trump ultrapassou sua autoridade presidencial sem justificativa.

Além deste levantamento, a CNN também publicou uma pesquisa conduzida pelo instituto SSRS Finds, reforçando o cenário de desaprovação. Realizada entre 17 e 24 de abril de 2025 com 1.678 eleitores, a pesquisa mostrou que apenas 41% aprovam o desempenho de Trump, enquanto 59% o desaprovam. Com margem de erro de 2,9 pontos percentuais, os dados indicam que a aprovação de Trump caiu 4 pontos em relação a março e está 7 pontos abaixo do registrado no final de fevereiro.

O estudo da CNN ainda aponta que apenas 22% dos entrevistados "aprovam fortemente" a maneira como Trump conduz a presidência — o menor índice já registrado para um presidente recém-eleito a essa altura do mandato. A percepção negativa se estende a praticamente todas as áreas abordadas por Trump, incluindo a economia, política comercial e respeito institucional.

O plano tarifário anunciado no início de março, que visava proteger a indústria norte-americana, provocou forte volatilidade nos mercados financeiros e preocupações generalizadas com novas altas de preços e juros, aprofundando a desconfiança na capacidade do presidente de gerenciar a economia.

Por fim, a pesquisa revela um profundo ceticismo da sociedade norte-americana quanto aos resultados da atual administração: 45% acreditam que Trump não realizou nada de efetivo para solucionar os problemas do país em seu segundo mandato; 51% afirmam que ele está falhando em cumprir as promessas de campanha feitas em 2024; e 57% dizem que suas ações colocaram os Estados Unidos em risco de maneira desnecessária. - 247.


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Miriam Leitão critica Lava Jato e diz que Moro foi juiz parcial contra Lula

 

Ex-aliada incondicional da Lava Jato, operação que destroçou a economia nacional, jornalista defende a prisão de Collor e critica o que foi feito com Lula


Miriam Leitão e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)


A jornalista Miriam Leitão defendeu neste domingo (27) a prisão do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello e criticou os abusos cometidos contra o presidente Lula no âmbito da Lava Jato. A análise foi publicada em sua coluna no jornal O Globo.

Miriam reconheceu que a operação Lava Jato, da qual foi inicialmente uma das mais entusiásticas defensoras, desviou-se de seus propósitos originais e acabou servindo a interesses políticos. Ela afirmou que o então juiz Sergio Moro foi parcial no julgamento de Lula e, ao aderir ao governo de extrema direita de Jair Bolsonaro, revelou a motivação política por trás de suas decisões. "Ficou claro que, desde o começo, eles tinham uma agenda política e seu maior alvo era o presidente Lula", escreveu.

A jornalista destacou que, enquanto a condenação de Lula foi marcada por um processo viciado, a prisão de Collor se deu de maneira distinta. Collor foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 20 milhões em troca de influência na BR Distribuidora. Miriam lembrou que o processo de Collor permaneceu no Supremo Tribunal Federal (STF), fora da esfera de Curitiba, e baseado em provas materiais, não apenas em delações premiadas.

Ao final da coluna, a jornalista alertou para o risco de que a extrema direita manipule o combate à corrupção para propagar falsas narrativas contra o STF e as instituições democráticas. "É essencial para a democracia mostrar que é capaz de corrigir seus próprios erros", concluiu Miriam Leitão. -247.


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Marçal é condenado pela segunda vez à inelegibilidade e terá que pagar multa de R$ 420 mil

 

Coach de extrema direita foi condenado por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições do ano passado

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/Instagram de Pablo Marçal via ABr)


O coach de extrema direita Pablo Marçal foi novamente condenado pela Justiça Eleitoral, desta vez por abuso de poder econômico, captação e gastos ilícitos de recursos e uso indevido dos meios de comunicação durante sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, em 2024. A sentença foi proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que também decretou a inelegibilidade do candidato por um período de oito anos, além de uma multa de R$ 420 mil devido ao descumprimento de decisões judiciais. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Em fevereiro, Marçal já havia sido condenado pela primeira vez, quando a Justiça o impediu de concorrer em futuros pleitos eleitorais. A acusação se referia à oferta de vídeos de apoio a candidatos de "direita" em troca de transferências via Pix no valor de R$ 5.000.

