domingo, 27 de abril de 2025

China compra mais soja do Brasil e agricultores dos EUA já reclamam de Trump

 

Mais da metade da soja produzida nos EUA é vendida para a China e produtores acusam a política tarifária de Trump de abrir espaço para concorrência


Carga de soja do Brasil com destino à China (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)


A escalada das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a China vem provocando efeitos devastadores no campo norte-americano e acelerando a perda de espaço para o Brasil no mercado internacional de soja. A informação foi publicada pela agência Xinhua, que entrevistou Corey Goodhue, agricultor do estado de Iowa, uma das regiões agrícolas mais tradicionais dos Estados Unidos.

Goodhue destacou a importância da China para os produtores americanos. "Cinquenta por cento de toda a soja americana era exportada para a China", afirmou. No entanto, com as sucessivas medidas tarifárias, Pequim passou a comprar volumes cada vez maiores da produção brasileira, fortalecendo o agronegócio do Brasil e reduzindo drasticamente a fatia norte-americana nesse mercado. "Quanto mais mercado nós perdemos, mais precisamos encontrar um novo destino para essas áreas de plantação, e isso é difícil. É limitado para onde podemos levá-las agora", lamentou Goodhue.

Além da perda de competitividade, o agricultor criticou a imprevisibilidade gerada pelas constantes mudanças na política comercial de Trump. "Ideias diferentes de tarifas a cada dia, a cada semana... como podemos planejar um negócio dessa forma?", questionou, denunciando a dificuldade dos produtores em organizar seus ciclos de produção e investimento.

Enquanto os Estados Unidos enfrentam incertezas e retração, o Brasil avança de maneira firme e estruturada. A ausência de tarifas adicionais e a estabilidade nas relações comerciais com a China permitiram ao Brasil assumir a liderança nas exportações globais de soja, consolidando sua posição como principal fornecedor para o maior mercado consumidor do mundo.

Em Iowa, os impactos são visíveis. Segundo Goodhue, a queda das receitas agrícolas já afeta toda a cadeia econômica local: cooperativas estão cortando investimentos, o comércio desacelerou e o desemprego cresce em setores ligados à produção agrícola. "Essas tarifas estão matando nossas comunidades", resumiu.

A disputa iniciada por Trump, longe de fortalecer a agricultura dos Estados Unidos, acabou por abrir caminho para o crescimento do Brasil no comércio mundial de grãos — uma mudança que, segundo especialistas, poderá ter efeitos duradouros mesmo que a política tarifária seja revista futuramente. - 247.


BLOG DO BILL NOTICIAS

Lula celebra encontro com Julian Assange em Roma e o aponta como herói da liberdade de expressão

  Presidente exaltou o apoio decisivo do Papa Francisco para sua libertação Lula e Julian Assange (Foto: Ricardo Stuckert) Durante sua viage...