A segunda ação, agora julgada, foi movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), da deputada federal Tabata Amaral (SP), que também disputou a eleição para a prefeitura e denunciou as práticas irregulares do então candidato. O PSB alegou que Marçal incentivava eleitores a divulgar trechos de seus vídeos, o que configura uma infração eleitoral, pois tal prática é proibida pela legislação.

Além disso, o Ministério Público Eleitoral pediu a investigação de Marçal por "abuso de poder econômico", apontando uma estratégia para cooptar colaboradores com a promessa de ganhos financeiros, bem como apoiadores para promover seus conteúdos nas redes sociais e em serviços de streaming. A acusação sugere que o impulsionamento de publicações feito por supostos eleitores e cabos eleitorais configuraria uma prática ilícita e abusiva, desequilibrando o pleito.

A Justiça também identificou irregularidades na captação de recursos de campanha por Marçal, que teriam sido feitas de maneira ilícita e sem a devida declaração à Justiça Eleitoral, o que indicaria a existência de valores financeiros não informados, prejudicando a lisura da eleição.

Em agosto de 2024, a Justiça determinou a suspensão temporária dos perfis oficiais de Marçal nas redes sociais e proibiu o pagamento aos "cortadores" de seus vídeos relacionados à candidatura. Além disso, a plataforma Discord foi bloqueada para a campanha. Embora plataformas como Instagram, YouTube, TikTok e X tenham bloqueado os perfis de Marçal, sua comunidade de apoio continuou ativa no Discord. O juiz destacou que Marçal incentivou os "cortadores" a continuar sua atividade, desrespeitando as ordens judiciais. A multa diária por descumprimento foi fixada em R$ 10 mil, totalizando R$ 420 mil após 42 dias de desobediência.

A defesa de Marçal argumentou que não havia conhecimento prévio dos fatos relatados na acusação, que não existiam provas que comprovassem abusos de poder ou outras irregularidades eleitorais, e que as infrações não foram graves o suficiente para desequilibrar a eleição ou influenciar seu resultado.

Em contraponto, o advogado do PSB, Hélio Silveira, afirmou que Marçal "venalizou as eleições" e que, por isso, deveria ser considerado inelegível. A deputada Tabata Amaral, em nota, declarou que "Marçal vive de vender o 'segredo do sucesso'. Mas o 'sucesso' dele é baseado numa coisa só: o desrespeito às leis. Desde o início da campanha, alertamos que o desempenho do Marçal não se devia a mérito eleitoral, mas a uma campanha conduzida de forma ilegal. Enquanto outros se omitiram, por medo ou por estratégia, fomos os únicos a ter a coragem de denunciar as irregularidades e recorrer à Justiça. Hoje, decisão após decisão, fica clara a importância de termos enfrentado quem tentou fraudar a eleição e enganar os eleitores. Seguiremos firmes, sem recuar." - 247.

Pablo Marçal não respondeu às mensagens enviadas pela reportagem.


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Em 100 dias, Trump provoca caos e abala a ordem mundial

 

De volta à Casa Branca, presidente dos EUA adota postura ainda mais radical, isola aliados históricos e aproxima adversários, ampliando tensões globais



Presidente dos EUA, Donald Trump - 17/04/2025 (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)


Em apenas 100 dias de seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mergulhou o mundo em uma nova era de instabilidade. Apostando em uma versão ainda mais extrema da agenda "America First", Trump lançou guerras tarifárias, desfez alianças históricas, exaltou rivais geopolíticos e reacendeu ambições expansionistas. A reportagem original da Reuters, baseada em entrevistas com autoridades, diplomatas e analistas em Washington e ao redor do mundo, revela um cenário de ruptura crescente e incerteza sobre o futuro da ordem global.

Elliott Abrams, veterano das administrações Ronald Reagan e George W. Bush e enviado especial no primeiro mandato de Trump, admitiu sua surpresa: "Trump está muito mais radical agora do que há oito anos. Estou surpreso."

Uma política externa de confrontos e incertezas

A radicalização da política externa norte-americana já produz efeitos práticos. Países europeus aceleram planos para fortalecer suas indústrias de defesa, a Coreia do Sul discute a construção de um arsenal nuclear próprio, e cresce o movimento de aproximação de parceiros tradicionais dos EUA com a China, tanto econômica quanto estrategicamente.

"Estamos vendo uma enorme disrupção nos assuntos globais. Ninguém sabe ao certo o que esperar agora," disse Dennis Ross, ex-negociador do Oriente Médio para governos democratas e republicanos.

Segundo a reportagem, muitos analistas alertam que, ainda que um futuro presidente mais tradicional assuma em 2028, parte dos danos já será irreversível.

Guerras tarifárias e retórica expansionista

A Casa Branca rejeita as acusações de que Trump esteja isolando os Estados Unidos. Em nota oficial, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, defendeu que o presidente "está agindo rapidamente para resolver conflitos, proteger trabalhadores americanos e garantir a segurança nacional."

Apesar disso, as ações de Trump têm gerado desconfiança mundial. Sua política de tarifas elevadas desestabilizou mercados, depreciou o dólar e aumentou o risco de recessão global. Além disso, sua retórica expansionista — sugerindo a anexação da Groenlândia, a incorporação do Canadá como 51º estado e a retomada do Canal do Panamá — provocou perplexidade em líderes aliados.

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, criticou duramente as ameaças de anexação: "Quando somos pressionados e ameaçados por nosso aliado mais próximo, o que devemos pensar sobre o país que admiramos há tantos anos?"

Aliados históricos repensam alianças

O impacto das decisões de Trump já altera a geopolítica. A União Europeia prepara tarifas retaliatórias. Alemanha e França discutem investimentos em defesa própria. O Canadá, ressentido com a nova postura americana, intensifica seus laços econômicos e de segurança com a Europa.

Na Ásia, Coreia do Sul e Japão tentam se adaptar às ameaças de retirada de tropas americanas e à imprevisibilidade comercial. O vácuo deixado pelos Estados Unidos impulsiona a China, que se apresenta como alternativa confiável a países descontentes com Washington.

Em abril, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez encontrou-se com Xi Jinping para discutir a ampliação da cooperação econômica, simbolizando essa nova dinâmica global.

O futuro da liderança americana

Aaron David Miller, ex-diplomata dos EUA e hoje membro do Carnegie Endowment for International Peace, alerta: "O que está acontecendo ainda não ultrapassou o ponto de não retorno. Mas os danos às relações com aliados e os ganhos para adversários podem ser incalculáveis."

Enquanto Donald Trump insiste em sua visão de um mundo centrado nos interesses americanos, cresce o temor de que a ordem internacional erguida ao longo de oito décadas esteja sendo desmantelada — e que seus efeitos persistam muito além de seu tempo na Casa Branca. - 247.


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Barroso diz que 8 de Janeiro é "imperdoável" e defende punições

 

Presidente do STF afirma que mudar penas é prerrogativa do Congresso, mas descarta perdão aos golpistas



Luís Roberto Barroso (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou ser contrário à anistia dos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao jornal O Globo, Barroso declarou que "anistia significa perdão, e o que aconteceu é imperdoável". Segundo ele, eventuais mudanças nas penas impostas aos réus devem ocorrer por meio de alterações legislativas, e não por decisões judiciais.

“Não ligo para pressão, embora não seja indiferente ao sentimento social. O Supremo aplicou a legislação editada pelo Congresso nos julgamentos do 8 de Janeiro”, afirmou. Barroso ressaltou que, para aqueles que consideram as penas excessivas, "a solução é uma mudança na lei". Ele reiterou que a anistia não se aplica ao caso: "Anistia é algo que só se cogita depois de uma punição, para se conceder perdão. E muito menos me parece que seja o caso de perdão".

Questionado sobre a possibilidade de alterações legislativas impactarem os processos já julgados, Barroso explicou que sim, poderia haver efeitos imediatos: "Se a lei disser que não se acumulam os crimes de golpe de Estado com a abolição violenta do Estado de Direito, isso importaria em uma redução". Contudo, enfatizou: “Não cabe a mim essa decisão, e sim ao Congresso”.

Julgamento de Bolsonaro

O presidente do STF também abordou a expectativa em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Barroso afirmou que seria "desejável" concluir o processo ainda em 2025, desde que respeitado o devido processo legal, para evitar a sobreposição de decisões judiciais com o calendário eleitoral. "Embora a aplicação do Direito e o processo eleitoral sejam coisas distintas, se pudermos evitar que ocorram simultaneamente, é desejável", explicou.

As críticas feitas por Bolsonaro e seus aliados ao Supremo, especialmente em relação à citação do ex-presidente na UTI e ao bloqueio de celulares, foram minimizadas por Barroso: “A vida virou uma representação para cortes na rede social. Às vezes, as pessoas criam um factoide para postar”. Ele defendeu a decisão do ministro Alexandre de Moraes em citar Bolsonaro, ressaltando que “se o presidente podia participar de lives, poderia receber citação”.

Barroso também saiu em defesa de Moraes diante das pressões e ameaças sofridas: "Ele desempenhou muito bem esse papel, com coragem e custo pessoal imenso. Você não imagina o que é ser permanentemente ameaçado de morte, assim como a sua mulher e os seus filhos".

Resposta à The Economist

Sobre as críticas da revista inglesa The Economist, que apontou supostos excessos do STF, Barroso rebateu com firmeza: “Houve globalmente a construção de uma narrativa, liderada geralmente por extremistas, de que, no Brasil, teria acontecido censura ou algum tipo de atuação fora do devido processo legal. A afirmação é absurdamente falsa”.

Em relação à harmonia entre os Poderes, o presidente do Supremo demonstrou tranquilidade: "Não vejo como quebra de harmonia. São discussões num espaço institucional adequado". Para ele, as relações entre o STF e o Congresso "são as melhores possíveis", ainda que possam haver discordâncias.

Barroso também comentou os chamados "penduricalhos" e os salários acima do teto no Judiciário. Destacou que no âmbito federal "não acontece nenhum tipo de abuso", mas reconheceu que nos tribunais estaduais há situações que precisam ser corrigidas: "Sempre que vejo um abuso, eu me sinto infeliz. As situações de abuso são inaceitáveis".

Ao final da entrevista, Barroso expressou otimismo em relação à superação do extremismo no país: "O extremismo vai sendo progressivamente empurrado para a margem da História". Revelou ainda que pretende retirar as grades de proteção em torno do STF ainda durante sua gestão e, ao ser questionado sobre uma eventual aposentadoria, afirmou: "Não tenho nenhum compromisso. Nem de sair nem de ficar".

Por fim, ele lamentou a dificuldade do Brasil em avançar na discussão sobre o aborto: "Você pode ser contra, pode pregar contra e pode não fazer, e ainda assim ter a percepção de que isso é diferente de achar que a mulher deva ser tratada como criminosa e colocada na cadeia. É altamente discriminatório o tratamento que se dá no Brasil". * 247.


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China ultrapassa os Estados Unidos e lidera produção mundial de energia nuclear

País asiático assume pela primeira vez o primeiro lugar global no setor energético estratégico

(Foto: Global Times)


Pela primeira vez na história, a China se tornou líder mundial na produção total de energia nuclear. A informação foi divulgada neste domingo (27) pela Administração de Energia Nuclear da China (CNEA), segundo a agência de notícias AP, em matéria reportada pela Sputnik.

De acordo com o relatório da CNEA, "atualmente, a China possui 102 usinas nucleares em operação, em construção e aprovadas para construção, com uma capacidade instalada total de 113 milhões de quilowatts". Com essa marca, o país asiático supera todos os demais, consolidando-se como a maior potência global no segmento nuclear.

O documento ressalta que a China conta com 58 usinas em operação comercial, cuja capacidade instalada soma 60,96 milhões de quilowatts. Além disso, há 28 unidades nucleares em fase de construção, com uma capacidade adicional prevista de 33,65 milhões de quilowatts. A associação destacou que Pequim ocupa, há 18 anos consecutivos, o primeiro lugar mundial em termos de capacidade de usinas em construção.

Outro dado de destaque no relatório é o crescimento consistente da geração de energia nuclear no país. Segundo a CNEA, "a produção total de energia das usinas em operação atingiu 444,7 milhões de quilowatts-hora em 2024", o que representa 4,72% de toda a produção energética nacional. Mesmo antes da nova conquista, essa geração já colocava a China na segunda posição mundial em termos de produção total de energia nuclear.

A liderança chinesa reflete o investimento estratégico de longo prazo feito pelo governo para diversificar sua matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e alcançar as metas climáticas internacionais. O avanço também é interpretado como um marco importante em meio à crescente competição tecnológica e energética com os Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump iniciou seu segundo mandato em 2025 com planos de fortalecer o setor energético norte-americano.

O anúncio evidencia o protagonismo da China no cenário global da energia limpa e segura, reafirmando a aposta do país na inovação tecnológica como pilar central de seu desenvolvimento econômico. - 247.


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No Vaticano, Lula diz que papa fez história ao combater desigualdades

Presidente acompanhou a Missa de Exéquias do papa Francisco

                              Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

Após acompanhar a Missa de Exéquias do papa Francisco no Vaticano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (26) que o nome do pontífice marcou a história e destacou ainda o trabalho do santo padre no combate às desigualdades sociais em todo o mundo.

“Perdemos o líder religioso mais importante deste primeiro quarto do século 21. Papa Francisco não era apenas um papa. Ele era um papa preocupado com a guerra de Gaza, com a fome, com as coisas que afligem o povo do mundo inteiro”, avaliou o presidente, em rápida conversa com jornalistas.

Acompanhado da primeira-dama, Lula lembrou que muitos brasileiros tinham um apreço muito grande pelo comportamento do papa Francisco, como homem e como religioso: “acho que foi uma dívida que nós pagamos a um homem que prestou serviços à humanidade”.

“Queira Deus que o próximo papa seja igual a ele, com o mesmo coração dele, com os mesmos compromissos religiosos dele, com o mesmo compromisso no combate à desigualdade que tinha o papa Francisco. Volto para o Brasil certo de que nós cumprimos o nosso dever – como cristãos, como religiosos e como políticos. De vir ao enterro de uma pessoa admirável como o papa Francisco.”

Guerra

Ao comentar o momento de diálogo registrado, no próprio Vaticano, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Lula disse desconhecer o teor da conversa, mas destacou a importância de se manter o diálogo como alternativa para o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia.

“Não sei sobre o que eles conversaram. Não posso intuir sobre a conversa. O que é importante é que se converse pra ver se encontra uma saída pra essa guerra. Essa guerra está ficando sem explicação. Ninguém consegue explicar e ninguém quer falar em paz”, avaliou o presidente.

“E o Brasil continua teimando que a solução é a gente fazer com que os dois [líderes] sentem em uma mesa de negociação e encontrem uma solução. Não só para a Ucrânia e a Rússia, mas também para a violência que Israel comete contra a Faixa de Gaza”, completou Lula.


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Câmara cassa mandato do deputado Chiquinho Brazão

Parlamentar é acusado de ser mandante do assassinato de Marielle

               André Richter - Repórter da Agência Brasil

Agência Câmara


A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou nesta quinta-feira (24) a perda do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), um dos réus acusados de atuar como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da Câmara e justificada com base no artigo da Constituição que determina a perda do mandato do parlamentar que "deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa".

Em função das investigações, Brazão foi preso em março do ano passado e deixou a cadeia no início deste mês após o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, conceder prisão domiciliar ao deputado. 

Na decisão, Moraes concordou com o relatório médico apresentado pelo presídio de Campo Grande. Segundo os médicos, Brazão possui "delicada condição de saúde" e tem "alta possibilidade de sofrer mal súbito com risco elevado de morte”.

Além de Chiquinho Brazão, o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, são réus no caso Marielle Franco. Eles estão presos em presídios federais.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio. 

Defesa

Procurado pela Agência Brasil, Cleber Lopes, advogado de Chiquinho Brazão, disse que não vai se pronunciar sobre a decisão da Câmara. 


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Lula celebra encontro com Julian Assange em Roma e o aponta como herói da liberdade de expressão

  Presidente exaltou o apoio decisivo do Papa Francisco para sua libertação Lula e Julian Assange (Foto: Ricardo Stuckert) Durante sua viage...